16.04.2013 Views

Modelagem e Sintonia de Malhas de Controle de uma Correia ...

Modelagem e Sintonia de Malhas de Controle de uma Correia ...

Modelagem e Sintonia de Malhas de Controle de uma Correia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS<br />

Escola <strong>de</strong> Engenharia<br />

RUDÁ GROSSI COIMBRA MARTINS<br />

<strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e <strong>Sintonia</strong> <strong>de</strong> <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Correia</strong> Transportadora <strong>de</strong> Minério<br />

Belo Horizonte – Junho <strong>de</strong> 2008


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS<br />

Escola <strong>de</strong> Engenharia<br />

RUDÁ GROSSI COIMBRA MARTINS<br />

<strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e <strong>Sintonia</strong> <strong>de</strong> <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Correia</strong> Transportadora <strong>de</strong> Minério<br />

Orientador: Fábio Gonçalves Jota<br />

Supervisor: Daniel dos Santos Ferreira Soares<br />

Monografia submetida à banca examinadora<br />

<strong>de</strong>signada pelo Colegiado Didático do Curso<br />

<strong>de</strong> Graduação em Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e<br />

Automação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Minas Gerais, como parte dos requisitos<br />

para aprovação na disciplina Projeto Final <strong>de</strong><br />

Curso.<br />

Local <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento: Vale – Capitão do Mato<br />

Belo Horizonte – Junho <strong>de</strong> 2008


RUDÁ GROSSI COIMBRA MARTINS<br />

<strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e <strong>Sintonia</strong> <strong>de</strong> <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Correia</strong> Transportadora <strong>de</strong> Minério<br />

Monografia submetida à banca examinadora <strong>de</strong>signada pelo Colegiado Didático do Curso <strong>de</strong><br />

Graduação em Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e Automação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina Projeto Final <strong>de</strong> Curso.<br />

Trabalho aprovado em: 24 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2008<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

_____________________________________________________<br />

(Fábio Gonçalves Jota, PhD, DELT/UFMG)<br />

_____________________________________________________<br />

(Daniel dos Santos Ferreira Soares, Engenheiro, Chemtech)<br />

_____________________________________________________<br />

(Maria Auxiliadora Muanis Persechini, Dra, DELT/UFMG)


.<br />

Do. Or do not. There is no try. (Jedi Master Yoda)


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Primeiramente gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer à minha família pelo apoio constante que recebi,<br />

tanto nas horas boas quanto nas horas ruins, quando tudo parecia perdido e sem<br />

perspectivas <strong>de</strong> melhora. Obrigado por terem sido compreensivos e aceitarem meu<br />

monopólio absoluto do computador, principalmente no último mês <strong>de</strong> monografia.<br />

Sou muito grato à Cristiane, companheira inseparável que durante todo o tempo<br />

esteve ao meu lado apoiando com um carinho incondicional a realização <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. Obrigado pela paciência e compreensão. Os dias e noites passados em<br />

claro foram muito mais agradáveis com você ao meu lado.<br />

Sou muito grato ao meu orientador, Professor Fábio Gonçalves Jota, que com sua<br />

firmeza e entusiasmo consegue contornar problemas complexos com soluções<br />

simples e eficientes. Obrigado pela ajuda constante. Mesmo com milhares <strong>de</strong><br />

compromissos e filas quilométricas <strong>de</strong> alunos querendo sua ajuda, nunca lhe faltou<br />

disposição para me orientar e sanar minhas dúvidas. Obrigado também por ser<br />

compreensivo com todas as limitações apresentadas sem per<strong>de</strong>r o foco na qualida<strong>de</strong><br />

do trabalho.<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao meu supervisor, Daniel Soares, principalmente pelo incentivo e esforço<br />

constantes. Obrigado por ser tão prestativo e estar sempre disponível a ajudar. Acima<br />

<strong>de</strong> tudo, obrigado por ser a pessoa que mais acreditou neste trabalho, em alguns<br />

momentos até mais do que eu!<br />

Não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer toda a equipe <strong>de</strong> Capitão do Mato envolvida com<br />

este trabalho. Apesar da burocracia inerente às empresas privadas, fui muito bem<br />

recebido e suportado durante todas as visitas à unida<strong>de</strong>.


À Chemtech, agra<strong>de</strong>ço pela infra-estrutura, apoio técnico e suporte financeiro. Sem<br />

esta colaboração certamente este projeto se tornaria inviável. Em especial, gostaria <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer ao gerente Giancarlo Smith, que por diversas vezes permitiu minha<br />

ausência na empresa apesar azáfama danada. Aos integrantes do Projeto <strong>de</strong> Normas,<br />

obrigado pela força e por fazerem meu dia-a-dia ser rico em aprendizado e<br />

<strong>de</strong>scontração. Herr Pedrotti, muito obrigado pelas aulas <strong>de</strong> Latex, pelos ensinamentos<br />

valiosos e por se apresentar em tão pouco tempo como um amigo leal e verda<strong>de</strong>iro.<br />

Vielen Dank, mein lieber freund!<br />

Finalmente, e não menos importante, agra<strong>de</strong>ço a Deus pela saú<strong>de</strong>, pela oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e por ter colocado em minha vida pessoas tão especiais como meus<br />

amigos e minha família.


Resumo<br />

Neste trabalho realizou-se <strong>uma</strong> análise dos processos das instalações da britagem <strong>de</strong><br />

Capitão do Mato da Vale, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o basculamento <strong>de</strong> minério oriundo da lavra da mina<br />

até a entrega do minério beneficiado para a próxima unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento. Foi<br />

proposto à Vale um projeto <strong>de</strong> engenharia para otimização <strong>de</strong>stes processos. Foram<br />

selecionados problemas que impactavam mais expressivamente na produtivida<strong>de</strong> da<br />

planta. Como soluções <strong>de</strong> engenharia foram aplicadas metodologias <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem<br />

<strong>de</strong> sistemas dinâmicos e projeto <strong>de</strong> controladores.<br />

O processo escolhido para otimização é composto por quatro alimentadores <strong>de</strong><br />

minério e <strong>uma</strong> correia transportadora que <strong>de</strong>ve manter constante sua vazão na taxa<br />

mais alta possível, sendo portanto um sistema MISO (Multiple Input Single Output).<br />

Este processo foi mo<strong>de</strong>lado através <strong>de</strong> respostas ao <strong>de</strong>grau a partir <strong>de</strong> dados reais<br />

coletados com auxílio <strong>de</strong> <strong>uma</strong> solução OPC integrada a um banco <strong>de</strong> dados e<br />

<strong>de</strong>senvolvida especificamente para este projeto.<br />

Controladores PI foram projetados usando-se os métodos da Síntese Direta e do<br />

Mo<strong>de</strong>lo Interno. Implementaram-se controladores convencionais e, para efeitos <strong>de</strong><br />

comparação, também controladores com Preditor <strong>de</strong> Smith. Os mo<strong>de</strong>los e<br />

controladores obtidos foram validados por simulação com os dados reais e os<br />

resultados analisados.<br />

Finalmente, foram sugeridas como conclusão alg<strong>uma</strong>s estratégias <strong>de</strong> controle que<br />

representarão melhora no <strong>de</strong>sempenho global para o processo em análise.


Abstract<br />

In this ”Final Year Project”, an analysis of the Capitão do Mato’s crushing plant<br />

processes, from Vale Company, has been ma<strong>de</strong>, starting from the dumping of iron ore<br />

extracted on the pit till the <strong>de</strong>livery of treated material to the next plant unit. An<br />

engineering <strong>de</strong>sign has been suggested to Vale for optimizing these crushing<br />

processes. Problems that more significantly affect the throughtput loss have been<br />

selected for assessment during this work. As an engineering solution, methodologies of<br />

dynamic systems mo<strong>de</strong>ling and controller <strong>de</strong>sign have been applied.<br />

The chosen process for optimization consists of four fee<strong>de</strong>rs and one conveyor belt<br />

that shall keep as high as possible a constant mass flow rate, being therefore a MISO<br />

(Multiple Input Single Output) system. This process has been mo<strong>de</strong>led with the aid of<br />

step responses, with real data collected by an OPC solution integrated to a database<br />

and <strong>de</strong>veloped specifically for this purpose.<br />

PI controllers have been <strong>de</strong>signed using the Direct Synthesis and Internal Mo<strong>de</strong>l<br />

Control methods. Classical controllers and Smith Predictors have been applied and<br />

compared. The mo<strong>de</strong>ls and controllers obtained have been validated by means of<br />

simulation with real data and the results are then analyzed.<br />

Finally, some control strategies were suggested in or<strong>de</strong>r to achieve a better global<br />

performance of the process herein studied.


Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 2.1– Adaptação do Supervisório da ITM – B1 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]............... 30<br />

Figura 2.2 – Adaptação do Supervisório da ITM – B2 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT].............. 33<br />

Figura 2.3 – Adaptação do Supervisório da ITM – B3 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT].............. 36<br />

Figura 2.4 – Supervisório das ITMs <strong>de</strong> Capitão do Mato [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT].......... 37<br />

Figura 2.5 – Supervisório das TCLDs <strong>de</strong> CMT VGR [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]............ 38<br />

Figura 2.6 – Diagrama esquemático da 220-TC-01.................................................................... 41<br />

Figura 3.1 – Arquitetura do PIMS <strong>de</strong> CMT.................................................................................. 50<br />

Figura 3.2 – Detalhe do OPC Power Tool................................................................................... 53<br />

Figura 3.3 – Detalhe do Concept ................................................................................................ 54<br />

Figura 3.4 – Diagrama Representativo da solução OPC <strong>de</strong>senvolvida...................................... 55<br />

Figura 3.5 – Detalhe do BD com os dados historiados............................................................... 56<br />

Figura 3.6 – Ensaio Dinâmico realizado nos ALs 01 e 02 .......................................................... 58<br />

Figura 3.7 – Validação dos mo<strong>de</strong>los do 220-AL-01.................................................................... 61<br />

Figura 3.8 - Validação dos mo<strong>de</strong>los do 220-AL-02..................................................................... 62<br />

Figura 3.9 – Detalhe da resposta da planta ao sexto <strong>de</strong>grau do 220-AL-02 .............................. 63<br />

Figura 3.10 – Validação dos Mo<strong>de</strong>los Gerais ............................................................................. 65<br />

Figura 4.1 – Compensação <strong>de</strong> tempo morto com Preditor <strong>de</strong> Smith.......................................... 70<br />

Figura 4.2 – Estratégia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Convencional Proposta...................................................... 73<br />

Figura 4.3 – Estratégia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Avançado Proposta............................................................ 74


Figura 5.1 – Diagrama <strong>de</strong> Simulação da Estratégia Avançada .................................................. 79<br />

Figura 5.2 – Diagrama <strong>de</strong> Simulação da Estratégia Convencional ............................................ 80<br />

Figura 5.3 – Comparação das respostas dos controladores ...................................................... 81<br />

Figura 5.4 – Ganho crítico para controlador PI convencional do 220-AL-01.............................. 83<br />

Figura 5.5 – Ganho crítico para controlador PI convencional do 220-AL-02.............................. 84<br />

Figura 5.6 – Ganho crítico para controlador PI avançado do 220-AL-01 ................................... 85<br />

Figura 5.7 – Ganho crítico para controlador PI avançado do 220-AL-02 ................................... 86<br />

Figura 5.8 – Comparação da resposta dos controladores otimizados........................................ 88<br />

Figura 5.9 – Comparação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> todos os controladores...................................... 89<br />

Figura 5.10 – Variáveis manipuladas <strong>de</strong> todos os controladores ............................................... 90<br />

Figura 5.11 – Simulação do Controlador Avançado com 20% ................................................. 93<br />

Figura 5.12 – Variáveis Manipuladas para simulação <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processo Variável ........... 93<br />

Figura 5.13 – Simulações <strong>de</strong> erro para mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> ganho do processo .............................. 95<br />

Figura 5.14 - Variáveis Manipuladas para simulação <strong>de</strong> ganho do processo variável............... 96<br />

Figura 5.15 – Detalhe dos dados exportados pelo GPROD ....................................................... 99<br />

Figura 5.16 – Diagrama <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> ganhos quantitativos ................................................ 100<br />

Figura A.1 – Fratura por Britagem [Fonte: CETEM, 2004] ....................................................... 118<br />

Figura A.2 – Corte <strong>de</strong> um britador <strong>de</strong> mandíbulas [Fonte: Chaves, A ; Peres, A] .................... 124<br />

Figura A.3 – Britador Giratório [Fonte: Chaves, A ; Peres, A] .................................................. 125<br />

Figura A.4 – Movimento recessivo e volume britado [Fonte: Chaves, A ; Peres, A] ................ 126<br />

Figura A.5 – Britador <strong>de</strong> impacto [Fonte: CETEM, 2004] ......................................................... 126


Figura A.6 – Britador <strong>de</strong> rolo <strong>de</strong>ntado [Fonte: CETEM, 2004] .................................................. 127<br />

Figura A.7 – Britador cônico [Fonte: CETEM, 2004]................................................................. 128<br />

Figura A.8 – Esquema do movimento do britador cônico ......................................................... 129<br />

Figura A.9 – Britador <strong>de</strong> rolos [Fonte: CETEM, 2004] .............................................................. 129


Lista <strong>de</strong> tabelas<br />

Tabela 2.1 – Estimativas <strong>de</strong> tempo morto entre os alimentadores e a balança ......................... 42<br />

Tabela 3.1 – Lista <strong>de</strong> TAGs solicitadas....................................................................................... 49<br />

Tabela 3.2 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> referência para cada Alimentador ...................................................... 63<br />

Tabela 3.3 – Mo<strong>de</strong>lo Geral para cada Alimentador .................................................................... 64<br />

Tabela 3.4 – Comparação dos atrasos <strong>de</strong> tempo....................................................................... 66<br />

Tabela 4.1 – Parâmetros dos controladores PI........................................................................... 78<br />

Tabela 5.1 – Ganhos do controlador convencional antes e <strong>de</strong>pois do ajuste ............................ 86<br />

Tabela 5.2 – Ganhos do controlador avançado antes e <strong>de</strong>pois do ajuste.................................. 86<br />

Tabela 5.3 – Desempenho <strong>de</strong> todos os controladores, antes e <strong>de</strong>pois da otimização .............. 91<br />

Tabela 5.4 – Desempenho do controlador avançado com erro <strong>de</strong> 20% .................................... 94<br />

Tabela 5.5 – Comparação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho para variação <strong>de</strong> ganho do processo .................... 97<br />

Tabela A.1 – Distribuição do Consumo <strong>de</strong> Energia [Fonte: Adaptado <strong>de</strong> CETEM, 2004]........ 117<br />

Tabela A.2 - Classificação dos estágios <strong>de</strong> britagem [Fonte: CETEM, 2004] .......................... 120<br />

Tabela A.3 - Quadro comparativo dos britadores primários [Fonte: CETEM, 2004] ................ 121<br />

Tabela A.4 – Relações <strong>de</strong> redução [Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Chaves; Peres, 2006] ..................... 123<br />

Tabela A.5 – Principais equipamentos da britagem [Fonte: Chaves; Peres, 2006] ................. 123<br />

Tabela B.1 – CDF – Objetivos <strong>de</strong> <strong>Controle</strong>............................................................................... 132<br />

Tabela B.2 – CDF – <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong> .............................................................................. 133<br />

Tabela B.3 – CDF – <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Vazão Mássica ....................................................................... 134


Tabela B.4 – CDF – Variáveis Controladas .............................................................................. 135<br />

Tabela B.5 – CDF – Variáveis Manipuladas ............................................................................. 136<br />

Tabela B.6 – CDF – Elementos Finais <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> .................................................................. 136<br />

Tabela B.7 – CDF – Respostas Dinâmicas............................................................................... 137<br />

Tabela B.8 – CDF – Controladores Convencionais .................................................................. 137<br />

Tabela B.9 – CDF – Controladores Avançados ........................................................................ 137<br />

Tabela B.10 – CDF – Consi<strong>de</strong>rações Adicionais ...................................................................... 138


Termos e Abreviações<br />

Atraso puro <strong>de</strong> tempo do processo<br />

Constante <strong>de</strong> tempo do processo <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m<br />

AL Alimentador<br />

BD Banco <strong>de</strong> Dados<br />

CDF Control Design Form (Formulário <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>Controle</strong>)<br />

CFTV Circuito fechado <strong>de</strong> Televisão<br />

CLP Controlador Lógico Programável<br />

CMT Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato - Vale<br />

DCOM Distributed component object mo<strong>de</strong>l<br />

EE Estação <strong>de</strong> Engenharia<br />

FOPDT First Or<strong>de</strong>r Plus Dead Time<br />

FT Função <strong>de</strong> Transferência<br />

GUI Graphical User Interface<br />

IAE Integral of Absolute Error<br />

IMC Internal Mo<strong>de</strong>l Control<br />

ISE Integral Squared Error<br />

ITM Instalação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério<br />

LOBF Lump Ore Blast Furnace – Granulado <strong>de</strong> Alto Forno<br />

LORD Lump Ore Reduction Direct – Granulado <strong>de</strong> Redução Direta<br />

MISO Multiple Input Single Output<br />

MV Manipulated Variable (variável manipulada)<br />

ODBC Open Data Base Connectivity<br />

OFS OPC Factory Server<br />

OPC OLE for Process Control


OPC DA OPC Data Access<br />

OPC DX OPC Data Exchange<br />

OPC HDA OPC Historical Data Access<br />

PV Process Variable (Variável <strong>de</strong> Processo)<br />

P.O. Percentual <strong>de</strong> Overshoot<br />

PFF Pellet Feed Fines<br />

PID Controlador Proporcional Integral Derivativo<br />

PIMS Plant/Process Information Management System<br />

ROM Run of Mine<br />

SF Sinter Feed<br />

SGBD Sistema <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Banco <strong>de</strong> Dados<br />

SISO Single Input Single Output<br />

SP Setpoint (referência)<br />

SQL Structured Query Language<br />

STP Shiel<strong>de</strong>d Twisted Pair<br />

SW Software<br />

TAM Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tamanduá - Vale<br />

TCLD Transportador <strong>de</strong> <strong>Correia</strong> <strong>de</strong> Longa Distância<br />

TD<br />

TI<br />

Ts<br />

Tempo Derivativo do Controlador em segundos<br />

Tempo Integral do Controlador em segundos<br />

Período ou tempo <strong>de</strong> amostragem<br />

VGR Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vargem Gran<strong>de</strong> - Vale


Sumário<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos ............................................................................................... 5<br />

Resumo ............................................................................................................. 7<br />

Abstract............................................................................................................. 8<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras................................................................................................ 9<br />

Lista <strong>de</strong> tabelas .............................................................................................. 12<br />

Termos e Abreviações ................................................................................... 14<br />

1 Introdução ................................................................................................ 19<br />

1.1 Objetivo ............................................................................................ 19<br />

1.2 Motivação.........................................................................................<br />

20<br />

1.3 A Empresa Cliente ........................................................................... 21<br />

1.4 A Empresa Parceira ......................................................................... 22<br />

1.5 Escopo ............................................................................................. 23<br />

1.6 Estrutura da Monografia...................................................................<br />

23<br />

1.7 Estado da Arte ................................................................................. 25<br />

1.7.1 Introdução...........................................................................<br />

25<br />

1.7.2 Compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo.....................................<br />

25<br />

1.7.3 <strong>Controle</strong> <strong>de</strong> <strong>Correia</strong>s e Alimentadores ................................ 26<br />

1.7.4 <strong>Controle</strong> Automático <strong>de</strong> vazão mássica <strong>de</strong> correia.............<br />

27<br />

2 Descrição da Planta.................................................................................<br />

29


2.1 ITM-B1 ............................................................................................. 29<br />

2.2 ITM-B2 ............................................................................................. 32<br />

2.3 ITM-B3 ............................................................................................. 35<br />

2.4 Transportadores <strong>de</strong> <strong>Correia</strong> – CMT VGR .................................... 38<br />

2.5 Definição do problema alvo..............................................................<br />

40<br />

2.6 Descrição <strong>de</strong>talhada do processo .................................................... 41<br />

2.7 Proposta <strong>de</strong> melhoria ....................................................................... 44<br />

3 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e I<strong>de</strong>ntificação do processo ............................................... 46<br />

3.1 Representação <strong>de</strong> Sistemas Lineares..............................................<br />

46<br />

3.2 Funções <strong>de</strong> Transferência................................................................<br />

46<br />

3.3 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> <strong>de</strong> sistemas .................................................................. 47<br />

3.4 Coleta <strong>de</strong> Dados...............................................................................<br />

48<br />

3.4.1 Limitações do PIMS ............................................................ 50<br />

3.4.2 Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>uma</strong> solução OPC ............................. 52<br />

3.5 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> do Processo..................................................................<br />

57<br />

3.5.1 Escolha do Método e do sinal <strong>de</strong> entrada...........................<br />

57<br />

3.5.2 Escolha do tempo <strong>de</strong> amostragem ..................................... 59<br />

3.5.3 Estrutura dos Mo<strong>de</strong>los ........................................................ 60<br />

3.6 Consi<strong>de</strong>rações sobre os Mo<strong>de</strong>los .................................................... 66<br />

4 Projetos dos Controladores....................................................................<br />

68<br />

4.1 Introdução ........................................................................................ 68<br />

4.2 Compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo .................................................. 69<br />

4.3 Preditor <strong>de</strong> Smith..............................................................................<br />

70<br />

4.4 Estratégias <strong>de</strong> controle propostas....................................................<br />

72<br />

4.4.1 Blocos Coor<strong>de</strong>nadores<br />

....................................................... 73


4.5 Determinação dos Parâmetros dos Controladores...........................<br />

75<br />

5 Análise dos Resultados .......................................................................... 79<br />

5.1 Simulação dos controladores projetados ......................................... 79<br />

5.2 <strong>Sintonia</strong> Fina dos Controladores ...................................................... 82<br />

5.3 Simulação dos Controladores Otimizados ....................................... 87<br />

5.4 Simulação <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processo Variável .................................... 92<br />

5.5 Consi<strong>de</strong>rações sobre os controladores ............................................ 98<br />

5.6 Análise Quantitativa dos Resultados................................................<br />

98<br />

6 Conclusões ............................................................................................ 102<br />

6.1 Consi<strong>de</strong>rações sobre implantação ................................................. 102<br />

6.2 Consi<strong>de</strong>rações Finais.....................................................................<br />

102<br />

6.3 Sugestões para trabalhos futuros...................................................<br />

104<br />

6.3.1 Sugestões para as ITMs ................................................... 105<br />

6.3.2 Sugestões para o TCLD 220-TC-01 ................................. 106<br />

Referências Bibliográficas .......................................................................... 108<br />

Apêndice A – Conceitos <strong>de</strong> Britagem.......................................................<br />

116<br />

Apêndice B – Control Design Form<br />

.......................................................... 131


1 Introdução<br />

1.1 Objetivo<br />

Este Projeto Final <strong>de</strong> Curso visa realizar um estudo sobre o processo <strong>de</strong> britagem da<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato – CMT da Vale para i<strong>de</strong>ntificar possíveis melhorias nas<br />

estratégias <strong>de</strong> controle e intertravamento atualmente utilizadas nesta etapa <strong>de</strong><br />

beneficiamento.<br />

É também objetivo <strong>de</strong>ste projeto <strong>de</strong>finir, <strong>de</strong>ntre as possibilida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas, <strong>uma</strong><br />

melhoria que represente ganho potencial para a empresa, seja este operacional ou <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong>, e estudá-la com mais <strong>de</strong>talhes.<br />

Este <strong>de</strong>talhamento aborda a mo<strong>de</strong>lagem e sintonia das malhas <strong>de</strong> controle envolvidas<br />

nesse processo. São utilizadas estratégias <strong>de</strong> controle clássico e avançado, e os<br />

resultados obtidos são comparados entre si para avaliar os pontos positivos e<br />

negativos <strong>de</strong> cada estratégia adotada.<br />

Destacam-se os seguintes objetivos:<br />

I<strong>de</strong>ntificação e mo<strong>de</strong>lagem do processo<br />

Especificação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> controle (avançado e convencional)<br />

Análise das estratégias <strong>de</strong> controle (validação e avaliação)<br />

Implementação das estratégias obtidas (simulação com dados reais)<br />

Comparação das estratégias (controle avançado e convencional)<br />

Análise qualitativa <strong>de</strong> resultados<br />

19


Análise quantitativa <strong>de</strong> resultados<br />

1.2 Motivação<br />

Na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato – CMT, local on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s foram realizadas, boa<br />

parte da alimentação <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro da Vale, oriundo do antigo Complexo MBR, é<br />

britada e peneirada. Assim, essa unida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> extrema importância na ca<strong>de</strong>ia<br />

produtiva da empresa, <strong>uma</strong> vez que alimenta várias unida<strong>de</strong>s subseqüentes do<br />

processo, e <strong>uma</strong> baixa produção ou mesmo produção ina<strong>de</strong>quada po<strong>de</strong> gerar paradas<br />

nas usinas <strong>de</strong> beneficiamento.<br />

Atualmente existem oito malhas <strong>de</strong> controle nessa unida<strong>de</strong>, todas responsáveis por<br />

controlar a velocida<strong>de</strong> dos alimentadores da planta. Segundo a própria Equipe <strong>de</strong><br />

Operação <strong>de</strong> Processos, as estratégias <strong>de</strong> controle utilizadas não aten<strong>de</strong>m<br />

satisfatoriamente às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação, causando por diversas vezes paradas<br />

<strong>de</strong> equipamento ou altíssima variabilida<strong>de</strong> na vazão mássica das correias<br />

transportadoras. Em outras ocasiões os britadores chegam a operar muito acima da<br />

potência nominal, ou então a vazio, como no caso dos britadores secundários cônicos.<br />

Tendo em vista a ineficiência do controle apresentada acima, gran<strong>de</strong> parte das malhas<br />

requer intervenção constante ou está sendo operada em modo manual para garantir<br />

um melhor <strong>de</strong>sempenho produtivo nessa unida<strong>de</strong>. Em condições adversas <strong>de</strong><br />

operação, como excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> ou alta granulometria do minério, i<strong>de</strong>ntifica-se<br />

redução acentuada da vazão mássica para as peneiras e correias transportadoras.<br />

É notória a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria do controle do processo <strong>de</strong> britagem brevemente<br />

<strong>de</strong>scrito acima, que po<strong>de</strong> trazer condições <strong>de</strong> operação mais favoráveis aos<br />

20


operadores da sala <strong>de</strong> controle e contribuir para ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, economia<br />

energética ou mesmo aumento <strong>de</strong> vida útil dos equipamentos evolvidos.<br />

1.3 A Empresa Cliente<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse projeto foram <strong>de</strong>senvolvidas na Instalação <strong>de</strong> Britagem da<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato – CMT, <strong>uma</strong> das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> minério da<br />

antiga MBR - Minerações Brasileiras Reunidas S/A (hoje Vale).<br />

A MBR foi fundada em 1965 e era <strong>uma</strong> das maiores produtoras e exportadoras <strong>de</strong><br />

minério <strong>de</strong> ferro do Brasil, além <strong>de</strong> <strong>uma</strong> das cinco maiores exportadoras mundiais.<br />

Inicialmente era parte integrante do grupo CAEMI, mas a partir <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2006 o<br />

grupo passou a ser controlado integralmente pela Vale.<br />

Suas ativida<strong>de</strong>s no setor <strong>de</strong> mineração vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pesquisa mineral, extração e<br />

beneficiamento do minério, transporte por caminhões e TCLD`s (Transportadores <strong>de</strong><br />

<strong>Correia</strong> <strong>de</strong> Longa Distância), carregamento e <strong>de</strong>scarregamento <strong>de</strong> trens, até o<br />

carregamento <strong>de</strong> navios no Terminal Marítimo <strong>de</strong> Guaíba, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 85% do minério produzido pela MBR é exportado [28]..<br />

As principais unida<strong>de</strong>s industriais da MBR (Vale) são:<br />

Complexo Tamanduá - Constituído pelas minas e Instalações <strong>de</strong><br />

Beneficiamento <strong>de</strong> Minério <strong>de</strong> Tamanduá, Capitão do Mato e Vargem Gran<strong>de</strong>.<br />

O Complexo Tamanduá está localizado em Nova Lima – MG e tem sua<br />

produção escoada pelo Terminal Ferroviário <strong>de</strong> Andaime.<br />

Complexo da Mutuca – Constituído da mina <strong>de</strong> Capão Xavier e da Instalação<br />

<strong>de</strong> Beneficiamento da Mutuca. A mina da Mutuca foi <strong>de</strong>sativada recentemente<br />

21


e sua cava será utilizada como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> estéril proveniente da mina <strong>de</strong><br />

Capão Xavier. O escoamento da produção do Complexo da Mutuca é feito<br />

através do Terminal <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> Olhos D’água.<br />

Complexo do Pico – Constituído das minas do Pico, Sapecado e Galinheiro. O<br />

minério proveniente <strong>de</strong>ssas três minas é processado nas instalações <strong>de</strong><br />

Beneficiamento do Pico e transportado até o Terminal Ferroviário <strong>de</strong> Andaime<br />

via TCLD.<br />

Terminal Marítimo da Ilha <strong>de</strong> Guaíba no Rio <strong>de</strong> Janeiro – Porto privativo<br />

administrado exclusivamente pela MBR, por on<strong>de</strong> é embarcado praticamente<br />

todo o minério exportado pela MBR.<br />

Os principais produtos da MBR são o granulado <strong>de</strong> alto forno (LOBF), granulado <strong>de</strong><br />

redução direta (LORD), sinter feed (SF) e pellet feed fines (PFF). São produzidos<br />

ainda a hematitinha, que é vendida ao mercado interno, o co-sinter feed (COSF) e o<br />

fino <strong>de</strong> filtragem (FIF) que são os sub-produtos do peneiramento <strong>de</strong> granulados<br />

efetuado no Terminal da Ilha <strong>de</strong> Guaíba [28],<br />

1.4 A Empresa Parceira<br />

Este trabalho foi realizado em parceria com a Chemtech [11], <strong>uma</strong> empresa <strong>de</strong><br />

consultoria e prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> engenharia e TI que apresenta soluções para<br />

diversos setores como: Óleo e Gás, Metais e Mineração, Papel e Celulose, <strong>de</strong>ntro<br />

outros.<br />

A Chemetch foi responsável pelo patrocínio <strong>de</strong> todos os gastos associados a este<br />

trabalho e fornecedora <strong>de</strong> equipamentos e estrutura que proporcionassem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento a<strong>de</strong>quado das ativida<strong>de</strong>s. Também foi responsável por facilitar os<br />

22


contatos profissionais com a empresa cliente e negociar as condições <strong>de</strong> acesso e<br />

trabalho <strong>de</strong> campo na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato.<br />

Além disso, a supervisão <strong>de</strong>ste trabalho foi realizada por um engenheiro da Chemtech.<br />

1.5 Escopo<br />

A avaliação inicial <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> beneficiamento da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CMT foi<br />

realizada com o intuito principal <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um problema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto no<br />

processo produtivo. Portanto, não faz parte do escopo <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong>finir soluções<br />

específicas para todos os problemas encontrados, e sim <strong>de</strong>stacar pontos que<br />

apresentam possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhora.<br />

O escopo <strong>de</strong>sse projeto se restringe à mo<strong>de</strong>lagem e sintonia das malhas <strong>de</strong> controle<br />

escolhidas para <strong>de</strong>senvolvimento do estudo. Mesmo que i<strong>de</strong>ntificadas origens distintas<br />

para os problemas <strong>de</strong> controle do processo, não compreen<strong>de</strong> o conteúdo <strong>de</strong>sse<br />

projeto a avaliação e a solução <strong>de</strong>sses problemas, a menos daqueles prioritários para<br />

a otimização das estratégias <strong>de</strong> controle das malhas escolhidas.<br />

1.6 Estrutura da Monografia<br />

Essa monografia foi estruturada <strong>de</strong> forma a ser elaborada durante as disciplinas <strong>de</strong><br />

Projeto Final <strong>de</strong> Curso I e II, com duração prevista para oito meses, <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2007<br />

a junho <strong>de</strong> 2008. São <strong>de</strong>scritos a base teórica utilizada, os procedimentos adotados e<br />

também os resultados obtidos experimentalmente ou através <strong>de</strong> simulação.<br />

23


Foi realizada <strong>uma</strong> divisão da monografia em seis capítulos, sendo este primeiro<br />

voltado a introduzir ao leitor o assunto aqui tratado. O segundo capítulo <strong>de</strong>screve o<br />

processo em estudo e a sistematização do problema a ser abordado. São<br />

apresentados figuras e diagramas <strong>de</strong>scritivos para possibilitar <strong>uma</strong> visão mais<br />

<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>sse processo.<br />

No capítulo 3, os procedimentos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, i<strong>de</strong>ntificação e simulação do<br />

processo são <strong>de</strong>talhados, <strong>de</strong>stacando-se conclusões parciais obtidas nessa etapa.<br />

São também <strong>de</strong>talhados ao leitor os critérios e técnicas utilizadas para efetuar a<br />

mo<strong>de</strong>lagem do processo. Resultados <strong>de</strong> simulações são apresentados na forma <strong>de</strong><br />

texto e figuras explicativas.<br />

Já no capítulo 4, são apresentados os principais conceitos envolvidos com o projeto <strong>de</strong><br />

controladores convencionais e avançados. Os parâmetros dos controladores são<br />

<strong>de</strong>terminados e a estratégia <strong>de</strong> controle a ser implementada é <strong>de</strong>talhada.<br />

No capítulo 5 os controladores obtidos são implementados e os resultados<br />

comparados entre si. Uma análise qualitativa e quantitativa é realizada para efeito <strong>de</strong><br />

comparação entre as diversas técnicas utilizadas. No sexto e último capítulo, são<br />

apresentadas conclusões finais sobre o estudo e propostas <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

sugestões para futuras aplicações nesse processo.<br />

Finalmente, no apêndice A <strong>de</strong>ste trabalho apresenta-se <strong>uma</strong> revisão <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong><br />

britagem e seus equipamentos. Já no apêndice B, encontra-se o Formulário <strong>de</strong> Projeto<br />

<strong>de</strong> <strong>Controle</strong> (CDF) com informações diversas referente às malhas <strong>de</strong> controle<br />

estudadas.<br />

24


1.7 Estado da Arte<br />

1.7.1 Introdução<br />

A aplicação dos conceitos <strong>de</strong> sistema retroalimentado para controle automático já é<br />

conhecida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano 300 a.C. com a utilização <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> bóia na Grécia<br />

[48]. Diversas outras aplicações foram observadas e relatadas na literatura.<br />

Um marco importante para os sistemas <strong>de</strong> controle foi estabelecido com a utilização<br />

do primeiro controlador automático com retroação em um processo industrial. O<br />

regulador <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> James Watt (1769), segundo O. Mayr em [48], é geralmente<br />

aceito como o mecanismo pioneiro, apesar <strong>de</strong> existirem controvérsias com relação a<br />

um regulador <strong>de</strong> bóia para nível <strong>de</strong> água <strong>de</strong>senvolvido pelo russo I. Polzunov [51].<br />

Durante a “corrida espacial”, no período da Guerra Fria, observou-se o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das técnicas <strong>de</strong> controle ótimo <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetar<br />

sistemas muito complexos e precisos para mísseis e sondas espaciais [51].<br />

Atualmente, a utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> controle tornou-se prática comum na indústria.<br />

Estudos realizados por [50] indicam que até 1994 mais <strong>de</strong> 400 mil controladores<br />

digitais <strong>de</strong> processo já estavam em uso nos Estados Unidos.<br />

1.7.2 Compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo<br />

Será apresentado ao longo <strong>de</strong>ste trabalho aplicações <strong>de</strong> controle automático para<br />

compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo. Portanto, a seguir, <strong>uma</strong> pequena contextualização<br />

do assunto é apresentada ao leitor.<br />

25


Sabe-se que para processos que apresentam longos atrasos <strong>de</strong> tempo o <strong>de</strong>sempenho<br />

obtido com um controlador proporcional-integral-<strong>de</strong>rivativo (PID) é limitado. Para<br />

controlar com eficiência processos com esta característica é necessário utilizar<br />

controles preditivos [61].<br />

Uma das alternativas mais comuns para compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo é a técnica<br />

conhecida como Preditor <strong>de</strong> Smith [14]. O Preditor <strong>de</strong> Smith foi proposto por O. J. M.<br />

Smith [47] em 1957 e é conhecido como um controlador baseado no mo<strong>de</strong>lo do<br />

processo, ou seja, um controlador IMC [13].<br />

O Preditor foi originalmente concebido como um método para controlar sistemas SISO<br />

(Single Input Single Output) com tempo morto fixo [17]. Em pouco tempo foi estendido<br />

para sistemas multivariáveis e com múltiplos atrasos <strong>de</strong> tempo, como <strong>de</strong>scrito em [8] e<br />

[46]. Neste trabalho, será apresentada <strong>uma</strong> abordagem para controle <strong>de</strong> um sistema<br />

MISO (Multiple Input Single Output).<br />

Muitos pesquisadores focaram seus esforços no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> adaptações para<br />

melhoria do Preditor <strong>de</strong> Smith, como resintonia <strong>de</strong> controlador PI para robustez [16],<br />

auto-sintonia adaptativa [62] [55] ou mudanças na própria estrutura original do Preditor<br />

[32].<br />

1.7.3 <strong>Controle</strong> <strong>de</strong> <strong>Correia</strong>s e Alimentadores<br />

Um transportador <strong>de</strong> correia industrial é um equipamento <strong>de</strong>senvolvido para transporte<br />

<strong>de</strong> materiais sólidos em <strong>uma</strong> taxa <strong>de</strong> vazão mássica constante, usualmente<br />

quilogramas ou toneladas por hora [21].<br />

A importância do controle automático do carregamento <strong>de</strong> correias para aplicações em<br />

mineração é <strong>de</strong>stacada em [30]. Segundo [30] e [54], a redução das oscilações na<br />

26


taxa <strong>de</strong> carregamento das correias a partir da utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> controle<br />

automático po<strong>de</strong> resultar em ganhos substanciais <strong>de</strong> energia elétrica, redução <strong>de</strong><br />

gastos com manutenção e conseqüente ganho <strong>de</strong> capital. [37] e [15] <strong>de</strong>stacam que o<br />

custo com eletricida<strong>de</strong> representa <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> parte dos custos operacionais<br />

relacionados a <strong>uma</strong> correia, chegando até a 40%.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista do controle ótimo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da correia, diversas estratégias são<br />

<strong>de</strong>stacadas como: controle realimentado <strong>de</strong> torque do motor [29], controle baseado em<br />

mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> consumo energético [15] e controle Fuzzy baseado em não<br />

linearida<strong>de</strong>s do motor [65].<br />

O <strong>Controle</strong> voltado para a manutenção <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> vazão mássica constante na<br />

presença <strong>de</strong> alimentadores industriais é <strong>de</strong>stacado a seguir.<br />

1.7.4 <strong>Controle</strong> Automático <strong>de</strong> vazão mássica <strong>de</strong> correia<br />

Como já citado anteriormente, o controle <strong>de</strong> vazão mássica <strong>de</strong> <strong>uma</strong> correia po<strong>de</strong><br />

representar ganhos substanciais, tanto energéticos quanto <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. O<br />

controle <strong>de</strong> transportadores <strong>de</strong> correia também será abordado neste trabalho.<br />

Zhao & Collins <strong>de</strong>stacam em [66] a aplicação do controle <strong>de</strong> <strong>uma</strong> correia industrial<br />

para manutenção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> taxa constante <strong>de</strong> alimentação. São apresentados<br />

controladores não-baseados em mo<strong>de</strong>lo do processo, com utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />

controle adaptativo auto-sintonizante e controle Fuzzy para sintonia automática <strong>de</strong><br />

controladores PI.<br />

Viana & Pantoja relatam em [53] a realização <strong>de</strong> um controle regulatório <strong>de</strong> vazão<br />

mássica <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>senvolvido no Complexo Minerador <strong>de</strong> Carajás. A<br />

solução utilizada baseou-se em um controlador PI aplicado em retroalimentação<br />

27


convencional para um sistema composto por um alimentador <strong>de</strong> minério, <strong>uma</strong> correia<br />

transportadora e <strong>uma</strong> balança instalada ao final <strong>de</strong>sta correia. Logo o controle foi<br />

efetuado na presença <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> transporte. A implantação física do sistema <strong>de</strong><br />

controle apresentou melhoras consi<strong>de</strong>ráveis em relação à operação manual.<br />

D. Sbarbaro et. al. compara em [18] a utilização <strong>de</strong> um controlador PID convencional e<br />

um PI implementado com a técnica do Preditor <strong>de</strong> Smith para o controle <strong>de</strong> vazão <strong>de</strong><br />

minério na entrada <strong>de</strong> um moinho semi-autógeno. O processo consistia em 3<br />

alimentadores para <strong>uma</strong> pilha única <strong>de</strong> minério, <strong>uma</strong> correia transportadora e <strong>uma</strong><br />

balança dinâmica instalada ao final <strong>de</strong>sta correia. Este processo foi mo<strong>de</strong>lado como<br />

um sistema MISO, na presença <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo. Diversas simulações foram<br />

efetuadas, mas em todas elas o <strong>de</strong>sempenho apresentado pelo controlador avançado<br />

foi superior ao do controlador convencional.<br />

Mello apresenta em [25] a realização <strong>de</strong> um projeto no antigo complexo MBR, na<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mutuca. Foi realizado um estudo <strong>de</strong> correlação entre a corrente <strong>de</strong><br />

acionamento das correias e a carga transportada pela mesma. Com base neste<br />

levantamento, são sugeridas estratégias para controle automático <strong>de</strong> vazão mássica<br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> correia.<br />

28


2 Descrição da Planta<br />

Com o intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar possíveis melhorias no processo <strong>de</strong> britagem realizado na<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CMT, as três ITMs <strong>de</strong> britagem (B1, B2 e B3) foram avaliadas como parte<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste trabalho. Vale ressaltar que um dos objetivos <strong>de</strong>sse projeto é<br />

<strong>de</strong>finir <strong>de</strong>ntre os problemas i<strong>de</strong>ntificados aquele que será alvo <strong>de</strong> estudo e<br />

implementação <strong>de</strong> novas estratégias <strong>de</strong> controle.<br />

Toda a <strong>de</strong>scrição apresentada neste capítulo foi baseada em levantamentos <strong>de</strong> campo<br />

realizados com as Equipes <strong>de</strong> Operação e Manutenção da unida<strong>de</strong> e com os<br />

operadores da sala <strong>de</strong> controle. Foram necessárias várias visitas à empresa para<br />

compreensão do funcionamento dos equipamentos e das lógicas <strong>de</strong> operação<br />

adotadas para o processo.<br />

2.1 ITM-B1<br />

O processo <strong>de</strong> britagem na ITM-B1 é iniciado com o carregamento do silo (moega)<br />

210-MG-01 com minério oriundo da lavra da mina <strong>de</strong> CMT. Esse material oriundo da<br />

mina (ROM – run of mine) é <strong>de</strong>spejado com o auxílio <strong>de</strong> caminhões. Através <strong>de</strong> um<br />

alimentador <strong>de</strong> sapatas [43] com velocida<strong>de</strong> controlável, 210-AL-01, o minério é<br />

utilizado para alimentar a grelha vibratória 210-GR-01. Nessa grelha, o material não<br />

passante (over) é britado no britador <strong>de</strong> mandíbulas 210-BR-01, e o material britado<br />

juntamente com o un<strong>de</strong>r da grelha é <strong>de</strong>positado na correia 210-TC-01, que envia o<br />

material britado diretamente para a 210-TC-02. A Figura 2.1 <strong>de</strong>staca apenas a parte<br />

do supervisório referente à ITM-B1.<br />

29


Figura 2.1– Adaptação do Supervisório da ITM – B1 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]<br />

Apesar <strong>de</strong> esta figura <strong>de</strong>stacar que o material britado passará por outro conjunto<br />

Grelha-Britador (GR-02 e BR-02), esta etapa não ocorre mais no processo. Segundo a<br />

Equipe <strong>de</strong> Operação <strong>de</strong> CMT, até dois anos atrás esta britagem secundária era<br />

realizada na ITM-B1. Entretanto, <strong>de</strong>vido às diversas paradas ocasionadas por<br />

problemas mecânicos com este britador, as Equipes <strong>de</strong> Manutenção e Operação<br />

optaram conjuntamente pela remoção <strong>de</strong>sta etapa do processo.<br />

30


O material <strong>de</strong>positado na correia 210-TC-02 é responsável pela alimentação das<br />

peneiras 210-PE-01 e 210-PE-02, que funcionam em paralelo. O material peneirado<br />

com granulometria acima do <strong>de</strong>sejado é <strong>de</strong>slocado pela vibração da peneira e sua<br />

própria inclinação, e através da 210-TC-03 é levado até um circuito <strong>de</strong> recirculação.<br />

Este circuito <strong>de</strong>posita o material recirculado nos silos 210-SL-01 e 210-SL-02, que<br />

atuam como buffers para as <strong>de</strong>mais etapas do processo. Acoplados a esses silos<br />

estão os alimentadores 210-AL-02 e 210-AL-03 que são controlados para alimentar os<br />

britadores 210-BR-03 e 210-BR-04 respectivamente. Ambos são britadores<br />

secundários cônicos, funcionam também em paralelo e <strong>de</strong>spejam seu material britado<br />

novamente na correia 210-TC-02 para serem reenviados ao peneiramento.<br />

O un<strong>de</strong>r da peneira já é o pré-produto da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato, e será<br />

empilhado no pátio pela empilha<strong>de</strong>ira 210-EM-01.<br />

Durante o beneficiamento na ITM-B1 o operador da sala <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>dica boa parte<br />

<strong>de</strong> sua atenção aos valores <strong>de</strong> potência do britador primário 210-BR-01 e da grelha<br />

210-GR-01. É muito importante que seja i<strong>de</strong>ntificado a tempo situações que possam<br />

causar sobrecarga ou queima <strong>de</strong> equipamento. Atualmente existe <strong>uma</strong> lógica <strong>de</strong><br />

intertravamento entre o alimentador 210-AL-01 e o britador primário, <strong>de</strong> maneira que<br />

sempre que for excedida a corrente nominal do britador a respectiva alimentação será<br />

cortada. Apesar <strong>de</strong> essa mesma lógica existir para a grelha 210-GR-01, o operador<br />

precisa focar sua atenção na entrada <strong>de</strong> matacos (pedaços gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> minério) que<br />

po<strong>de</strong>m obstruir a passagem da grelha. Se o operador não i<strong>de</strong>ntificar a presença do<br />

mataco no momento em que for <strong>de</strong>spejado, o mesmo po<strong>de</strong>rá ser encoberto com a<br />

continuida<strong>de</strong> da alimentação <strong>de</strong> minério e ocasionará aumento do nível das grelhas e<br />

da corrente <strong>de</strong> operação. Nesta situação, torna-se necessário realizar <strong>uma</strong> parada no<br />

processo para permitir a retirada ou quebra do mataco preso no equipamento. Esse<br />

tipo <strong>de</strong> procedimento ocorre em média <strong>uma</strong> vez a cada três dias, e exige parada por<br />

31


10 a 20 minutos. Se o mataco for <strong>de</strong> hematita, o tempo para quebra po<strong>de</strong> chegar ao<br />

dobro do normal [12].<br />

Por isso, ao se <strong>de</strong>tectar <strong>uma</strong> tendência <strong>de</strong> crescimento acelerado <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong>stes<br />

equipamentos o operador atua reduzindo manualmente a taxa <strong>de</strong> alimentação.<br />

Outra causa <strong>de</strong> aumento in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> corrente é a queda <strong>de</strong> material in<strong>de</strong>sejado, como<br />

sucatas ou mesmo partes <strong>de</strong> equipamentos da usina, que apesar <strong>de</strong> passarem pela<br />

grelha exigirão esforço excessivo do britador <strong>de</strong> mandíbulas.<br />

Estas perturbações dificultam o controle do processo, e como <strong>de</strong>stacado, apenas<br />

intertravar os equipamentos nem sempre é suficiente para impedir agravamento do<br />

problema (caso dos matacos).<br />

2.2 ITM-B2<br />

O processo <strong>de</strong> britagem na ITM-B2 ocorre com material vindo da mina <strong>de</strong> Tamanduá –<br />

TAM, que possui <strong>uma</strong> unida<strong>de</strong> móvel <strong>de</strong> britagem primária localizada na própria mina.<br />

Dessa maneira, o circuito <strong>de</strong> britagem na ITM-B2 possui apenas etapa secundária <strong>de</strong><br />

britagem. O material britado em TAM é acumulado em duas pilhas pulmão, localizadas<br />

em CMT, e utilizado para alimentar a ITM-B2 através dos alimentadores 210-AL-06 e<br />

210-AL-07, ambos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> controlável. Esse minério já apresenta <strong>uma</strong><br />

granulometria reduzida, o que possibilita o transporte até ITM-B2 através da correia<br />

210-TC-13.A Figura 2.2 apresentada a seguir mostra parte do supervisório referente à<br />

ITM-B2<br />

32


Figura 2.2 – Adaptação do Supervisório da ITM – B2 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]<br />

Esta figura <strong>de</strong>monstra como o beneficiamento realizado em B2 é similar ao <strong>de</strong> B1.<br />

Pelo fluxo do processo po<strong>de</strong>-se perceber que o material que chega à ITM-B2 é<br />

enviado diretamente para o peneiramento através da correia 210-TC-07. Assim como<br />

na ITM-B1, existem dois britadores cônicos e duas peneiras operando em paralelo,<br />

33


além do circuito <strong>de</strong> recirculação para o over das peneiras <strong>de</strong>positado nos silos 210-SL-<br />

03 e 210-SL-04 através da 210-TC-09. O un<strong>de</strong>r das peneiras já é o pré-produto, sendo<br />

empilhado no pátio pela empilha<strong>de</strong>ira 210-EM-02.<br />

Existem alg<strong>uma</strong>s lógicas <strong>de</strong> intertravamento comuns para B1 e B2. O nível dos silos<br />

apresenta um controle lógico que visa evitar níveis acima <strong>de</strong> 75% ou abaixo <strong>de</strong> 25%.<br />

Se ambos os silos estiverem acima <strong>de</strong> 75%, a correia responsável pelo circuito <strong>de</strong><br />

recirculação é <strong>de</strong>sligada. Conforme informado pelos próprios operadores da sala <strong>de</strong><br />

controle, a lógica <strong>de</strong> intertravamento para nível baixo dos silos existe mais está<br />

<strong>de</strong>sabilitada. Com isso, os silos po<strong>de</strong>m chegar a esvaziar e os alimentadores e os<br />

britadores secundários irão operar a vazio. Os operadores ainda informaram que a<br />

Equipe <strong>de</strong> Manutenção afirmou que a lógica <strong>de</strong> nível baixo não <strong>de</strong>ve ser utilizada <strong>uma</strong><br />

vez que o nível <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> das ITMs não po<strong>de</strong> cair a ponto <strong>de</strong> esvaziar<br />

completamente os silos.<br />

Não existe intertravamento para evitar níveis muito altos <strong>de</strong> corrente das peneiras,<br />

tanto em B1 quanto em B2. Assim, o operador da sala <strong>de</strong> controle trabalha<br />

monitorando constantemente esses níveis <strong>de</strong> corrente e atua variando a velocida<strong>de</strong><br />

dos alimentadores acoplados nos silos. Eventualmente o operador realiza um controle<br />

ON/OFF dos alimentadores das peneiras e da correia responsável pela recirculação. O<br />

ato <strong>de</strong> ligar e <strong>de</strong>sligar estes equipamentos, mesmo que por um intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong><br />

poucos segundos, já provoca a redução <strong>de</strong>sejada <strong>de</strong> carga sobre as peneiras.<br />

Alg<strong>uma</strong>s situações adversas comprometem bastante o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> todo o<br />

processo. Tanto a granulometria quanto a umida<strong>de</strong> do material britado são variáveis<br />

que não são medidas, mas influenciam muito nas condições operacionais. Em período<br />

<strong>de</strong> chuva a eficiência do peneiramento diminui muito <strong>de</strong>vido a um aumento excessivo<br />

da recirculação <strong>de</strong> finos. Era esperado que o fino fosse produto do un<strong>de</strong>r das peneiras,<br />

mas o aumento da umida<strong>de</strong> atrapalha a passagem <strong>de</strong>sse material que em alguns<br />

34


casos torna-se lamacento. Nesta situação, o operador reduz o setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />

dos alimentadores da unida<strong>de</strong> e opera com menor produtivida<strong>de</strong>.<br />

Outra situação adversa ocorre quando o material recebido <strong>de</strong> TAM chega muito<br />

granulado (alta granulometria) e causa variações in<strong>de</strong>sejadas no nível dos silos. Para<br />

evitar que essas oscilações causem parada por nível muito alto o operador também<br />

reduz as taxas <strong>de</strong> alimentação. Em alguns casos, é solicitado aos responsáveis pela<br />

alimentação primária das ITMs que seja realizada <strong>uma</strong> mistura (blending) nos<br />

caminhões com outras pilhas do pátio da mina que por ventura estejam menos<br />

granuladas, tentando amenizar os efeitos mencionados da alta granulometria.<br />

2.3 ITM-B3<br />

A britagem na ITM-B3 é utilizada como suporte para casos em que as <strong>de</strong>mais<br />

unida<strong>de</strong>s (B1 e B2) não suportem manter os níveis <strong>de</strong>sejados <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Segundo a Equipe <strong>de</strong> Operação, tipicamente em situações que o ROM fornecido pela<br />

mina <strong>de</strong> CMT está extremamente granulado, faz-se necessário o uso <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong><br />

para conseguir operar sem reduzir muito os setpoints da planta.<br />

A Figura 2.3 <strong>de</strong>staca a parte do supervisório referente à ITM-B3<br />

35


Figura 2.3 – Adaptação do Supervisório da ITM – B3 [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber, como apresentado nesta figura, que o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> do<br />

processo em B3 é inferior à B1 e B2. O circuito <strong>de</strong> britagem <strong>de</strong>sta ITM é composto<br />

apenas pelo britador cônico 210-BR-07 e pela peneira 210-PE-05. A alimentação <strong>de</strong><br />

B3 é oriunda das pilhas pulmão <strong>de</strong> TAM, sendo <strong>de</strong>positada diretamente na correia<br />

210-TC-16 que alimenta a peneira. Assim como nas outras ITMS, o un<strong>de</strong>r da peneira é<br />

empilhado no pátio e o over é rebritado ao passar pelo circuito <strong>de</strong> recirculação.<br />

A Figura 2.4 apresenta <strong>uma</strong> visão completa das ITMs <strong>de</strong> CMT, através <strong>de</strong> um<br />

printscreen da tela do supervisório utilizado para monitoramento <strong>de</strong> todo o processo.<br />

36


Figura 2.4 – Supervisório das ITMs <strong>de</strong> Capitão do Mato [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]<br />

37


2.4 Transportadores <strong>de</strong> <strong>Correia</strong> – CMT VGR<br />

O material empilhado no pátio pelas empilha<strong>de</strong>iras 210-EM-01 e 210-EM-02 é o<br />

produto da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato. Esse material <strong>de</strong>ve ser entregue à próxima<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> benificiamento, chamada Vargem Gran<strong>de</strong> – VGR.<br />

Conforme <strong>de</strong>stacado na Figura 2.5, existe um sistema supervisório <strong>de</strong>dicado para<br />

monitoramento da ativida<strong>de</strong> dos TCLDs <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> VGR.<br />

Figura 2.5 – Supervisório das TCLDs <strong>de</strong> CMT VGR [Fonte: Sala <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> CMT]<br />

38


A entrega do minério britado à VGR é realizada através do uso <strong>de</strong> um TCLD,<br />

composto por três correias em série (220-TC-01, 220-TC-02, 220-TC-03). O<br />

carregamento do TCLD é feito a partir do controle <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro<br />

alimentadores <strong>de</strong> sapata [43] (220-AL-01, 220-AL-02, 220-AL-03 e 220-AL-04)<br />

dispostos ao longo da 220-TC-01, <strong>de</strong>stacados na parte superior central da Figura 2.5.<br />

O acionamento <strong>de</strong>stes alimentadores é realizado a partir <strong>de</strong> um inversor <strong>de</strong> freqüência.<br />

Cada alimentador encontra-se abaixo <strong>de</strong> <strong>uma</strong> das quatro pilhas formadas pelas<br />

empilha<strong>de</strong>iras das ITMs.<br />

Apesar <strong>de</strong> existir um sistema <strong>de</strong> supervisão dos TCLDs, não existe controle<br />

automático <strong>de</strong> alimentação ou vazão das correias, o que exige <strong>uma</strong> operação manual<br />

e dispendiosa por parte do operador da sala <strong>de</strong> controle.<br />

O operador tem como objetivo manter a taxa <strong>de</strong> vazão mássica próxima da vazão<br />

nominal <strong>de</strong> 3800 t/h. Para tanto, varia o setpoint (SP) <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos alimentadores<br />

da 220-TC-01 com base em <strong>uma</strong> lógica <strong>de</strong>senvolvida com a própria prática <strong>de</strong>sse<br />

controle: para garantir que o SP esteja em um nível a<strong>de</strong>quado o operador verifica se o<br />

somatório do SP <strong>de</strong> todos os alimentadores em funcionamento é próximo <strong>de</strong> 100%.<br />

Desta maneira assegura-se que a taxa <strong>de</strong> vazão estará próxima do esperado e que o<br />

limite <strong>de</strong> carga suportado pelas TCLDs estará sendo respeitado [12].<br />

Para segurança dos equipamentos envolvidos existem lógicas <strong>de</strong> intertravamento que<br />

evitam sobrecarga por excesso <strong>de</strong> peso nas correias. Os SPs dos alimentadores são<br />

reduzidos automaticamente caso a taxa <strong>de</strong> vazão mássica ultrapasse 4050 t/h por<br />

mais <strong>de</strong> 10 segundos. Caso esta taxa supere 4200 t/h todos os alimentadores são<br />

interrompidos por aproximadamente 10 segundos. Após esse tempo é necessário que<br />

o operador autorize a nova partida.<br />

39


2.5 Definição do problema alvo<br />

Dentre todas as etapas do processo <strong>de</strong> britagem realizadas na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CMT,<br />

<strong>de</strong>finiu-se como alvo principal para estudo neste projeto a solução do problema <strong>de</strong><br />

controle da taxa <strong>de</strong> vazão mássica <strong>de</strong> minério da 220-TC-01.<br />

Esta escolha baseou-se nas perspectivas <strong>de</strong> melhora i<strong>de</strong>ntificadas para este<br />

problema, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacam-se:<br />

O processo requer supervisão e intervenção constante do operador;<br />

O controle é totalmente manual;<br />

A variabilida<strong>de</strong> na taxa <strong>de</strong> vazão mássica da correia é consi<strong>de</strong>rável;<br />

A vazão mássica abaixo do nominal afeta diretamente a produção em VGR.<br />

Desta maneira, acredita-se que a implantação <strong>de</strong> um controle automático po<strong>de</strong><br />

representar ganhos operacionais, com a melhora das condições <strong>de</strong> controle do<br />

processo, e <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> (direto e indireto). Ganhos diretos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser alcançados <strong>uma</strong> vez que o controle contínuo e bem sintonizado do<br />

processo po<strong>de</strong>rá permitir operar o sistema mais perto dos limites nominais dos<br />

equipamentos, a partir da redução consi<strong>de</strong>rável da variabilida<strong>de</strong> da taxa <strong>de</strong> vazão<br />

mássica. Já os ganhos indiretos po<strong>de</strong>m ser alcançados com um possível aumento da<br />

disponibilida<strong>de</strong> do operador da sala <strong>de</strong> controle para monitorar outras etapas do<br />

processo.<br />

Além <strong>de</strong>stas justificativas apresentadas, a Equipe <strong>de</strong> Operação manifestou, durante o<br />

levantamento <strong>de</strong> campo, um interesse especial pela melhora nas condições<br />

operacionais <strong>de</strong>ste processo [12].<br />

40


2.6 Descrição <strong>de</strong>talhada do processo<br />

O processo <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> minério britado para VGR apresenta diversas nuanças<br />

que dificultam o controle manual do operador. O principal <strong>de</strong>safio para o operador é<br />

conseguir reduzir ou eliminar flutuações na taxa <strong>de</strong> vazão mássica da 220-TC-01<br />

atuando no SP <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos alimentadores e predizendo o efeito <strong>de</strong> suas<br />

atuações algum tempo à frente.<br />

Esta predição se faz necessária <strong>uma</strong> vez que a medição da taxa <strong>de</strong> vazão mássica só<br />

ocorre no extremo final da 220-TC-01. Tal medição é feita através <strong>de</strong> <strong>uma</strong> balança <strong>de</strong><br />

correias transportadoras que utiliza células <strong>de</strong> carga sob um conjunto <strong>de</strong> roletes e<br />

medidores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da correia.<br />

Assim, o efeito dos comandos do operador apresenta um atraso <strong>de</strong> tempo específico<br />

para cada alimentador e que dificulta o controle manual. O diagrama abaixo, fornecido<br />

pela própria Equipe <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> CMT, <strong>de</strong>staca a posição dos alimentadores em<br />

relação à balança dinâmica da 220-TC-01<br />

Figura 2.6 – Diagrama esquemático da 220-TC-01<br />

41


Pela Figura 2.6 po<strong>de</strong>-se perceber que o pior caso <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo ocorre quando o<br />

operador atua sobre o alimentar 220-AL-01, que por estar a <strong>uma</strong> distância <strong>de</strong><br />

aproximadamente 195 metros da balança, consi<strong>de</strong>rando <strong>uma</strong> velocida<strong>de</strong> média da<br />

correia <strong>de</strong> 3,81 m/s, irá apresentar cerca <strong>de</strong> 51 segundos <strong>de</strong> tempo morto. Este atraso<br />

dificulta o ajuste i<strong>de</strong>al da taxa <strong>de</strong> vazão mássica e exige atenção constante do<br />

operador da sala <strong>de</strong> controle.<br />

Com base nos dados <strong>de</strong>ste diagrama esquemático, <strong>uma</strong> estimativa <strong>de</strong> tempo morto<br />

para cada alimentador é apresentada na Tabela 2.1. Mesmo para o AL-04,<br />

alimentador mais próximo da balança, estimou-se um atraso <strong>de</strong> aproximadamente 16<br />

segundos, que é significativo para as intervenções manuais.<br />

Tabela 2.1 – Estimativas <strong>de</strong> tempo morto entre os alimentadores e a balança<br />

Alimentador 01 02 03 04<br />

Tempo Morto 51,19s 42,39s 25,07s 16,27s<br />

Outra situação <strong>de</strong>sfavorável para o controle <strong>de</strong>sse processo está relacionada às<br />

condições <strong>de</strong> formação das pilhas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro. Enquanto a pilha utilizada na<br />

alimentação estiver com minério suficiente, um formato <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> será apresentado<br />

e não haverá maiores complicações na alimentação. Entretanto, à medida que o nível<br />

<strong>de</strong>sta pilha vai sendo reduzido aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a pilha apresentar um<br />

formato <strong>de</strong> cone invertido e causar <strong>uma</strong> queda na taxa <strong>de</strong> alimentação.<br />

A formação <strong>de</strong> cone invertido não é facilmente monitorada pelo operador. Não existe<br />

nenh<strong>uma</strong> medição direta do nível das pilhas, o que exige <strong>uma</strong> inferência a partir das<br />

imagens das câmeras que monitoram o pátio. Como esse procedimento <strong>de</strong> inferência<br />

é duvidoso (não é possível afirmar a condição exata da pilha), sempre que a taxa <strong>de</strong><br />

42


entrada <strong>de</strong> minério nas pilhas se mostra significativamente inferior à taxa <strong>de</strong> saída, o<br />

operador reduz o SP <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos alimentadores e solicita auxílio <strong>de</strong> tratores.<br />

Com a entrada em operação dos tratores, o operador é obrigado a <strong>de</strong>sviar a<br />

empilha<strong>de</strong>ira para a pilha adjacente para reduzir os riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte. Após garantir<br />

que a pilha adquiriu novamente a formação a<strong>de</strong>quada (pirâmi<strong>de</strong>), os tratores são<br />

retirados, a empilha<strong>de</strong>ira é retornada para a posição anterior e o SP <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos<br />

alimentadores é reajustado.<br />

As pilhas variam <strong>de</strong> tamanho, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da taxa <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> CMT,<br />

ocorrendo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as duas pilhas referentes a <strong>uma</strong> empilha<strong>de</strong>ira se<br />

tornarem <strong>uma</strong> única pilha maior, embora seja muito rara a ocorrência <strong>de</strong>ste fato.<br />

Outros fatores que po<strong>de</strong>m perturbar a vazão dos alimentadores são a granulometria<br />

do minério e a umida<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong> ocasionar aglomeração do minério britado.<br />

Os operadores <strong>de</strong> VGR po<strong>de</strong>m solicitar para CMT as características preferenciais do<br />

minério que <strong>de</strong>ve ser enviado pelo TCLD, geralmente em relação à sua granulometria.<br />

O operador <strong>de</strong> CMT <strong>de</strong>ve observar, <strong>de</strong>ntre as pilhas disponíveis, qual proporção <strong>de</strong><br />

mistura aten<strong>de</strong> à requisição <strong>de</strong> VGR e habilitar os respectivos alimentadores. Esta<br />

diferença granulométrica entre as pilhas ocorre principalmente pelo fato <strong>de</strong> duas pilhas<br />

serem oriundas do beneficiamento da ITM-B1 e as outras duas oriundas da ITM-B2.<br />

Além disso, existe <strong>uma</strong> segregação natural do minério <strong>de</strong>ntro da pilha que po<strong>de</strong><br />

também influenciar no blending <strong>de</strong>sejado.<br />

O ponto <strong>de</strong> início do TCLD (em CMT) está a <strong>uma</strong> altitu<strong>de</strong> maior do que o ponto <strong>de</strong><br />

término (em VGR). Sendo assim, é necessário freá-lo ao invés <strong>de</strong> acelerá-lo ao longo<br />

do trajeto percorrido. O TCLD é regenerativo, ou seja, ao freá-lo é gerada energia<br />

elétrica, que é utilizada para alimentar equipamentos e instrumentos da planta. Desta<br />

maneira, objetiva-se <strong>uma</strong> operação perto do carregamento máximo da correia, sem<br />

43


ocorrências <strong>de</strong> sobrecargas, para maximizar tanto o processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> quanto para o fornecimento <strong>de</strong> matéria prima para VGR.<br />

2.7 Proposta <strong>de</strong> melhoria<br />

Atualmente o controle da alimentação da 220-TC-01 é realizado totalmente <strong>de</strong> forma<br />

manual. Sendo assim, foi proposto para este processo um projeto que possibilite o<br />

controle automático visando o aumento do tempo <strong>de</strong> operação do TCLD em sua taxa<br />

<strong>de</strong> vazão nominal (perto da capacida<strong>de</strong> máxima).<br />

Com as modificações a serem implantadas o operador <strong>de</strong>verá ser capaz <strong>de</strong> operar o<br />

processo em manual, automático ou <strong>uma</strong> condição mista das duas situações (alguns<br />

alimentadores em automático e outros em manual). Deve ainda po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>finir<br />

parâmetros <strong>de</strong> controle que permitam regular a proporção <strong>de</strong> mistura do minério <strong>de</strong><br />

cada <strong>uma</strong> das pilhas formadas no pátio para que um blend específico possa ser<br />

alcançado. Caberá ainda ao operador <strong>de</strong>cidir quais alimentadores serão operados em<br />

cada instante, bem como a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> todos aqueles alimentadores<br />

que estiverem operando em modo manual.<br />

Por limitações <strong>de</strong> orçamento e tempo para aquisição <strong>de</strong> novos equipamentos, foi<br />

<strong>de</strong>scartada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> outras balanças ou qualquer outro dispositivo<br />

que pu<strong>de</strong>sse agregar mais flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle para o processo.<br />

Entretanto, esta proposta não inviabiliza a utilização <strong>de</strong> mais <strong>uma</strong> balança. Caso seja<br />

<strong>de</strong> interesse da Vale efetuar a compra <strong>de</strong> mais um equipamento em outra ocasião,<br />

<strong>uma</strong> adaptação simples permitiria que a mesma lógica fosse aplicada ao sistema. O<br />

problema do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> controle continuaria sendo o mesmo, com um fator<br />

facilitador que seria dividir a medição dos ALs entre as duas etapas <strong>de</strong> medição, o que<br />

44


causaria redução da distância mínima alimentador-balança e conseqüente redução <strong>de</strong><br />

tempo morto.<br />

O <strong>de</strong>talhamento das estratégias <strong>de</strong> controle adotadas e outras consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong><br />

implementação da solução proposta serão <strong>de</strong>scritos nos capítulos a seguir.<br />

45


3 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e I<strong>de</strong>ntificação do processo<br />

3.1 Representação <strong>de</strong> Sistemas Lineares<br />

<strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> matemática é a área do conhecimento que estuda maneiras <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver e implementar mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong> sistemas reais. Um mo<strong>de</strong>lo<br />

matemático <strong>de</strong> um sistema é consi<strong>de</strong>rado um análogo representativo <strong>de</strong> tal sistema.<br />

Há diversas maneiras <strong>de</strong> representar o mesmo mo<strong>de</strong>lo matemático, ou seja, há várias<br />

formas em que as equações que <strong>de</strong>screvem o comportamento do sistema po<strong>de</strong>m ser<br />

escritas [34].<br />

Os mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> várias formas: estáticos e dinâmicos, discretos<br />

e contínuos, lineares e não lineares, autônomos e não autônomos, monovariáveis e<br />

multivariáveis, <strong>de</strong>terminísticos e estocásticos, <strong>de</strong>ntre outros [35]. Para o presente<br />

trabalho será adota representação linear, baseada em Funções <strong>de</strong> Transferência.<br />

3.2 Funções <strong>de</strong> Transferência<br />

Funções <strong>de</strong> transferência são funções que mo<strong>de</strong>lam o comportamento dinâmico <strong>de</strong><br />

um sistema invariante no tempo. Esta representação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da entrada ou função<br />

<strong>de</strong> excitação, e é <strong>de</strong>finida a partir <strong>de</strong> condições iniciais nulas.<br />

A função <strong>de</strong> transferência (FT) <strong>de</strong> um sistema é, por <strong>de</strong>finição, a transformada <strong>de</strong><br />

Laplace da sua resposta ao impulso. Para sinais <strong>de</strong> entrada com espectro <strong>de</strong><br />

freqüência suficientemente amplo, <strong>uma</strong> estimativa da função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> um<br />

46


sistema po<strong>de</strong> ser obtida dividindo-se a transformada <strong>de</strong> Laplace da saída pela<br />

transformada <strong>de</strong> Laplace da entrada. Assim, funções <strong>de</strong> transferência são<br />

normalmente representadas como a razão <strong>de</strong> dois polinômios em s [34]. Para<br />

representação <strong>de</strong> sistemas com atraso <strong>de</strong> tempo, usa-se estabelecer aproximações<br />

por Padé [26] ou Série <strong>de</strong> Taylor para possibilitar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>uma</strong> função <strong>de</strong><br />

transferência.<br />

3.3 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> <strong>de</strong> sistemas<br />

Segundo Kusters e Van Ditzhuijzen [2], a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sistemas consiste<br />

basicamente nas seguintes etapas:<br />

a) Realizar experimentos e coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> entrada e saída do processo a<br />

ser i<strong>de</strong>ntificado;<br />

b) Examinar os dados, tratá-los e eliminar possíveis medições inconsistentes.<br />

Caso necessário, aplicar algum filtro;<br />

c) Escolher <strong>uma</strong> estrutura para o mo<strong>de</strong>lo;<br />

d) Realizar um procedimento para estimação dos parâmetros e minimizar o<br />

erro <strong>de</strong> estimação;<br />

e) Validar o mo<strong>de</strong>lo obtido com sinais <strong>de</strong> entrada diferentes daqueles utilizados<br />

durante o procedimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem do sistema.<br />

Finalizados estes procedimentos, caso o mo<strong>de</strong>lo represente o processo com a<br />

precisão <strong>de</strong>sejada, dá-se por encerrada a i<strong>de</strong>ntificação. Em caso contrário, <strong>de</strong>ve-se<br />

retornar a <strong>uma</strong> das etapas, a fim <strong>de</strong> se melhorar a precisão do mo<strong>de</strong>lo.<br />

47


Caso possam ser obtidas respostas ao <strong>de</strong>grau, sem influência significativa <strong>de</strong><br />

perturbações ou ruído, a i<strong>de</strong>ntificação po<strong>de</strong> ser realizada com a aplicação <strong>de</strong> métodos<br />

como o método da resposta complementar [22]. Este método é consi<strong>de</strong>rado um<br />

método <strong>de</strong>terminístico, <strong>uma</strong> vez que não consi<strong>de</strong>ra nenhum tratamento especial ao<br />

ruído presente nos dados, ainda que aceite o fato <strong>de</strong> que os dados estejam<br />

contaminados. Logo, os métodos <strong>de</strong>terminísticos são pouco imunes a ruído e só<br />

apresentam bons resultados quando a relação sinal/ruído é suficientemente alta [34].<br />

Caso haja influência consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> ruído, po<strong>de</strong>m-se aplicar métodos não-<br />

<strong>de</strong>terminísticos que reduzam o efeito do ruído e não exijam excitações padronizadas<br />

(<strong>de</strong>grau, impulso, etc.) como, por exemplo, o Método dos Mínimos Quadrados,<br />

<strong>de</strong>scrito em [35].<br />

3.4 Coleta <strong>de</strong> Dados<br />

Para realizar os procedimentos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem e i<strong>de</strong>ntificação do sistema composto<br />

pela correia transportadora 220-TC-01 e os quatro alimentadores – 220-AL-01, 220-<br />

AL-02, 220-AL-03 e 220-AL-04 – será necessária <strong>uma</strong> coleta <strong>de</strong> dados do processo.<br />

Atualmente a Vale possui um sistema historiador <strong>de</strong> dados PIMS (Process Information<br />

Management System) implantado em gran<strong>de</strong> parte das unida<strong>de</strong>s da empresa. Apesar<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> sistema registrar dados históricos comprimidos e tipicamente com baixa<br />

freqüência amostragem, foi verificado que, durante um intervalo limitado <strong>de</strong> tempo,<br />

seria possível aumentar esta freqüência especificamente para realizar a mo<strong>de</strong>lagem<br />

[12]. Sendo assim, utilizar o sistema PIMS foi consi<strong>de</strong>rado a priori como a alternativa<br />

mais conveniente para realizar a coleta dos dados.<br />

48


Em CMT todas as ITMs possuem dados históricos armazenados no PIMS. Entretanto,<br />

todos os equipamentos que compõem o processo que será otimizado não possuem<br />

nenh<strong>uma</strong> TAG cadastrada no sistema historiador.<br />

Inicialmente, entrou-se em contato com a equipe responsável pela disciplina da<br />

Automação em CMT e solicitou-se a inclusão no PIMS das TAGs dos equipamentos<br />

<strong>de</strong>sejados. A Tabela 3.1 relaciona os dados solicitados:<br />

Tabela 3.1 – Lista <strong>de</strong> TAGs solicitadas<br />

Equipamento Variáveis Descrição<br />

210-EM-01 Vazão Empilha<strong>de</strong>ira 1 que forma as pilhas <strong>de</strong> minério que alimenta VGR<br />

210-EM-02 Vazão Empilha<strong>de</strong>ira 2 que forma as pilhas <strong>de</strong> minério que alimenta VGR<br />

220-TC-01<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

Vazão<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

<strong>Correia</strong> que transporta o minério para VGR<br />

220-AL-01 Potência<br />

Corrente<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

Alimentador 1 <strong>de</strong> minério da 220-TC-01<br />

220-AL-02 Potência<br />

Corrente<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

Alimentador 2 <strong>de</strong> minério da 220-TC-01<br />

220-AL-03 Potência<br />

Corrente<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

Alimentador 3 <strong>de</strong> minério da 220-TC-01<br />

220-AL-04 Potência<br />

Corrente<br />

Alimentador 4 <strong>de</strong> minério da 220-TC-01<br />

Entretanto, foi constatada inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> historiar no PIMS qualquer tipo <strong>de</strong><br />

informação oriunda do sistema do TCLD. Alg<strong>uma</strong>s limitações são apresentadas a<br />

seguir.<br />

49


3.4.1 Limitações do PIMS<br />

Apesar do PIMS já estar implantado na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CMT, a re<strong>de</strong> à qual o processo que<br />

alimentada VGR está interligado não é acessível pelo servidor do PIMS. A arquitetura<br />

utilizada realiza <strong>uma</strong> segmentação na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> automação, <strong>de</strong> forma que as ITMs ficam<br />

isoladas em <strong>uma</strong> re<strong>de</strong> específica e ligadas a um CLP e as TCLDs que alimentam VGR<br />

fazem parte <strong>de</strong> outra re<strong>de</strong> monitorada por outro CLP. A Figura 3.1 <strong>de</strong>staca a<br />

arquitetura do PIMS e representa a futura expansão do sistema para monitorar o<br />

TCLD.<br />

Figura 3.1 – Arquitetura do PIMS <strong>de</strong> CMT<br />

Os en<strong>de</strong>reços IP foram apenas parcialmente omitidos para que fosse possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar a segregação entre as re<strong>de</strong>s das ITMs e do TCLD. Na Figura 3.1, os CLPs<br />

das ITMs estão na re<strong>de</strong> 192.168.XXX.XXX e os do TCLD estão na 130.101.XXX.XXX.<br />

50


Apesar <strong>de</strong> existirem dois CLPs para o TCLD, os dados dos alimentadores e da correia<br />

220-TC-01 estão concentrados apenas no primeiro. O segundo CLP monitora as<br />

<strong>de</strong>mais correias do processo.<br />

Assim, como o servidor do PIMS não realiza comunicação com a re<strong>de</strong> do TCLD, foram<br />

propostas três alternativas distintas para solucionar o problema <strong>de</strong> aquisição dos<br />

dados:<br />

1 – Espelhamento <strong>de</strong> memória dos CLPs: Foi sugerido que fosse realizado<br />

um espelhamento dos en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> memória do CLP que monitora as TCLDs<br />

no CLP das ITMs. Apesar <strong>de</strong> estarem em re<strong>de</strong>s distintas, estes CLPs po<strong>de</strong>m<br />

se comunicar através <strong>de</strong> um roteador (Switch) que interliga ambas as re<strong>de</strong>s.<br />

Para tanto, é necessário reservar alguns en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> memória no CLP das<br />

ITMs on<strong>de</strong> possam ser escritos os dados <strong>de</strong>sejados do CLP do TCLD. O<br />

servidor do PIMS po<strong>de</strong>ria então realizar a leitura dos dados do processo a ser<br />

estudado a partir <strong>de</strong>ste en<strong>de</strong>reço que seria reservado. Esta sugestão, apesar<br />

<strong>de</strong> ser prática e <strong>de</strong> rápida implementação, foi rejeitada pela equipe <strong>de</strong><br />

manutenção que alegou não querer misturar em um mesmo CLP dados <strong>de</strong><br />

origens muito distintas do processo. Isto po<strong>de</strong>ria, segundo eles, dificultar os<br />

procedimentos <strong>de</strong> diagnóstico em casos <strong>de</strong> falha.<br />

2 – Interligação direta com Fibra Óptica: Tendo em vista a manifestação<br />

contrária à sugestão 1, foi proposta <strong>uma</strong> interligação direta do CLP das TCLDs<br />

com servidor do PIMS. Seria necessário para tanto provi<strong>de</strong>nciar um<br />

cabeamento óptico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a planta até um conversor eletro-óptico localizado na<br />

sala <strong>de</strong> engenharia. A partir <strong>de</strong>ste conversor um cabo STP seria lançado até o<br />

servidor do PIMS e se conectaria diretamente a <strong>uma</strong> placa <strong>de</strong> re<strong>de</strong> adicional<br />

instalada neste servidor especificamente para esta finalida<strong>de</strong>. Esta alternativa<br />

foi analisada e, apesar <strong>de</strong> existir extrema facilida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> da equipe<br />

51


<strong>de</strong> infraestrutura para realizar o lançamento dos cabos, constatou-se que não<br />

haveria conversor disponível para uso. Institui-se a utilização do padrão <strong>de</strong><br />

fibra monomodo, mas havia apenas sobressalentes <strong>de</strong> conversores multimodo.<br />

A compra <strong>de</strong> um conversor também foi <strong>de</strong>scartada.<br />

3 – Comunicação OPC com o CLP: As duas sugestões <strong>de</strong>scritas<br />

anteriormente visavam, além da coleta <strong>de</strong> dados, proporcionar <strong>uma</strong> solução<br />

permanente do problema <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> dados históricos do processo dos TCLDs.<br />

Uma vez que houve inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>stas duas soluções,<br />

<strong>uma</strong> alternativa paliativa foi adotada. Através <strong>de</strong> <strong>uma</strong> comunicação OPC os<br />

dados po<strong>de</strong>riam ser coletados diretamente do servidor OPC disponível. Esta<br />

opção não permite armazenar os dados por um período muito prolongado, mas<br />

seria suficiente para coletar as informações necessárias aos procedimentos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação e mo<strong>de</strong>lagem do sistema em estudo. Foi realizado o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>uma</strong> arquitetura <strong>de</strong> re<strong>de</strong> entre clientes e servidores OPC,<br />

conforme <strong>de</strong>talhado a seguir.<br />

3.4.2 Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>uma</strong> solução OPC<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta solução foi necessário um levantamento da estrutura <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong> e ativos disponíveis para uso. Os seguintes itens foram i<strong>de</strong>ntificados:<br />

CLP: Schnei<strong>de</strong>r – Modicon Quantum;<br />

OPC Server: OFS – OPC Factory Server v2.5;<br />

Supervisório: Intellution iFix 3.0;<br />

SW <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lógica para CLP: Concept v2.5.<br />

52


Apesar <strong>de</strong> o iFix possuir <strong>uma</strong> base <strong>de</strong> dados local, a empresa responsável pela<br />

implantação do supervisório restringiu o acesso a estes dados a partir da utilização <strong>de</strong><br />

um módulo adicional, que não foi adquirido [12]. Por isso, foi <strong>de</strong>scartada a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados pela base local do supervisório.<br />

Assim, o iFix foi utilizado apenas para coletar o nome das TAGs OPC cadastradas no<br />

supervisório para monitoramento do processo. Uma ferramenta <strong>de</strong>ste sistema,<br />

<strong>de</strong>stacada na Figura 3.2, permite também fazer <strong>uma</strong> correspondência entre as TAGs<br />

cadastradas e seus respectivos en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> memória no CLP <strong>de</strong> origem.<br />

Figura 3.2 – Detalhe do OPC Power Tool<br />

53


Para cada en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> memória obtido, <strong>uma</strong> verificação era realizada diretamente no<br />

Concept para atestar a consistência da informação. A partir <strong>de</strong>sta ferramenta foi<br />

possível confirmar se os en<strong>de</strong>reços que o supervisório utilizava para ler os dados e<br />

exibi-los aos usuários eram <strong>de</strong> fato os en<strong>de</strong>reços que <strong>de</strong>veriam ser lidos para coletar<br />

os dados <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem. A Figura 3.3 mostra o <strong>de</strong>talhe da verificação do en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong><br />

memória no qual é disponibilizada a vazão mássica, em toneladas por hora, da correia<br />

<strong>de</strong> interesse.<br />

Figura 3.3 – Detalhe do Concept<br />

Foi preciso i<strong>de</strong>ntificar os en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> memória do CLP, pois as TAGs estavam<br />

cadastradas apenas no supervisório e não no OPC Server. Isso significa que não seria<br />

possível utilizar apenas o nome das TAGs para ler os dados do OPC Server, sendo<br />

54


necessário, portanto, realizar a solicitação <strong>de</strong> leitura especificando diretamente cada<br />

en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> memória.<br />

De posse <strong>de</strong>sses en<strong>de</strong>reços, instalou-se <strong>uma</strong> versão <strong>de</strong> teste gratuita (Trial Version)<br />

<strong>de</strong> um servidor OPC diretamente na estação <strong>de</strong> engenharia (EE) on<strong>de</strong> o OFS [58] é<br />

utilizado. A instalação foi realizada na mesma máquina para evitar problemas <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong>vido a configurações <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> DCOM, fonte <strong>de</strong><br />

erro comum para esses tipos <strong>de</strong> aplicações [40], [64].<br />

O OPC Server instalado possui um plug-in com OPC DX [49] (Data Exchange), que<br />

permite comunicação horizontal entre diversos servidores OPC DA [49] (Data Access).<br />

Assim, com base nos en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> memória <strong>de</strong>sejados foi possível realizar <strong>uma</strong><br />

leitura dos dados <strong>de</strong> interesse no OFS.<br />

Para permitir historiar os dados por um período <strong>de</strong> tempo limitado, foi criada <strong>uma</strong><br />

estrutura <strong>de</strong> comunicação entre o servidor OPC e um banco <strong>de</strong> dados (BD) SQL [9].<br />

Utilizou-se um conector ODBC para o BD e um plug-in ODBC para o servidor OPC. A<br />

partir <strong>de</strong>sta estrutura, os dados historiados foram salvos <strong>de</strong> maneira organizada em<br />

<strong>uma</strong> tabela do banco <strong>de</strong> dados. A Figura 3.4 apresenta um esquema da solução<br />

<strong>de</strong>senvolvida:<br />

Figura 3.4 – Diagrama Representativo da solução OPC <strong>de</strong>senvolvida<br />

55


A partir <strong>de</strong>sta estrutura, os dados do processo foram armazenados no banco <strong>de</strong> dados<br />

e pu<strong>de</strong>ram ser exportados para tratamento e manipulação a<strong>de</strong>quada. Para facilitar a<br />

esta manipulação, utilizou-se um sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados (SGBD)<br />

gratuito (MySQL Tools – open source) [45]. A Figura 3.5 apresenta a tela do SGDB<br />

com os dados armazenados.<br />

Figura 3.5 – Detalhe do BD com os dados historiados<br />

Seria também possível efetuar <strong>uma</strong> comunicação mais simples com o OPC Server do<br />

CLP (o OFS) utilizando diretamente um cliente HDA (Historical Data Access).<br />

Entretanto, a maioria dos clientes gratuitos avaliados não permitia historiar <strong>uma</strong><br />

quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados. Já com a solução proposta, a integração com o banco<br />

<strong>de</strong> dados permite <strong>uma</strong> coleta sem este tipo <strong>de</strong> restrição.<br />

56


3.5 <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> do Processo<br />

3.5.1 Escolha do Método e do sinal <strong>de</strong> entrada<br />

Adotou-se, para o sistema em estudo, a mo<strong>de</strong>lagem baseada no método da resposta<br />

complementar, tendo em vista a disponibilida<strong>de</strong> encontrada para executar este tipo <strong>de</strong><br />

ensaio e a facilida<strong>de</strong> para obtenção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los a partir <strong>de</strong>ste método. Segundo<br />

Seborg [14], mo<strong>de</strong>los obtidos <strong>de</strong>sta forma têm a precisão necessária, quando a<br />

finalida<strong>de</strong> principal é o projeto <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> controle.<br />

O processo em estudo po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um sistema <strong>de</strong> múltiplas entradas e<br />

saída única (MISO), on<strong>de</strong> o SP <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada alimentador é <strong>uma</strong> entrada e a<br />

saída é a vazão mássica da 220-TC-01. Assim, <strong>de</strong>cidiu-se por mo<strong>de</strong>lar <strong>de</strong> maneira<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte a relação <strong>de</strong> cada alimentador com a vazão <strong>de</strong> saída, com o intuito <strong>de</strong><br />

obter quatro mo<strong>de</strong>los distintos que compõem o processo. Vale ressaltar que a<br />

dinâmica dos inversores <strong>de</strong> freqüência responsáveis pela atuação <strong>de</strong>stes<br />

alimentadores é incorporada aos mo<strong>de</strong>los obtidos a partir <strong>de</strong>ste ensaio <strong>de</strong>scrito.<br />

Para excitar o sistema foi executada <strong>uma</strong> seqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> subida e <strong>de</strong>scida<br />

em cada <strong>uma</strong> das entradas do processo. Apesar <strong>de</strong> a planta possuir quatro<br />

alimentadores, é comum se trabalhar apenas com dois. Para este ensaio dinâmico<br />

foram utilizados apenas os ALs 01 e 02. Foram aplicados <strong>de</strong>graus aos setpoint <strong>de</strong>stes<br />

alimentadores, primeiro <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e em seguida <strong>de</strong> forma conjugada,<br />

como <strong>de</strong>stacado na Figura 3.6:<br />

57


Figura 3.6 – Ensaio Dinâmico realizado nos ALs 01 e 02<br />

Po<strong>de</strong>-se observar que os alimentadores 01 e 02 apresentam dinâmicas ligeiramente<br />

diferentes. Para os mesmos valores <strong>de</strong> referência, o AL01 (primeira parte do ensaio)<br />

proporcionou <strong>uma</strong> vazão mássica um pouco menor que o AL02. Esta diferença será<br />

melhor evi<strong>de</strong>nciada na própria estrutura dos mo<strong>de</strong>los.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que este ensaio foi realizado sob condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> pilha e umida<strong>de</strong>. O ambiente estava seco e o nível das pilhas era alto o suficiente<br />

para garantir a não ocorrência do cone invertido. Vale ainda ressaltar que, para<br />

minimizar as perdas <strong>de</strong> produção com a execução <strong>de</strong>ste ensaio, escolheu-se o dia <strong>de</strong><br />

parada para manutenção preventiva do TCLD. Assim, agendou-se com a Equipe <strong>de</strong><br />

Operação para que durante a partida da planta estes testes fossem efetuados,<br />

gerando o menor impacto possível na próxima unida<strong>de</strong> (VGR) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste<br />

processo.<br />

58


3.5.2 Escolha do tempo <strong>de</strong> amostragem<br />

Processos contínuos, quando amostrados, necessitam armazenamento <strong>de</strong> variáveis<br />

contínuas na forma discreta. O período entre duas amostras é chamado <strong>de</strong> período ou<br />

tempo <strong>de</strong> amostragem (Ts).<br />

A fim <strong>de</strong> que o sinal amostrado retenha as características fundamentais do sinal<br />

original, é necessário que o tempo <strong>de</strong> amostragem seja suficientemente curto [34]. O<br />

Teorema <strong>de</strong> Shannon [33] diz que um sinal que não contenha componentes <strong>de</strong><br />

freqüência acima <strong>de</strong> 1/2Ts po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado unicamente a partir <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong><br />

tal sinal separadas por Ts.<br />

Na prática, entretanto, a freqüência <strong>de</strong> amostragem é normalmente escolhida entre 5 a<br />

10 vezes maior do que a maior freqüência <strong>de</strong> interesse contida nos dados, e não<br />

apenas 2 vezes maior (chamada <strong>de</strong> Freqüência <strong>de</strong> Nyquist), como exigido pelo<br />

teorema <strong>de</strong> Shannon [34].<br />

Para o processo, levando-se em conta os gran<strong>de</strong>s atrasos <strong>de</strong> tempo previstos (Tabela<br />

2.1) e a dinâmica não muito rápida dos alimentadores (atingem velocida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong><br />

0,3 m/s [43]), um Ts da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 500 ms seria consi<strong>de</strong>rado satisfatório. Além disso,<br />

como o nível <strong>de</strong> ruído presente no sinal é baixo, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer <strong>uma</strong><br />

possível estimação mal condicionada causada por superamostragem é baixa. Em<br />

outras palavras, com baixo nível <strong>de</strong> ruído evita-se confundir a representação da<br />

dinâmica do processo com a dinâmica do próprio sinal espúrio.<br />

59


3.5.3 Estrutura dos Mo<strong>de</strong>los<br />

A partir da solução OPC <strong>de</strong>scrita anteriormente e utilizando os critérios <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem<br />

mencionados, obtiveram-se seis mo<strong>de</strong>los para cada alimentador, sendo cada um<br />

correspon<strong>de</strong>nte a um <strong>de</strong>grau que foi aplicado. Estes mo<strong>de</strong>los foram baseados na<br />

estrutura típica <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m com tempo morto (FOPDT), como<br />

mostrado na equação (3.1).<br />

G<br />

K<br />

e<br />

s 1<br />

<br />

s<br />

( ) <br />

(3.1)<br />

s<br />

Como a dinâmica apresentada pela planta durante os <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem foi típica<br />

<strong>de</strong> um sistema FOPDT, acredita-se que esta estrutura seja i<strong>de</strong>al para representar o<br />

processo com o mínimo <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> possível.<br />

O mo<strong>de</strong>lo obtido para um <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>grau foi validado logo em seguida para os<br />

<strong>de</strong>mais <strong>de</strong>graus aplicados, sempre no mesmo alimentador (estes <strong>de</strong>graus <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem e validação são os mesmos que foram apresentados na Figura 3.6).<br />

Objetivou-se, com este procedimento, obter, para cada AL, um mo<strong>de</strong>lo geral que<br />

representasse melhor a dinâmica da planta em qualquer ponto <strong>de</strong> operação. A Figura<br />

3.7 apresenta os mo<strong>de</strong>los obtidos e suas validações para o alimentador 01.<br />

60


Figura 3.7 – Validação dos mo<strong>de</strong>los do 220-AL-01<br />

Para avaliar a precisão dos mo<strong>de</strong>los acumulou-se o erro absoluto gerado pela<br />

diferença entre a resposta real e a resposta mo<strong>de</strong>lada. Nesta avaliação, o mo<strong>de</strong>lo 4<br />

exibiu o menor valor acumulado e, portanto, foi consi<strong>de</strong>rado o mo<strong>de</strong>lo que melhor se<br />

a<strong>de</strong>quou à representação dinâmica do AL-01.<br />

A Figura 3.8 apresenta a validação dos mo<strong>de</strong>los para o alimentador 02<br />

61


Figura 3.8 - Validação dos mo<strong>de</strong>los do 220-AL-02<br />

Observou-se um <strong>de</strong>svio significativo no sexto mo<strong>de</strong>lo obtido para o 220-AL-02. Atribui-<br />

se este problema a um erro nos valores armazenados, provavelmente <strong>de</strong><br />

comunicação, ocorrido durante a coleta dos dados. O sistema respon<strong>de</strong>u<br />

instantaneamente ao último <strong>de</strong>grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida aplicado pelo AL02, gerando assim um<br />

mo<strong>de</strong>lo sem atraso <strong>de</strong> tempo que obviamente <strong>de</strong>sviou consi<strong>de</strong>ravelmente da resposta<br />

esperada quando validado para os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>graus. Assim, <strong>de</strong>scartou-se o último<br />

mo<strong>de</strong>lo obtido para este AL e <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rou-se esta resposta anômala da planta. O<br />

<strong>de</strong>talhe na Figura 3.9 <strong>de</strong>staca a resposta da planta neste último <strong>de</strong>grau.<br />

62


Figura 3.9 – Detalhe da resposta da planta ao sexto <strong>de</strong>grau do 220-AL-02<br />

O <strong>de</strong>staque da linha pontilhada mostra que no mesmo instante da aplicação do <strong>de</strong>grau<br />

foi registrada <strong>uma</strong> resposta imediata da planta, o que é impossível fisicamente <strong>de</strong>vido<br />

aos atrasos <strong>de</strong> transporte.<br />

A mesma análise <strong>de</strong> erro acumulado entre a resposta real e a resposta dos mo<strong>de</strong>los<br />

foi realizada para o alimentador 02. O mo<strong>de</strong>lo 5 exibiu o menor valor acumulado e,<br />

portanto, foi consi<strong>de</strong>rado o mo<strong>de</strong>lo que melhor se a<strong>de</strong>quou à representação dinâmica<br />

do AL-02.<br />

A partir <strong>de</strong>stas avaliações <strong>de</strong> erro, os seguintes mo<strong>de</strong>los foram tomados como<br />

referência para cada Alimentador:<br />

Tabela 3.2 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> referência para cada Alimentador<br />

220-AL-01 -<br />

Mo<strong>de</strong>lo 4<br />

55<br />

32,<br />

69e<br />

9,<br />

5s<br />

1<br />

s<br />

220-AL-02 -<br />

Mo<strong>de</strong>lo 5<br />

<br />

38,<br />

37e<br />

11s<br />

1<br />

45s<br />

63


Baseado na minimização da Integral do Erro Absoluto (IAE) realizou-se um ajuste fino<br />

dos parâmetros <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo (4 e 5). Obteve-se assim um mo<strong>de</strong>lo geral para cada<br />

alimentador, apresentado na Tabela 3.3:<br />

Tabela 3.3 – Mo<strong>de</strong>lo Geral para cada Alimentador<br />

220-AL-01 -<br />

Mo<strong>de</strong>lo Geral<br />

54,<br />

5<br />

33e<br />

9s<br />

1<br />

s<br />

220-AL-02 -<br />

Mo<strong>de</strong>lo Geral<br />

44,<br />

5<br />

39e<br />

7s<br />

1<br />

A diferença <strong>de</strong> dinâmica dos alimentadores mencionada anteriormente po<strong>de</strong> ser<br />

constatada principalmente pelos valores <strong>de</strong> ganho e constante <strong>de</strong> tempo apresentados<br />

na Tabela 3.3. O mo<strong>de</strong>lo resultante para o alimentador 02 mostrou-se mais rápido<br />

(menor ) e com maior ganho estático.<br />

Para efeito <strong>de</strong> validação, os mo<strong>de</strong>los gerais foram simulados com os dados reais do<br />

processo. Simulou-se separadamente cada mo<strong>de</strong>lo com toda a massa <strong>de</strong> dados do<br />

ensaio dinâmico <strong>de</strong> seu respectivo AL e, ao final, foi realizada <strong>uma</strong> superposição das<br />

respostas dos mo<strong>de</strong>los. Desta maneira, obteve-se <strong>uma</strong> resposta equivalente que<br />

permitiu <strong>uma</strong> comparação com a resposta real apresentada durante o ensaio<br />

dinâmico, mesmo nos pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus conjugados (aplicados simultaneamente pelo<br />

AL-01 e pelo AL-02). A Figura 3.10 <strong>de</strong>staca este procedimento <strong>de</strong> validação dos<br />

mo<strong>de</strong>los gerais.<br />

s<br />

64


Figura 3.10 – Validação dos Mo<strong>de</strong>los Gerais<br />

A seguir, alg<strong>uma</strong>s consi<strong>de</strong>rações são feitas sobre os resultados obtidos com os<br />

procedimentos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem.<br />

65


3.6 Consi<strong>de</strong>rações sobre os Mo<strong>de</strong>los<br />

A partir da simulação realizada (Figura 3.10), po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que a aproximação<br />

do processo por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m mais tempo morto (FOPDT)<br />

representou <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada a dinâmica da planta. Além disso, consi<strong>de</strong>rando<br />

que o princípio da superposição foi atendido, consi<strong>de</strong>ra-se também a<strong>de</strong>quada a<br />

representação do sistema por equações lineares (Funções <strong>de</strong> Transferência).<br />

Com base nos dados do diagrama elaborado pela Equipe <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> CMT –<br />

Figura 2.6, po<strong>de</strong>-se comparar os valores esperados e obtidos para o atraso <strong>de</strong> tempo<br />

dos mo<strong>de</strong>los.<br />

Tabela 3.4 – Comparação dos atrasos <strong>de</strong> tempo<br />

Atraso <strong>de</strong> Tempo (s)<br />

Esperado Obtido<br />

220-AL-01 51,19 54,5<br />

220-AL-02 42,39 44,5<br />

Esperava-se obter para o 220-AL-01 e 220-AL-02 mo<strong>de</strong>los com atrasos <strong>de</strong> tempo da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 51 e 42 segundos, respectivamente. Foram obtidos mo<strong>de</strong>los com atrasos <strong>de</strong><br />

54,5 e 44,5 segundos, que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados satisfatórios tendo em vista os<br />

erros <strong>de</strong> medição e aproximação que po<strong>de</strong>m ter ocorrido durante a elaboração do<br />

diagrama ou coleta <strong>de</strong> dados para mo<strong>de</strong>lagem. Além disso, é importante <strong>de</strong>stacar que<br />

a diferença entre os atrasos <strong>de</strong> tempo para os dois alimentadores manteve-se próxima<br />

<strong>de</strong> 10 segundos, tanto para o valor esperado quanto para o obtido.<br />

Como mencionado no item 3.5.1, a mo<strong>de</strong>lagem foi realizada sob condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong><br />

operação. Entretanto, é importante mencionar que o processo real po<strong>de</strong> apresentar<br />

pequenas variações <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> ganho estático.<br />

66


Uma redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da correia po<strong>de</strong> causar um aumento <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo.<br />

Esta redução, apesar <strong>de</strong> ser provavelmente pequena, po<strong>de</strong>ria ocorrer em situações<br />

específicas como na operação com carga mais alta ou na partida on<strong>de</strong> a dinâmica é<br />

inevitavelmente mais lenta.<br />

Já o ganho do processo po<strong>de</strong> apresentar valores inferiores. Como já mencionado, a<br />

redução do nível da pilha aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cone invertido. À<br />

medida que o nível se reduz e o cone invertido vai se formando ocorre <strong>uma</strong> redução<br />

da taxa <strong>de</strong> alimentação sem que haja variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos alimentadores,<br />

reduzindo assim a carga <strong>de</strong>positada no transportador <strong>de</strong> correia. Menos carga<br />

<strong>de</strong>positada para um mesmo setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é análogo a <strong>uma</strong> redução no<br />

ganho do processo.<br />

Além disso, <strong>uma</strong> vez que os dados coletados para mo<strong>de</strong>lagem do processo foram<br />

obtidos com pilhas regulares <strong>de</strong> minério no pátio, po<strong>de</strong>-se afirmar que dificilmente o<br />

ganho será superior ao valor mo<strong>de</strong>lado.<br />

É também importante ressaltar que, como a mo<strong>de</strong>lagem incorporou a dinâmica dos<br />

inversores <strong>de</strong> freqüência responsáveis pelo acionamento dos alimentadores, qualquer<br />

mudança na programação dos inversores po<strong>de</strong> resultar em <strong>de</strong>svios entre o processo<br />

real e o processo mo<strong>de</strong>lado.<br />

67


4 Projetos dos Controladores<br />

4.1 Introdução<br />

O projeto <strong>de</strong> controladores visa a atingir critérios pré-estabelecidos acerca da precisão<br />

em estado estacionário, da resposta transitória, da estabilida<strong>de</strong> relativa, da<br />

sensitivida<strong>de</strong>, da rejeição a perturbações e do esforço <strong>de</strong> controle [Dorf e Bishop,<br />

1998]. Uma discussão <strong>de</strong>talhada sobre o projeto e implementação <strong>de</strong> controladores<br />

PID é realizada em por Åstrom em [31].<br />

I<strong>de</strong>almente, <strong>de</strong>seja-se que um sistema em malha fechada satisfaça aos seguintes<br />

critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho [14]:<br />

1. A malha fechada <strong>de</strong>ve ser estável.<br />

2. Os efeitos <strong>de</strong> perturbação <strong>de</strong>vem ser minimizados.<br />

3. Devem ser obtidas respostas rápidas quando da mudança <strong>de</strong> setpoint.<br />

4. O erro <strong>de</strong> estado estacionário <strong>de</strong>ve ser mínimo.<br />

5. Ações <strong>de</strong> controle excessivas <strong>de</strong>vem ser evitadas.<br />

6. O controle <strong>de</strong>ve ser robusto, isto é, tornar o sistema em malha fechada pouco<br />

sensível a mudanças nas condições <strong>de</strong> processo e a erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem.<br />

Obviamente não é possível aten<strong>de</strong>r satisfatoriamente a todos estes critérios em<br />

problemas típicos <strong>de</strong> controle. Desta forma, o projeto dos controladores <strong>de</strong>ve levar em<br />

conta a finalida<strong>de</strong> principal do sistema <strong>de</strong> controle e estabelecer <strong>uma</strong> solução <strong>de</strong><br />

compromisso que melhor atenda às necessida<strong>de</strong>s do processo.<br />

68


Para o projeto em questão, os itens prioritários são a minimização dos efeitos <strong>de</strong><br />

perturbação e a robustez do controle, além da estabilida<strong>de</strong> da malha fechada. Pela<br />

característica do processo, a compensação do atraso <strong>de</strong> tempo é também fator<br />

prepon<strong>de</strong>rante para o sistema <strong>de</strong> controle a ser <strong>de</strong>senvolvido.<br />

4.2 Compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo<br />

O Atraso <strong>de</strong> tempo, ou tempo morto, normalmente ocorre em processos industriais<br />

<strong>de</strong>vido aos efeitos da limitação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> (vazão), laços <strong>de</strong> recirculação e atraso<br />

em análise <strong>de</strong> composição. A presença <strong>de</strong> tempo morto limita o <strong>de</strong>sempenho dos<br />

sistemas <strong>de</strong> controle realimentados. Da perspectiva <strong>de</strong> resposta em freqüência, este<br />

introduz atraso <strong>de</strong> fase no laço <strong>de</strong> realimentação, o que afeta consi<strong>de</strong>ravelmente a<br />

estabilida<strong>de</strong> da malha fechada. Conseqüentemente, o ganho do controlador <strong>de</strong>ve ser<br />

reduzido abaixo do valor que po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>finido se não houvesse nenhum atraso <strong>de</strong><br />

tempo no sistema, o que ocasiona <strong>uma</strong> resposta mais lenta do sistema em malha<br />

fechada em relação ao sistema <strong>de</strong> controle sem atraso [14].<br />

Como <strong>de</strong>talhado no item 2.6, o tempo morto é consi<strong>de</strong>rado dominante para o processo<br />

em estudo. Este atraso se <strong>de</strong>ve ao tempo <strong>de</strong> transporte do material retomado pelos<br />

ALs no pátio até a balança integradora instalada na porção final da correia 220-TC-01.<br />

Para efeitos <strong>de</strong> comparação, serão projetados controladores com e sem compensação<br />

<strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo. Entretanto, é importante <strong>de</strong>stacar que a implementação <strong>de</strong><br />

controle avançado para compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo não possibilita eliminação<br />

do tempo morto do processo. Obviamente, o atraso causado pelo transporte do<br />

material irá persistir. O intuito principal <strong>de</strong>sta compensação é minimizar os efeitos<br />

69


in<strong>de</strong>sejáveis do tempo morto na malha fechada do sistema, que como já mencionado,<br />

afeta consi<strong>de</strong>ravelmente a estabilida<strong>de</strong> do sistema controlado.<br />

4.3 Preditor <strong>de</strong> Smith<br />

Com o intuito <strong>de</strong> melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> sistemas com tempo morto, estratégias<br />

especiais <strong>de</strong> controle foram <strong>de</strong>senvolvidas para possibilitar compensação a<strong>de</strong>quada<br />

[14]. Uma das estratégias mais populares é conhecida como Preditor <strong>de</strong> Smith [47]. Há<br />

relatos na literatura mostrando que o Preditor <strong>de</strong> Smith po<strong>de</strong> melhorar em até 30% o<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> controle convencional (para variações <strong>de</strong> setpoint e<br />

usando critério ISE) [24].<br />

A Figura 4.1 apresenta um diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> um Preditor SISO, que po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado <strong>uma</strong> simplificação do processo em estudo (MISO). Como apenas um<br />

controlador foi utilizado, este diagrama seria um análogo para representar o controle<br />

<strong>de</strong> vazão da correia atuando sobre um único alimentador <strong>de</strong> minério.<br />

Figura 4.1 – Compensação <strong>de</strong> tempo morto com Preditor <strong>de</strong> Smith<br />

70


Conforme <strong>de</strong>stacado nesta figura, o Preditor <strong>de</strong> Smith é <strong>uma</strong> abordagem baseada na<br />

técnica IMC [13], <strong>uma</strong> vez que o mo<strong>de</strong>lo do processo é utilizado para realizar a<br />

compensação. O mo<strong>de</strong>lo do processo sem tempo morto, <strong>de</strong>finido por G(<br />

s)<br />

, é usado<br />

para prever o efeito da ação <strong>de</strong> controle na saída do processo. Para um mo<strong>de</strong>lo<br />

perfeito e perturbação nula (L=0), isso implicaria que o controlador atuaria com base<br />

no erro que seria gerado caso não existisse o tempo morto.<br />

Po<strong>de</strong>-se observar ainda na Figura 4.1 que foi <strong>de</strong>stacada a possibilida<strong>de</strong> do processo<br />

real apresentar variações <strong>de</strong> ganho (K) e atraso <strong>de</strong> tempo (), conforme <strong>de</strong>finido em<br />

G(s)<br />

. Os controladores projetados neste trabalho foram simulados consi<strong>de</strong>rando<br />

variações sobre estes parâmetros, conforme apresentado em seções posteriores.<br />

Se for realizada <strong>uma</strong> comparação da equação <strong>de</strong> malha fechada <strong>de</strong> um sistema<br />

convencional e um com Preditor <strong>de</strong> Smith, verificar-se-á que o Preditor tem a<br />

vantagem <strong>de</strong> eliminar o tempo morto da equação característica [24].<br />

Seborg [14] relata que <strong>uma</strong> <strong>de</strong>svantagem do Preditor é que, para processos cuja<br />

dinâmica varia <strong>de</strong> maneira significativa, é possível que o mo<strong>de</strong>lo preditivo seja<br />

impreciso e a performance do controlador seja <strong>de</strong>teriorada a ponto <strong>de</strong> levar o sistema<br />

a <strong>uma</strong> instabilida<strong>de</strong>. Tipicamente, se o tempo morto ou ganho do processo não<br />

estiverem entre ± 30% do valor atual, o <strong>de</strong>sempenho do preditor provavelmente será<br />

inferior ao <strong>de</strong> um controlador PID convencional, sem compensação <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong><br />

tempo [14]. Seborg sugere ainda que para casos on<strong>de</strong> o tempo morto varie muito,<br />

utilizem-se técnicas <strong>de</strong> controle adaptativo para alcançar <strong>de</strong>sempenho satisfatório.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a origem do tempo morto do processo em estudo, po<strong>de</strong>-se garantir que<br />

haverá pouca ou nenh<strong>uma</strong> variação <strong>de</strong>ste parâmetro na planta. Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong><br />

que a 220-TC-01 opera praticamente a <strong>uma</strong> velocida<strong>de</strong> constante, e a distância entre<br />

os ALs e a balança <strong>de</strong> medição é sempre a mesma.<br />

~<br />

71


Entretanto, será adotada <strong>uma</strong> abordagem mais conservadora e que consi<strong>de</strong>re<br />

imprecisões nos mo<strong>de</strong>los. Assim, para avaliar o <strong>de</strong>sempenho do preditor, a resposta<br />

em malha fechada será avaliada tanto na presença <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem causados<br />

por <strong>de</strong>svios com relação ao ganho do processo quanto com relação ao tempo morto.<br />

4.4 Estratégias <strong>de</strong> controle propostas<br />

Como <strong>de</strong>scrito com <strong>de</strong>talhes no item 2.6, o minério oriundo das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> britagem<br />

<strong>de</strong> CMT é empilhado no pátio a partir das empilha<strong>de</strong>iras 210-EM-01 e 210-EM-02.<br />

Realizando o translado <strong>de</strong>stas empilha<strong>de</strong>iras, po<strong>de</strong>-se formar até quatro pilhas <strong>de</strong><br />

minério britado para ser enviado à VGR. Como dito anteriormente, este processo po<strong>de</strong><br />

ser visto como um sistema MISO (Multiple Input Single Output) composto pelos quatro<br />

alimentadores <strong>de</strong> minério (220-AL-01, 220-AL-02, 220-AL-03 e 220-AL-04) e <strong>uma</strong><br />

correia transportadora (220-TC-01) que <strong>de</strong>ve manter constante sua vazão na taxa<br />

mais alta possível.<br />

Sbarbaro, Barriga, Valenzuela & Cortes [18] apontam que a segregação natural do<br />

minério <strong>de</strong>ntro das pilhas formadas nos pátios causa <strong>uma</strong> variação <strong>de</strong> distribuição<br />

granulométrica que afeta consi<strong>de</strong>ravelmente o controle <strong>de</strong> vazão em correias<br />

transportadoras.<br />

Para o problema em estudo, esta segregação exerce influência significativa, <strong>uma</strong> vez<br />

que a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> VGR solicita, além <strong>de</strong> níveis específicos <strong>de</strong> vazão, <strong>uma</strong> mistura <strong>de</strong><br />

minérios mais e menos granulados para facilitar a homogeneização <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong><br />

partículas <strong>de</strong> minério [42].<br />

Neste contexto, espera-se que a estratégia <strong>de</strong> controle proposta, além <strong>de</strong> possibilitar<br />

<strong>uma</strong> manutenção da taxa <strong>de</strong> vazão mássica <strong>de</strong> minério na 220-TC-01, ofereça ao<br />

72


operador um grau <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> que lhe permita <strong>de</strong>finir qual será a contribuição relativa<br />

<strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong>ntre as pilhas formadas no pátio.<br />

4.4.1 Blocos Coor<strong>de</strong>nadores<br />

Para aten<strong>de</strong>r a este requisito <strong>de</strong> contribuição relativa <strong>de</strong> minério, institui-se o uso <strong>de</strong><br />

Blocos Coor<strong>de</strong>nadores. Estabeleceu-se que um ‘bloco coor<strong>de</strong>nador’ (i) será<br />

responsável por pon<strong>de</strong>rar a ação <strong>de</strong> controle dos controladores a serem utilizados. O<br />

peso <strong>de</strong> cada bloco será <strong>de</strong>finido pelo próprio operador da sala <strong>de</strong> controle. Para<br />

efeitos <strong>de</strong> comparação, esta estratégia foi utilizada tanto para o controle convencional<br />

quanto para o avançado.<br />

A Figura 4.2 <strong>de</strong>staca a aplicação dos blocos coor<strong>de</strong>nadores para a implementação do<br />

controlador convencional.<br />

Figura 4.2 – Estratégia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Convencional Proposta<br />

73


Para o controlador convencional, cada bloco coor<strong>de</strong>nador funcionará como um ganho<br />

aplicado sobre o sinal <strong>de</strong> erro ou sobre a saída do controlador (o bloco po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>slocado para antes ou <strong>de</strong>pois do controlador, <strong>uma</strong> vez que é apenas um ganho em<br />

série). Já para o Preditor <strong>de</strong> Smith, po<strong>de</strong>-se afirmar que, para os casos em que não<br />

ocorrerem erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, o bloco coor<strong>de</strong>nador atuará pon<strong>de</strong>rando diretamente<br />

a referência <strong>de</strong> vazão <strong>uma</strong> vez que o elo mais externo <strong>de</strong> realimentação será nulo. A<br />

Figura 4.3 <strong>de</strong>staca a aplicação do bloco coor<strong>de</strong>nador para o controlador avançado.<br />

Figura 4.3 – Estratégia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Avançado Proposta<br />

Para que os blocos coor<strong>de</strong>nadores atribuam pon<strong>de</strong>rações sobre sinal <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

cada alimentador <strong>de</strong> maneira correta, alg<strong>uma</strong>s restrições <strong>de</strong>vem ser satisfeitas.<br />

i<br />

1<br />

(4.1)<br />

i<br />

0 i <br />

1<br />

(4.2)<br />

74


A restrição <strong>de</strong>finida pela equação (4.1) estabelece-se que a pon<strong>de</strong>ração aplicada por<br />

todos os blocos não po<strong>de</strong> distorcer o sinal <strong>de</strong> controle, ou seja, não é permitido<br />

i<br />

atenuar ( 1)<br />

e nem amplificar ( 1)<br />

o sinal final <strong>de</strong> controle.<br />

i<br />

i<br />

i<br />

Já a restrição <strong>de</strong>finida na equação (4.2) estabelece-se que o máximo <strong>de</strong><br />

“responsabilida<strong>de</strong>” que um controlador po<strong>de</strong> receber para um dado setpoint é <strong>de</strong><br />

100%. Isto significa que n<strong>uma</strong> eventual operação com n alimentadores (logo n<br />

controladores), ao se atribuir 1 para o bloco coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> um dos<br />

i<br />

controladores os <strong>de</strong>mais controladores não contribuiriam para atingir o setpoint <strong>uma</strong><br />

vez que seus blocos coor<strong>de</strong>nadores aplicaram ganho nulo (para aten<strong>de</strong>r restrição 4.1).<br />

Assim, utilizando esta estratégia apresentada, espera-se que seja possível que o<br />

operador <strong>de</strong>fina qual será a contribuição <strong>de</strong> cada AL na alimentação da correia<br />

transportadora, aten<strong>de</strong>ndo as <strong>de</strong>mandas específicas <strong>de</strong> granulometria do minério.<br />

Vale ressaltar que estas estratégias, apesar <strong>de</strong> terem sido aplicadas apenas a 2<br />

alimentadores, po<strong>de</strong>m ser facilmente estendidas aos quatro alimentadores da planta,<br />

exigindo obviamente que as restrições já <strong>de</strong>scritas sejam respeitadas.<br />

4.5 Determinação dos Parâmetros dos Controladores<br />

Adotou-se <strong>uma</strong> estratégia <strong>de</strong> controle do processo em que cada alimentador será<br />

controlado individualmente por um controlador PI. O termo <strong>de</strong>rivativo foi<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado, tendo em vista a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta malha <strong>de</strong> vazão e os ruídos <strong>de</strong><br />

medição que eventualmente po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>sestabilizar o sistema <strong>de</strong> controle.<br />

Os parâmetros dos controladores foram baseados na técnica <strong>de</strong> Síntese Direta [24],<br />

[14], que produz controlares equivalentes aos do IMC dada <strong>uma</strong> mesma resposta<br />

75


<strong>de</strong>sejada para malha fechada. Consi<strong>de</strong>rou-se <strong>uma</strong> aproximação <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m da<br />

série <strong>de</strong> Taylor para representação do tempo morto.<br />

Segundo o Método Direto, para um sistema <strong>de</strong> malha fechada dado por<br />

o controlador é <strong>de</strong>finido sendo:<br />

G<br />

c<br />

C<br />

R<br />

GcG<br />

<br />

1<br />

G G<br />

1 ( C / R)<br />

d<br />

<br />

<br />

<br />

~<br />

G 1<br />

( C / R)<br />

~<br />

G d<br />

on<strong>de</strong> é o mo<strong>de</strong>lo do processo e ( C / R)<br />

é a função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>sejada para<br />

a malha fechada.<br />

A especificação <strong>de</strong> ( C / R)<br />

implica em certo conhecimento do processo e no que se é<br />

d<br />

possível alcançar em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. É portanto <strong>uma</strong> escolha crítica [24].<br />

O caso i<strong>de</strong>al para o controle perfeito seria alcançado quando ( C / R)<br />

= 1, ou C = R.<br />

Essa condição é impossível, <strong>uma</strong> vez que <strong>de</strong>mandaria um controlador com ganho<br />

infinito.<br />

Especificou-se então para o controlador um tempo <strong>de</strong> acomodação finito, <strong>de</strong>finindo-se<br />

a função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>sejada para a malha fechada como:<br />

c<br />

d<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

d<br />

(4.3)<br />

(4.4)<br />

76


( C / R)<br />

d<br />

cs<br />

e GcG<br />

<br />

s<br />

1<br />

1<br />

G G<br />

c<br />

A equação (4.5) <strong>de</strong>fine <strong>uma</strong> resposta <strong>de</strong>sejada para a malha fechada razoável para<br />

sistemas que apresentam tempo morto. A partir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>finição, o controlador Gc po<strong>de</strong><br />

ser obtido pela equação (4.6),<br />

1<br />

e<br />

cs<br />

Gc <br />

c<br />

s<br />

G s<br />

c 1<br />

e<br />

Nesta equação, c representa o parâmetro <strong>de</strong> projeto da resposta <strong>de</strong>sejada e c é um<br />

parâmetro adicional e que <strong>de</strong>ve ser maior ou igual a (a variável controlada não po<strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r a variações <strong>de</strong> set-point em um tempo menor que o tempo morto do<br />

processo).<br />

Para cada alimentador adotou-se c = e c = (segundo sugerido por Skogestad<br />

em [56]), <strong>de</strong> maneira que a resposta em malha fechada apresentasse dinâmica similar<br />

à da malha aberta. Aplicando a aproximação da série <strong>de</strong> Taylor em (4.6) e<br />

substituindo-se o mo<strong>de</strong>lo do processo <strong>de</strong>stacado em (3.1), obteve-se:<br />

G<br />

c<br />

s 1<br />

<br />

Ks<br />

c<br />

c<br />

(4.5)<br />

(4.6)<br />

(4.7)<br />

Com base em (4.7) foi possível <strong>de</strong>rivar a estrutura dos controladores dos<br />

alimentadores 01 e 02. Aplicando os parâmetros dos mo<strong>de</strong>los (Tabela 3.3) as<br />

seguintes estruturas foram obtidas:<br />

77


Gc1 Gc2 9 1 9s<br />

1<br />

1<br />

<br />

(4.8)<br />

3354,<br />

5 54,<br />

59s3597s<br />

7 1 7s<br />

1<br />

1<br />

<br />

(4.9)<br />

3944,<br />

5 44,<br />

57s3471s<br />

As equações (4.8) e (4.9) resultaram em controladores PI com parâmetros resumidos<br />

na tabela abaixo:<br />

Tabela 4.1 – Parâmetros dos controladores PI<br />

Parâmetros <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

Kc Ti (s) c = c<br />

220-AL-01 0,0025 9 54,5<br />

220-AL-02 0,0020 7 44,5<br />

O ganho obtido para o controlador do alimentador 01 foi um pouco superior ao do<br />

alimentador 02. Este resultado era esperado <strong>uma</strong> vez que a velocida<strong>de</strong> do processo<br />

envolvendo o 220-AL-01 é um pouco mais lenta. Pelo mesmo motivo, o ganho integral<br />

do alimentador 01 também foi um pouco superior.<br />

78


5 Análise dos Resultados<br />

5.1 Simulação dos controladores projetados<br />

Os controladores obtidos no item 4.5 e <strong>de</strong>stacados na Tabela 4.1 foram simulados<br />

com o auxílio do Matlab [39] e do Simulink [59] (versão 7.0.1 disponibilizada pelo<br />

Centro <strong>de</strong> Cálculo Eletrônico – CCE UFMG). As figuras 5.1 e 5.2 <strong>de</strong>stacam as<br />

estruturas utilizadas para a simulação:<br />

Figura 5.1 – Diagrama <strong>de</strong> Simulação da Estratégia Avançada<br />

79


Figura 5.2 – Diagrama <strong>de</strong> Simulação da Estratégia Convencional<br />

Todas as simulações realizadas neste trabalho foram efetuadas com base nas<br />

estruturas apresentadas nas figuras 5.1 e 5.2. Além disso, os valores dos blocos<br />

coor<strong>de</strong>nadores foram mantidos constantes e iguais a 0,5. Este critério foi adotado para<br />

permitir que <strong>uma</strong> comparação imparcial fosse realizada sobre as estratégias<br />

simuladas, sem priorizar a dinâmica <strong>de</strong> um alimentador em <strong>de</strong>trimento da outra. Esta<br />

diferença entre os mo<strong>de</strong>los dos alimentadores iria influenciar na resposta final do<br />

sistema <strong>de</strong> controle como um todo.<br />

Uma primeira simulação foi realizada consi<strong>de</strong>rando os parâmetros iniciais obtidos pela<br />

Síntese Direta. Não foi efetuado nenhum tipo <strong>de</strong> ajuste nestes parâmetros, e para a<br />

implementação do Preditor <strong>de</strong>scartou-se qualquer <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem do processo.<br />

Assim, simulou-se para um mesmo valor <strong>de</strong> setpoint as implementações das<br />

estratégias convencional e avançada. A Figura 5.3 <strong>de</strong>staca <strong>uma</strong> comparação das<br />

respostas obtidas em cada caso.<br />

80


Figura 5.3 – Comparação das respostas dos controladores<br />

Analisando o resultado obtido, po<strong>de</strong>-se perceber que a resposta do controlador<br />

convencional foi mais rápida, apesar <strong>de</strong> exibir um percentual <strong>de</strong> overshoot (P.O.) <strong>de</strong><br />

aproximadamente 4,11%. O Preditor foi consi<strong>de</strong>ravelmente lento, mas não exibiu<br />

sobrelevação.<br />

Ainda para esta simulação, observou-se o valor acumulado do erro absoluto entre o<br />

setpoint e a resposta simulada. Obteve-se para o controlador convencional um erro <strong>de</strong><br />

383,9 x10 3 e para o Preditor <strong>de</strong> Smith 535,5 x10 3 , <strong>uma</strong> diferença consi<strong>de</strong>rável para<br />

controladores <strong>de</strong> mesma sintonia mas implementação distinta.<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que, sem efetuar ajuste nos parâmetros do Preditor <strong>de</strong> Smith, um<br />

controlador PI <strong>de</strong> parâmetros idênticos, mas implementado em realimentação<br />

convencional, exibe um <strong>de</strong>sempenho significativamente superior para este processo.<br />

81


Entretanto, é importante frisar que o diferencial do Preditor em relação a um<br />

controlador convencional é exatamente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajustar os parâmetros <strong>de</strong><br />

maneira mais “agressiva”. Este diferencial será explorado a seguir.<br />

5.2 <strong>Sintonia</strong> Fina dos Controladores<br />

Segundo Dorf e Bishop [51], um índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho po<strong>de</strong> ser calculado e usado<br />

para se medir o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um sistema. Quer o objetivo seja melhorar o projeto<br />

<strong>de</strong> um sistema ou projetar um sistema <strong>de</strong> controle, o índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ve ser<br />

escolhido e medido.<br />

Ainda citado em [51], o IAE é consi<strong>de</strong>rado um índice cuja minimização quase sempre<br />

tem significado prático. Por exemplo, a minimização <strong>de</strong>ste índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

po<strong>de</strong> ser diretamente relacionada à minimização <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> um combustível. No<br />

caso do processo em estudo, um alto valor <strong>de</strong> IAE indicaria que um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>svio na<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minério <strong>de</strong>sejada teria ocorrido, apontando falta ou excesso <strong>de</strong> carga.<br />

Em outras palavras, a minimização <strong>de</strong>ste índice está diretamente ligada com a<br />

produtivida<strong>de</strong>.<br />

Vale ressaltar que o objetivo da utilização <strong>de</strong> um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho integral neste<br />

trabalho não é i<strong>de</strong>ntificar qual índice (IAE, ISE, ITAE, etc.) resultaria em um melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho global. O intuito principal é selecionar um mesmo critério <strong>de</strong> otimização<br />

para ambas as implementações <strong>de</strong> controle (convencional e avançada) <strong>de</strong> maneira<br />

que seja possível realizar <strong>uma</strong> comparação imparcial da resposta dos controladores<br />

sintonizados em <strong>uma</strong> condição ótima <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho para este critério adotado. Ou<br />

seja, objetiva-se a comparação das implementações <strong>de</strong> controle e não <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho.<br />

82


Assim, com o intuito <strong>de</strong> se realizar um ajuste fino nos parâmetros encontrados, tanto<br />

para o controle convencional quanto para o avançado, variou-se o valor <strong>de</strong> ganho do<br />

controlador e observou-se a resposta do sistema.<br />

Visando a minimização do IAE, obtiveram-se as relações ilustradas nas figuras 5.4 e<br />

5.5:<br />

Figura 5.4 – Ganho crítico para controlador PI convencional do 220-AL-01<br />

83


Figura 5.5 – Ganho crítico para controlador PI convencional do 220-AL-02<br />

É importante ressaltar que, no caso do Preditor <strong>de</strong> Smith, o ganho crítico do<br />

controlador é teoricamente infinito caso não haja nenhum erro <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem. Na<br />

prática, esta possibilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada <strong>uma</strong> vez que sempre haverá erros<br />

causados por variações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> medição nas gran<strong>de</strong>zas<br />

envolvidas.<br />

Como já mencionado anteriormente, acredita-se em <strong>uma</strong> pequena variação <strong>de</strong> tempo<br />

morto para o sistema em estudo, tendo em vista o fato da balança se encontrar a <strong>uma</strong><br />

distância fixa dos alimentadores e sua velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação ser praticamente<br />

constante. Para consi<strong>de</strong>rar possíveis erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem neste parâmetro do<br />

processo, assumiu-se que a ocorrência <strong>de</strong> um tempo morto superior seria razoável<br />

<strong>de</strong>vido à velocida<strong>de</strong> lenta <strong>de</strong> partida ou em caso <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> carga na correia. Já<br />

para o ganho do processo, consi<strong>de</strong>rou-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> valores<br />

inferiores causados pelas variações <strong>de</strong> nível da pilha (conforme <strong>de</strong>scrito no item 3.6).<br />

84


Desta maneira, como a situação <strong>de</strong> erro nulo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem é improvável, assumiu-se<br />

um erro <strong>de</strong> 20% para mais no tempo morto e 20% para menos no valor <strong>de</strong> ganho do<br />

processo, <strong>de</strong> forma que os mo<strong>de</strong>los para cada alimentador apresentassem <strong>uma</strong><br />

estrutura conforme a equação 4.10.<br />

0,<br />

8K<br />

G(<br />

s)<br />

e<br />

s 1<br />

1,<br />

2<br />

s<br />

(4.10)<br />

Com base nesta proposta <strong>de</strong> imprecisão na mo<strong>de</strong>lagem, a condição teórica <strong>de</strong> ganho<br />

crítico infinito para o Preditor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser possível. Po<strong>de</strong>-se então realizar <strong>uma</strong><br />

simulação visando um valor ótimo <strong>de</strong> ganho do controlador que minimize um índice <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho. A relação obtida entre o ganho crítico e o IAE é <strong>de</strong>stacada na Figura 5.6<br />

e Figura 5.7.<br />

Figura 5.6 – Ganho crítico para controlador PI avançado do 220-AL-01<br />

85


Figura 5.7 – Ganho crítico para controlador PI avançado do 220-AL-02<br />

A partir dos ajustes finos realizados, novos valores foram obtidos para os parâmetros<br />

dos controladores, <strong>de</strong>stacados nas tabelas 5.1 e 5.2:<br />

Tabela 5.1 – Ganhos do controlador convencional antes e <strong>de</strong>pois do ajuste<br />

Convencional<br />

Antes Depois<br />

Ajuste (%)<br />

220-AL-01 0,0025 0,00296 + 18,40 %<br />

220-AL-02 0,0020 0,00239 + 19,25 %<br />

Tabela 5.2 – Ganhos do controlador avançado antes e <strong>de</strong>pois do ajuste<br />

Avançado<br />

Antes Depois<br />

Ajuste (%)<br />

220-AL-01 0,0025 0,01191 + 276 %<br />

220-AL-02 0,0020 0,009522 + 376 %<br />

86


Mesmo para os controladores convencionais, ajustes da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 20% foram<br />

efetuados nos parâmetros <strong>de</strong> ganho do controlador <strong>de</strong> cada alimentador. Já para os<br />

controladores avançados, como esperado, o ajuste dos parâmetros foi bem mais<br />

expressivo, o que possibilitou aumentar <strong>de</strong> três a quatro vezes o valor <strong>de</strong> ganho dos<br />

controladores previamente obtidos.<br />

Portanto, constatou-se que a implementação dos controladores avançados permitiu<br />

<strong>uma</strong> sintonia muito mais agressiva que aquela utilizada para os controladores<br />

convencionais.<br />

A simulação do sistema com os novos parâmetros <strong>de</strong> controle é <strong>de</strong>stacada a seguir na<br />

seção 5.3.<br />

5.3 Simulação dos Controladores Otimizados<br />

Utilizando os novos parâmetros obtidos a partir da minimização do IAE, realizou-se<br />

<strong>uma</strong> simulação comparativa entre o controlador convencional e o Preditor, inicialmente<br />

sem consi<strong>de</strong>rar erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem. Os resultados são apresentados na Figura 5.8.<br />

87


Figura 5.8 – Comparação da resposta dos controladores otimizados<br />

Analisando a resposta obtida, po<strong>de</strong>-se perceber que o Preditor <strong>de</strong> Smith apresentou<br />

<strong>uma</strong> resposta mais rápida e menos oscilatória que o controlador convencional. Além<br />

disso, o controlador avançado teve um valor final <strong>de</strong> IAE <strong>de</strong> 254,3x10 3 contra<br />

372,2x10 3 , que representa um erro 31,7% inferior. Observou-se ainda um P.O. <strong>de</strong><br />

aproximadamente 10,89% para o controlador convencional, enquanto o Preditor não<br />

apresentou nenh<strong>uma</strong> sobrelevação.<br />

Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que após o ajuste fino dos parâmetros dos controladores o<br />

<strong>de</strong>sempenho do Preditor mostrou-se consi<strong>de</strong>ravelmente superior ao <strong>de</strong>sempenho do<br />

controlador convencional. Este resultado já era esperado, <strong>uma</strong> vez que a<br />

compensação do efeito do tempo morto na malha fechada permite utilizar <strong>uma</strong> solução<br />

<strong>de</strong> controle mais eficiente.<br />

Para <strong>de</strong>stacar as melhorias individuais alcançadas com o ajuste fino, tanto dos<br />

controladores convencionais quanto dos avançados, realizou-se <strong>uma</strong> superporposição<br />

88


<strong>de</strong> todas as respostas obtidas. A Figura 5.9 apresenta esta comparação entre os<br />

controladores convencionais e avançados, antes e <strong>de</strong>pois da otimização. As variáveis<br />

manipuladas (MV) também foram monitoradas durante todas as simulações. A Figura<br />

5.10 apresenta as MVs exibidas para este ensaio.<br />

Figura 5.9 – Comparação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> todos os controladores<br />

89


Figura 5.10 – Variáveis manipuladas <strong>de</strong> todos os controladores<br />

A partir das respostas apresentadas na Figura 5.9 constatou-se que o controlador<br />

convencional otimizado (linha sólida vermelha), apesar <strong>de</strong> apresentar <strong>uma</strong> resposta<br />

mais rápida que o mesmo não otimizado (linha tracejada vermelha), exibiu um<br />

aumento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 5% no percentual do overshoot. Esse aumento é justificado pelo<br />

critério IAE adotado para a sintonia fina, que tipicamente gera respostas rápidas, mas<br />

com elevado P. O. [38]. A redução do erro acumulado para o IAE foi <strong>de</strong> 3% em<br />

comparação à resposta não otimizada.<br />

90


Já o controlador avançado apresentou <strong>uma</strong> melhora substancial após os ajustes <strong>de</strong><br />

sintonia realizados (aumento <strong>de</strong> 276% e 376% nos parâmetros <strong>de</strong> ganho dos<br />

alimentadores 01 e 02 respectivamente.). Houve aumento significativo na velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> resposta, sem ocorrência <strong>de</strong> overshoot, e com redução <strong>de</strong> 52,5% no erro<br />

acumulado.<br />

Avaliando as MVs <strong>de</strong>stacadas na Figura 5.10 observa-se que nenhum dos<br />

controladores exerceu esforço excessivo sobre os alimentadores. Os valores<br />

limitaram-se a 30% da faixa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e, apenas para o controlador convencional,<br />

houve <strong>uma</strong> pequena oscilação. Assim, esta simulação po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

a<strong>de</strong>quada para utilização prática, <strong>uma</strong> vez que os controladores apresentaram<br />

resposta que acarretariam um <strong>de</strong>sgaste minimizado do elemento final <strong>de</strong> controle.<br />

A Tabela 5.3 <strong>de</strong>staca os índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos controladores antes e <strong>de</strong>pois da<br />

otimização.<br />

Tabela 5.3 – Desempenho <strong>de</strong> todos os controladores, antes e <strong>de</strong>pois da otimização<br />

Antes Depois<br />

Convenc. Avançado Convenc. Avançado<br />

IAE (x10 3 ) 383,9 535,5 372,2 254,3<br />

P.O. (%) 4,11 - 10,89 -<br />

Portanto, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que o <strong>de</strong>sempenho exibido pelo Preditor otimizado<br />

(<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando imprecisões <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem) foi superior aos <strong>de</strong>mais controlares<br />

apresentados nesta simulação.<br />

Simulações consi<strong>de</strong>rando variações no mo<strong>de</strong>lo do processo são realizadas a seguir.<br />

91


5.4 Simulação <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processo Variável<br />

Nenh<strong>uma</strong> das simulações realizadas anteriormente levou em consi<strong>de</strong>ração possíveis<br />

variações no mo<strong>de</strong>lo do processo. O <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> 20% mencionado no item 5.2 foi<br />

utilizado apenas para <strong>de</strong>finir o ganho crítico do controlador e obter um Preditor<br />

otimizado. Logo, os controladores otimizados foram simulados consi<strong>de</strong>rando apenas<br />

mo<strong>de</strong>los i<strong>de</strong>ais (erro nulo).<br />

São apresentadas nesta seção alg<strong>uma</strong>s simulações que consi<strong>de</strong>ram variação nos<br />

parâmetros do mo<strong>de</strong>lo do processo. Para todas as simulações, apenas o controlador<br />

avançado foi exposto a estes <strong>de</strong>svios. Este critério foi adotado para que fosse possível<br />

comparar o <strong>de</strong>sempenho do controlador convencional, em condições i<strong>de</strong>ais, com o<br />

<strong>de</strong>sempenho do controlador avançado em seu pior caso.<br />

Assim, realizou-se <strong>uma</strong> primeira simulação consi<strong>de</strong>rando os mesmo critérios utilizados<br />

para sintonia fina dos Preditores (20% <strong>de</strong> erro a mais no tempo morto e 20% a menos<br />

no ganho do processo).<br />

Sob tais condições obtiveram-se as respostas mostradas nas figuras 5.11 e 5.12.<br />

92


Figura 5.11 – Simulação do Controlador Avançado com 20%<br />

Figura 5.12 – Variáveis Manipuladas para simulação <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processo Variável<br />

93


A Figura 5.11 <strong>de</strong>staca as respostas do controlador convencional e avançado, sem<br />

erros <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, e do controlador avançado submetido ao <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> 20%.<br />

Observou-se <strong>uma</strong> oscilação significativa na resposta obtida para o Preditor com <strong>de</strong>svio<br />

<strong>de</strong> 20% nos parâmetros do mo<strong>de</strong>lo. O <strong>de</strong>svio provocado no atraso <strong>de</strong> tempo mo<strong>de</strong>lado<br />

para o processo adiciona um atraso <strong>de</strong> fase na malha fechada que afeta a estabilida<strong>de</strong><br />

do sistema. Entretanto, mesmo adicionando imprecisões <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem o controlador<br />

avançado apresentou <strong>de</strong>sempenho superior ao controlador convencional em termos<br />

<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta e IAE (326,9x10 3 contra 372,2 x10 3 ). O Preditor com erro<br />

exibiu valores <strong>de</strong> overshoot <strong>de</strong> 3,44% e un<strong>de</strong>rshoot <strong>de</strong> 9,61%, também inferior o P.O<br />

<strong>de</strong> 10,89% obtido para o controlador convencional otimizado.<br />

As MVs <strong>de</strong>stacadas na Figura 5.12 mostram que a introdução dos <strong>de</strong>svios <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem provocou <strong>uma</strong> atuação um pouco oscilatória sobre os alimentadores<br />

controlados com o Preditor <strong>de</strong> Smith. Entretanto, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta oscilação foi<br />

inferior àquela apresentada pelo controlador convencional.<br />

A Tabela 5.4 resume os índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sta simulação.<br />

Tabela 5.4 – Desempenho do controlador avançado com erro <strong>de</strong> 20%<br />

Convenc. Avançado Avançado 20%<br />

IAE (x10 3 ) 372,2 254,3 326,9<br />

P.O. (%) 10,89 - 3,44<br />

P.U. (%) 1,2 - 9,61<br />

Portanto, as duas implementações do Preditor (com e sem erro) <strong>de</strong>stacadas na Figura<br />

5.11 po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas mais eficientes para o controle do processo, <strong>de</strong>ntro das<br />

condições <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem criadas para esta simulação.<br />

Assumiu-se um novo cenário para o erro <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem no qual foram<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas divergências <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> tempo, variando-se apenas os valores <strong>de</strong><br />

94


ganho do processo. A faixa <strong>de</strong> variação do valor do ganho do processo foi iniciada em<br />

um patamar <strong>de</strong> 60% (0,6*Kp) do valor mo<strong>de</strong>lado e através <strong>de</strong> incrementos <strong>de</strong> 10%,<br />

simulou-se a resposta do sistema para erros <strong>de</strong> até 120% (1,2* Kp). Ou seja, esta<br />

simulação abrangeu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> erros <strong>de</strong> 40% abaixo até erros <strong>de</strong> 20% acima do valor do<br />

ganho previsto pelo mo<strong>de</strong>lo.<br />

A Figura 5.13 <strong>de</strong>staca os resultados obtidos com as simulações sob as condições<br />

<strong>de</strong>scritas para ganho variável. As variáveis manipuladas (MV) são apresentadas na<br />

Figura 5.14.<br />

Figura 5.13 – Simulações <strong>de</strong> erro para mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> ganho do processo<br />

95


Figura 5.14 - Variáveis Manipuladas para simulação <strong>de</strong> ganho do processo variável<br />

Esta condição <strong>de</strong> ganho do processo inferior ao valor mo<strong>de</strong>lado simula a ocorrência <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> alimentação causada por má formação da pilha <strong>de</strong> minério. Po<strong>de</strong>-se<br />

observar pela Figura 5.13 que mesmo para <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> 40% no ganho (0,6 Kp) a<br />

resposta obtida foi estável e mais rápida que a resposta apresentada pelo controlador<br />

convencional em condições i<strong>de</strong>ais (sem ser submetido às variações do processo) .<br />

Todas as repostas obtidas para simulação <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> ganho (0,6 a 0,9 Kp) foram<br />

mais rápidas, menos oscilatórias e sem nenh<strong>uma</strong> sobrelevação. Exibiram-se valores<br />

<strong>de</strong> overshoot apenas para situações <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> ganho do processo (1,1 e 1,2 Kp),<br />

mesmo assim inferiores ao do controlador convencional.<br />

96


Assim como nas simulações anteriores, as MVs exibiram dinâmica similar à resposta<br />

apresentada pela malha fechada, conforme ilustrado na Figura 5.14. I<strong>de</strong>ntificaram-se<br />

pequenas oscilações apenas para as situações <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> ganho do processo<br />

maior que 1,0 Kp. Logo, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar satisfatório o resultado obtido para as<br />

variáveis manipuladas.<br />

A Tabela 5.5 relaciona P.O e IAE para esta simulação.<br />

Tabela 5.5 – Comparação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho para variação <strong>de</strong> ganho do processo<br />

Controlador Avançado<br />

1,2 Kp 1,1 Kp 1,0 Kp 0,9 Kp 0,8 Kp 0,7 Kp 0,6 Kp<br />

Controlador<br />

Convencional<br />

IAE (x10 3 ) 252 244,8 254,3 272,1 289,9 307,8 325,5 372,2<br />

P.O. (%) 9,83 2,55 - - - - - 10,89<br />

Com base nos valores <strong>de</strong> IAE obtidos, po<strong>de</strong>-se afirmar que o <strong>de</strong>sempenho<br />

apresentado pelo controlador avançado foi superior ao do controlador convencional<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> toda a faixa <strong>de</strong> variação estabelecida para o ganho do processo. Os<br />

percentuais <strong>de</strong> overshoot exibidos também foram ligeiramente inferiores em relação ao<br />

P.O. do controlador convencional.<br />

Assim como ocorrido nas simulações anteriores, as variáveis manipuladas<br />

apresentaram dinâmica semelhante à resposta final da malha fechada. As curvas<br />

foram omitidas por não agregarem mais informação, a menos <strong>de</strong> pequenas elevações<br />

apresentadas para os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> 1,1 Kp e 1,2 Kp.<br />

97


5.5 Consi<strong>de</strong>rações sobre os controladores<br />

A partir das análises apresentadas ao longo <strong>de</strong>ste capítulo, po<strong>de</strong>-se afirmar que a<br />

implantação do controle automático baseado em Preditor <strong>de</strong> Smith tem possibilida<strong>de</strong>s<br />

maiores <strong>de</strong> apresentar um <strong>de</strong>sempenho superior ao do controlador convencional.<br />

O <strong>de</strong>sempenho apresentado pelo Preditor durante as simulações foi superior em todos<br />

os casos, mesmo quando submetido a variações <strong>de</strong> parâmetros do processo e<br />

mantendo o controlador convencional sob condições i<strong>de</strong>ais.<br />

Acredita-se que a utilização do controle convencional também proporcionaria melhoras<br />

para o processo em questão. O controle em malha aberta <strong>de</strong>finitivamente não é a<br />

melhor opção para alcançar o <strong>de</strong>sempenho ótimo do processo. A operação manual é<br />

imprecisa e dispendiosa, <strong>de</strong>mandando intervenção constante do operador da sala <strong>de</strong><br />

controle.<br />

Portanto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da estratégia <strong>de</strong> controle adotada, espera-se obter melhorias<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho do processo. Para estimar os possíveis ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> que<br />

po<strong>de</strong>m ser obtidos com o controle automático, <strong>uma</strong> análise quantitativa é realiza a<br />

seguir.<br />

5.6 Análise Quantitativa dos Resultados<br />

Com o intuito <strong>de</strong> efetuar <strong>uma</strong> análise quantitativa dos resultados obtidos, avaliaram-se<br />

os prováveis ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>riam ser alcançados com aplicação<br />

das estratégias <strong>de</strong> controle apresentadas.<br />

98


Como não existe histórico <strong>de</strong> dados do processo do TCLD <strong>de</strong> CMT VGR, não<br />

existem índices <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> física da planta que possam ser utilizados para<br />

quantificar, em toneladas <strong>de</strong> minério, o ganho <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> a ser estimado.<br />

Entretanto, já que todo o material beneficiado é enviado para processamento na<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> VGR, po<strong>de</strong>m-se avaliar os ganhos tangíveis da otimização da alimentação<br />

do TCLD observando a operação e produção <strong>de</strong> ITM-VGR.<br />

Foram levantados dados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ITM-VGR, bem como a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas<br />

<strong>de</strong> paradas ou redução <strong>de</strong> produção causada por <strong>de</strong>ficiências no fornecimento <strong>de</strong><br />

minério do TCLD. Os dados <strong>de</strong> paradas foram obtidos com auxílio da ferramenta<br />

computacional GPROD da Vale, avaliando o período anual <strong>de</strong> 01/03/2007 a<br />

01/03/2008.<br />

Figura 5.15 – Detalhe dos dados exportados pelo GPROD<br />

99


Os dados referentes ao mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007 estavam indisponíveis no GPROD.<br />

Obteve-se <strong>uma</strong> aproximação para este mês assumindo que sua ocorrência <strong>de</strong> falhas<br />

era igual à média <strong>de</strong> todos os meses avaliados para o período.<br />

Para efetuar o cálculo <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> foi necessário converter as horas <strong>de</strong><br />

produção reduzida para horas perdidas <strong>de</strong> produção em capacida<strong>de</strong> nominal (3500<br />

ton./h). Por exemplo: se a planta operou por 5 horas em alimentação reduzida (2800<br />

ton./h), ela <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> produzir 3500 ton. (5 x 700 ton.), que equivale a 1 hora <strong>de</strong><br />

parada <strong>de</strong> produção. Assim, somando-se as horas <strong>de</strong> paradas reais e a conversão das<br />

horas <strong>de</strong> produção reduzida, obteve-se um índice único para avaliação da<br />

produtivida<strong>de</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que atualmente o TCLD <strong>de</strong> CMT é operado em modo manual, assumiu-<br />

se que com a implantação do controle automático, seja convencional ou avançado,<br />

seria possível atingir <strong>uma</strong> redução <strong>de</strong> 5% das paradas em VGR ocasionadas por falta<br />

<strong>de</strong> minério. Este índice é apenas <strong>uma</strong> estimativa para quantificar os ganhos <strong>de</strong><br />

produção, mas acredita-se que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhora <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho seja ainda<br />

superior.<br />

O diagrama mostrado na Figura 5.16 resume o racional utilizado para realizar o cálculo<br />

estimado do ganho <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Figura 5.16 – Diagrama <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> ganhos quantitativos<br />

100


Portanto, consi<strong>de</strong>rando as premissas apresentadas para avaliação dos ganhos<br />

quantitativos, espera-se um ganho estimado <strong>de</strong> 13.580 ton./ano com a implantação <strong>de</strong><br />

um controle automático no TCLD <strong>de</strong> CMT.<br />

Além disso, como <strong>de</strong>stacado no item 2.6, o fato do TCLD ser regenerativo possibilita<br />

geração <strong>de</strong> energia elétrica durante a frenagem do equipamento. Assim, a implantação<br />

do controle automático po<strong>de</strong>ria permitir a operação do TCLD mais próxima dos valores<br />

máximos <strong>de</strong> carga da correia, o que representaria ganhos na geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica através da regeneração.<br />

101


6 Conclusões<br />

6.1 Consi<strong>de</strong>rações sobre implantação<br />

Apesar do interesse manifestado pela própria empresa cliente em implantar as<br />

estratégias <strong>de</strong> controle propostas neste trabalho, o tempo necessário para a<br />

implantação iria extrapolar o cronograma previsto para a monografia.<br />

Além disso, o cliente <strong>de</strong>clarou que existem atualmente outras priorida<strong>de</strong>s para a<br />

unida<strong>de</strong> como a reestruturação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> automação e a revitalização do sistema<br />

PIMS [12]. Deseja-se também otimizar as instalações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> minério (B1,<br />

B2 e B3) para proporcionar aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Somente após alcançar estas<br />

melhorias que seria iniciada a otimização do processo do TCLD.<br />

A aceitação do trabalho foi bastante positiva. A relevância das informações<br />

apresentadas e a criticida<strong>de</strong> do problema convergiram em um Projeto Básico <strong>de</strong><br />

Otimização do TCLD [42], realizado entre a Chemtech e a Vale.<br />

Assim, tendo em vista o interesse do cliente e os esforços que vêm sendo realizados,<br />

acredita-se que em um curto intervalo <strong>de</strong> tempo (cerca <strong>de</strong> 6 meses) seja dado início à<br />

otimização do TCLD.<br />

6.2 Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Este trabalho propôs a avaliação dos processos <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> minério da<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato – Vale. Foi realizada <strong>uma</strong> <strong>de</strong>scrição sucinta da operação<br />

102


das Instalações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério (B1, B2 e B3) e do processo <strong>de</strong> envio <strong>de</strong><br />

minério britado para a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vargem Gran<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> TCLD.<br />

I<strong>de</strong>ntificou-se no transportador <strong>de</strong> correia para VGR <strong>uma</strong> boa oportunida<strong>de</strong> para<br />

aplicação <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem e controle <strong>de</strong> processos, com perspectivas<br />

consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> ganhos operacionais e <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Por limitações do sistema PIMS implantado na empresa, realizou-se o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>uma</strong> solução OPC com o objetivo específico <strong>de</strong> efetuar coleta <strong>de</strong><br />

dados para mo<strong>de</strong>lagem. A solução foi implantada e os dados foram coletados com<br />

sucesso.<br />

O procedimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem foi efetuado apenas para os alimentadores 220-AL-01<br />

e 220-AL-02. Os mo<strong>de</strong>los foram validados e apresentaram resultados satisfatórios.<br />

Os controladores projetados foram implementados para controle avançado e<br />

convencional. O <strong>de</strong>sempenho do controlador convencional mostrou-se inferior,<br />

baseado no índice IAE e em percentual <strong>de</strong> overshoot. Introduziram-se erros <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem na simulação do controlador avançado e, mesmo com <strong>de</strong>svios nos<br />

parâmetros <strong>de</strong> tempo morto e ganho <strong>de</strong> processo, o <strong>de</strong>sempenho apresentado<br />

também foi superior ao do controlador convencional.<br />

Constatou-se que a utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> controle convencional ou avançado é<br />

viável para o processo e apresenta potencial para <strong>uma</strong> melhora significativa das<br />

condições operacionais e dos índices <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Uma análise quantitativa foi realizada para estimar os ganhos tangíveis <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> com a implantação do controle automático do TCLD. Com base em<br />

informações disponibilizadas pelo sistema <strong>de</strong> Gestão da Produção da Vale, estimou-se<br />

um ganho anual <strong>de</strong> 13580 toneladas por ano, que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado significativo<br />

para o processo em estudo.<br />

103


Po<strong>de</strong>-se afirmar que os objetivos estabelecidos para este trabalho foram<br />

completamente atendidos. Foram encontradas alg<strong>uma</strong>s dificulda<strong>de</strong>s durante a<br />

realização dos ensaios, como indisponibilida<strong>de</strong> física da planta, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso<br />

e agendamento <strong>de</strong> visitas à empresa e inexistência <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados. Em<br />

função <strong>de</strong>stas dificulda<strong>de</strong>s, apesar <strong>de</strong> terem sido superadas, foi possível compreen<strong>de</strong>r<br />

que a realização <strong>de</strong> trabalhos práticos em clientes externos (fora a universida<strong>de</strong>)<br />

representa um <strong>de</strong>safio maior ao estudante. Entretanto, apesar <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>safios<br />

tornarem mais difícil a conclusão do trabalho, é inquestionável que este tipo <strong>de</strong> contato<br />

com o cliente permite um aprendizado amplo e um conhecimento insubstituível sobre a<br />

realização <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> engenharia fora do meio acadêmico.<br />

Portanto, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que este trabalho proporcionou crescimento e<br />

aprendizado, tanto técnico quanto pessoal, e permitiu estreitar o relacionamento<br />

profissional com todos os envolvidos durante sua realização.<br />

6.3 Sugestões para trabalhos futuros<br />

A condição atual <strong>de</strong> automação e controle dos processos da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do<br />

Mato representa boas oportunida<strong>de</strong>s para futuras aplicações <strong>de</strong> trabalhos nestas<br />

áreas <strong>de</strong> engenharia. É importante ressaltar que a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> cada<br />

aplicação <strong>de</strong>verá ser avaliada cuidadosamente antes <strong>de</strong> sua execução.<br />

Po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar alg<strong>uma</strong>s sugestões, separadas pelas áreas específicas da<br />

unida<strong>de</strong>.<br />

104


6.3.1 Sugestões para as ITMs<br />

No processo <strong>de</strong> beneficiamento realizado na ITM-B1, <strong>de</strong>stacou-se (item 2.1) que a<br />

ocorrência <strong>de</strong> matacos exigia do operador <strong>uma</strong> atenção constante na corrente da<br />

grelha 210-GR-01. Sugere-se que seja avaliada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção automática <strong>de</strong> matacos na grelha. As imagens <strong>de</strong>sta etapa<br />

do processo são monitoradas por câmeras (CFTV) a partir da sala <strong>de</strong> controle. Estas<br />

câmeras po<strong>de</strong>riam ser adaptadas com <strong>uma</strong> análise <strong>de</strong> imagem para inferir sobre a<br />

presença <strong>de</strong>stas pedras. Outra opção seria realizar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> matacos<br />

diretamente no silo principal, durante o procedimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga dos caminhões com<br />

lavra da mina.<br />

As lógicas <strong>de</strong> intertravamento dos silos, tanto da B1 quanto da B2, mostraram-se<br />

<strong>de</strong>ficientes para o controle do processo. A inexistência <strong>de</strong> intertravamento <strong>de</strong> nível<br />

baixo ocasiona eventualmente operação à vazio dos britadores secundários cônicos.<br />

Assim, sugere-se a realização <strong>de</strong> um controle contínuo do nível <strong>de</strong>stes silos<br />

juntamente com aplicação <strong>de</strong> lógicas <strong>de</strong> intertravamento mais eficazes, que aumentem<br />

a confiabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sempenho do processo atual.<br />

Outra <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>stacada no item 2.2 é a inexistência <strong>de</strong> lógica <strong>de</strong> intertravamento<br />

para nível alto <strong>de</strong> corrente nas peneiras, tanto em B1 quanto em B2. Sugere-se que<br />

seja realizada <strong>uma</strong> análise e que juntamente com o controle <strong>de</strong> nível dos silos,<br />

<strong>de</strong>terminem-se lógicas para controle e intertravamento que minimizem a ocorrência <strong>de</strong><br />

sobrecarga das peneiras.<br />

105


6.3.2 Sugestões para o TCLD 220-TC-01<br />

Como <strong>de</strong>scrito no item 2.6, i<strong>de</strong>ntificou-se que o nível das pilhas <strong>de</strong> minério exerce<br />

influência significativa nas taxas <strong>de</strong> vazão dos alimentadores do TCLD. Apesar da<br />

otimização das ITMs minimizar a ocorrência <strong>de</strong> má formação <strong>de</strong> pilha, a medição<br />

contínua do nível <strong>de</strong>stas pilhas seria um parâmetro importante para o controle do<br />

processo, seja ele manual ou automático. Este mesmo problema é observado na<br />

alimentação <strong>de</strong> B2 a partir do minério britado em TAM. Existem projetos <strong>de</strong> pesquisa<br />

relacionados a este tema, conforme <strong>de</strong>scrito em [44].<br />

Existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> imagem para a medição contínua <strong>de</strong><br />

granulometria do minério empilhado nos pátios. Esta medição po<strong>de</strong>ria ser realizada<br />

tanto para o minério oriundo <strong>de</strong> TAM, que é empilhado para alimentação da B2,<br />

quanto para o minério beneficiado nas ITMs e empilhado no pátio para envio até VGR<br />

através do TCLD. A medida granulométrica po<strong>de</strong>ria ser utilizada para ajuste<br />

automático das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> britagem ou mesmo para classificação do tamanho das<br />

partículas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> cada <strong>uma</strong> das pilhas que alimentam o TCLD (necessida<strong>de</strong><br />

mencionada pelo próprio operador da planta). Uma aplicação similar é <strong>de</strong>scrita por<br />

Wang em [63].<br />

Para dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho apresentado nesta monografia, sugere-se que<br />

sejam efetuadas as adaptações necessárias no sistema supervisório e nas lógicas dos<br />

CLPs. Seria necessário disponibilizar no supervisório opções <strong>de</strong> operação em modo<br />

automático e manual, valores <strong>de</strong> entrada para configuração dos blocos coor<strong>de</strong>nadores<br />

(i) e seqüências <strong>de</strong> partida em manual e automático do TCLD. Nos CLPs, seria<br />

preciso configurar as novas lógicas <strong>de</strong> controle e regras <strong>de</strong> priorização <strong>de</strong><br />

alimentadores e modos <strong>de</strong> operação, <strong>de</strong>finidas junto com a equipe <strong>de</strong> operação da<br />

Vale. Procedimentos para implementação prática <strong>de</strong> controladores são <strong>de</strong>scritos em<br />

[23], [19] e [20].<br />

106


Para acompanhamento da planta e avaliação do sistema <strong>de</strong> controle, recomenda-se<br />

que os dados <strong>de</strong> processo do TCLD sejam permanentemente historiados no sistema<br />

PIMS da unida<strong>de</strong>. De pose <strong>de</strong>stes dados, seria possível avaliar o <strong>de</strong>sempenho do<br />

controle implantado e monitorar índices <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> física da planta e <strong>de</strong> seus<br />

equipamentos. Estes dados po<strong>de</strong>riam também ser integrados ao Sistema <strong>de</strong> Gestão<br />

da Produção (GPROD) da Vale para gerar maior visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o processo<br />

produtivo da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato.<br />

Não foi escopo <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong>finir qual seria o melhor índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho para<br />

avaliação e sintonia fina dos controlares obtidos. Sugere-se que, antes da implantação<br />

do sistema <strong>de</strong> controle automático, realizem-se simulações com os mais diversos<br />

critérios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (IAE, ISE, ITAE, ITSE, etc.) e <strong>de</strong>fina-se <strong>uma</strong><br />

estrutura i<strong>de</strong>al para os controladores a serem utilizados, sejam eles convencionais ou<br />

avançados. Uma análise com relação a vários critérios <strong>de</strong> erro integral é realiza em [4]<br />

e [57].<br />

É também possível adotar abordagens diferentes para o trabalho realizado, visando a<br />

obtenção <strong>de</strong> novas estruturas para os mo<strong>de</strong>los do processo e seus controladores.<br />

Para tanto, sugere-se:<br />

Aplicações <strong>de</strong> Técnicas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem e controle baseadas em Re<strong>de</strong>s Neurais<br />

[36] ou Lógica Fuzzy [66];<br />

Utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> controle chaveado para variação dos parâmetros <strong>de</strong><br />

sintonia dos controladores em função das características do minério<br />

(tipicamente umida<strong>de</strong> e granulometria);<br />

Avaliação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> controle robusto [16], controladores auto-sintonizáveis<br />

[55], <strong>de</strong>ntre outras.<br />

107


Referências Bibliográficas<br />

[1] A. B. Luz, J. A. Sampaio & S. L. M. Almeida (2004): Tratamento <strong>de</strong> minérios. 4ª<br />

Edição. CETEM – Centro <strong>de</strong> Tecnologia Mineral / MCT – Ministério da Ciência e<br />

Tecnologia.<br />

[2] A. Kusters & G.A.J.M. Ditzhuijzen (1994): MIMO System I<strong>de</strong>ntification of a Slab<br />

Reheating Furnace. 3rd IEEE Conference on Control Applications, Glasgow, 24-<br />

26 August, pp. 1557-1563.<br />

[3] A. M. Lopez, P. W. Murrill & C. L. Smith (1967): Controller tuning relationships<br />

based on Integral Performance Criteria. Instrum. Technol. 14 (11), 57.<br />

[4] A. Margalith & H. W. Mergler (1982) :Optimum Setting for Proportional Controller.<br />

IEEE Transactions on Industrial Electronics, Vol. IE-29, No. 2, Maio <strong>de</strong> 1982.<br />

[5] A. P. Chaves & A. E. C. Peres (2006): Teoria e Prática do Tratamento <strong>de</strong><br />

Minérios – Volume III. Britagem, Peneiramento e Moagem. 3ª Edição. Ed.<br />

Signus.<br />

[6] A. R. Braga & F. G. Jota (1994): Critérios Múltiplos para Avaliação On-Line <strong>de</strong><br />

Desempenho <strong>de</strong> Controladores Industrias. In: 10° Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

Automática e 6° Congresso Latino-Americano <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Automático, 19 a 23<br />

<strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1994, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Anais, Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Automática, v.1, pp. 112-114.<br />

[7] ALSPA MV3000e – AC-fed Drivers (2006): Getting Started Manual. Publication<br />

No. T1676EN Rev. 0007 (06/06). Converteam Uk Ltd.<br />

[8] B. A. Ogunnaike, W. H. Ray (1979): Multivariable controller <strong>de</strong>sign for linear<br />

108


systems having multiple time <strong>de</strong>lays, AIChE J. 25 (6) 1043.<br />

[9] C. C. Guimarães (2003): Fundamentos <strong>de</strong> Bancos <strong>de</strong> Dados. <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong>,<br />

Projeto e Linguagem SQL. Ed. Unicamp.<br />

[10] C. H. Vidigal (2004): <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e <strong>Controle</strong> das <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Temperatura do Pré-<br />

Aquecimento <strong>de</strong> um Forno e Reaquecimento <strong>de</strong> Placas da Usiminas. Monografia<br />

<strong>de</strong> Projeto Final <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e Automação – UFMG.<br />

[11] Chemtech – A Simens Company. Website: http://www.chemtech.com.br<br />

(Acessado em Junho <strong>de</strong> 2007)<br />

[12] Comunicação Pessoal<br />

[13] D. E. Rivera, M. Morari & S. Skogestad (1986): Internal Mo<strong>de</strong>l Control, 4. PID<br />

Controller Design, Ind. Eng. Process Design Dev. 25, 252<br />

[14] D. E. Seborg (1989): Process Dynamics and Control, terceira edição. Editora<br />

John Wiley & Sons, Inc.<br />

[15] D. J. L. Manr & J. E. Calmeyer (2004): A Case Study of an Integrated Conveyor<br />

Belt Mo<strong>de</strong>l for the Mining Industry. IEEE Africon, pp. 661-666.<br />

[16] D. L. Laughlin, D. E. Riveria & M. Morari (1987): Smith predictor <strong>de</strong>sign for robust<br />

performance, Int. J. Control 46 (2) 477–504.<br />

[17] D. R. Saffer, J. J. Castro & F. J. Doyle (2005): A variable time <strong>de</strong>lay compensator<br />

for multivariable linear processes. Journal of Process Control 15 215–222.<br />

[18] D. Sbarbaro, J. Barriga, H. Valenzuela & G. Cortes (2005): A Multi-Input-Single-<br />

Output Smith Predictor for Fee<strong>de</strong>rs Control in SAG Grinding Plants. IEEE<br />

Transactions on Control Systems Technology, Vol. 13 No. 6, November 2005.<br />

[19] D. W. Clarke (1983): PID Algorithms and their computer implementations. NTIS,<br />

109


Springfield, VA (USA), 1983, 40 pp.<br />

[20] E. C. Martins (2001): <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e controle <strong>de</strong> dosagem <strong>de</strong> produtos químicos<br />

em <strong>uma</strong> estação clássica <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água. Dissertação (mestrado) -<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

[21] E. G. Collins, Y. Zhao Jr. & R. Millett (2001): A Genetic Search Approach to<br />

unfalsified PI Control Design for a Weigh Belt Fee<strong>de</strong>r. International Journal of<br />

Adaptive Control and Signal Processing, Vol. 15, pp. 519-534.<br />

[22] E. O. Doebelin (1990): Measurements Systems: Application and Design, 2nd<br />

Edition, Ed. McGraw-Hill International.<br />

[23] F. G. Jota & R. T. Pena (1995): <strong>Controle</strong> <strong>de</strong> Processos por Computador. Notas<br />

<strong>de</strong> aula para o curso <strong>de</strong> extensão em automação industrial – Petrobrás/REGAP.<br />

[24] F. G. Jota (1998): Técnicas <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> <strong>de</strong> Processo Industriais. Notas <strong>de</strong> aula.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Belo Horizonte.<br />

[25] F. T. A. Mello (2004): Sistema <strong>de</strong> Automação e Projeto <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> da Vazão <strong>de</strong><br />

Minério da Britagem Primária da Mina da Mutuca. Monografia <strong>de</strong> Projeto Final <strong>de</strong><br />

Curso <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e Automação – UFMG.<br />

[26] G. A. Baker & P. G. Morris (1996): Padé Approximants, 2 nd edition, Cambridge<br />

University Press.<br />

[27] G. Jones & A. B. Amin (2007): Successful retrofit upgra<strong>de</strong> of direct hydraulic drive<br />

system for apron fee<strong>de</strong>r applications in a limestone quarry to improve reliability<br />

and production. Cement Industry Technical Conference Record, 2007. IEEE<br />

[28] G. S. Da Silva (2004): Otimização <strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Britagem <strong>de</strong> Minério.<br />

Monografia <strong>de</strong> Projeto Final <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e Automação –<br />

110


UFMG.<br />

[29] H. T. Nguyen & F. Bartolo (1993). A Torque Control Strategy for Motor Starters.<br />

Power Electronics, pp. 480-484<br />

[30] J. C. Yingling, Z. Luo & J. Sottile Jr. (1997): On-line Control Strategies to<br />

Minimize Peak Loads on Mine Conveyor Networks. IEEE Transactions on<br />

Industry Applications, Vol. 33, No. 1, January/February.<br />

[31] K. Åstrom & T. Hägglund (1995): PID Controllers: Theory Design and Tunning.<br />

2nd Edition. Ed. ISA.<br />

[32] K. K. Tan, T. H. Lee & R. Rerdous (1999): New approach for <strong>de</strong>sign and<br />

automatic tuning of the Smith predictor controller, Ind. Eng. Chem. Res. 38 (9)<br />

3438–3445.<br />

[33] K. Ogata (1987): Discrete-Time Control Systems, Prentice-Hall, Englewood Cliffs,<br />

NJ.<br />

[34] L. A. Aguirre (2000): Introdução à I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Sistemas. Técnicas Lineares e<br />

Não-Lineares Aplicadas a Sistemas Reais, primeira edição. Editora UFMG<br />

[35] L. Ljung (1987): System I<strong>de</strong>ntification: Theory for the user. Prentice-Hall, Inc.,<br />

Englewood Cliffs, New Jersey.<br />

[36] M. Brancifortea, R. Caponettob & L. Fortunab (2003): RD-CNN for driving a 2-D<br />

conveyor belt via memory shape alloys. Control Engineering Practice 11 687–<br />

695.<br />

[37] M. Hager & A. Hintz (1993): The Energy-Saving Design of Belts for Long<br />

Conveyor Systems. Bulk Solids Handling, Vo1.13, No.4, pp.749-758.<br />

[38] M. Zhuang & D. P. Atherton (1991): PID controllers with integral performance<br />

111


criteria. IEEE Control Systems Magazine.<br />

[39] MATLAB® - The Language of Technical Computing. The MathWorks.<br />

http://www.mathworks.com/products/matlab/ (Acessado em Junho <strong>de</strong> 2008).<br />

[40] Matrikon Inc., Whitepapers (2006): Establishing OPC Communication on<br />

Windows XP SP2 and Windows 2003 SP1. July 4, 2006.<br />

www.matrikonopc.com/downloads/types/whitepapers/in<strong>de</strong>x.aspx (Acessado em<br />

Janeiro <strong>de</strong> 2008)<br />

[41] MD-VAL-07122-07043-001[B]: Memorial Descritivo <strong>de</strong> otimização da taxa <strong>de</strong><br />

produção dos alimentadores da B1 e B2 – Projeto <strong>de</strong> Engenharia Básica para a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato – Vale. Abril <strong>de</strong> 2008.<br />

[42] MD-VAL-07122-07043-005[C]: Memorial Descritivo <strong>de</strong> otimização da taxa <strong>de</strong><br />

alimentação do TCLD (VGR) – Projeto <strong>de</strong> Engenharia Básica para a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Capitão do Mato – Vale. Maio <strong>de</strong> 2008.<br />

[43] Metso Minerals Brochure: Bulk Material Handling. World-class Apron Fee<strong>de</strong>rs.<br />

www.metsominerals.com (Acessado em Maio <strong>de</strong> 2008).<br />

[44] Ministério da Educação, Portal CAPES, Projetos <strong>de</strong> Pesquisa Multidisciplinar<br />

(2006): Medição <strong>de</strong> Pilhas <strong>de</strong> Minério por Visão Computacional. Programa:<br />

32020015002P-0 – <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> Matemática e Computacional - CEFET/MG<br />

[45] MySQL – Sun Microsystems: Banco <strong>de</strong> Dados e GUI Tools gratuitos<br />

http://<strong>de</strong>v.mysql.com/downloads/ (Acessado em Fevereiro <strong>de</strong> 2008)<br />

[46] N. F. Jerome, W. H. Ray (1986): High-performance multivariable control<br />

strategies for systems having time <strong>de</strong>lays, AIChE J. 32 (6) 914–931.<br />

[47] O. J. M. Smith (1957): Closed control of loops with <strong>de</strong>ad time. Chem. Eng. Prog.,<br />

112


vol. 53, pp. 217–219.<br />

[48] O. Mayr (1970): The Origins of Feedback Control. Scientific American, 223, 4,<br />

October 1970, pp. 110-118.<br />

[49] OPC Foundation – Specifications DX, DA e HDA. www.opcfoundation.com<br />

(Acessado em Janeiro <strong>de</strong> 2008)<br />

[50] R. C. Dorf & A. Kusiak (1994): Handbook of Automation and Manufacturing. John<br />

Wiley & Sons, New York, 1994.<br />

[51] R. C. Dorf & R. H. Bishop (2001): Sistemas <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> Mo<strong>de</strong>rnos, oitava Edição.<br />

Editora LTC.<br />

[52] R. Elmasri & S. B. Navathe (2004): Fundamentals of Database Systems, 4th Ed.,<br />

Addison Wesley, Reading, MA, 2004.<br />

[53] S. A. A. Viana & L. A. M. Pantoja (2004): <strong>Controle</strong> Automático Regulatório <strong>de</strong><br />

Vazão Mássica <strong>de</strong> Minério <strong>de</strong> Ferro. Congresso Brasileiro De Automática, 15.,<br />

2004, Gramado. Porto Alegre: SBA, 2004. 6p. (CTA/ITA-IEE/AE-049/2004)<br />

[54] S. D. Thompson, J. V. Carnahan & P. L. Webster (1992): Determining gathering<br />

belt capacities for bulk conveyor networks with multiple discrete loading sources.<br />

Int. J. Prod. Econ., vol. 22, pp. 81-91, 1992.<br />

[55] S. Majhi & D. P. Atherton (2000): Obtaining controller parameters for a new Smith<br />

predictor using autotuning, Automatica 36 (11) 1651–1658.<br />

[56] S. Skogestad & I. Postletwaite (1996): Multivariable feedback control. Analysis<br />

and <strong>de</strong>sign. John Wiley and Sons.<br />

[57] S. Tavakoli & M. Tavakoli (2003): Optimal Tuning of PID controllers for First<br />

Or<strong>de</strong>r Plus Time Delay Mo<strong>de</strong>ls using Dimensional Analysis. The Fourth<br />

113


International Conference on Control and Automation (ICCA’03), 10-12 June 2003,<br />

Montreal, Canada.<br />

[58] Schnei<strong>de</strong>r – Telemecanique: OPC Factory Server User Manual V2.5.<br />

www.telemecanique.com/en/products/in<strong>de</strong>x_fon11_fam13_aut_ofs.htm<br />

(Acessado em Fevereiro <strong>de</strong> 2008)<br />

[59] Simulink® - Simulation and Mo<strong>de</strong>l-Based Design. The MathWorks.<br />

http://www.mathworks.com/products/simulink/ (Acessado em Junho <strong>de</strong> 2008).<br />

[60] T. E. Marlin (2000): Process Control – Designing Processes and Control Systems<br />

for Dynamic Performance. 2nd Edition. McGraw Hill International Editions,<br />

Chemical Engineering Series, Boston.<br />

[61] T. Hägglund (1992): A Predictive PI Controller for Processes with Long Dead<br />

Times. Control Systems Magazine, IEEE. Volume 12, Issue 1, Feb. 1992<br />

Page(s):57 – 60.<br />

[62] U. Ebach & A. Graser (1995): Design of an exten<strong>de</strong>d Smith controller with gain<br />

adaptation, Control Eng. Prac. 3 (10) (1995) 1467–1470.<br />

[63] W. X. Wang & Lei Li (2006): Continuous Measurement of Aggregate Size and<br />

Shape by Image Analysis of a Falling Stream. Proceedings of the 6th World<br />

Congress on Intelligent Control and Automation, June 21 - 23, 2006, Dalian,<br />

China<br />

[64] Y. Wang, O.P. Damani & W. J. Lee (1997): Reliability and Availability Issues in<br />

Distributed Component Object Mo<strong>de</strong>l (DCOM). AT&T Labs. Res., USA.<br />

[65] Y. Zhao & E. G. Collins Jr. (2003): Fuzzy PI Control Design for an Industrial<br />

Weigh Belt Fee<strong>de</strong>r IEEE Transactions on Fuzzy Systems, Vol. 11, No. 3, June<br />

2003.<br />

114


[66] Y. Zhao & E. G. Collins Jr. (2003): Non-mo<strong>de</strong>l-based Control for an Industrial<br />

Weigh Belt Fee<strong>de</strong>r. American Control Conference, volume 5, 4-6 June 2003 pp.<br />

3667 – 3672<br />

115


Apêndice A – Conceitos <strong>de</strong> Britagem<br />

A 1 Cominuição<br />

A cominuição é <strong>uma</strong> operação <strong>de</strong> fragmentação que, no campo <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong><br />

minérios, agrupa um conjunto <strong>de</strong> técnicas que tem por finalida<strong>de</strong> reduzir, por ação<br />

mecânica externa e alg<strong>uma</strong>s vezes interna, um sólido <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado tamanho em<br />

fragmentos menores [1].<br />

Essa operação <strong>de</strong> fragmentação <strong>de</strong>ve ser executada <strong>de</strong> maneira controlada <strong>de</strong> modo<br />

a cumprir um objetivo pré-<strong>de</strong>terminado, incluindo exigências <strong>de</strong> controlar o tamanho<br />

máximo dos produtos e <strong>de</strong> evitar a geração <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s excessivas <strong>de</strong> finos [5].<br />

As operações <strong>de</strong> cominuição se fazem necessárias na realida<strong>de</strong> industrial por diversas<br />

razões:<br />

1. Para permitir o manuseio do material <strong>de</strong> mineração, garantindo um volume<br />

reduzido que possibilite a movimentação <strong>de</strong>sse material.<br />

2. Para permitir o transporte contínuo: transportadores <strong>de</strong> correia são, em<br />

princípio, muito mais convenientes que caminhões ou outros veículos a diesel,<br />

pois custam mais barato, usam energia elétrica, são silenciosos e, sobretudo,<br />

operam continuamente. Entretanto são limitados quanto ao tamanho das peças<br />

que po<strong>de</strong>m transportar. De maneira aproximada, é um terço da largura da<br />

correia. Então, para qualquer transporte em transportadores <strong>de</strong> correia o<br />

minério precisa estar britado.<br />

116


3. Para permitir a utilização do minério: a brita para concreto ou pavimentação<br />

<strong>de</strong>ve ter tamanhos bem <strong>de</strong>finidos; carvão para ser queimado em grelhas<br />

precisa ser graúdo e isento <strong>de</strong> finos etc.<br />

4. Para liberar as partículas dos minerais úteis e dos minérios <strong>de</strong> ganga e permitir<br />

a sua separação através dos processos <strong>de</strong> concentração, rejeitos e produtos<br />

intermediários.<br />

A importância da operação <strong>de</strong> fragmentação po<strong>de</strong> ser percebida em toda a sua<br />

magnitu<strong>de</strong>, se for <strong>de</strong>stacado o fato <strong>de</strong> que a maior parte da energia gasta no<br />

processamento <strong>de</strong> minérios é absorvida pela fragmentação. Isso nos leva a supor que<br />

gran<strong>de</strong> parte dos custos operacionais <strong>de</strong> <strong>uma</strong> usina <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> minérios se <strong>de</strong>ve<br />

à fragmentação [1].<br />

A Tabela A.1 <strong>de</strong>staca o consumo típico <strong>de</strong> energia em <strong>uma</strong> mineradora.<br />

Tabela A.1 – Distribuição do Consumo <strong>de</strong> Energia [Fonte: Adaptado <strong>de</strong> CETEM, 2004]<br />

Operação<br />

Consumo<br />

(KWh/ton)<br />

Fragmentação 17,2<br />

Concentração 1,5<br />

Eliminação <strong>de</strong> Rejeito 1,2<br />

Abastecimento <strong>de</strong> água 1,5<br />

Total 21,4<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber pela Tabela A.1 que cerca <strong>de</strong> 80% da energia total empregada na<br />

unida<strong>de</strong> industrial é consumida durante a fragmentação. Isso indica que um controle<br />

bem realizado nos estágios <strong>de</strong> fragmentação po<strong>de</strong> resultar em um aumento da<br />

eficiência energética e até redução <strong>de</strong> gastos.<br />

117


A operação <strong>de</strong> fragmentação compreen<strong>de</strong> vários estágios que se aplicam ao minério,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mina até sua a<strong>de</strong>quação ao processo industrial subseqüente. As principais<br />

operações são a britagem e a moagem [5]. Elas são diferentes não só em termos da<br />

faixa <strong>de</strong> tamanhos consi<strong>de</strong>rada como principalmente dos mecanismos <strong>de</strong> redução dos<br />

tamanhos envolvidos. Nos processos <strong>de</strong> britagem as partículas grosseiras sofrem a<br />

ação <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> compressão ou <strong>de</strong> impacto. Os processos <strong>de</strong> moagem se<br />

restringem às frações mais finas e utilizam mecanismos <strong>de</strong> abrasão e arredondamento<br />

(quebra <strong>de</strong> arestas).<br />

Quando partículas menores são sujeitas à quebra por compressão, os produtos se<br />

apresentam em duas faixas <strong>de</strong> tamanho: partículas grossas resultantes da quebra<br />

induzida pela tensão, e partículas finas da quebra por compressão no local on<strong>de</strong> a<br />

carga é aplicada.<br />

Figura A.1 – Fratura por Britagem [Fonte: CETEM, 2004]<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> finos produzidos po<strong>de</strong> ser reduzida minimizando a área <strong>de</strong> aplicação<br />

da carga. Isto é feito nos equipamentos <strong>de</strong> britagem através do uso <strong>de</strong> superfícies<br />

corrugadas. A resistência das rochas à compressão é muito maior que a resistência à<br />

tração quando, geralmente, a ruptura se produz ao longo dos planos <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

118


Na quebra por impacto, com esforços aplicados rapidamente, a partícula sofre <strong>uma</strong><br />

pressão elevada e como resultado absorve mais energia do que é necessário para<br />

<strong>uma</strong> simples fratura e fragmenta-se principalmente por tensão, não havendo<br />

<strong>de</strong>formação. O produto apresenta-se como partículas <strong>de</strong> tamanho e forma<br />

semelhantes.<br />

A quebra por atrito produz muito material fino, o que geralmente é in<strong>de</strong>sejável. Esse<br />

mecanismo acontece principalmente <strong>de</strong>vido às interações partícula-partícula e po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer até num britador se este for alimentado rapidamente, o que provoca um<br />

contato maior entre as partículas aumentando assim a atrição.<br />

A seguir o processo <strong>de</strong> Britagem será <strong>de</strong>talhado.<br />

A 2 Britagem<br />

A britagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> compressão, impacto ou cisalhamento, e exige um<br />

volume específico <strong>de</strong> partícula para que essas forças possam se <strong>de</strong>senvolver. Fica<br />

<strong>de</strong>ssa forma restrita a tamanhos maiores.<br />

A fratura se <strong>de</strong>senvolve segundo tensões principais <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong> inclinação<br />

constante em relação à direção das tensões <strong>de</strong> compressão. Em conseqüência as<br />

partículas ten<strong>de</strong>m a apresentar certa cubicida<strong>de</strong> e faces relativamente planas. [5].<br />

A britagem utiliza, em sucessivas etapas, diversos equipamentos apropriados para a<br />

redução <strong>de</strong> tamanhos convenientes ou para a liberação <strong>de</strong> minerais valiosos <strong>de</strong> sua<br />

ganga (composto mineral sem valor agregado). Normalmente, para haver <strong>uma</strong><br />

liberação satisfatória, é necessário que o minério seja reduzido a <strong>uma</strong> granulometria<br />

fina. Nessas condições a fragmentação <strong>de</strong>senvolve-se por meio <strong>de</strong> três estágios, isto<br />

é, grossa, intermediária e fina (para alguns casos esse estágio é também chamado <strong>de</strong><br />

119


moagem) [1]. Nos dois primeiros estágios a fragmentação é realizada em britadores e<br />

no último estágio, em moinhos. Não há rigi<strong>de</strong>z quanto aos estágios <strong>de</strong> britagem,<br />

porém, normalmente utiliza-se a classificação mostrada na Tabela A.2:<br />

Tabela A.2 - Classificação dos estágios <strong>de</strong> britagem [Fonte: CETEM, 2004]<br />

A 2.1 Britagem primária<br />

Nessa etapa são empregados os britadores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, sempre operando em<br />

circuito aberto e sem <strong>de</strong>scarte (escalpe) da fração fina contida na alimentação. A<br />

britagem primária é realizada a seco e tem <strong>uma</strong> razão <strong>de</strong> redução em torno <strong>de</strong> 8:1.<br />

Para este estágio são utilizados os seguintes tipos <strong>de</strong> britadores: britador <strong>de</strong><br />

mandíbulas, britador giratório, britador <strong>de</strong> impacto e o <strong>de</strong> rolos <strong>de</strong>ntado. A Tabela A.3<br />

apresenta um quadro comparativo das características <strong>de</strong>sses equipamentos.<br />

120


Tabela A.3 - Quadro comparativo dos britadores primários [Fonte: CETEM, 2004]<br />

121


A 2.2 Britagem Secundária<br />

Enten<strong>de</strong>-se por britagem secundária, <strong>de</strong> forma geral, todas as gerações <strong>de</strong> britagem<br />

subseqüentes à primária. Tem como objetivo, na maioria dos casos, a redução<br />

granulométrica do material para a moagem. É comum na britagem secundária o<br />

<strong>de</strong>scarte prévio da fração fina na alimentação, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção. Esta operação é chamada <strong>de</strong> escalpe.<br />

Para este estágio são utilizados os seguintes tipos <strong>de</strong> britadores: britador giratório<br />

secundário, britador <strong>de</strong> mandíbulas secundário, britador cônico, britador <strong>de</strong> martelos e<br />

o <strong>de</strong> rolos. Os britadores giratórios, mandíbulas e martelos são semelhantes àqueles<br />

empregados na britagem primária, apenas tendo dimensões menores.<br />

A 2.3 Britagem Terciária<br />

Em geral, este é o último estágio <strong>de</strong> britagem. No entanto, existem usinas com mais<br />

<strong>de</strong> três estágios cujo fato está ligado às características <strong>de</strong> fragmentação do material,<br />

ou à granulometria do produto final. Os equipamentos em geral utilizados são os<br />

britadores cônicos, cuja granulometria máxima do produto obtido está compreendida<br />

na faixa <strong>de</strong> 25 a 3 mm, com <strong>uma</strong> razão <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 4:1 ou 6:1. Estes equipamentos<br />

exigem um maior controle <strong>de</strong> operação, geralmente trabalhando em circuito fechado.<br />

A Tabela A.4 <strong>de</strong>staca as relações <strong>de</strong> redução para os diferentes estágios <strong>de</strong><br />

cominuição:<br />

122


Tabela A.4 – Relações <strong>de</strong> redução [Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Chaves; Peres, 2006]<br />

Estágio Relação <strong>de</strong> redução<br />

Britagem Primária 8 : 1<br />

Britagem Secundária 6 a 8 : 1<br />

Britagem Terciária 4 a 6 : 1<br />

Britagem Quaternária até 20<br />

Moagem grossa até 20<br />

Moagem Fina 100 a 200<br />

A 3 Equipamentos da Britagem<br />

Existem inúmeros tipos <strong>de</strong> britadores, mas nem todos, entretanto, têm aplicação<br />

industrial tão generalizada <strong>de</strong> maneira que mereçam <strong>de</strong>staque. A Tabela A.5<br />

apresenta um resumo dos principais tipos encontrados, e que serão discutidos a<br />

seguir.<br />

Tabela A.5 – Principais equipamentos da britagem [Fonte: Chaves; Peres, 2006]<br />

123


A 3.1 Britador <strong>de</strong> mandíbulas<br />

É um britador utilizado para fazer a britagem primária em blocos <strong>de</strong> elevadas<br />

dimensões/dureza e com gran<strong>de</strong>s variações <strong>de</strong> tamanho na alimentação. Compõe-se<br />

basicamente <strong>de</strong> <strong>uma</strong> mandíbula fixa e <strong>uma</strong> móvel interligada ao eixo excêntrico do<br />

britador, que fornece movimento <strong>de</strong> aproximação e afastamento entre elas. Desta<br />

maneira o bloco alimentado na boca do britador vai <strong>de</strong>scendo entre as mandíbulas<br />

enquanto recebe o impacto responsável pela fragmentação. A Figura A.2 mostra um<br />

esquema construtivo <strong>de</strong> um britador <strong>de</strong> mandíbulas <strong>de</strong> dois eixos.<br />

Figura A.2 – Corte <strong>de</strong> um britador <strong>de</strong> mandíbulas [Fonte: Chaves, A ; Peres, A]<br />

A 3.2 Britador Giratório<br />

É um equipamento <strong>de</strong> britagem tipicamente primária, utilizado quando existe <strong>uma</strong><br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material a ser fragmentado, sendo consi<strong>de</strong>rado para essa<br />

124


finalida<strong>de</strong> mais operacional que o britador <strong>de</strong> mandíbula, <strong>uma</strong> vez que possibilita<br />

alimentação por qualquer lado (indistintamente), além <strong>de</strong> permitir <strong>uma</strong> pequena<br />

armazenagem em seu topo.<br />

Figura A.3 – Britador Giratório [Fonte: Chaves, A ; Peres, A]<br />

Estes britadores têm um elemento móvel, que é o cone, e um elemento fixo, chamado<br />

<strong>de</strong> manto ou côncavo. O cone tem movimento excêntrico, e <strong>de</strong>sta maneira se<br />

aproxima e afasta das pare<strong>de</strong>s internas do manto em um movimento recessivo<br />

circular. Este movimento circular (85 a 150 rpm) faz com que toda a área da carcaça<br />

seja utilizada na britagem, o que fornece ao britador <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

operação.<br />

125


Figura A.4 – Movimento recessivo e volume britado [Fonte: Chaves, A ; Peres, A]<br />

A 3.3 Britador <strong>de</strong> Impacto<br />

Neste tipo <strong>de</strong> britador a fragmentação é feita por impacto, ao invés <strong>de</strong> compressão.<br />

Por meio do movimento <strong>de</strong> barras (500 até 3000 rpm) parte da energia cinética é<br />

transferida para o material, projetando-se sobre as placas fixas <strong>de</strong> impacto on<strong>de</strong><br />

ocorre a fragmentação.<br />

Figura A.5 – Britador <strong>de</strong> impacto [Fonte: CETEM, 2004]<br />

126


A <strong>de</strong>svantagem do uso <strong>de</strong>sse equipamento é que apresenta elevado custo <strong>de</strong><br />

manutenção e gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, não sendo aconselhável seu uso no caso <strong>de</strong> rochas<br />

abrasivas e <strong>de</strong> materiais com valor <strong>de</strong> sílica equivalente ou maior que 15%. Estes<br />

equipamentos são geralmente escolhidos para britagem primária, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja <strong>uma</strong><br />

alta razão <strong>de</strong> redução e alta percentagem <strong>de</strong> finos.<br />

A 3.4 Britador <strong>de</strong> Rolo Dentado<br />

Consiste basicamente <strong>de</strong> um rolo <strong>de</strong>ntado móvel e <strong>uma</strong> carcaça fixa, como<br />

apresentado na Figura A.6.<br />

Figura A.6 – Britador <strong>de</strong> rolo <strong>de</strong>ntado [Fonte: CETEM, 2004]<br />

O movimento giratório do rolo provoca a compressão e cisalhamento do material entre<br />

os <strong>de</strong>ntes e a placa fixada à câmara. Esse tipo <strong>de</strong> equipamento tem emprego limitado<br />

<strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste dos <strong>de</strong>ntes, por serem sensíveis à abrasão. É<br />

aconselhável sua aplicação para rochas <strong>de</strong> fácil fragmentação e também para<br />

britagens móveis, dada as pequenas dimensões do equipamento. Possui alta<br />

127


tolerância à umida<strong>de</strong> da alimentação, sendo na britagem primária o equipamento que<br />

produz menos finos.<br />

A 3.5 Britador Cônico<br />

Este britador possui o mesmo princípio <strong>de</strong> operação do britador giratório.<br />

Contrariamente ao que acontece no giratório, no britador cônico o manto e o cone<br />

apresentam longas superfícies paralelas para garantir um tempo longo <strong>de</strong> retenção<br />

das partículas nessa região.<br />

Figura A.7 – Britador cônico [Fonte: CETEM, 2004]<br />

No britador giratório a <strong>de</strong>scarga se dá pela ação da gravida<strong>de</strong>, enquanto que no<br />

cônico a <strong>de</strong>scarga é condicionada ao movimento do cone. O movimento vertical do<br />

cone, para cima e para baixo, controla a abertura da saída, e para tal, utilizam-se<br />

dispositivos hidráulicos.<br />

128


A 3.6 Britador <strong>de</strong> Rolos<br />

Figura A.8 – Esquema do movimento do britador cônico<br />

Este equipamento consiste em dois rolos <strong>de</strong> aço girando à mesma velocida<strong>de</strong>, em<br />

sentidos contrários, guardando entre si <strong>uma</strong> distância <strong>de</strong>finida. São <strong>de</strong>stinados a<br />

materiais friáveis ou <strong>de</strong> fácil fragmentação.<br />

Figura A.9 – Britador <strong>de</strong> rolos [Fonte: CETEM, 2004]<br />

129


A alimentação é feita lançando-se os blocos <strong>de</strong> minério entre os rolos, cujo movimento<br />

faz com que os mesmos sejam forçados a passar pela distancia fixada previamente<br />

por parafusos <strong>de</strong> ajuste. Esta ação promove a fragmentação dos blocos.<br />

Este tipo <strong>de</strong> britador possui <strong>uma</strong> forte limitação quanto à granulometria da<br />

alimentação, pois a mesma <strong>de</strong>verá ser limitada pela distância fixada entre os rolos e<br />

os diâmetros dos mesmos. Mas ao contrário do que é <strong>de</strong>sejado, a granulometria da<br />

alimentação <strong>de</strong> minério é fonte constante <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong>.<br />

130


Apêndice B – Control Design Form<br />

Título do Projeto:<br />

Processo:<br />

<strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> e <strong>Sintonia</strong> <strong>de</strong> <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Correia</strong><br />

Transportadora <strong>de</strong> Minério<br />

<strong>Correia</strong> transportadora <strong>de</strong> minério beneficiado em instalações<br />

<strong>de</strong> britagem<br />

Empresa: Vale - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capitão do Mato<br />

Projetista:<br />

Orientador:<br />

Supervisor:<br />

Rudá Grossi Coimbra Martins<br />

(Graduando em Engenharia <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e Automação - UFMG)<br />

Prof. Fábio Gonçalves Jota<br />

(Departamento <strong>de</strong> Engenharia Eletrônica da UFMG)<br />

Eng. Daniel dos Santos Soares<br />

(Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Projetos da Chemtech)<br />

Data: 04 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2008<br />

Revisão N.º: 01<br />

131


Segurança<br />

Tabela B.1 – CDF – Objetivos <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

Objetivos <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

Variações bruscas <strong>de</strong> carga na correia po<strong>de</strong>m causar situações <strong>de</strong> risco operacional.<br />

Proteção do Equipamento<br />

Devem-se evitar vazões acima <strong>de</strong> 4100 t/h. A escolha da constante <strong>de</strong> tempo da malha<br />

fechada também exerce influência sobre o <strong>de</strong>sgaste dos equipamentos.<br />

Operação Suave<br />

As variáveis manipuladas <strong>de</strong>vem ser variadas <strong>de</strong> forma suave. O acionamento dos<br />

alimentadores <strong>de</strong>ve ser pouco oscilatório para evitar <strong>de</strong>sgaste excessivo do equipamento.<br />

Operação Estável<br />

As malhas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong>vem apresentar funcionamento estável<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do modo <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> outras malhas. A vazão mássica <strong>de</strong>ve ser<br />

controlada com a menor variação possível em torno <strong>de</strong> um setpoint.<br />

Qualida<strong>de</strong> do Produto<br />

A granulometria do minério enviado pela correia <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r requisitos específicos<br />

solicitados pela próxima unida<strong>de</strong> cliente (Vargem Gran<strong>de</strong>). O sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ve<br />

permitir ao operador <strong>de</strong>finir contribuições relativas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> minério para cada<br />

alimentador em uso.<br />

Eficiência e Otimização<br />

A correia transportadora <strong>de</strong>ve operar o máximo <strong>de</strong> tempo possível em seu nível nominal<br />

<strong>de</strong> carga (3800t/h) para permitir aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Além disso, sua ativida<strong>de</strong><br />

regenerativa permitirá maior geração <strong>de</strong> energia elétrica caso opere por mais tempo com o<br />

valor nominal <strong>de</strong> carga.<br />

Monitoramento e Diagnóstico<br />

Os seguintes equipamentos <strong>de</strong>vem ser monitorados:<br />

o 220-AL-01: monitorar velocida<strong>de</strong> do alimentador;<br />

o 220-AL-02: monitorar velocida<strong>de</strong> do alimentador;<br />

o 220-AL-03: monitorar velocida<strong>de</strong> do alimentador;<br />

o 220-AL-04: monitorar velocida<strong>de</strong> do alimentador;<br />

o 220-TC-01: monitorar velocida<strong>de</strong> e vazão mássica da correia<br />

Todos estes dados <strong>de</strong>vem ser monitorados e historiados para permitir acompanhamento<br />

do <strong>de</strong>sempenho do sistema <strong>de</strong> controle. Devem ainda ser exibidos no sistema <strong>de</strong><br />

supervisão do processo. Os sensores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos alimentadores e a balança<br />

dinâmica da correia <strong>de</strong>vem estar em condições a<strong>de</strong>quadas para monitorar as variáveis <strong>de</strong><br />

interesse.<br />

132


Tabela B.2 – CDF – <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong><br />

<strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>ntificação Descrição<br />

SIT-CMT-220-AL-01 Malha <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do AL-01 que alimenta a 220-TC-01<br />

SIT-CMT-220-AL-01 SP Setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-01 MV Variável manipulada (valor <strong>de</strong> corrente) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-01 PV Variável <strong>de</strong> processo (velocida<strong>de</strong> real do alimentador) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-02 Malha <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do AL-02 que alimenta a 220-TC-01<br />

SIT-CMT-220-AL-02 SP Setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-02 MV Variável manipulada (valor <strong>de</strong> corrente) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-02 PV Variável <strong>de</strong> processo (velocida<strong>de</strong> real do alimentador) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-03 Malha <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do AL-03 que alimenta a 220-TC-01<br />

SIT-CMT-220-AL-03 SP Setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-03 MV Variável manipulada (valor <strong>de</strong> corrente) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-03 PV Variável <strong>de</strong> processo (velocida<strong>de</strong> real do alimentador) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-04 Malha <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do AL-04 que alimenta a 220-TC-01<br />

SIT-CMT-220-AL-04 SP Setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-04 MV Variável manipulada (valor <strong>de</strong> corrente) da malha<br />

SIT-CMT-220-AL-04 PV Variável <strong>de</strong> processo (velocida<strong>de</strong> real do alimentador) da malha<br />

SIT-CMT-220-TC-01 Malha <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da correia 220-TC-01<br />

SIT-CMT-220-TC-01 SP Setpoint <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da malha<br />

SIT-CMT-220-TC-01 MV Variável manipulada (valor <strong>de</strong> corrente) da malha<br />

SIT-CMT-220-TC-01 PV Variável <strong>de</strong> processo (velocida<strong>de</strong> real do alimentador) da malha<br />

133


Tabela B.3 – CDF – <strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Vazão Mássica<br />

<strong>Malhas</strong> <strong>de</strong> Vazão Mássica (Proposta)<br />

I<strong>de</strong>ntificação Descrição<br />

WIT-CMT-220-TC-01 Malha <strong>de</strong> vazão mássica da correia 220-TC-01<br />

WIT-CMT-220-TC-01 SP Setpoint <strong>de</strong> vazão mássica da malha<br />

WIT-CMT-220-TC-01 MV1 Variável manipulada 01 da malha (velocida<strong>de</strong> do 220-AL-01)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 MV2 Variável manipulada 02 da malha (velocida<strong>de</strong> do 220-AL-02)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 MV3 Variável manipulada 03 da malha (velocida<strong>de</strong> do 220-AL-03)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 MV4 Variável manipulada 04 da malha (velocida<strong>de</strong> do 220-AL-04)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 PV Variável <strong>de</strong> processo da malha (vazão mássica da correia)<br />

LIT-CMT-220-AL-01 PV<br />

LIT-CMT-220-AL-02 PV<br />

LIT-CMT-220-AL-03 PV<br />

LIT-CMT-220-AL-04 PV<br />

Variável <strong>de</strong> perturbação (nível da pilha do AL-01). Esta é<br />

apenas <strong>uma</strong> recomendação <strong>uma</strong> vez que não existe para este<br />

processo instrumentação que permita a medição do nível das<br />

pilhas.<br />

Variável <strong>de</strong> perturbação (nível da pilha do AL-02). Mesma<br />

recomendação <strong>de</strong>scrita acima.<br />

Variável <strong>de</strong> perturbação (nível da pilha do AL-03). Mesma<br />

recomendação <strong>de</strong>scrita acima.<br />

Variável <strong>de</strong> perturbação (nível da pilha do AL-04). Mesma<br />

recomendação <strong>de</strong>scrita acima.<br />

134


Variável<br />

Tabela B.4 – CDF – Variáveis Controladas<br />

Variáveis Controladas<br />

Princípio do<br />

Sensor<br />

SIT-CMT-220-AL-01 PV Tacômetro 0 - 60 fpm<br />

SIT-CMT-220-AL-02 PV Tacômetro 0 - 60 fpm<br />

SIT-CMT-220-AL-03 PV Tacômetro 0 - 60 fpm<br />

SIT-CMT-220-AL-04 PV Tacômetro 0 - 60 fpm<br />

SIT-CMT-220-TC-01 PV<br />

Roda giratória com<br />

contagem <strong>de</strong> pulso<br />

Range Informações Adicionais<br />

0 - 5 m/s<br />

WIT-CMT-220-TC-01 PV Célula <strong>de</strong> Carga ?<br />

A velocida<strong>de</strong> é<br />

especificada em pés<br />

por minuto. Um valor<br />

equivalente seria <strong>de</strong> 0 -<br />

0,3 m/s<br />

Foi <strong>de</strong>finido pela<br />

equipe da manutenção<br />

<strong>de</strong> CMT que as<br />

correias <strong>de</strong>vem operar<br />

com velocida<strong>de</strong><br />

constante.<br />

Não foi informado o<br />

range <strong>de</strong> calibração<br />

das células <strong>de</strong> carga.<br />

Sabe-se que <strong>uma</strong><br />

vazão <strong>de</strong> 4200 t/h<br />

interrompe <strong>de</strong> imediato<br />

o equipamento.<br />

135


Tabela B.5 – CDF – Variáveis Manipuladas<br />

Variáveis Manipuladas<br />

Variável Mínimo Máximo Informações Adicionais<br />

SIT-CMT-220-AL-01 MV 0 % 100 %<br />

SIT-CMT-220-AL-02 MV 0 % 100 %<br />

SIT-CMT-220-AL-03 MV 0 % 100 %<br />

SIT-CMT-220-AL-04 MV 0 % 100 %<br />

SIT-CMT-220-TC-01 MV - -<br />

WIT-CMT-220-TC-01 PV 0 t/h 4000 t/h<br />

Tabela B.6 – CDF – Elementos Finais <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

Elementos Finais <strong>de</strong> <strong>Controle</strong><br />

A velocida<strong>de</strong> dos<br />

alimentadores <strong>de</strong>verá ser<br />

variada para realizar o<br />

controle <strong>de</strong> vazão mássica<br />

da 220-TC-01.<br />

A malha <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

vazão da 220-TC-01 não<br />

irá atuar na velocida<strong>de</strong> da<br />

correia. Sua malha <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

conforme <strong>de</strong>finido pela<br />

equipe <strong>de</strong> manutenção.<br />

Sugere-se que a malha <strong>de</strong><br />

vazão mássica da 220-TC-<br />

01 tenha limite <strong>de</strong> 4000<br />

Variável Equipamento Observação<br />

SIT-CMT-220-AL-01 MV<br />

SIT-CMT-220-AL-02 MV<br />

SIT-CMT-220-AL-03 MV<br />

SIT-CMT-220-AL-04 MV<br />

SIT-CMT-220-TC-01 MV<br />

WIT-CMT-220-TC-01 PV<br />

Inversor <strong>de</strong> Freqüência<br />

ALSTOM série MV 3000.<br />

Mo<strong>de</strong>lo: ALSPA<br />

MV3240A5A1 [7]<br />

O acionamento <strong>de</strong> todos<br />

os alimentados e da<br />

correia 220-TC-01 é<br />

realizado pelo mesmo<br />

equipamento<br />

136


Tabela B.7 – CDF – Respostas Dinâmicas<br />

Respostas Dinâmicas *<br />

Entrada Saída Função <strong>de</strong> Transferência<br />

SIT-CMT-220-AL-01 MV WIT-CMT-220-TC-01 PV<br />

SIT-CMT-220-AL-02 MV WIT-CMT-220-TC-01 PV<br />

G<br />

G<br />

220<br />

AL 01Médio<br />

220<br />

AL02<br />

Médio<br />

54,<br />

5<br />

33 e<br />

( s)<br />

<br />

9s<br />

1<br />

( s)<br />

<br />

*Obs.: As respostas dinâmicas foram obtidas apenas para os alimentadores 220-AL-01 e 220-AL-02.<br />

Malha<br />

Tabela B.8 – CDF – Controladores Convencionais<br />

Controladores - PI Convencional<br />

Antes Otimização *<br />

Depois Otimização *<br />

Kp Ti (s) Kp Ti (s)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 AL-01 0,0025 9 0,00296 9<br />

WIT-CMT-220-TC-01 AL-02 0,002 7 0,00239 7<br />

*Obs.: Os controladores foram otimizados para minimização do IAE (Integral of Absolute Error).<br />

Tabela B.9 – CDF – Controladores Avançados<br />

Controladores - PI Avançado (Preditor <strong>de</strong> Smith)<br />

Malha<br />

Antes Otimização *<br />

Depois Otimização *<br />

Kp Ti (s) Kp Ti (s)<br />

WIT-CMT-220-TC-01 AL-01 0,0025 9 0,01191 9<br />

WIT-CMT-220-TC-01 AL-02 0,0020 7 0,00952 7<br />

*Obs.: Os controladores foram otimizados para minimização do IAE (Integral of Absolute Error).<br />

s<br />

44,<br />

5<br />

39 e<br />

7s<br />

1<br />

s<br />

137


Tabela B.10 – CDF – Consi<strong>de</strong>rações Adicionais<br />

Consi<strong>de</strong>rações Adicionais<br />

o Foi sugerido que os controladores da malha <strong>de</strong> vazão mássica (WIT-CMT-220-TC-<br />

01) sejam implantados com blocos coor<strong>de</strong>nadores (item 4.4.1), responsáveis por<br />

pon<strong>de</strong>rar as ações <strong>de</strong> controle e proporcionar ao operador a flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as<br />

contribuições relativas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> minério oriundo <strong>de</strong> cada pilha utilizada.<br />

o Não é possível afirmar que os parâmetros obtidos para os controladores representam<br />

a melhor sintonia para o processo. Acredita-se que a utilização <strong>de</strong> outros critérios<br />

(além do IAE) para otimização possa resultar em controladores mais eficientes.<br />

138

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!