O professor do Ensino Técnico em enfermagem, a docência ... - Unicid

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uma grande absorção desses profissionais pelo mercado de trabalho 42 , uma vez que houve um crescimento vertiginoso da oferta do curso Técnico de Enfermagem (BAGNATO, 1998). Segundo Bueno et. al. (1998b, p. 62), “...o curso de Licenciatura em Enfermagem assume uma importância considerável na formação de profissionais que irão lidar com a qualificação de outros trabalhadores, o auxiliar de enfermagem e o técnico de enfermagem...”. Entretanto, os enfermeiros envolvidos com o ensino profissional de Enfermagem nem sempre são licenciados ou sequer possuem uma capacitação pedagógica. Contam apenas com o conteúdo curricular da graduação chamado Didática Aplicada à Enfermagem 43 , que muitas vezes não dá conta de trabalhar as questões pedagógicas na formação do enfermeiro. A trajetória da pesquisadora na profissionalização docente conta apenas com o breve contato com a disciplina Didática Aplicada à Enfermagem, oferecida na graduação, e com os programas de capacitação de docentes oferecidos pelo SENAC São Paulo. Muitos docentes enfermeiros do SENAC São Paulo possuem este legado de profissionalização. O programa de capacitação docente oferecido pelo SENAC São Paulo, denominado Programa de Desenvolvimento Educacional 44 (PDE), tem como objetivos capacitar e contribuir para o aperfeiçoamento das competências implícitas no papel docente. O PDE acontece nas dependências das unidades SENAC, sendo invariavelmente coordenado por educadores e pedagogos. Embora o programa seja cuidadosamente preparado, oferecendo leituras, discussões em Educação e troca de 42 Respaldo legal através da Portaria 399 de junho de 1989. 43 Presente no currículo da graduação em Enfermagem desde 1972. Em 1994, no entanto, através do Parecer 317/94, deixa de fazer parte obrigatória do currículo. 44 É composto de 3 módulos, denominados Módulo Estratégico (Qualidade na Educação, Planejamento para Desenvolver Competências, A Prática do Aprender a Aprender, Avaliação na Aprendizagem), Módulo de Especialização (Utilizando a Linguagem Audiovisual na Aprendizagem, Informática na Educação, Projetos Educacionais Utilizando WebQuest, Jogos e Vivências em Educação) e Módulo de Inclusão Educacional (Inclusão Educacional: sensibilidade de educadores, Inclusão Educacional: trabalhando com pessoas portadoras de deficiência auditiva, Inclusão Educacional: trabalhando com pessoas portadoras de deficiência visual, Orientação Vocal para Educadores, Criação de Cursos no Ambiente de WebCT). 44
experiências pedagógicas, na opinião da pesquisadora ele não é suficiente para a capacitação docente. Como acontece com muitos enfermeiros, para a pesquisadora a docência foi um salto! De enfermeira experiente, que exercia a Enfermagem prestando assistência a crianças no limite entre vida e morte, para um ofício um tanto quanto audacioso e instigante, recheado de saberes muito diferentes dos saberes do campo de conhecimento específico da Enfermagem. Nimtz e Ciampone (1999, p. 28), referindo-se à docência, apontam que “...no que se refere à importância e a valorização da profissão para a sociedade, muitas vezes o enfermeiro não percebe a implicação decorrente desta tarefa”. Masetto diz que : “Essa situação se fundamenta em uma crença inquestionável, até bem pouco tempo, vivida tanto pela instituição que convidava o profissional a ser professor quanto pela pessoa convidada ao aceitar o convite: ‘quem sabe, automaticamente, sabe ensinar’.” (2003, p. 12) O que seria preciso para ser professora? A escolarização e a titulação ou simplesmente a experiência profissional? O enfermeiro, assim como outros profissionais da área da Saúde que convivem no universo da Educação, ora ocupa lugar de nativo, pautado em suas vivências concretas, ora ocupa lugar de estrangeiro, quando não possui uma capacitação ou formação pedagógica para o exercício da docência. Batista e Batista (2005, p. 25) pontuam quando dizem que “lidar com o ser nativo e, simultaneamente, ser estrangeiro tem exigido desses professores a busca pelo saber que lhes falta [...] o médico, o enfermeiro, o odontólogo, o nutricionista passam a apropriar-se dos referenciais teóricos da Educação...”. 45
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Anexo 3. Carta de Apresentação ao
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