15.04.2013 Views

Fatores contribuintes ocupacionais da síndrome do impacto no ombro

Fatores contribuintes ocupacionais da síndrome do impacto no ombro

Fatores contribuintes ocupacionais da síndrome do impacto no ombro

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

uma rotina de trabalho de ritmo pesa<strong>do</strong> e na maioria <strong>da</strong>s vezes em circunstâncias<br />

inadequa<strong>da</strong>s, sem pausas e com condições de trabalho mínimas (Alves et. al,2003).<br />

Essas condições precárias de trabalho <strong>no</strong> setor <strong>da</strong> construção civil aumentam ain<strong>da</strong> mais<br />

o <strong>impacto</strong> na saúde <strong>do</strong> ser huma<strong>no</strong>, submeten<strong>do</strong> os trabalha<strong>do</strong>res a fatores de risco tais<br />

como, posturas incorretas, peso excessivo, movimentos repetitivos, vibração nas mãos,<br />

braços e to<strong>do</strong> o corpo. Além disso, fatores individuais (peso corporal, alterações<br />

biomecânicas e i<strong>da</strong>de) e fatores psicossociais (peque<strong>no</strong> índice de treinamento,<br />

ferramentas pouco específicas, tempo de trabalho e satisfação profissional) também<br />

podem representar fatores de risco para lesões musculoesqueléticas (OLIVEIRA, 1997).<br />

8. <strong>Fatores</strong> <strong>contribuintes</strong> <strong>do</strong>s distúrbios osteomusculares <strong>do</strong> <strong>ombro</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>na de casa<br />

Particularmente nas <strong>do</strong>nas de casa, os hábitos de estender roupas em varais altos, pegar<br />

objetos em armários altos ou mesmo pegar suas bolsas deixa<strong>da</strong>s <strong>no</strong> banco de trás <strong>do</strong><br />

carro, obrigam a um movimento de alavanca contra resistência, fazen<strong>do</strong> com que ocorra<br />

um atrito entre o tendão <strong>do</strong> grupo muscular de<strong>no</strong>mina<strong>do</strong> manguito <strong>do</strong>s rota<strong>do</strong>res e a<br />

articulação acrômio clavicular, causan<strong>do</strong> micro ou macro traumatismo.<br />

Conforme menciona Yeng, Teixeira e Barbosa (1998, p. 65) os fatores de risco<br />

associa<strong>do</strong>s a LER / DORT incluem a repetição <strong>do</strong>s movimentos, vibrações, uso de força<br />

incompatível com as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s tarefas, posturas incorretas, ergo<strong>no</strong>mia<br />

inadequa<strong>da</strong> e solicitações cumulativas <strong>do</strong> aparelho locomotor. A falta de repouso<br />

adequa<strong>do</strong>, o discondicionamento <strong>do</strong>s aparelhos cardiovascular e locomotor, além <strong>do</strong> alto<br />

grau de estresse e insatisfação <strong>no</strong> ambiente de trabalho, social e familiar, são fatores<br />

complementares que contribuem para a gênese ou perpetuação <strong>do</strong>s sintomas.<br />

9. <strong>Fatores</strong> <strong>contribuintes</strong> <strong>do</strong>s distúrbios osteomusculares <strong>do</strong> <strong>ombro</strong> <strong>no</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> corte de cana-de-açúcar<br />

O setor agroindustrial <strong>da</strong> cana de açúcar é um <strong>do</strong>s mais antigos <strong>do</strong> país, está liga<strong>do</strong> aos<br />

principais eventos <strong>da</strong> formação histórica <strong>do</strong> Brasil. Trazi<strong>da</strong> para o Brasil <strong>no</strong> perío<strong>do</strong><br />

Colonial, a cana-de-açúcar tor<strong>no</strong>u-se uma importante fonte de ren<strong>da</strong> e deu origem ao<br />

ciclo econômico <strong>do</strong> açúcar. As primeiras lavouras de cana-de-açúcar foram instala<strong>da</strong>s<br />

na capitania de Pernambuco, estenden<strong>do</strong>-se para o Sul através <strong>do</strong> litoral. Além <strong>do</strong><br />

açúcar, são extraí<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cana vários tipos de álcool (ALCOPAR, 2009).<br />

Segun<strong>do</strong> Vilas Boas e Dias (2008), estima-se que <strong>no</strong> Brasil, apenas nas ativi<strong>da</strong>des de<br />

corte de cana-de-açúcar estejam envolvi<strong>do</strong>s aproxima<strong>da</strong>mente 335 mil trabalha<strong>do</strong>res.<br />

Estes trabalha<strong>do</strong>res desenvolvem ativi<strong>da</strong>des <strong>no</strong> corte de cana-de-açúcar, que her<strong>da</strong>m<br />

traços <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de colonização, onde a mão-de-obra utiliza<strong>da</strong> para o cultivo <strong>da</strong> cana e<br />

a produção de açúcar era escrava.<br />

Segun<strong>do</strong> Alves (2008), o corte de cana é realiza<strong>do</strong> ao ar livre, sob o sol, com o<br />

trabalha<strong>do</strong>r equipa<strong>do</strong> com uma vestimenta composta de botas com biqueira de ferro,<br />

calças de brim, perneiras de couro até o joelho conten<strong>do</strong> três barras de ferro frontais,<br />

camisa de manga compri<strong>da</strong>, chapéu, lenço <strong>no</strong> rosto e pescoço, óculos e luvas de raspa<br />

de couro. Esta vestimenta, os equipamentos e a realização <strong>do</strong> trabalho sob o sol levam a<br />

um eleva<strong>do</strong> dispêndio de energia, per<strong>da</strong> de água e sais minerais, o que por si só são<br />

elementos deletérios à saúde. Por esse motivo algumas usinas já levam ao campo e<br />

distribuem entre os trabalha<strong>do</strong>res soro, por via oral, e, em alguns casos, suplementos<br />

energéticos. Algumas usinas afirmam tratar-se apenas de soro caseiro, uma mistura de<br />

sal e açúcar em água. Outras usinas dizem que além de sal e açúcar, o soro contém<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!