Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores - Fapesp
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<strong>Programa</strong> <strong>Jovens</strong> <strong>Pesquisadores</strong><br />
devido às graves repercussões detectadas nas fases iniciais<br />
da vida e também aos diversos trabalhos na literatura que<br />
demonstraram que, futuramente, essas crianças passam a<br />
desenvolver uma série de enfermidades, como a hipertensão<br />
arterial, cardiopatias, diabetes do tipo 2 e nefropatias<br />
graves. Recentemente, demonstrou-se que crianças com<br />
histórico de baixo peso <strong>no</strong> nascimento apresentaram quadro<br />
clínico de hipertensão arterial associado à presença de<br />
disfunção endotelial. Além disso, diag<strong>no</strong>sticou-se nessas<br />
crianças elevação tanto da peroxidação lipídica quanto dos<br />
níveis circulantes de ácido úrico e homocisteína, sendo que<br />
essas alterações foram acompanhadas por diminuição da<br />
concentração de óxido nítrico. A constatação de alterações<br />
significativas em vários sistemas, associadas à presença de<br />
fatores de risco em um grupo de crianças tão jovens, remete<br />
a uma maior preocupação em relação ao futuro dessa população,<br />
que será exposta precocemente à hipertensão arterial<br />
e também a outras doenças vasculares assintomáticas<br />
e de efeitos devastadores. Torna-se de extrema importância<br />
o estudo e a compreensão dos efeitos tardios do retardamento<br />
do crescimento fetal, bem como dos mecanismos de<br />
imprinting genômico decorrentes das alterações ocorridas<br />
in utero. Portanto, este projeto destina-se a investigar, em<br />
crianças com idade entre 7 e 13 a<strong>no</strong>s, as possíveis causas<br />
epigenéticas e o envolvimento de polimorfismos ocorridos<br />
na via da homocisteína e do óxido nítrico sintase endotelial<br />
que poderiam estar ligados ao desenvolvimento tardio de<br />
doenças cardiovasculares.<br />
saúde e meio ambiente: análise espacial<br />
951 e de cluster <strong>no</strong> estado de são paulo<br />
Nelson da Cruz gouveia<br />
Faculdade de Medicina<br />
Universidade de São Paulo (USP)<br />
Processo 2002/06883-7<br />
vigência: 1/10/2002 a 31/12/2005<br />
Considerando a crescente importância dos agravos à<br />
saúde decorrentes da exposição a contaminantes ambientais<br />
e a contribuição que a análise do componente espacial<br />
dessas relações pode trazer para a compreensão e prevenção<br />
desses agravos, este estudo propõe-se a investigar a associação<br />
entre algumas exposições ambientais e diferentes<br />
efeitos na saúde da população do Estado de São Paulo, por<br />
meio de um desenho ecológico espacial. Composto por<br />
quatro subprojetos, o estudo tem como objetivos investigar<br />
a existência de associação entre exposição a produtos químicos<br />
presentes na água de consumo huma<strong>no</strong> e residência<br />
próxima a incineradores de resíduos sólidos e a mortalidade<br />
por tipos selecionados de câncer e a ocorrência de alguns<br />
desfechos indesejáveis da gravidez; além disso, pretende<br />
investigar a existência de maior incidência de alguns tipos<br />
selecionados de câncer em regiões próximas a depósitos de<br />
lixo e a presença de clusters espaciais de malformações con-<br />
gênitas e de tipos selecionados de câncer. O estudo incluirá<br />
todos os 645 municípios do Estado de São Paulo e utilizará<br />
informações provenientes de fontes de dados secundários.<br />
As análises incluirão o mapeamento das taxas de eventos<br />
e das exposições usando técnicas baysianas, a identificação<br />
de clusters pela aplicação da estimação de densidades de Kemel,<br />
a estimação de riscos ao redor de uma fonte fixa de poluição<br />
pelo teste condicional de Stone de declínio nas taxas<br />
conforme distância da fonte, a análise da associação entre<br />
as taxas dos desfechos e as diversas exposições, ajustando<br />
para variáveis de confusão por meio de modelos de efeitos<br />
aleatórios. Este estudo trará contribuições importantes <strong>no</strong><br />
dimensionamento dos riscos a que a população está exposta,<br />
além de fornecer subsídios para que se possam elaborar<br />
medidas que visem reduzir ou eliminar esses riscos. Contribuirá<br />
ainda <strong>no</strong> desenvolvimento e avaliação de políticas<br />
públicas de saúde ambiental.<br />
so<strong>no</strong>lência e desempenho <strong>no</strong> trabalho<br />
952 realizado em horários irregulares<br />
Claudia Roberta de Castro More<strong>no</strong><br />
Escola Paulista de Medicina<br />
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)<br />
Processo 1998/13053-3<br />
vigência: 1/2/1999 a 31/1/2003<br />
Esquemas de trabalho que incluam o trabalho <strong>no</strong>tur<strong>no</strong><br />
alteram a organização dos horários de so<strong>no</strong> e vigília<br />
de trabalhadores. Muitos trabalhadores sofrem de privação<br />
crônica de so<strong>no</strong> e têm grande dificuldade em tolerar<br />
essa situação. Um dos maiores problemas é decorrente da<br />
tentativa de inversão de seus horários de dormir e acordar,<br />
exigência dos horários de trabalho (o indivíduo passa<br />
a dormir durante o dia e a ficar desperto à <strong>no</strong>ite). Por esse<br />
motivo, pode-se dizer que as estratégias individuais relacionadas<br />
aos hábitos de so<strong>no</strong> são essenciais para permitir<br />
a adaptação ao trabalho realizado em horários não usuais.<br />
A investigação da fragmentação do so<strong>no</strong> como estratégia<br />
de adaptação ao trabalho <strong>no</strong>tur<strong>no</strong> foi o objetivo da tese<br />
de doutorado de More<strong>no</strong> (1998). A premissa que <strong>no</strong>rteou<br />
essa tese foi a de que existiria uma propensão endógena em<br />
adormecer que possibilitaria a realização de mais de um<br />
episódio de so<strong>no</strong> em determinadas situações como as que<br />
ocorrem durante débitos de so<strong>no</strong>, por exemplo. Os resultados<br />
da tese sugerem que a fragmentação do so<strong>no</strong> ocorre<br />
em casos em que há débitos de so<strong>no</strong> atuando em conjunto<br />
com fatores sociais que impeçam ou dificultem a realização<br />
de um único episódio de so<strong>no</strong>. Como reflexo desses<br />
fatores, alguns indivíduos têm facilidade em fragmentar<br />
seu so<strong>no</strong> e, nesse caso, a fragmentação atuaria como um<br />
mecanismo adaptativo às alterações impostas pelos horários<br />
de trabalho a esses indivíduos. Outros, <strong>no</strong> entanto,<br />
têm dificuldade em fragmentar seu so<strong>no</strong>, evidenciando a<br />
importância das diferenças interindividuais com relação a