Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores - Fapesp

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15.04.2013 Views

direito. Pretende-se construir o material empírico por meio de fontes secundárias e aplicação de questionários e entrevistas. A análise do material constituído ocorrerá também por meio do confronto com resultados obtidos em pesquisas anteriores, em especial sobre movimentos intelectuais de matriz europeia e sua repercussão na prática dos juristas nacionais, contribuindo para o avanço de esquemas analíticos sobre a temática da importação-exportação de ideias e da internacionalização do campo jurídico. Assim, espera- -se ampliar a institucionalização de um grupo de pesquisa em elites e instituições comparadas, fundado em 2006 no âmbito do Departamento de Ciências Sociais e do recém- -criado Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFSCar, mestrado e doutorado, em estreita cooperação com uma rede internacional de pesquisadores. Conflitos entre elefantes e seres humanos no 626 Kruger national park (Knp), África do sul: subsídios para uma comparação com conflitos sociais em unidades de conservação brasileiras Eliana Santos Junqueira Creado Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Processo 2007/59837-6 vigência: 1/11/2008 a 31/10/2012 Os parques estão por todo o mundo e fazem parte da própria expansão internacional do movimento ambientalista. Essa proliferação, contudo, significou a atribuição de cores locais para essa categoria de manejo, que, dentre outras coisas, circunscreve espaços que passam a ser destinados à conservação in situ da biodiversidade. Sendo assim, propõe-se aqui o estudo do Kruger National Park, situado na fronteira leste da África do Sul. O enfoque central do projeto centrar-se-á no conflito dos elefantes africanos com os grupos locais, e, especialmente, no papel de cientistas, técnicos governamentais e não governamentais na mediação de tais conflitos. Por meio da análise desse conflito específico, buscar-se-á uma comparação com o papel que o mesmo tipo de mediadores tem, no Brasil, nos conflitos com os grandes felinos e as unidades de conservação em geral, que restringem o uso e/ou o acesso a determinados recursos e espaços. Desse modo, será possível captar as particularidades dos modelos de conservação brasileiro e sul-africano e das iniciativas conservacionistas voltadas à questão da conservação da biodiversidade e, em especial, das espécies de fauna escolhidas. a distinção social na governança 627 das águas e do desenvolvimento rural Rodrigo Constante Martins Ciências Humanas e Sociais Centro de Educação e Ciências Humanas Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Processo 2007/59481-7 vigência: 1/7/2008 a 30/6/2011 271 A emergência de esferas descentralizadas de governança socioterritorial vem sendo alvo de análises nos campos das sociologias rural e ambiental, além dos estudos sobre políticas públicas. Temas relativos à legitimidade têm sido recorrentemente discutidos na literatura internacional como forma de problematizar as disputas sociais correntes nessas instâncias. Buscando contribuir para esse debate, este projeto pretende abordar a dimensão política da construção das verdades/diagnósticos pelos agentes partícipes dessas arenas deliberativas. Mais precisamente, toma como objetivo a compreensão interpretativa das formas hegemônicas de nominação da temática ambiental no interior das instâncias de governança socioterritorial em áreas rurais paulistas – notadamente os comitês de bacias hidrográficas e os conselhos de desenvolvimento rural. Dentre outros, problematizará o efeito-teoria da experimentação econômica da questão ambiental, tentando compreender como os enunciados econômicos atuam simultaneamente como realidade descritiva e prescritiva do moderno debate socioambiental em contextos de ruralidade. O estudo tomará como base socioterritorial de análise a Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Tietê-Jacaré (UGRH- TJ), localizada na bacia do rio Tietê, na região central do Estado de São Paulo. Empreenderá procedimentos qualitativos de pesquisa social por meio de uma investigação exploratória, com amplo esforço de investigação de campo junto aos agentes e instituições envolvidos na formulação de estratégias territorializadas de desenvolvimento sustentável e de governança das águas no rural paulista. populações humanas locais e a conservação 628 do patrimônio natural Celia Regina Tomiko Futemma Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Campus Sorocaba Processo 2007/53308-1 vigência: 1/11/2007 a 31/10/2011 Um dos maiores desafios para o desenvolvimento rural atualmente é conciliar a garantia da qualidade de vida, entenda-se renda familiar (função econômica), com a conservação do patrimônio natural (função ecológica) e cultural (função antropológica). A função social é de extrema importância para atingir as funções supracitadas; nesse quesito, incluem-se a organização e a reprodução social nos âmbitos domiciliar e comunitário e as instituições locais e regionais. O fortalecimento da estrutura institucional e social das populações de usuários locais cria condições mais favoráveis para o manejo sustentável

272 Programa Jovens Pesquisadores dos recursos naturais. Este estudo propõe-se analisar os aspectos socioinstitucionais de populações que vivem sob diferentes formas de apropriação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, dependem desses recursos (por exemplo, floresta e terra) para a subsistência e como fontes de renda. Pretende-se selecionar comunidades quilombolas, cuja propriedade se caracteriza pela coletividade, e as populações que vivem no interior e no entorno de unidades de conservação, cuja propriedade é pública, mas com concessão de uso coletivo, todas situadas no Estado de São Paulo. Estudar-se-ão as estruturas institucionais locais dessas comunidades e o papel da organização social (capital social) e do conhecimento local-biológico e ecológico (capital humano) na elaboração e no funcionamento dessas instituições e os aspectos psicossociais. Os dados serão coletados por meio de entrevistas estruturadas e não estruturadas, individuais e em grupo, e aplicar-se-á um censo para o diagnóstico socioeconômico e ambiental referente às populações locais. saúde socioambiental e bem-estar 629 em assentamentos rurais paulistas: uma análise da situação de vulnerabilidade de famílias assentadas Janice Rodrigues Placeres Borges Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Processo 2005/54367-6 vigência: 1/9/2005 a 31/3/2009 A presente proposta visa compor um quadro profundo e abrangente da situação de vulnerabilidade das famílias dos assentamentos Monte Alegre e Guarany, localizados na região administrativa de Ribeirão Preto, SP, dando continuidade ao esforço de pesquisa realizado com o projeto Condições de vida e qualidade do saneamento ambiental em assentamentos da reforma agrária paulista (Processo FAPESP 01/12451-0), desenvolvido, entre 2002 e 2005, como projeto de pós-doutorado, junto ao Departamento de Medicina Social, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, que teve como objetivo central investigar a estreita relação entre fatores sociodemográficos, econômicos, condições de habitação e fatores sanitário-ambientais de interferência na saúde socioambiental local. Os resultados apresentam uma descrição detalhada e um mapeamento dos problemas a partir das percepções e representações dos assentados, desenvolvendo um processo interativo entre a existência/inexistência de problemas/agravos, por meio do vivido e do concebido e reforçam as conhecidas desigualdades e privações sofridas pela população rural. Diante dessa complexa realidade de assentado, caracterizada pela migração e pelas múltiplas faces de exclusão, risco, falta de acesso à informação, este projeto tem por objetivo cen- tral aprofundar o estudo da situação de vulnerabilidade dessas famílias assentadas, por meio do estudo de novas variáveis que se apresentaram como aspectos da maior relevância para a compreensão e promoção da saúde e sustentabilidade dos assentamentos, que, no entanto, não esgotam as possibilidades de novos estudos, visto o tema se apresentar como inesgotável. São elas: 1) percepção/representação social dos impactos socioambientais da cultura da cana-de-açúcar; 2) apresentação de um diagnóstico da infraestrutura de serviços de saúde à disposição das famílias e de um indicador epidemiológico, para os assentamentos estudados, visando realizar uma análise situacional da saúde nessas áreas; 3) estudo do envelhecimento e do idoso assentado; 4) água e usos domésticos e suas relações sanitário-ambientais, sociodemográficas e culturais de interferência na saúde; e 5) análise situacional de saúde e bem-estar das famílias nos lotes que se encontram em transição para a agricultura orgânica. Os resultados, analisados em sua complexidade, são um instrumento da maior valia para a construção da cidadania e promoção da saúde desse grupo social. relações de trabalho, condições de vida 630 e subjetividade: entre o trabalho dividido e o trabalho em cooperação Rosemeire Aparecida Scopinho Centro de Educação e Ciências Humanas Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Processo 2005/51024-0 vigência: 1/8/2005 a 30/11/2009 O estudo da relação trabalho-condição de vida vem sendo realizado, predominantemente, em organizações formais capitalistas urbanas, públicas ou privadas, organizadas sob o princípio da heterogestão. No contexto da proliferação das organizações de trabalho cooperado e autogestionário, é importante avaliar o potencial que elas possuem para contribuir na solução de problemas relacionados ao desemprego, à miséria e ao desenraizamento social. Na macrorregião de Ribeirão Preto, SP, uma das regiões agrícolas mais importantes do país, a consequência mais nociva da reestruturação produtiva é o desemprego estrutural e a precarização do trabalho, resultante do processo de inovações tecnológicas e organizacionais em curso, especialmente no setor sucroalcooleiro. A sociedade regional vem discutindo alternativas de geração de emprego e renda, destacando-se, entre elas, a retomada da discussão e a ação dos movimentos sociais organizados em favor da reforma agrária, como forma de garantir as condições de existência dos trabalhadores rurais. Utilizando o referencial da epidemiologia social, pretende-se estudar as relações que se estabelecem entre mudanças nas relações de trabalho, condições de vida e subjetividade entre os trabalhadores rurais do assentamento Sepé

direito. Pretende-se construir o material empírico por meio<br />

de fontes secundárias e aplicação de questionários e entrevistas.<br />

A análise do material constituído ocorrerá também<br />

por meio do confronto com resultados obtidos em pesquisas<br />

anteriores, em especial sobre movimentos intelectuais<br />

de matriz europeia e sua repercussão na prática dos juristas<br />

nacionais, contribuindo para o avanço de esquemas analíticos<br />

sobre a temática da importação-exportação de ideias<br />

e da internacionalização do campo jurídico. Assim, espera-<br />

-se ampliar a institucionalização de um grupo de pesquisa<br />

em elites e instituições comparadas, fundado em 2006 <strong>no</strong><br />

âmbito do Departamento de Ciências Sociais e do recém-<br />

-criado <strong>Programa</strong> de Pós-graduação em Ciência Política<br />

da UFSCar, mestrado e doutorado, em estreita cooperação<br />

com uma rede internacional de pesquisadores.<br />

Conflitos entre elefantes e seres huma<strong>no</strong>s <strong>no</strong><br />

626 Kruger national park (Knp), África do sul:<br />

subsídios para uma comparação com<br />

conflitos sociais em unidades de<br />

conservação brasileiras<br />

Eliana Santos Junqueira Creado<br />

Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais<br />

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)<br />

Processo 2007/59837-6<br />

vigência: 1/11/2008 a 31/10/2012<br />

Os parques estão por todo o mundo e fazem parte da<br />

própria expansão internacional do movimento ambientalista.<br />

Essa proliferação, contudo, significou a atribuição<br />

de cores locais para essa categoria de manejo, que, dentre<br />

outras coisas, circunscreve espaços que passam a ser<br />

destinados à conservação in situ da biodiversidade. Sendo<br />

assim, propõe-se aqui o estudo do Kruger National Park,<br />

situado na fronteira leste da África do Sul. O enfoque central<br />

do projeto centrar-se-á <strong>no</strong> conflito dos elefantes africa<strong>no</strong>s<br />

com os grupos locais, e, especialmente, <strong>no</strong> papel de<br />

cientistas, técnicos governamentais e não governamentais<br />

na mediação de tais conflitos. Por meio da análise desse<br />

conflito específico, buscar-se-á uma comparação com<br />

o papel que o mesmo tipo de mediadores tem, <strong>no</strong> Brasil,<br />

<strong>no</strong>s conflitos com os grandes feli<strong>no</strong>s e as unidades de conservação<br />

em geral, que restringem o uso e/ou o acesso a<br />

determinados recursos e espaços. Desse modo, será possível<br />

captar as particularidades dos modelos de conservação<br />

brasileiro e sul-africa<strong>no</strong> e das iniciativas conservacionistas<br />

voltadas à questão da conservação da biodiversidade e, em<br />

especial, das espécies de fauna escolhidas.<br />

a distinção social na governança<br />

627 das águas e do desenvolvimento rural<br />

Rodrigo Constante Martins<br />

Ciências Humanas e Sociais<br />

Centro de Educação e Ciências Humanas<br />

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)<br />

Processo 2007/59481-7<br />

vigência: 1/7/2008 a 30/6/2011<br />

271<br />

A emergência de esferas descentralizadas de governança<br />

socioterritorial vem sendo alvo de análises <strong>no</strong>s campos<br />

das sociologias rural e ambiental, além dos estudos sobre<br />

políticas públicas. Temas relativos à legitimidade têm sido<br />

recorrentemente discutidos na literatura internacional<br />

como forma de problematizar as disputas sociais correntes<br />

nessas instâncias. Buscando contribuir para esse debate,<br />

este projeto pretende abordar a dimensão política da construção<br />

das verdades/diagnósticos pelos agentes partícipes<br />

dessas arenas deliberativas. Mais precisamente, toma como<br />

objetivo a compreensão interpretativa das formas hegemônicas<br />

de <strong>no</strong>minação da temática ambiental <strong>no</strong> interior das<br />

instâncias de governança socioterritorial em áreas rurais<br />

paulistas – <strong>no</strong>tadamente os comitês de bacias hidrográficas<br />

e os conselhos de desenvolvimento rural. Dentre outros,<br />

problematizará o efeito-teoria da experimentação econômica<br />

da questão ambiental, tentando compreender como<br />

os enunciados econômicos atuam simultaneamente como<br />

realidade descritiva e prescritiva do moder<strong>no</strong> debate socioambiental<br />

em contextos de ruralidade. O estudo tomará<br />

como base socioterritorial de análise a Unidade de Gerenciamento<br />

dos Recursos Hídricos do Tietê-Jacaré (UGRH-<br />

TJ), localizada na bacia do rio Tietê, na região central do<br />

Estado de São Paulo. Empreenderá procedimentos qualitativos<br />

de pesquisa social por meio de uma investigação<br />

exploratória, com amplo esforço de investigação de campo<br />

junto aos agentes e instituições envolvidos na formulação<br />

de estratégias territorializadas de desenvolvimento sustentável<br />

e de governança das águas <strong>no</strong> rural paulista.<br />

populações humanas locais e a conservação<br />

628 do patrimônio natural<br />

Celia Regina Tomiko Futemma<br />

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)<br />

Campus Sorocaba<br />

Processo 2007/53308-1<br />

vigência: 1/11/2007 a 31/10/2011<br />

Um dos maiores desafios para o desenvolvimento<br />

rural atualmente é conciliar a garantia da qualidade de<br />

vida, entenda-se renda familiar (função econômica), com<br />

a conservação do patrimônio natural (função ecológica)<br />

e cultural (função antropológica). A função social é de extrema<br />

importância para atingir as funções supracitadas;<br />

nesse quesito, incluem-se a organização e a reprodução<br />

social <strong>no</strong>s âmbitos domiciliar e comunitário e as instituições<br />

locais e regionais. O fortalecimento da estrutura<br />

institucional e social das populações de usuários locais<br />

cria condições mais favoráveis para o manejo sustentável

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