Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores - Fapesp
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<strong>Programa</strong> <strong>Jovens</strong> <strong>Pesquisadores</strong><br />
identificados. Nesse sentido, um projeto de supressão por<br />
múltipla cópia empregando uma biblioteca genômica feita<br />
em um plasmídio telomérico levou ao isolamento do<br />
gene que codifica a proteína rac1. Superexpressão dessa<br />
proteína resgata a capacidade do mutante ras1 de C.<br />
neoformans de crescer a 37°C. A técnica de supressão por<br />
múltipla cópia usando este banco apresenta algumas desvantagens.<br />
Portanto, a proposta de trabalho, apresentada<br />
aqui, visa utilizar a técnica de mutação por inativação insercional<br />
para descobrir genes envolvidos <strong>no</strong> crescimento<br />
a alta temperatura em C. neoformans que possam ser<br />
empregados com alvo de drogas em <strong>no</strong>vas terapias contra<br />
esse fungo. Outro aspecto importante a ser considerado<br />
relacionado à criptococcose é a sua epidemiologia. A epidemiologia<br />
de isolados clínicos e ambientais <strong>no</strong> Brasil é<br />
alvo de estudos de caracterização molecular, mas dedica-se<br />
apenas a estabelecer a relação entre esses isolados.<br />
Portanto, um detalhamento epidemiológico associando<br />
marcadores moleculares (por exemplo, PCR-RFLP, RFLP<br />
e RAPD), marcadores enzimáticos (por exemplo, produção<br />
de fosfolipase B) e estudos da severidade da doença<br />
(criptococcose) que esses isolados causam em pacientes<br />
ainda não foi realizado. Outra proposta de trabalho é desenvolver<br />
ferramentas que permitam não só caracterizar<br />
os isolados, mas também agrupá-los em famílias geográficas<br />
que causam doenças com severidades distintas em<br />
pacientes submetidos a transplante renal na Unidade de<br />
Transplante de Rins da Unifesp.<br />
origem da diversidade nas florestas<br />
219 neotropicais: padrões espaço-temporais<br />
de diversificação em aves e sua relação<br />
com a história do continente sul-america<strong>no</strong><br />
Camila Cherem Ribas<br />
Museu de Zoologia<br />
Universidade de São Paulo (USP)<br />
Processo 2007/07637-3<br />
vigência: 1/2/2009 a 30/4/2009<br />
Diversos estudos em biogeografia histórica têm revelado<br />
uma relação importante entre a história da Terra<br />
e diversificação biológica. Na região neotropical, ainda é<br />
pouco evidente quais fatores relacionados à história dos<br />
continentes sul e centro-america<strong>no</strong>s teriam influenciado<br />
a origem de uma diversidade tão alta. A teoria dos refúgios<br />
foi a primeira a tentar relacionar, mecanisticamente,<br />
a história do continente sul-america<strong>no</strong> à origem da diversidade<br />
biológica. Esta proposta inicial gerou um longo<br />
debate que tem mostrado que a diversificação neotropical<br />
tem origens complexas. O uso de dados moleculares para<br />
desvendar relações filogenéticas e filogeográficas e a associação<br />
desses resultados à variação morfológica e geográfica<br />
de organismos causou recentes mudanças na maneira<br />
de se estudar e compreender os padrões de diversificação e<br />
a história biogeográfica, com o desenvolvimento de <strong>no</strong>vas<br />
abordagens metodológicas. A essas mudanças se soma um<br />
aumento significativo da compreensão da história geológica<br />
recente da região neotropical. As aves constituem um<br />
dos grupos neotropicais <strong>no</strong>s quais a estruturação geográfica<br />
da variabilidade morfológica está mais bem caracterizada<br />
e tem sido também um dos grupos mais estudados em<br />
análises filogenéticas moleculares e filogeográficas. Apesar<br />
de muitos dados terem sido gerados recentemente, poucos<br />
estudos possuem uma boa abrangência geográfica, e<br />
nenhuma síntese foi ainda produzida. O objetivo do projeto<br />
proposto é determinar a inter-relação entre padrões<br />
de diversificação em aves e a história geológica da região<br />
neotropical com ênfase nas regiões florestais, em especial<br />
a Amazônia. Esses resultados podem ajudar a desvendar<br />
mecanismos que controlam a geração de diversidade, permitindo<br />
a compreensão da origem de padrões que estão<br />
sendo rapidamente descaracterizados pela destruição das<br />
florestas. Esse conhecimento tem importantes implicações<br />
tanto teóricas, na elucidação dos mecanismos que regem<br />
a origem e organização da diversidade biológica, quanto<br />
práticas, na caracterização do processo de diversificação e,<br />
portanto, na identificação de áreas de importância estratégica<br />
para conservação dessa diversidade.<br />
estudo filogeográfico do grupo de espécies<br />
220 relacionadas a Pilosocereus aurisetus<br />
(Cactaceae) utilizando dna microssatélite<br />
nuclear e sequências nucleotídicas<br />
do ge<strong>no</strong>ma do cloroplasto<br />
Evandro Marsola de Moraes<br />
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)<br />
Campus de Sorocaba<br />
Processo 2005/55200-8<br />
vigência: 1/7/2007 a 30/6/2011<br />
A ocorrência de alterações históricas na distribuição<br />
da vegetação xerófita na América do Sul, decorrente das<br />
mudanças climáticas <strong>no</strong> Quaternário, tem sido tema de<br />
debate desde a década de 1970, quando o modelo de refúgio<br />
foi proposto para explicar padrões geográficos de<br />
diferenciação populacional. Segundo os defensores desse<br />
modelo, a distribuição atualmente disjunta das formações<br />
de vegetação xerófita seria resultado da fragmentação de<br />
uma distribuição anteriormente contínua. Estudos filogeográficos<br />
sobre espécies vegetais restritas a essas formações,<br />
como as Cactaceae, podem contribuir para este<br />
debate. Este campo de estudo tem o potencial de traçar a<br />
história evolutiva de linhagens genealógicas, além de revelar<br />
as relações históricas entre áreas geográficas ocupadas<br />
por táxons filogeneticamente relacionados. Neste projeto<br />
pretende-se realizar um estudo filogeográfico, a partir da<br />
variação em sequências não codificadoras do ge<strong>no</strong>ma nuclear<br />
e do cloroplasto, sobre as populações de Cactaceae