Tese de doutorado - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - UFF

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e fazendo com que a atividade intelectual ganhasse status de tarefa patriótica na construção
da nação. É este senso de missão presente no romantismo que, segundo Antônio Cândido,
teria o intuito de exprimir a realidade específica da sociedade brasileira (CANDIDO, 1969).
O Romantismo deve ser compreendido em sua amplitude e complexidade, não
limitando a sua compreensão à esfera literária, mas também a sua dimensão política.
Apesar de ser impossível obter uma definição formal do movimento, podemos afirmar seu
caráter consciente e militante e situar suas origens em aproximadamente em mil e
oitocentos, com o fim da Revolução Francesa.
Seus propósitos evidentes são relativos a uma postura regressiva tanto em relação ao
eu (abandono a devaneios e à solidão), quanto em relação ao mundo (recuperação da
simbiose perdida entre homem e natureza, desejo do retorno à pátria, busca do exotismo,
reinvenção do bom selvagem e a nostalgia do passado).
A nostalgia romântica, todavia, assume direcionamentos diversos, ora denunciando
as deficiências de uma sociedade corrompida - em uma conotação revolucionária, ora
reivindicando uma continuidade histórica, que estabelecesse uma ponte com o
establishment desta sociedade, em uma perspectiva conservadora.
A primeira geração romântica brasileira, que difundiu o movimento no país, era
formada por Araújo Porto Alegre, Torres Homem, Pereira da Silva, Azeredo Coutinho e
Gonçalves de Magalhães: Era o chamado “grupo parisiense”, que de 1833 a 1836, liderado
pelo último, entraram em contato em Paris com as novas tendências culturais. É também
neste momento que vem à tona a necessidade da criação de uma literatura especificamente
brasileira.
Neste espírito, o grupo funda em Paris a revista “Niterói”, iniciando a divulgação
dos ideais nacionalistas românticos. Os escritores, como Gonçalves de Magalhães,