Tese de doutorado - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - UFF

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precisamente em Iracema, Ubirajara, O guarani, Sonhos d´Ouro, Lucíola, Senhora, Minas
de Prata, O Garatuja, Guerra dos Mascates e O sertanejo.
Em relação aos textos críticos, o corpus por nós escolhido abarca “Cartas sobre A
Confederação dos Tamoios”, “Como e porque sou romancista”, “Benção Paterna”, O nosso
cancioneiro, “Carta a Dr. Jaguaribe” e o “Pós- escrito” de Iracema, principalmente, embora
recorramos também a outros textos críticos e publicados nos jornais.
Analisaremos os modos pelos quais os romances alencarinos constróem elementos
que contribuem para o delineamento de uma memória nacional, desdobrando-se em
múltiplas faces e fissuras a partir das formas poéticas organizadas.
Uma destas faces revela-se no que percebemos como relações interdiscursivas na
formação da identidade romântica e do imaginário nacional do oitocentos brasileiro nas
interfaces da literatura e da pintura. Desta forma, buscamos investigar, como propõe o
nosso título, as paisagens em claro-escuro tecidas por Alencar em suas narrativas em torno
do diálogo entre a literatura, a memória e a imagem no oitocentos.
Nossa investigação é tecida a partir dos seguintes fios condutores: a análise da
questão da representação de uma nação pelo viés da literatura e o espaço de articulação do
pictórico dentro do universo literário, percebendo-os como meios de representação, a
dialogar de forma privilegiada com a memória: como maneiras diversas de apreender o
real, de posicionar-se face à reflexão e de dar sentido ao mundo.
Esta preocupação coaduna-se à análise do que percebemos como um jogo de claro-
escuro na escritura de Alencar; um jogo que apreendemos como a construção de metáforas
pictóricas a servirem de pontes para o questionamento e a construção da escritura
romântica, investigando assim a articulação entre o literário e o pictórico.