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Século XX - Exército

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TÍTULO<br />

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IMPRESSÃO<br />

TIRAGEM<br />

DATA<br />

DEPÓSITO LEGAL<br />

ISBN<br />

Infantaria 13. Mais de Três <strong>Século</strong>s ao Serviço da Pátria<br />

Coronel Infantaria Carlos Manuel Martins Branco<br />

TCor Inf Joaquim do Campo Sabino<br />

Maj Inf Ilídio João Cardoso Abelha<br />

SAj SM Manuel Agostinho Borges Machado<br />

1Sar Inf Ricardo Oliveira Gonçalves Guerra<br />

Regimento de Infantaria n.º 13<br />

1Sar Inf Ricardo Oliveira Gonçalves Guerra<br />

Florêncio Pina<br />

Colprinter, Lda.<br />

1000 exemplares<br />

Lisboa, Janeiro de 2005<br />

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Fotografia da Capa<br />

Uniformes do R.I. 13 utilizados, da esquerda para<br />

a direita: no serviço interno (finais do século XIX),<br />

na Guerra Peninsular, na I Grande Guerra, e nas<br />

Forças Nacionais Destacadas.


Índice 6<br />

Prefácio 9<br />

Agradecimentos 11<br />

A COMPANHIA, O TERÇO E O REGIMENTO DE PENICHE<br />

O Terço de Peniche 14<br />

Do Terço ao Regimento 16<br />

O Regimento de Peniche na Campanha do Russilhão e da Catalunha 17<br />

O Regimento de Peniche na Campanha de 1801 21<br />

O REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13<br />

<strong>Século</strong> XIX 25<br />

O R.I. 13 nas Invasões Francesas e na Guerra Peninsular 26<br />

A Campanha de 1812 – Ofensiva de Wellington 29<br />

A Campanha de 1813 – Nova Ofensiva de Wellington 32<br />

O Fim da Guerra Peninsular 35<br />

O R.I. 13 nas Lutas Civis do <strong>Século</strong> XIX 37<br />

Na Revolução Liberal (1820 - 1828) 37<br />

Na Guerra Civil (1828 - 1834) 38<br />

Na Revolta da Madeira e da Terceira 39<br />

Do Desembarque de D. Pedro IV à Convenção de Évora-Monte 39<br />

Pronunciamentos e Revoltas 41<br />

Nova Guerra Civil (1846 - 1847) 42<br />

O R.I. 13 em Vila Real 44<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong> 45<br />

O R.I. 13 na I Grande Guerra 48<br />

O B.I. 13 na Batalha de 9 de Abril 52<br />

O R.I. 13 e a Monarquia do Norte 55<br />

O R.I. 13 e o Movimento de 28 de Maio de 1926 57<br />

O R.I. 13 e o Movimento Revolucionário de 3 de Fevereiro de 1927 59<br />

O R.I. 13 em Missões de Soberania em Angola e Moçambique 61<br />

ÍNDICE


O Novo Quartel 63<br />

O R.I. 13 na Guerra do Ultramar 65<br />

O 25 de Abril de 1974 e as Décadas de Setenta e de Oitenta 68<br />

A Década de Noventa 70<br />

Agrupamento ALFA 74<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I 77<br />

Agrupamento CHARLIE 78<br />

1.º Batalhão de Infantaria 80<br />

Agrupamento HOTEL 83<br />

O Fim do Serviço Efectivo Normal 85<br />

OUTROS ASPECTOS RELEVANTES<br />

Comandantes do R.I. 13 88<br />

Galeria dos Comandantes 91<br />

Brasões de Armas 96<br />

Condecorações, Divisas e Legendas 99<br />

O Padroeiro do Terço de Peniche 101<br />

Estandartes e Guiões 102<br />

Núcleo Museológico 105<br />

Acções Militares Mais Importantes do R.I. 13 106<br />

Síntese de Factos Notáveis 108<br />

Por Onde Passou o R.I. 13 111<br />

Hino do R.I. 13 112<br />

Escolas Regimentais 114<br />

Marchas de Coesão 115<br />

Dia Festivo 116<br />

Bandas e Fanfarras 117<br />

Inserção dos Militares na Vida Civil 119<br />

Biblioteca 120<br />

Jornais 122<br />

O R.I. e a Comunidade Vila-Realense 123<br />

Bibliografia 125<br />

Patrocínios 128<br />

ÍNDICE


Prefácio<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Apertinência em levar ao conhecimento do grande<br />

público a longa e riquíssima história, de mais de<br />

três séculos, do Regimento de Infantaria n.º 13 e<br />

das pri-mitivas unidades de que descende directamente e<br />

que estão na sua origem - a Companhia, o Terço e o<br />

Regimento de Infantaria de Peniche - justifica, por si só, a<br />

edição deste livro. Contudo, outras razões, igualmente<br />

importantes, complementam a força daquele argumento.<br />

A divulgação da história da Unidade irá certamente<br />

funcionar como um poderoso referencial de identidade colectiva, reforçador do espírito de corpo<br />

e da auto-estima a quem nela presta ou tenha prestado serviço; aumentará a visibilidade do<br />

Regimento no seio do <strong>Exército</strong>, contribuindo para consolidar a consideração e o respeito de que<br />

desfruta; permitirá, ainda, aprofundar a cumplicidade da Unidade com a Região onde se encontra<br />

inserida. Os 120 anos de presença do Regimento em Vila Real fizeram com que este passasse<br />

a integrar o património da cidade. Não é, por acaso, que os militares do "13" adoptaram<br />

o epíteto de "Infantes do Marão".<br />

As origens do Regimento de Infantaria n.º 13 remontam ao ido ano de 1698, em que foi<br />

oficialmente criado o Terço de Peniche, o qual foi transformado, em 1707, no Regimento de<br />

Peniche. Fruto da reorganização do <strong>Exército</strong> de 1806, o Regimento de Infantaria de Peniche<br />

passou a designar-se Regimento de Infantaria n.º 13. Desde essa data até aos dias de hoje,<br />

muitas foram as vicissitudes porque passou: foi várias vezes dissolvido e refundado, reemergindo<br />

das cinzas, qual Fénix renascida; teve várias designações e localidades de acolhimento -<br />

Peniche, Lisboa, Leiria, Chaves - e, em 1883, Vila Real, onde entrou na manhã de 30 de Agosto,<br />

ficando aquartelado no Convento de S. Francisco.<br />

Já depois de se ter instalado em Vila Real viria a ser novamente dissolvido em 8 de<br />

Março de 1927, por ter participado no movimento re-volucionário de 3 de Fevereiro sendo,<br />

alguns meses mais tarde, reorganizado no Funchal. Em 1931, o R.I. 13 é novamente dissolvido,<br />

em virtude de ter participado no movimento revolucionário que, nesse mesmo ano, eclodiu<br />

na Madeira, voltando a ser reorganizado em Vila Real onde se conservou até aos dias de hoje.<br />

Entre 1977 e 1993 fruto de mais uma reorganização do <strong>Exército</strong> adquiriu temporariamente a<br />

designação de Regimento de Infantaria de Vila Real.<br />

Iremos dar conta neste livro dos feitos da Unidade e dos aspectos mais destacados da<br />

sua vida, enquadrando-os, sempre que possível, no contexto histórico em que tiveram lugar. A<br />

história do "13" confunde-se, de certo modo, com a própria história de Portugal, de onde<br />

emerge, tendo sido um protagonista, desde a sua criação, de quase todos os seus momentos<br />

relevantes. Participou na maioria das campanhas militares em que Portugal se viu envolvido: no<br />

9<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

século XVII, na Guerra da Restauração; no século XVIII, na campanha do Russilhão e da<br />

Catalunha; no <strong>Século</strong> XIX, na Guerra Peninsular, nas Lutas Liberais, e na Guerra Civil; no século<br />

<strong>XX</strong>, na I Guerra Mundial e nas campanhas do Ultramar; e no século <strong>XX</strong>I, nas operações de<br />

apoio à paz, nos Balcãs e em Timor-Leste, no apoio à política externa do Estado como, aliás, já<br />

tinha acontecido noutras ocasiões.<br />

Este trabalho baseou-se fundamentalmente na insubstituível investigação histórica levada<br />

a cabo pelo brigadeiro Motta e Costa, materializada num livro com o título "Subsídios para<br />

a História do R.I. 13", publicado em 1959. Sem esse documento não teria sido possível levar a<br />

cabo o presente trabalho, pelo menos no reduzido espaço de tempo em que foi feito. Embora o<br />

possa parecer nalgumas passagens, não foi nossa intenção realizar um trabalho de investigação<br />

histórica. Estamos cientes que continua válida a necessidade de realizar esse trabalho,<br />

necessariamente com um outro fôlego.<br />

A simples reedição dos "Subsídios" não teria sido uma decisão acertada: por um lado,<br />

era necessário um trabalho de actualização. Os acontecimentos mais recentes narrados no livro<br />

reportavam-se ao ano de 1947; por outro, tornava-se necessário criar um documento dotado de<br />

um visual apelativo que convidasse à leitura, expurgado de certos detalhes e referências<br />

desnecessárias, importantes para um historiador, mas fastidiosas para o público-alvo que se<br />

pretende atingir.<br />

Com o objectivo de "não deixar escapar nada" foram lidas cerca de 73 mil páginas das<br />

Ordens de Serviço de 1911 a 1994. Só assim foi possível avaliar, por exemplo, a enorme contribuição<br />

do Regimento para a guerra que Portugal travou nos sertões africanos, de 1961 a<br />

1974. Nos dez anos em que o R.I. 13 foi Centro de Instrução Básica - 1964 a 1974 - foram formados<br />

na Unidade cerca de 69 mil praças. A dimensão de tal número é um indicador do tremendo<br />

esforço efectuado. Com este livro procurámos ainda homenagear, de uma forma singela,<br />

todos aqueles que nos precederam, e que, de uma forma anónima, contribuíram para a edificação<br />

da nossa memória colectiva. Não os olvidaremos.<br />

Nem um passo P´ra Retaguarda!<br />

10<br />

Vila Real, 7 de Janeiro de 2005<br />

O Comandante<br />

Carlos Manuel Martins Branco<br />

Coronel Infantaria


Agradecimentos<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Este livro é o produto de muito querer e de muita carolice. A todos quantos o tornaram possível<br />

- patrocinadores, militares da Unidade, Vila-realenses e instituições da cidade - um<br />

muito obrigado. O primeiro agradecimento, a título póstumo, vai para o brigadeiro Motta e Costa,<br />

pelo livro que nos deixou, o qual serviu de fonte inspiradora para este trabalho. Um reconhecimento<br />

muito especial aos patrocinadores, através dos quais foi possível reunir os meios financeiros<br />

necessários para a publicação desta obra: Câmara Municipal de Vila Real, Delta Cafés,<br />

Dibinorte - Distribuidora de Bebidas do Norte, Lda, EMAR, Fundação Comendador Correia<br />

Botelho, Garagem Miro - Mercedes Benz, Governo Civil de Vila Real, Hotel Miracorgo, Martins,<br />

Cunha & C.ª LDA - Materiais de Construção, Ministério da Cultura (Delegação Regional da<br />

Cultura do Norte) e Região de Turismo da Serra do Marão.<br />

Merece igualmente destaque a mobilização da sociedade Vila-realense para a concretização<br />

deste projecto, tanto ao nível institucional como a título individual. Impressionou-me<br />

a sua cumplicidade com a ideia, a forma genuína como a abraçaram, e o modo como se disponibilizaram<br />

para colaborar. Um grande agradecimento, pela sua prestimosa colaboração ao<br />

Arquivo Distrital de Vila Real, à Biblioteca Municipal de Vila Real, ao Museu de Vila Real, ao<br />

Jornal "A Voz de Trás-os-Montes”, e à FotoBila.<br />

Um muito obrigado aos meus Amigos, que recordo com tanta saudade, cuja colaboração,<br />

de uma ou de outra forma, se veio a revelar imprescindível: Sr. Barreira Gonçalves, Sr.<br />

Elísio Neves, Dr. Manuel Cardona, família do Sr. Achiles Ferreira de Almeida, coronel José<br />

Daniel Barros Adão, tenente-coronel Francisco Claro Meneses, tenente-coronel Jorge<br />

Gonçalves Magno, e sargento-chefe Victor Lucena Gonçalves. Os seus conselhos, opiniões e<br />

material gentilmente cedido muito contribuíram para enriquecer este trabalho. Temos com eles<br />

uma dívida de gratidão. Um obrigado ao tenente-coronel Pedrosa da Silva, pelos seus sempre<br />

pertinentes conselhos no domínio da heráldica, e ao Dr. José Jacinto, professor da Academia<br />

Militar, pela sua ajuda na revisão do texto.<br />

Finalmente, um sentido e muito especial agradecimento aos militares do R.I. 13 que<br />

participaram neste trabalho, pela enorme dedicação e espírito de missão demonstrados. Sem<br />

eles, sem a sua prestimosa e desinteressada colaboração este projecto não teria passado apenas<br />

de mais uma ideia: ao major Ilídio Abelha pela sua generosa paciência em passar a pente<br />

fino as mais de 73.000 páginas das Ordens de Serviço de 1911 a 1994, e ao empenho e determinação<br />

colocada na pesquisa e obtenção de documentação extremamente valiosa; ao sargento-ajudante<br />

Manuel Machado, pelo rigor, disponibilidade e relacionamento privilegiado com<br />

o Arquivo Histórico Militar e com a Biblioteca do <strong>Exército</strong> que se veio a revelar de extrema utilidade.<br />

Ao primeiro-sargento Ricardo Guerra pela sua insigne colaboração. Foi ele quem compôs<br />

e editou todo o trabalho, num tempo recorde com prejuízo das suas horas de repouso. Um<br />

último agradecimento a todos os elementos da Secção de Informática do R.I. 13, na pessoa do<br />

2.º sargento RC Simão Teixeira e da 2.º cabo Conceição Dias.<br />

11


Soldado do Regimento de Infantaria de Peniche (2.ª metade século XVIII).<br />

A Companhia,<br />

o Terço<br />

e o Regimento de Peniche (de 1555 a 1806)


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A COMPANHIA, O TERÇO E O REGIMENTO DE PENICHE (de 1555 a 1806)<br />

O Terço de Peniche<br />

Ahistória do Regimento de Infantaria n.º 13 (R.I. 13) remonta à criação da Companhia, do<br />

Terço e do Regimento de Infantaria de Peniche, dos quais descende directamente. A<br />

escassa informação disponível tem originado alguma controvérsia ao redor da data da fundação<br />

do Terço de Peniche. Através das leis militares publicadas em 1549, primeiro ensaio de organização<br />

do <strong>Exército</strong>, D. João III mandou criar, em todas as terras do País de "certa importância",<br />

companhias de Ordenanças, agrupadas ou não em Terços.<br />

As Ordenanças repartidas em companhias obedeciam, em cada cidade, vila ou concelho,<br />

a um chefe intitulado Capitão-<br />

Mor e exercitavam-se em dias não<br />

destinados ao trabalho, realizandose<br />

exercícios gerais pela Páscoa e<br />

pelo S. Miguel.<br />

Peniche - Muralha da importante praça de guerra.<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

O agrupamento das companhias<br />

de Ordenanças em terços era<br />

ditado pelas necessidades de defesa.<br />

Logo que cessava a causa que<br />

tinha levado à sua criação, os<br />

terços eram dissolvidos ou dispensados.<br />

Peniche, pela importância do seu porto de mar e por ser a localidade mais populosa do<br />

"termo de Atouguia", reunia as condições ideais para aquartelar uma unidade militar. Segundo<br />

vários historiadores militares, na sequência da publicação daquelas leis militares, teria sido criado<br />

em Peniche, por provisão régia de D. João III, um Terço de Ordenanças, possivelmente no<br />

ano de 1555. Contudo, tudo indica que inicialmente teria apenas sido levantada uma companhia.<br />

Em 1570, o Papa Pio V conjuntamente com Filipe II de Espanha convidou o Rei D.<br />

Sebastião a entrar numa liga contra os Turcos. Aceite o convite foi colocada uma Divisão às<br />

ordens de D. João da Áustria, da qual faziam parte tropas do Terço de Peniche, que se distinguem<br />

pelo seu valor, na famosa Batalha de Lepanto, onde os Turcos foram derrotados.<br />

Quando em 1640 Portugal proclamou a sua independência e aclamou como rei D. João<br />

IV, o <strong>Exército</strong> encontrava-se reduzido à sua mais simples expressão, e as praças de guerra<br />

14<br />

"...Digno feito de ser no mundo eterno<br />

Grande no tempo antigo e no moderno..."<br />

Luís de Camões, in Lusíadas


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

votadas ao mais completo abandono. No sentido de inverter esta situação, são estabelecidos,<br />

através do decreto de 10 de Julho de 1642, os efectivos do <strong>Exército</strong>, tendo sido atribuídos mil<br />

infantes às guarnições de Cascais e de Peniche. Supõe-se que o efectivo desta última não<br />

fosse inferior a três ou quatro companhias.<br />

Batalha do Ameixial.<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

Quando as necessidades de<br />

defesa assim o impunham, estas<br />

companhias eram agregadas a<br />

terços que se encontrassem desfalcados<br />

de efectivos. Durante a<br />

Guerra da Restauração, forças da<br />

guarnição de Peniche foram agregadas<br />

a outros terços, conforme as<br />

necessidades do momento. Assim,<br />

em 1646, encontramos "gente de S.<br />

Gião e de Peniche" agregada ao terço de Campo Maior, o qual tomou parte na conquista do<br />

castelo de Codiceira e na acção contra Telena, em 15 de Setembro do mesmo ano.<br />

Existem também relatos da participação de uma companhia de infantaria de Peniche,<br />

com um efectivo de cerca de 120 homens, em várias campanhas, entre 1650 e 1665, para fazer<br />

vingar a restauração. Em 1658, uma companhia da guarnição de Peniche foi agregada ao Terço<br />

de Cascais e, integrada nesta unidade, participou, de 12 de Junho a 11 de Outubro de 1658, no<br />

cerco a Badajoz, na<br />

defesa da Praça de<br />

Elvas e na Batalha das<br />

Linhas de Elvas, a qual<br />

teve lugar a 14 de<br />

Janeiro de 1659.<br />

Destaca-se ainda a participação<br />

da Infantaria de<br />

Peniche nas Batalhas do<br />

Ameixial, a oito de Junho<br />

de 1663, de Castelo<br />

Rodrigo, a sete de Julho<br />

de 1664, e de Montes<br />

Claros, a 17 de Julho de<br />

1665.<br />

Batalha das Linhas de Elvas.<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

O primeiro documento oficial conhecido que se refere explicitamente ao Terço de<br />

Peniche é a consulta de 13 de Março de 1698, onde consta a nomeação do Conde de S. João<br />

para comandante do Terço de Peniche, que por essa época é “levantado de novo”. Contudo o<br />

Terço de Peniche só será criado a sete de Junho de 1698, através do decreto reorganizador da<br />

Infantaria e da Cavalaria, com 670 infantes e a gente que tinha aquele presídio, ou seja, a Praça<br />

de Guerra de Peniche, tendo sido levantado com base nas companhias de infantaria que, em<br />

1693, faziam já parte da guarnição daquela praça de guerra.<br />

15


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Do Terço ao Regimento<br />

Apermanente ameaça das esquadras inglesas e holandesas sobre a nossa costa, nos<br />

primórdios do século XVIII, não só contribuiu para que o Terço de Peniche se mantivesse<br />

naquela praça de guerra como levou a um reforço considerável dos seus efectivos. Em<br />

Maio de 1706, o Terço de Peniche participou na Guerra da Sucessão de Espanha, iniciada em<br />

1703, onde terá feito parte do exército do Marquês das Minas, que tomou e cercou Ciudad<br />

Rodrigo.<br />

Em 1707, com a publicação das novas ordenanças de D. João V, os Terços passaram<br />

a designar-se por Regimentos, unidades administrativas constituídas por 12 companhias, uma<br />

das quais de Granadeiros. Em 1735, fruto de uma nova reorganização, surge uma nova unidade<br />

táctica: o Batalhão.<br />

Assim, o Regimento de Peniche passou a ser constituído por 2 batalhões, a 10 companhias<br />

de 60 homens, organização essa que se manteve até ao ano de 1762. Em 1740, o<br />

Regimento de Peniche destacou para a Índia um batalhão para integrar a expedição militar que<br />

libertou as Províncias de Bardez e Salcete, invadidas pelos Maratas e seus aliados. Este batalhão<br />

embarca em Lisboa, em Maio, e desembarca em Mormugão um ano depois.<br />

Em 1756, iniciou-se uma guerra que envolveu quase todas as nações da Europa e<br />

lugares do mundo, a qual ficou conhecida para a história como a Guerra dos Sete Anos. Até<br />

1762, a Península Ibérica conseguiu manter-se afastada da complexa rede de alianças e declarações<br />

de guerra que iam ocorrendo pela Europa. Mas ao tomar consciência que só muito dificilmente<br />

Portugal se conseguiria manter afastado do conflito, o Marquês de Pombal antecipouse<br />

aos acontecimento e levou a cabo uma profunda reorganização do exército.<br />

Face às exigências da guerra com Espanha e por determinação do Conde de Lippe, são<br />

criadas novas unidades em 1762, tendo o Regimento de Peniche, tal como todos os outros, sido<br />

desdobrado em dois, e os seus sucessores adoptado a designação de 1.º e 2.º Regimentos de<br />

Infantaria de Peniche.<br />

Os dois Regimentos de Peniche participaram na campanha contra os espanhóis, de<br />

1762 a 1763, mas não chegaram a entrar em combate, sendo submetidos a penosas marchas<br />

e contra-marchas. No final desta campanha, através do Decreto de 10 de Maio de 1763, os dois<br />

Regimentos fundem-se num só, tendo o Conde de Lippe continuado a trabalhar na reorganização<br />

e na preparação do exército.<br />

No período que medeia entre 1764 e 1790, por ordem do Conde de Lippe, o Regimento<br />

de Peniche participa em várias manobras. Para avaliar a sua operacionalidade, foi objecto de<br />

várias inspecções, destacando-se a que foi efectuada pelo Inspector-geral, brigadeiro P.<br />

Prestone, cujo relato enaltece o desempenho do Regimento nos exercícios, bem como a sua<br />

capacidade de conservação do armamento.<br />

16


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O Regimento de Peniche na Campanha do Russilhão e da Catalunha<br />

(de 1793 a 1795)<br />

A<br />

Revolução Francesa e a morte de Luís XVI provocaram uma coligação de quase todas<br />

as monarquias europeias contra a França. Depois de a Convenção ter declarado guerra<br />

a Londres, a um de Fevereiro de 1793, e de Madrid ter mostrado a sua disposição para integrar<br />

a coligação anti-francesa, não havia maneira de Portugal se manter à margem dos combates.<br />

A campanha do Russilhão, nos Pirinéus, foi um caso particular dessa vasta coligação que se<br />

levantou para derrubar a revolução jacobina que tinha instaurado a república em França. Neste<br />

contexto, a Espanha solicitou a Portugal uma contribuição militar, tendo os termos dessa contribuição<br />

sido acordados a 15 de Junho de 1793.<br />

Assim, Portugal intervém no conflito, em 1793, ao lado da Espanha com uma “Divisão<br />

Auxiliar” de 5.000 homens, da qual fazia parte o Regimento de Peniche, com um efectivo de 718<br />

homens, naquilo que ficaria conhecido como a Campanha do Russilhão e da Catalunha, que<br />

durou até 1795. O Regimento participou activamente em vários combates desta campanha,<br />

tendo perdido muito equipamento<br />

e sofrido, como os<br />

outros regimentos portugueses,<br />

pesadas baixas, tendo<br />

o seu comandante e 2.º<br />

comandante sido feridos em<br />

combate.<br />

A força portuguesa<br />

parte do Tejo a 20 de<br />

Setembro de 1793 e desembarca<br />

no porto de Rosas, na<br />

Catalunha, a nove de<br />

Novembro. As forças do Regimento de Peniche participam na ofensiva a Céret, em que conseguem<br />

desalojar os franceses das suas trincheiras e tomar-lhes os canhões. No dia seguinte,<br />

o Regimento recebe ordem para ocupar e defender a povoação de S. João de Pagés, afim de<br />

cobrir a ponte sobre o rio Céret, posição que ocupa com outras unidades até finais de<br />

Dezembro, altura em que recolhe a quartéis de Inverno, em S. Laurent de Cerdas, onde se conserva<br />

até 22 de Janeiro de 1794. As constantes acções da guerrilha francesa transformam o<br />

período de repouso numa penosa campanha.<br />

Teatro de Operações da Campanha de Russilhão e Catalunha.<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

Em 1794, a situação modificou-se nos Pirinéus. No dia 29 de Abril, ocupando o<br />

Regimento posições para a defesa das pontes de Céret e de Reynes, o inimigo desencadeia<br />

um forte ataque em toda a frente aliada. É repelido pelas nossas tropas, mas no dia seguinte<br />

realiza um novo ataque com tropas frescas, obrigando o Conde da União, comandante-chefe<br />

dos aliados, a dar ordem de retirada, a qual se processa de uma forma lastimável. Três companhias<br />

do Regimento deixam-se invadir pelo pânico, fugindo em confusão.<br />

17


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Mais tarde, quando a coluna se encontrava entre Céret e Maureillas, o Regimento<br />

recebe ordem para seguir para Figueras através das montanhas, mas quando as tropas<br />

começavam a subir as encostas, é-lhes ordenado que não abandonem a estrada. As ordens e<br />

contra-ordens provocaram uma tremenda confusão, transformando a retirada numa fuga desordenada.<br />

O exército hispano-português conseguiu chegar a Figueras, mas completamente<br />

desmoralizado e desbaratado. Aí se reorganizou, contribuindo para aumentar a capacidade<br />

defensiva desta praça, constantemente incomodada pelas arremetidas do inimigo, numa das<br />

quais conseguiu apoderar-se da posição de S. Lourenzo. A 18 de Maio, o Regimento de Peniche<br />

participa na tentativa aliada de reconquistar esta posição, sendo-lhe atribuída a missão de ocupar<br />

uma linha de alturas à esquerda da ponte de Molins.<br />

O tenente-coronel Bernardim Freire de Andrade, comandante interino do Regimento,<br />

organiza defensivamente as suas posições e faz as obras necessárias à colocação da artilharia<br />

que lhe tinha sido atribuída para proteger a sua retirada, caso o ataque fosse mal sucedido. As<br />

colunas espanholas iniciaram o ataque, obtendo, de início, algumas vantagens. Mas, subitamente,<br />

foram tomadas pelo pânico e debandaram, desorganizando todas as tropas que se<br />

encontravam no caminho.<br />

Nas posições acima referidas, à esquerda da ponte de Molins, o Regimento de Peniche<br />

consegue suster vários ataques franceses, que repele, até que, em 13 de Agosto, é incorporado<br />

numa coluna para atacar os francesas e forçá-los a retirarem-se para os Pirinéus. Os<br />

granadeiros do Regimento de Peniche, conjuntamente com os granadeiros dos regimentos de<br />

Cascais, do 1.º do Porto e do 2.º de Olivença, constituem um batalhão sob o comando de<br />

tenente-coronel Bernardim Freire, o qual foi encarregado de constituir uma reserva e apoiar um<br />

ponto guarnecido por Somaténes, à retaguarda de Palau.<br />

O ataque é repelido, e as tropas espanholas são obrigadas a retirar. Os nossos<br />

granadeiros não só sustentam corajosamente a retirada daquelas forças, como apoiam com<br />

muita decisão e energia a cavalaria espanhola, que procurava impedir o avanço dos franceses.<br />

Após este ataque, todas as forças recolhem às suas antigas posições em Figueras.<br />

Em 17 de Novembro, encontrava-se o Regimento de Peniche no acampamento de La<br />

Salud, quando os franceses atacam impetuosamente as posições aliadas. Às três horas da<br />

madrugada, já quando troava a artilharia inimiga, é ordenado ao Regimento que ocupe uma<br />

linha de alturas, anteriormente ocupada por um regimento espanhol, e defenda a estrada que<br />

dessa linha de alturas se dirigia para a bateria de La Fita.<br />

Os franceses começaram a bater pelo fogo esta posição e a retaguarda da linha ocupada<br />

pelos aliados, ao mesmo tempo que atacavam com toda a impetuosidade a posição da<br />

ermida da Madalena, ocupada por um batalhão que tentava a todo o custo deter o avanço do<br />

inimigo.<br />

Dada a violência do ataque, foi ordenado ao Regimento que reforçasse aquela posição.<br />

Mas, antes de a atingir, Bernardim Freire apercebeu-se de que o batalhão que guarnecia a<br />

18


esquerda daquela posição batia em retirada, completamente destroçado, e que os franceses<br />

já se tinham apoderado daquele posto. Na impossibilidade de continuar a marcha e de restabelecer<br />

a situação com as poucas forças de que dispunha, resolve retroceder e recolher a um<br />

reduto próximo. Mas esta retirada viria a revelar-se extremamente difícil, não só devido ao fogo<br />

inimigo mas também porque o caminho se encontrava cortado por um regimento espanhol que<br />

debandava desordenadamente, fazendo com que as tropas do Regimento perdessem a sua<br />

coesão e boa ordem.<br />

Contudo, foi julgado pelo comando superior que as tropas do Regimento ainda se<br />

encontravam aptas para deter os franceses, tendo-lhe sido ordenado que marchassem ao seu<br />

encontro. Vendo o comandante que não era auxiliado no seu ataque por quaisquer outras forças<br />

e que esta não podia dar qualquer decisão ao combate, optou por retirar-se, a fim de não sacrificar<br />

o remanescente da Unidade. O Regimento de Peniche, como todos os outros regimentos<br />

portugueses, sofreu elevadas perdas e danos.<br />

Passados dois dias, um novo e tremendo desastre vem juntar-se ao do dia 17 de<br />

Novembro. Os exércitos aliados, sob a pressão dos franceses, são obrigados a retirar para<br />

Gerona, a qual se desenrolou de um modo tumultuoso e numa fantástica desordem, especialmente<br />

por parte das tropas espanholas. De posição em posição, sempre com os franceses na<br />

ilharga, o exército retira até Gerona, onde se acantona a 1 de Dezembro de 1794. A “Divisão<br />

Auxiliar” fica em reserva, acantonada na região de Olivia, onde se mantém durante todo o<br />

Inverno e Primavera de 1795. Não toma parte em quaisquer operações de monta, intervindo<br />

apenas nalgumas pequenas escaramuças e combates de postos avançados.<br />

Em Julho, o comando<br />

aliado decide atacar a<br />

praça de Puig Cerdá, ocupada<br />

pelos franceses. É organizado<br />

um destacamento do<br />

qual fazem parte dois batalhões<br />

portugueses, constituídos<br />

por praças de todos os<br />

regimentos, com um efectivo<br />

de 800 homens.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A operação teve<br />

lugar no dia 24, tendo os dois<br />

batalhões marchado ao<br />

ataque cobertos pelos atiradores,<br />

inovação introduzida<br />

na táctica tradicional Ataque a Puig-Cerdá.<br />

somente nesta ocasião.<br />

Apesar da defesa enérgica e das pesadas baixas infligidas às forças atacantes, ao fim de duas<br />

horas de renhidos combates, as forças aliadas conseguiram entrar na praça e aprisionar a<br />

guarnição com dois generais.<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

19


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Com esta vitória, os portugueses despediram-se desta campanha com um importante<br />

feito de armas, que os compensou, em parte, dos reveses sofridos e da obscura acção desempenhada<br />

depois da retirada para Gerona. A quatro de Setembro, as hostilidades foram suspensas,<br />

e a “Divisão Auxiliar” regressa à Pátria, onde chega a 10 e 11 de Dezembro, sendo recebida<br />

pela população com grandes manifestações de regozijo e simpatia. Face ao comportamento<br />

dos militares do Regimento de Peniche nesta campanha, o Príncipe Regente, por Decreto de<br />

17 de Dezembro, confere-lhe uma bandeira de honra com a legenda:<br />

20<br />

“Ao valor do Regimento de Peniche – 1795”<br />

Mas o desfecho do conflito trouxe uma surpresa inesperada quando a República<br />

Francesa e o governo de Carlos IV assinaram secretamente a Paz de Basileia, em Julho de<br />

1795, sem prestar contas ao seu homólogo de Lisboa. Este acordo, deliberadamente hostil aos<br />

interesses britânicos, tornava praticamente impossível a manutenção da única linha de rumo<br />

conveniente à diplomacia nacional, ou seja, a neutralidade perante a mais do que provável guerra<br />

entre a Espanha e Inglaterra. Em Outubro de 1796, com a abertura das hostilidades entre os<br />

antigos aliados, voltaram a agitar-se velhos fantasmas.<br />

Uma vez mais, o Governo português iria ter de tornar compatível a defesa das colónias<br />

e do tráfico ultramarino com a segurança das fronteiras continentais, num exercício arriscado<br />

que se prolongou até 1807. Em 1798, numa manobra dissuasora, o Governo ordena a concentração<br />

de forças ao redor de Lisboa, com a finalidade de defender a cidade da ameaça de uma<br />

invasão francesa e espanhola, tendo o Regimento de Peniche participado nesta acção, concentrando<br />

as suas forças na região da Azambuja.


O Regimento de Peniche na Campanha de 1801<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

No plano militar, ao aproximar-se o final do século, as operações estavam a correr de<br />

feição para os exércitos revolucionários no teatro de guerra europeu, criando a perspectiva<br />

pouco agradável de estes poderem, a qualquer momento, voltar as suas atenções para o<br />

extremo ocidental da Península Ibérica.<br />

As sucessivas vitórias militares de Bonaparte alimentavam as pressões de Madrid, que<br />

pedia, uma vez mais, a interdição dos portos lusitanos aos navios de Sua Majestade Britânica,<br />

às quais o governo de Lisboa reagiu com assinalável placidez, mas sem nunca pôr em causa a<br />

velha aliança. A situação iria manter-se nesta indefinição por alguns meses, até que, em Maio<br />

de 1801, se assistiu à invasão do Alentejo por parte de um contingente franco-espanhol, dando-<br />

-se início ao que ficou conhecido como a Guerra das Laranjas.<br />

O estado de desorganização e indisciplina em que se encontrava o nosso exército<br />

impossibilitava uma resistência séria a qualquer ataque. Iniciada a campanha, renderam-se,<br />

logo de seguida, as praças de Olivença e Juromenha, enquanto as de Portalegre e Castelo de<br />

Vide eram abandonadas sem reacção.<br />

Ao ser declarada a guerra, Portugal preparou-se para a defesa, sendo o exército organizado<br />

em três destacamentos: um destinado à defesa do Minho, outro, à da Beira Baixa, e um<br />

terceiro, à do Alentejo, por sinal o mais importante. Este corpo era composto por três divisões.<br />

À divisão do centro pertenciam dois batalhões de granadeiros e caçadores dos regimentos do<br />

Alentejo e da Estremadura e, consequentemente, lá se encontravam as companhias de<br />

granadeiros e caçadores do Regimento de Peniche. Bernardim Freire de Andrade, na altura<br />

brigadeiro, comandava este grupo de batalhões.<br />

As companhias de fuzileiros do Regimento de Peniche foram integradas na 2.ª Brigada<br />

da 1.ª Divisão, tendo a 10 de Maio marchado para o Alentejo e acampado nas proximidades de<br />

Portalegre. As companhias de granadeiros e de caçadores do Regimento acantonaram, inicialmente,<br />

em Castelo de Vide e Marvão, mas ao iniciarem-se as operações, em 20 de Maio,<br />

encontravam-se entre Alegrete e Arronches.<br />

Em 29 do mesmo mês, quando Arrochete foi atacada, os batalhões comandados por<br />

Bernardim Freire de Andrade sustentaram o ímpeto da cavalaria espanhola, protegendo a desordenada<br />

retirada das forças portuguesas que se encontravam naquela região. Todo o exército<br />

retira em seguida para Gavião e daqui para Abrantes, perseguido de perto pelas tropas<br />

espanholas. E, assim, terminou uma rápida e vergonhosa campanha, em que perdemos<br />

Olivença para sempre, e em que nos comprometemos a fechar os portos à Inglaterra e a pagar<br />

uma pesada indemnização à França e à Espanha, que nunca chegou a concretizar-se.<br />

21


Convento de S. Francisco: Cerimónia de um Juramento de Bandeira na Parada do “Quartel Velho”<br />

(14 de Fevereiro de 1909).<br />

Fonte: Jornal “A Voz de Trás-os-Montes, 20 Dezembro de 1984”.<br />

O Regimento 23 de Infantaria N.º 13


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Panorâmicas do R.I. 13<br />

24


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Jardim público e Quartel de Infantaria 13.<br />

Fonte: Collection Portugaise, Éditeur F. A. Martins, Camões, 35, Lisbonne.<br />

Na sequência da organização do <strong>Exército</strong> levada a cabo em 1806, os regimentos passaram<br />

a ser numerados, tendo sido atribuído ao Regimento de Peniche o n.º 13, cujo<br />

quartel permanente passou a ser em Lisboa.<br />

Na sequência de prolongadas negociações diplomáticas em que o Governo português<br />

tentou, a todo o custo, manter o seu estatuto de neutralidade, o Governo francês lança um ultimato<br />

em que exige o encerramento dos portos nacionais à navegação britânica e a detenção e<br />

confisco das riquezas e propriedades dos cidadãos britânicos instalados em território nacional.<br />

Num gesto de desespero destinado a travar a invasão eminente, o Governo português,<br />

através de um decreto publicado em Outubro de 1807, cede às exigências da França, mandando<br />

encerrar os portos portugueses aos navios britânicos e deter os súbditos de Sua<br />

Majestade. Como esta determinação tivesse provocado reacções negativas por parte da<br />

Inglaterra, foram tomadas algumas medidas para reforçar a defesa das costas, nomeadamente<br />

a protecção da barra do Tejo.<br />

É neste contexto que o Regimento de Infantaria n.º 13 (R.I. 13), é destacado para<br />

Peniche, onde permanece até Novembro de 1807, data em que regressa à capital, a fim de<br />

embarcar para o Brasil acompanhando a família real. Perante a anarquia reinante na capital, as<br />

tropas recusam-se a embarcar e desertam em massa. Apenas o seu comandante, o coronel<br />

José de Sousa, acaba por acompanhar a família real na sua viagem.<br />

25<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 nas Invasões Francesas e na Guerra Peninsular<br />

A 29 de Novembro de 1807, Junot, o comandante da 1.ª Invasão Francesa, chega a<br />

Lisboa. A conquista de Portugal tinha sido feita sem a menor resistência. Para consolidar o seu<br />

poder, dissolve o <strong>Exército</strong> Português, licenciando, primeiro, muitas tropas de linha, dispersando<br />

as restantes por várias terras da província, dissolvendo, depois, as milícias e ordenanças, e<br />

organizando, por fim, com a tropa de linha, um corpo que, sob a designação de Legião Lusitana,<br />

comandada pelo Marquês de Alorna, foi engrossar o exército imperial francês.<br />

Parte dos elementos do R.I. 13 foram incluídos no 1.º Regimento dessa Legião, que,<br />

em Março de 1808, marchou para França, a fim de combater às ordens de Napoleão. De 1808<br />

a 1813, este Regimento tomou parte em todas as campanhas e cobriu-se de glória na Batalha<br />

de Wagram e na Campanha da Rússia. Após a derrota de Junot e a assinatura da Convenção<br />

de Sintra, as tropas francesas abandonaram o território nacional em meados de Setembro.<br />

Portugal via-se livre dos franceses e podia, com a ajuda dos ingleses, preparar-se para a defesa,<br />

pois não era de crer que a guerra ficasse por ali.<br />

Assim, após a partida das tropas francesas, inicia-se imediatamente a reorganização do<br />

País, a reconstrução do exército e o armamento geral da Nação. Em 30 de Setembro de 1808,<br />

um edital da Junta Governativa do Reino determina que os componentes dos regimentos dissolvidos<br />

se reunissem em diversas localidades, para se levar a efeito a reorganização das suas<br />

antigas unidades. Para o R.I. 13, assim como para os R.I. 4, 10 e 16, é-lhe fixado Lisboa como<br />

local de reunião.<br />

Com base nas preocupantes notícias existentes sobre as acções do exército francês<br />

em Espanha, em Janeiro de 1809, o R.I. 13 marchou para o Alentejo, incorporado num destacamento<br />

constituído por unidades da guarnição de Lisboa, com a missão de vigiar o 4.º Corpo<br />

de <strong>Exército</strong> francês e defender vários pontos de passagem no rio Tejo.<br />

Na sequência dos desenvolvimentos militares ocorridos em Espanha, foi ordenado a<br />

este destacamento para não ultrapassar a fronteira e concentrar-se em Tomar, onde passou a<br />

fazer parte da Divisão encarregue da defesa da Beira Baixa e das passagens do Zêzere. O R.I.<br />

13, conjuntamente com o Regimento de Infantaria n.º 1, passou a constituir a 2.ª Brigada daquela<br />

Divisão.<br />

Em fins de Março desse ano, as companhias de granadeiros daqueles dois Regimentos<br />

insubordinaram-se por não quererem ser comandados por oficiais ingleses, acto que mereceu<br />

ásperas censuras ao Marechal Beresford, na altura Comandante-em-Chefe do <strong>Exército</strong> português.<br />

Tal levou a que as companhias insubordinadas fossem enviadas para a retaguarda do<br />

exército até que a sua conduta os tornasse dignos de se reunirem aos seus regimentos. A pena<br />

foi escrupulosamente cumprida. Aquando da concentração do exército anglo-luso em Coimbra,<br />

apenas um batalhão do R.I. 13 foi incorporado na Divisão do coronel Trant, o qual foi encarregue<br />

de vigiar as passagens no rio Vouga. As restantes companhias do Regimento continuaram na<br />

26


2.ª Brigada, agora comandada por Campbell, estando concentradas em Torres Novas.<br />

Combate de Grijó.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Fonte: História do Exercito Português.<br />

Em Maio de 1809, com o norte do país invadido pelo exército do general Soult, um<br />

batalhão do R.I. 13 integrou a força que obrigou os franceses a retirar para Oliveira de Azeméis,<br />

tendo-se empenhado nos combates de Albergaria, em 10 de Maio de 1809, e de Grijó, no dia<br />

seguinte, e obrigado os franceses a abandonar as suas posições. Seguidamente, um efectivo<br />

do R.I. 13 de 304 praças, comandadas pelo major Sales de Carvalho, colaborou no ataque à<br />

cidade do Porto, a qual o general Soult foi constrangido a abandonar, sendo forçado a retirar-<br />

-<br />

se do país.<br />

Em Julho, o R.I. 13 recebeu ordem para se reunir ao exército de Beresford, tendo sido<br />

incumbido de observar os movimentos do exército francês, defender o desfiladeiro de Perales<br />

e cobrir o flanco esquerdo de Wellington, em Espanha, na sua jornada em Talavera de la Reyna,<br />

onde dá por terminada a perseguição das forças francesas em território espanhol. Uma vez<br />

afastada a ameaça do exército francês de invadir o país pela Beira Baixa, foi determinado que<br />

as diferentes unidades que participaram nestas jornadas recolhessem a quartéis.<br />

É então que o R.I. 13 recolhe ao quartel em Tomar, onde o vamos encontrar em Agosto<br />

de 1809. Nesta cidade, o R.I. 13 continuou a exercitar-se, sujeito a um treino rigoroso, tornando-se<br />

numa unidade de elite do exército de então.<br />

Nos últimos meses de 1809, a Infantaria sofre uma nova remodelação no agrupamento<br />

dos regimentos. O R.I. 13 passou a fazer parte da 12.ª Brigada, conjuntamente com Infantaria<br />

20. Quando este corpo é destacado para Cádis, o R.I. 13 passa, conjuntamente com o R.I. 11<br />

e o R.I. 23, a integrar a 9.ª Brigada, à qual já havia pertencido.<br />

27<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A 27 de Setembro de 1810, o general Massena invade Portugal (3.ª invasão) à frente<br />

de um poderoso exército, enfrentando o exército anglo-luso no Buçaco, onde se travou uma<br />

batalha a 27 de Setembro de 1810, em que o R.I. 13 participou, integrado na 10.ª Brigada, conjuntamente<br />

com Infantaria 12 e Caçadores 5.<br />

Na batalha do Buçaco, esta Brigada, comandada pelo brigadeiro Thomaz Bradford,<br />

tinha por missão defender a ponte de Mucela, apoiar a cavalaria e cobrir o flanco direito de<br />

exército anglo-luso. Infantaria 13 entra na batalha com um efectivo de 1078 praças, sem sofrer<br />

baixas. Quando, após aquela batalha, o exército retira estrategicamente para as Linhas de<br />

Torres, o R.I.13 é encarregue, juntamente com tropas de 2.ª linha, de defender Peniche, mas<br />

demora-se pouco tempo nesta Praça, pois passa a fazer parte da guarnição de Abrantes.<br />

A 22 Outubro, Infantaria 13 empenhou-se novamente em combate na região de<br />

Punhete, hoje denominada Constância ou Vila Nova de Constância, repelindo violentamente um<br />

reconhecimento inimigo. Parece não restar qualquer dúvida, e vários especialistas em história<br />

militar assim o afirmam, de que foi o R.I. 13 quem defendeu Punhete e a praça de Abrantes<br />

desde fins de Setembro de 1810 a Março de 1811.<br />

Supõe-se que se tenha mantido nesta cidade ainda por mais uns meses, visto não ter<br />

acompanhado o exército de Wellington na perseguição a Massena nem ter tão pouco acompanhado<br />

o exército de Beresford para o Alentejo quando este conquistou as praças de Campo<br />

Maior e Olivença, em Maio de 1811. Provavelmente só voltou a participar em operações no mês<br />

de Agosto, quando foi integrado na 10.ª Brigada, na qual vai participar em toda a campanha da<br />

Guerra Peninsular.<br />

Em Abril de 1811, Massena é batido em Fuentes d’Oñoro, e, ainda em Abril, as últimas<br />

forças francesas em território nacional são batidas em Campo Maior e Olivença. Contudo, os<br />

combates junto à fronteira portuguesa prosseguem durante todo o ano de 1811.<br />

Em Setembro, Marmont, depois de abastecido em Ciudad Rodrigo, quis sondar o inimigo,<br />

efectuando um reconhecimento ofensivo à fronteira portuguesa entre Bodon e Alfaiates. A<br />

27 Setembro de 1811, dá-se o combate de Alfaiates, em que o R.I. 13 toma parte, sofrendo os<br />

franceses uma pesada derrota.<br />

28


A Campanha de 1812 – A Ofensiva de Wellington<br />

No início de 1812, o país encontrava-se<br />

liberto dos franceses e de<br />

qualquer ameaça de invasão: o general<br />

Massena havia sido expulso do território<br />

e obrigado a internar-se em Espanha, e<br />

os restantes exércitos franceses da<br />

Península não se encontravam, de<br />

momento, em condições de poderem<br />

realizar qualquer operação militar credível.<br />

Vencida a última invasão francesa<br />

do território nacional, a guerra contra<br />

os exércitos franceses prosseguiu em<br />

Espanha, onde os soldados portugueses<br />

continuaram a pelejar, às ordens dos<br />

britânicos.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Wellington resolveu tomar a<br />

ofensiva para expulsar os franceses de Cerco e Tomada de Ciudad Rodrigo.<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.<br />

Espanha, onde já se manifestava uma<br />

revolta contra as forças de ocupação. Para poder realizar os seus intentos, o comandante do<br />

exército anglo-luso apodera-se, em<br />

primeiro lugar, das praças portuguesas<br />

de Almeida e Elvas e lança-se<br />

contra Ciudad Rodrigo, da qual consegue<br />

apoderar-se após 12 dias de<br />

cerco. Com uma rapidez fulminante,<br />

concentra todo o seu exército no<br />

Alentejo, de onde parte para a tomada<br />

de Badajoz.<br />

O R.I.13 participa no cerco a<br />

esta cidade, cujo o assédio dura até<br />

à noite de seis para sete de Abril,<br />

data em que tem lugar o assalto final<br />

que leva à queda da praça, pelas<br />

seis horas do dia sete. O R.I. 13 não<br />

toma parte neste assalto, mas realiza<br />

as operações de investimento à<br />

Cerco e Tomada da Praça de Badajoz.<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.<br />

praça com um efectivo de 1003<br />

homens. Em Maio, o R.I. 13 participa na tomada de Salamanca.<br />

29<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Em Junho, Wellington resolve atacar Marmont, dispondo, para esse efeito, as suas<br />

tropas em três colunas, que atravessam o rio Águeda em 13 de Junho, na direcção de Valmuna,<br />

pequeno ribeiro a cerca de oito quilómetros de Salamanca, onde encontra o exército de<br />

Marmont.<br />

Durante 20 dias,<br />

Marmont e Wellington estudam-se<br />

mutuamente, procurando<br />

descobrir pontos fracos<br />

no dispositivo de cada um,<br />

para se poderem empenhar<br />

numa batalha decisiva.<br />

Durante esses dias, travam-<br />

-<br />

se várias acções de fortuna<br />

vária, irrelevantes do ponto<br />

de vista operacional.<br />

Conquistados os<br />

fortes que os franceses tinham<br />

construído em volta de<br />

Salamanca, os dois exércitos<br />

ocuparam, em 21 de Julho, as<br />

suas posições de combate.<br />

Tendo-se apercebido<br />

de que o dispositivo francês<br />

se encontrava extraordinariamente<br />

enfraquecido na<br />

esquerda, Wellington decide<br />

reforçar a direita do seu<br />

exército com mais uma<br />

Divisão e determina que esta,<br />

juntamente com a 4.ª Divisão<br />

e a 10.ª Brigada, da qual fazia<br />

parte o R.I. 13, atacassem de<br />

frente o inimigo, enquanto<br />

uma outra Divisão e a cavalaria<br />

o atacariam pelo flanco esquerdo.<br />

O ataque, no qual participa a 10.ª Brigada, é de tal modo violento que consegue desalojar<br />

as tropas francesas das suas posições, levando-as diante de si, de posição em posição,<br />

até as desorganizarem completamente e as obrigarem a uma retirada total. Nesta acção, o<br />

exército anglo-luso conseguiu uma das mais brilhantes vitórias de toda a Guerra Peninsular.<br />

Ambos os lados sofreram pesadas baixas nesta batalha; para além dos mortos, os franceses<br />

deixaram no campo de batalha 7000 prisioneiros, e o exército anglo-luso, cerca de 5000 mortos<br />

e feridos, dos quais metade eram portugueses.<br />

30<br />

Batalha de Salamanca.<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.


O comandante da 10.ª Brigada, general Bradford, foi louvado pela sua heróica conduta.<br />

Infantaria 13, comandada pelo tenente-coronel D. Joaquim da Câmara, entrou na batalha<br />

com 902 homens, tendo apenas contado com um soldado morto e dois extraviados.<br />

Mais tarde, o R.I. 13 participou no cerco a Burgos, onde as forças anglo-lusas se<br />

defrontaram com uma guarnição francesa extremamente aguerrida, não tendo sido felizes nesta<br />

acção. Durante mais de um mês, sucedem-se os assaltos ao castelo sem se conseguir obter<br />

uma decisão, tendo Infantaria 13 tomado parte nalguns deles e deixado alguns mortos e feridos<br />

no campo de batalha.<br />

Cerco aos Fortes de Salamanca.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.<br />

Por fim, ameaçado pelos exércitos franceses já reconstituídos e reorganizados,<br />

Wellington retira de Burgos para os seus acantonamentos entre os rios Águeda e Côa. Infantaria<br />

13 acompanha os movimentos do exército, terminando assim a sua participação na campanha<br />

de 1812, tendo no seu activo a brilhante vitória em Salamanca e a conquista de Ciudad Rodrigo<br />

e de Badajoz.<br />

31<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A Campanha de 1813 – Nova ofensiva de Wellington<br />

A<br />

20 de Junho, uma vez feita a junção de todas as colunas aliadas que tinham partido de<br />

Portugal em meados de Maio, todo o exército anglo-luso se encontra acampado nas<br />

margens do rio Zadorra, não longe de Vitória, onde se irá travar no dia seguinte uma das mais<br />

sangrentas batalhas da campanha peninsular. Nesta batalha, Infantaria 13 teve um papel<br />

secundário.<br />

A Brigada em que se inseria foi encarregue<br />

de atacar a povoação de Abechuco, juntamente<br />

com a Brigada do general Pack, evidenciando<br />

grande audácia e valentia. O inimigo<br />

foi completamente derrotado, perdendo<br />

toda a sua artilharia e imenso material de<br />

guerra.<br />

Na batalha de Vitória decidiu-se o destino<br />

dos franceses em Espanha. Depois dessa<br />

acção, os reveses dos franceses sucederam-<br />

-<br />

se ininterruptamente.<br />

Na impossibilidade de se retirar pela<br />

estrada de Baiona, o exército francês fá-lo<br />

pela de Pamplona, onde se dá uma batalha<br />

em que Infantaria 13 esteve presente, comandado<br />

pelo tenente-coronel D. Joaquim da<br />

Câmara, com um efectivo de 951 homens.<br />

32<br />

Itinerário da Ofensiva de Wellington.<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.<br />

Planta da batalha da Vitória.<br />

Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV.


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

No combate, porém, só tomaram parte as companhias de granadeiros comandadas<br />

pelo major Kennet Snodgrass. Seguidamente, a 24 e 25 de Junho, o R.I. 13 voltou a enfrentar<br />

o inimigo em Vila Franca de Lascaño e em Tolosa. A grande valentia e audácia com que se bateram<br />

as tropas portuguesas foram objecto de referência elogiosa por parte do general<br />

Beresford:<br />

“...Aproveito esta ocasião para exprimir ao Snr. Marechal de Campo Thomaz Bradford,<br />

a minha satisfação pela conduta da Brigada do seu comando, Regimentos de Infantaria 13 e 24<br />

e Batalhão de Caçadores 5, nos combates de Vila Franca e Tolosa, onde estes corpos se conduziram<br />

de modo que o Snr. General Comandante ficou satisfeito...”.<br />

Não quis Wellington, prudente como era, continuar a perseguição do inimigo dentro do<br />

seu próprio território sem, antes disso, se apoderar de uma base de operações que lhe garantisse<br />

o abastecimento por mar e o desembarque de reforços, caso disso viesse a necessitar.<br />

Para este fim, estava naturalmente indicado o porto de S. Sebastian, praça que imediatamente<br />

resolveu conquistar. Desta acção foi encarregue o general Graham com as forças<br />

sob o seu comando,<br />

entre as quais<br />

se encontrava a<br />

10.ª Brigada e,<br />

consequentemente,<br />

o R.I. 13.<br />

O R.I. 13<br />

participou no<br />

cerco e nos vários<br />

assaltos à praça<br />

que antecederam<br />

o assalto final levado<br />

a cabo no dia<br />

31, onde entrou<br />

com um efectivo<br />

de 745 homens,<br />

comandados pelo<br />

major Kennet<br />

Snodgrass.<br />

Apesar de o<br />

assalto perpetrado<br />

pela 3.ª Brigada<br />

ter sido feito com<br />

toda a valentia, debaixo de um fogo mortífero, não conseguiu penetrar na praça, porque a<br />

brecha não dava passagem a mais de um homem de cada vez.<br />

Assalto à Praça de S. Sebastian.<br />

Fonte: Exertos Históricos e Colecção de Documentos, Volume IV.<br />

33<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Apesar disso, os regimentos de infantaria n.º 3 e 15 e o n.º 8 de caçadores iniciaram a<br />

escalada da muralha. Os defensores, porém, opuseram uma tenaz resistência que quase<br />

esmagou as tropas aliadas.<br />

Foi então que o major Kennet Snodgrass, à frente de 150 homens do R.I. 13, “...atravessou<br />

com maior denodo e bizarria a ribeira de Urumeia e lançou a força do seu comando ao<br />

assalto de uma pequena brecha. A coragem, o sangue frio e a decisão com que este ataque é<br />

levado a efeito não é fácil de descrever. A artilharia aliada batia incessantemente a cortina que<br />

estava a ser atacada, passando as granadas poucos metros acima das cabeças dos nossos soldados.<br />

E, ao abrigo deste fogo e apoiados por um destacamento de Infantaria 24, comandada<br />

pelo Coronel Mac Bean, foi que estes 150 bravos, batidos por toda a metralha que os defensores<br />

lançavam sobre eles, conseguiram atingir a brecha e penetrar na cidade...”.<br />

É de destacar que todos os elementos do R.I. 13 foram para esta perigosa missão de<br />

forma voluntária, o que demonstra e patenteia o elevado grau de brio e valor daqueles soldados.<br />

Durante as operações, de 9 de Julho a 31 de Agosto, o R.I. 13 teve 26 mortos, entre os<br />

quais o capitão Silva Neves e o alferes José Maria Marcel, e 47 feridos entre oficiais e praças.<br />

Reconhecendo o valor, a aguerrida coragem e o patriotismo das tropas portuguesas, o general<br />

Beresford publicou na Ordem do dia nove de Setembro de 1813 o seguinte:<br />

«...Sua Ex.ª não pode deixar de particularizar a conduta de todo o destacamento da 10.ª<br />

Brigada Portuguesa, comandada pelo Coronel Mac Bean, e a do Major K. Snodgrass, que mereceu<br />

o melhor elogio. Nunca se mostrou valor mais determinado, e ao mesmo tempo que melhor<br />

se regulasse do que o do referido destacamento. Foi admirado por todos! O snr. Mac Bean<br />

aceitará e dará ao Major K. Snodgrass, aos oficiais inferiores e soldados a segurança da admiração<br />

e os agradecimentos de Sua Ex.ª, e o seguinte louvor:<br />

Louvado pela maneira como soube haver-se em movimentos de arrogante avançada e<br />

nos momentos em que mais ferida correu a peleja, debaixo de todo o fogo que da cidade e do<br />

Castelo se podia dirigir contra eles, portando-se por modo verdadeiramente marcial e digno,<br />

captando a admiração e aplauso dos chefes superiores dos <strong>Exército</strong>s Aliados...».<br />

O desempenho do R.I. 13 nesta acção levou a que esta data, 31 de Agosto, fosse escolhida<br />

para dia da Unidade, de modo a enaltecer e lembrar os heróis que combateram em S.<br />

Sebastian, e que são exemplo para todos os militares que serviram e continuam a servir no R.I.<br />

13.<br />

Estes soldados contribuíram inegavelmente para que as primeiras colunas não fossem<br />

esmagadas junto à muralha e para a imediata tomada da praça. Uma vez caída a praça, o<br />

remanescente da guarnição de S. Sebastian retirou-se para o castelo, onde continuou o cerco<br />

até 8 de Setembro, dia em aquela resolveu entregar-se, após 73 dias de intensas lutas e<br />

grandes privações.<br />

34


O Fim da Guerra Peninsular<br />

Com a tomada de S. Sebastian, Wellington achou-se em condições de invadir a França,<br />

tendo para tal que realizar a difícil travessia do rio Bidassoa. O R.I. 13 tomou parte nesta<br />

acção, realizada a 7 de Outubro, cabendo-lhe a honra de integrar as primeiras forças aliadas<br />

que, como vencedoras, pisaram o solo de França. O inimigo, sob pressão das tropas aliadas,<br />

retirou para novas posições no rio Nivelle, onde é atacado a 10 de Novembro.<br />

Passagem de Bidassoa.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Fonte: História do <strong>Exército</strong> Português.<br />

Após algumas horas de combate, Wellington consegue romper as suas posições e estabelecer-se<br />

na margem direita do rio, obrigando as tropas francesas a retirar-se para o campo<br />

entrincheirado de Bayonne, onde montaram postos avançados ao longo do rio Nive, o qual<br />

desagua no rio Adour, junto àquela cidade.<br />

A 8 de Dezembro, o corpo de exército a que o R.I. 13 pertencia foi encarregue de atacar<br />

os postos avançados do inimigo entre o Nive e o mar, enquanto as restantes forças atravessavam<br />

aquele rio. Infantaria 13, com um efectivo de 354 praças e comandado pelo tenente-coronel<br />

João Saldanha Oliveira Daun, mais tarde Duque de Saldanha, tomou parte nesta batalha. A<br />

operação foi coroada de êxito. No dia seguinte, 10 de Dezembro, Infantaria 13 integrou as<br />

forças que aguentaram um poderoso ataque lançado pelo general Soult contra a esquerda aliada,<br />

o qual repeliram.<br />

Em 11 e 12, estas mesmas forças conseguem repelir os sucessivos ataques lançados<br />

pelo exército francês, o qual, em face do fracasso da sua ofensiva, retira para Bayonne. No dia<br />

13, julgando Soult que os aliados tivessem enfraquecido a sua direita, lança um novo ataque<br />

sobre aquelas posições. Não só o ataque é repelido como também Soult é obrigado a retirar<br />

para novas posições entre os rios Bidouse e Adour, tendo a sua direita apoiada no campo<br />

entrincheirado de Bayonne.<br />

35<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Esta seria uma das mais sangrentas batalhas de toda a campanha, bem atestada pelas<br />

baixas sofridas por todas as unidades que nela tomaram parte. Infantaria 13, na esquerda do<br />

dispositivo, no dia nove, protegeu a passagem do Nive, permitindo a sua passagem pelas<br />

unidades que se encontravam na direita e no centro do exército aliado; e nos dias 10, 11 e 12<br />

susteve os ataques inimigos sobre a sua posição.<br />

Participou nestas acções com um efectivo inicial de 749 homens, sempre comandado<br />

pelo tenente-coronel Oliveira Daun, tendo tido as seguintes baixas: 21 mortos, 35 feridos, dos<br />

quais um oficial, e 46 prisioneiros ou extraviados, num total de 102 homens.<br />

A Ordem do Dia 25 de Dezembro de 1813 refere-se a esta acção com as seguintes<br />

palavras:<br />

“...A Nação Portuguesa, sem se lembrar dos feitos gloriosos dos seus antepassados,<br />

olhando somente para o que tem sucedido na presente guerra, não pode duvidar que sempre<br />

que ouvir falar duma batalha em que as tropas tenham cooperado, há também que ouvir elogiálas...a<br />

sua reputação já estava afirmada e o está igualmente a estima e admiração dos seus valorosos<br />

companheiros de armas do exército britânico, existindo só entre uns e outros uma emulação<br />

honrosa para todos e uma estima e amizade recíproca...o snr. marechal de campo<br />

Bradford, comandante da 10.ª Brigada, assegurará ao snr. Tenente-coronel João Carlos<br />

Saldanha de Oliveira Daun...e aos mais oficiais, oficiais inferiores e soldados da aprovação de<br />

Sua Ex.ª, a respeito da sua conduta e da dos seus corpos...”<br />

Esta foi a última batalha em que Infantaria 13 participou, após o que foi empregue no<br />

sítio de Bayonne, desde 27 de Fevereiro até 28 de Abril, já depois de ter sido firmada a paz e<br />

de Napoleão ter abdicado. Em Junho de 1814, o Regimento inicia o regresso à Pátria, onde<br />

chega a 22 de Agosto, vindo aquartelar-se em Lisboa, seu quartel permanente, tendo sido recebido<br />

entusiasticamente pela população e pelas autoridades da cidade. Em 1816, o R.I. 13<br />

regressa a Peniche, onde passa a ter o seu quartel permanente.<br />

Reconstituição histórica de uma cena da Guerra Peninsular, em Vila Real.<br />

36


O R.I. 13 nas Lutas Civis do <strong>Século</strong> XIX<br />

Organizámos a descrição do envolvimento do R.I. 13 nas lutas civis do século XIX em três<br />

períodos distintos: a Revolução Liberal, ou seja, o período desde 1820 a 1828; a Guerra<br />

Civil, desde 1828 até à convenção de Évora-Monte, em 1834; e os Pronunciamentos e Revoltas,<br />

após a derrota de D. Miguel.<br />

Na Revolução Liberal (de 1820 a 1828)<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A segunda década do século XIX foi marcada por uma profunda crise social e política.<br />

O País empobrecia, a contestação interna aumentava, e o governo, sem meios para controlar a<br />

crise estrutural que o País atravessava, continuava a adiar e a transferir para a Corte, sediada<br />

no Rio de Janeiro, a resolução dos mais ingentes problemas nacionais.<br />

Face a tão evidente incapacidade governativa, gerou-se um sentimento de revolta nos<br />

diferentes sectores da sociedade, muito em particular na hierarquia castrense, a qual não só via<br />

com hostilidade os poderes de que o marechal William Beresford tinha sido investido, o qual não<br />

tinha de se sujeitar às determinações do governo legalmente estabelecido, como se sentia<br />

extremamente desconfortável pelo facto de as unidades militares serem comandadas por oficiais<br />

estrangeiros, nas quais militavam desde a Guerra Peninsular, exercendo um poder despótico<br />

e arbitrário.<br />

Para além do descontentamento generalizado motivado pela situação política e social<br />

interna, a revolta de Cádiz, em 1812, que levou à aceitação da Constituição e do regime liberal<br />

em Espanha, terá também tido influência nos movimentos revolucionários que vão deflagrar em<br />

1817 e 1820.<br />

O general Gomes Freire de Andrade, grão-mestre da maçonaria, recém-regressado das<br />

campanhas napoleónicas (foi cadete no Regimento de Peniche e nele assentou praça), lidera<br />

um movimento de revolta que pugna pela instauração de um governo constitucional liberal, pela<br />

expulsão de Beresford e pelo afastamento das chefias militares estrangeiras do exército, que é<br />

precocemente abortado em 1817.<br />

Seguiu-se uma violenta repressão da conspiração, que levou à execução de inúmeras<br />

figuras de relevo da sociedade portuguesa, de entre elas o próprio Gomes Freire Andrade, e a<br />

uma ofensiva contra as ideias liberais.<br />

No entanto, estas acabariam por se impor com o pronunciamento militar de 24 de<br />

Agosto de 1820, no Porto. A revolta transforma-se em revolução e alastra rapidamente por todo<br />

o norte do país, sendo secundada pela guarnição de Lisboa.<br />

Infantaria 13, com o seu quartel em Peniche, envolve-se activamente na revolta que vai<br />

abalar a monarquia absoluta. Entretanto, em 1823, o R.I. 13 envia um pequeno contingente de<br />

praças para um destacamento que foi operar no Maranhão (Brasil).<br />

37<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 manteve-se no seu quartel, em Peniche, à margem dos sucessivos golpes de<br />

estado que tiveram lugar em 1823/4, embora demonstrasse claras simpatias para com o partido<br />

constitucional. Com a morte de D. João VI, em 1826, D. Pedro outorga a Carta Constitucional e<br />

nomeia o seu irmão D. Miguel, ainda exilado em Viena, regente do reino. Ao invés de pacificar<br />

os ânimos, a publicação da Carta originou uma enérgica e rápida reacção dos absolutistas,<br />

estalando várias revoltas de Norte a Sul do País. O exército, verdadeiro fulcro de toda a política<br />

desta época, achava-se fortemente dividido entre uma facção jacobina, semi-republicana, e<br />

outra ferrenhamente absolutista.<br />

A 23 de Outubro, os generais absolutistas, refugiados em Espanha, invadiram o país<br />

pelo norte e pelo sul. O Ministro da Guerra, antigo Comandante do R.I. 13, general João Carlos<br />

Saldanha, enviou forças contra os revoltosos. Infantaria 13 e Infantaria 4 constituíram uma<br />

Brigada organizada para bater os revoltosos, a qual, depois de os ter vencido no Alentejo em<br />

várias acções, segue para a Beira, onde o Marquês de Chaves havia penetrado pela fronteira<br />

de Espanha. As forças dos dois partidos encontram-se em Coruche da Beira, em nove de<br />

Janeiro de 1827.<br />

O Marquês de Chaves ocupa uma forte posição, que o Conde de Vila Flor, comandante<br />

das forças leais ao Ministro da Guerra, consegue flanquear através de um ataque conduzido<br />

pela Brigada onde se insere Infantaria 13. Tendo este ganho uma posição de onde podia ser<br />

flanqueada a posição inimiga, o Conde de Vila Flor ordena um ataque simultâneo de duas colunas,<br />

com o qual consegue desalojar o inimigo das suas posições e o obriga a debandar. Um<br />

esquadrão de cavalaria ainda tenta carregar sobre os atiradores de Infantaria 13, mas estes,<br />

coadjuvados por um esquadrão de Cavalaria 3, mantêm-se firmes e repelem o ataque.<br />

Em Novembro desse ano, rebentam novos pronunciamentos e revoltas no Alentejo e no<br />

Algarve. Para as dominar, é organizado um novo destacamento. Infantaria 13 e Infantaria 14,<br />

cada um dos regimentos representado por um batalhão, constituem um regimento de Infantaria<br />

comandado pelo tenente-coronel António de Sousa Valdez, de Infantaria 19. Dominados os<br />

revoltosos, Infantaria 13 regressa ao seu quartel.<br />

Na Guerra Civil (1828-1834)<br />

Em 1828, D. Miguel regressa de Viena e é nomeado Regente do Reino, tomando, de<br />

imediato, medidas conducentes à implantação do absolutismo. Suspende o regime liberal e inicia<br />

ferozes perseguições aos seus opositores políticos, o que provoca conspirações e revoltas<br />

por todo o País. O general Saldanha assume a chefia dos revoltosos e estabelece uma Junta<br />

Governativa no Porto. Os campos extremam-se, e o exército divide-se pelos dois partidos em<br />

luta.<br />

A Junta do Porto dispõe de Artilharia 4 e de vários regimentos de infantaria. D. Miguel<br />

tem um exército mais numeroso, constituído por todas as unidades aquarteladas no Sul e<br />

Centro do País. Estas, com ou sem vontade, com ou sem simpatia pela causa de D. Miguel, são<br />

obrigadas a segui-lo. É o que acontece ao R.I. 13, que, de Peniche, pelo receio de que se sublevasse,<br />

caso seguisse por terra, é obrigado a seguir por mar para Lisboa, onde foi incorporado<br />

numa Divisão comandada pelo general Póvoas.<br />

38


Não tomou parte em nenhuma das acções que então tiveram lugar e que terminaram<br />

com a derrota das tropas da Junta e com o exílio dos seus chefes.<br />

Na Revolta da Madeira e da Terceira<br />

Em Junho de 1828, a ordem miguelista tinha-se instalado por todo o território metropolitano<br />

e possessões ultramarinas, excepto nas ilhas Terceira e Madeira, onde a autoridade do<br />

novo soberano não era reconhecida. Dominados os revoltosos do Continente, organiza-se em<br />

Agosto uma coluna, sob o comando do coronel Azevedo Lemos, para chamar à obediência a<br />

Madeira e a Terceira, onde as guarnições se haviam revoltado contra D. Miguel. Esta coluna<br />

desembarcou na Madeira a 16 do mesmo mês, dominando rapidamente os revoltosos.<br />

Daqui, Azevedo Lemos seguiu para os Açores, não sem antes pedir reforços para<br />

guarnecer a ilha. Integra o contingente que parte de Lisboa a quatro de Outubro, com destino à<br />

Madeira, o 2.º Batalhão do R. I. 13, comandado pelo major António Bernardo de Abreu e Castro,<br />

embarcando também o tenente-coronel Joaquim José Proença, do mesmo Regimento, para<br />

comandar a força que devia permanecer na Madeira. Infantaria 13 chega a esta ilha em 13 de<br />

Outubro e aí desembarca três companhias.<br />

As duas restantes seguem para S. Miguel, onde se conservam até Julho de 1829. A 26<br />

de Julho, embarca para a Terceira uma força expedicionária que integra duas companhias de<br />

Infantaria 13, com um efectivo de 137 praças. Após várias tentativas de desembarque, as forças<br />

de D. Miguel são violentamente repelidas, tendo a operação redundado num fracasso. Sendo<br />

impossível o desembarque, essas forças limitam-se a guarnecer as ilhas do Faial, S. Jorge e<br />

Graciosa. As duas companhias do R.I. 13 regressam ao Continente em fins de Agosto.<br />

A 15 de Agosto de 1829, D. Miguel determina que os regimentos sejam novamente designados<br />

pelos nomes das terras onde têm os seus quartéis. Apesar desta determinação só produzir<br />

efeitos em Abril de 1831, como o R.I. 13 tem já nessa altura o seu quartel permanente na<br />

cidade de Leiria toma a designação de “Regimento de Infantaria de Leiria”.<br />

Em 19 de Novembro de 1831, a O.E. n.º 78 fixa a componente operacional do exército<br />

em cinco Divisões. A Infantaria de Leiria faz parte da primeira Divisão, comandada pelo<br />

Visconde de Peso da Régua, e guarnece a capital, constituindo com o 3.º Regimento de<br />

Infantaria de Lisboa, a 2.ª Brigada comandada pelo coronel Joaquim Inácio de Araújo Carneiro.<br />

Do Desembarque de D. Pedro IV até à Convenção de Évora-Monte<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Após o desembarque de D. Pedro IV, no Mindelo, a oito de Julho de 1832, Infantaria 13,<br />

agora designado Regimento de Infantaria de Leiria, continua a acompanhar o partido de D.<br />

Miguel. É com esta designação que vai fazer toda a guerra civil no partido absolutista. Em 30<br />

de Julho de 1832, parte de Lisboa com destino ao Norte, já depois de as tropas miguelistas<br />

terem travado vários combates com as tropas constitucionais, antes de estabelecerem o cerco<br />

à cidade do Porto.<br />

39<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Em Agosto de 1832, o Regimento de Infantaria de Leiria passa a fazer parte da 2.ª<br />

Divisão. A informação disponível sobre o cerco apenas contempla as acções da Brigada em que<br />

se inseria o R.I. de Leiria, não havendo conhecimento sobre as intervenções concretas deste.<br />

A 28 de Novembro, estava esta Brigada acampada no Padrão da Légua quando os liberais a<br />

atacaram.<br />

Os seus postos avançados não conseguem repelir o inimigo e este consegue incendiar<br />

os seus locais de estacionamento. Dois esquadrões de Cavalaria de Chaves salvam a situação<br />

e as duas Brigadas tomam a ofensiva, apoiadas pela cavalaria e artilharia, e repelem os<br />

liberais para os seus entrincheiramentos.<br />

Em Dezembro, numa revista às forças que se encontram a fazer o cerco, no Campo da<br />

Ariosa, D. Miguel condecora o comandante do R.I. de Leiria, o tenente-coronel Manuel Xavier<br />

Freire, com o grau de cavaleiro da Ordem de Torre e Espada. Em 9 de Abril de 1833, guarnecia<br />

o R.I. de Leiria a posição do Monte Cobelo quando os liberais a atacaram. Surpreendidos<br />

pelo ataque, os piquetes que a guarneciam são obrigados a retirar e a abandonar a posição às<br />

tropas atacantes. Mas o 2.º Batalhão, comandado pelo major Francisco Palhano de Carvalho e<br />

Sá, lança um ataque, conseguindo retomar o reduto do Monte das Cruzes e as posições que os<br />

nossos piquetes haviam perdido. Por este motivo, é louvado o comandante do Batalhão e os<br />

vários sargentos e praças pelo seu comportamento nessa acção.<br />

Por finais de 1833, ocorre uma deserção geral das praças do Infantaria de Leiria, leia-<br />

-<br />

se R.I. 13, para as fileiras liberais. Tal facto é atestado pela Ordem do Dia n.º 154, de<br />

Dezembro de 1833, em que D. Pedro manda publicar o seguinte:<br />

“...Tendo o R. I. n.º 13, dado evidentes provas da sua fidelidade e do bom espírito que<br />

nele predomina a favor da causa da legítima soberania e da Carta, assim pelo grande número<br />

de praças que, através dos maiores riscos e dificuldades, têm passado para as fileiras leais,<br />

como pela pouca confiança que este corpo tem merecido aos chefes do <strong>Exército</strong> rebelde,<br />

querendo dar-lhes um testemunho por tão louvável procedimento, determino que o sobredito<br />

Regimento seja logo organizado e entre na ordem que lhe compete no exército libertador, tendo<br />

por base o 1.º Batalhão de Infantaria n.º 4...”.<br />

Assim, na sequência de uma reorganização do <strong>Exército</strong> levada a cabo por D. Pedro IV,<br />

a 15 de Dezembro 1833, o R.I. 13 reemerge à custa do 1.º Batalhão do R.I. 4.<br />

Mas, em meados de Setembro 1833, há um novo arranjo nas Divisões que compõem o<br />

exército miguelista, não figurando na sua ordem de batalha o Regimento de Leiria, o que nos<br />

leva a crer na sua dissolução ou, pelo menos, na dispersão dos seus elementos por outros corpos.<br />

Com esta designação não mais se fala nele. Contudo, em Janeiro de 1834, numa nova<br />

reorganização do seu exército, D. Miguel abandona as designações nominais das unidades e<br />

adopta as numéricas, criando um segundo R.I. 13. O antigo “Novo Regimento de Lisboa” recebe<br />

o número 13, designação com que termina a guerra civil. O seu quartel passa a ser em Campo<br />

de Ourique, em Lisboa. A partir dessa data, existem dois R.I. 13: um que segue o partido de D.<br />

Pedro, e outro que segue o de D. Miguel. Ambos são criados tendo por base unidades que, num<br />

e noutro exército, provêm de Infantaria 4.<br />

40


Do R.I. 13 que serviu nas hostes liberais sabemos que esteve presente, em 18 de<br />

Fevereiro de 1834, na batalha de Almoster, onde teve um comportamento distinto, tendo-lhe<br />

sido concedidas quatro condecorações<br />

da “Mui Nobre Ordem da<br />

Torre e Espada, do Valor,<br />

Lealdade e Mérito”. Martins de<br />

Carvalho dá-o também como presente<br />

na Batalha da Asseiceira, a<br />

16 de Maio de 1834, onde a sua<br />

conduta se tornou também digna<br />

de nota.<br />

Quanto ao R.I. 13 que<br />

esteve com D. Miguel, vamos<br />

encontrá-lo em Santarém, de<br />

onde, a 23 ou 25 de Março,<br />

Saldanha na Batalha de Almoster.<br />

segue para o Algarve, fazendo<br />

parte da coluna do coronel Tomás A. da Guarda Cabreira destinada a operar naquela província<br />

em combinação com as guerrilhas, contra as tropas liberais de Sá da Bandeira. O seu efectivo<br />

rondava as 350 praças.<br />

A 12 de Abril, toma parte num reconhecimento sobre Setúbal e no dia 16 participa na<br />

tomada de Alcácer do Sal. A coluna segue para S. Bartolomeu de Messines, onde trava um combate<br />

de 10 horas contra as forças liberais, que são obrigadas a retirar para Sines. Continuando<br />

o seu vitorioso avanço, a coluna segue para Loulé e, em 5 e 7 de Maio, ataca sucessivamente<br />

Faro e Olhão, que não consegue tomar. Chamada a Évora, onde estava concentrado o exército<br />

de D. Miguel, ao atingir Castro Verde, tem conhecimento da assinatura da Convenção de<br />

Évora-Monte, pelo que resolve render-se a Sá da Bandeira, que o perseguia.<br />

Após a Convenção de Évora-Monte, os dois R.I. 13 foram extintos: por um lado, o<br />

<strong>Exército</strong> Miguelista foi dissolvido; pelo outro, através do “Plano Provisório do <strong>Exército</strong>”, de 18 de<br />

Julho de 1834, os Regimentos de Infantaria são reduzidos a doze. O R.I. 13 foi servir de base<br />

ao R.I. 7, cujo quartel permanente, por Decreto de 13 de Março de 1835, passa a ser em<br />

Estremoz.<br />

Em 1837, numa reorganização da Infantaria, são criados 30 Batalhões de Infantaria, 10<br />

dos quais de Caçadores, renascendo o Batalhão de Infantaria 13, formado à custa do R.I. 2,<br />

sendo-lhe destinado por sede de aquartelamento a cidade de Vila Real. Porém, devido a um<br />

incêndio ocorrido em 21 de Novembro 1837, o qual destruiu as instalações do Batalhão de<br />

Caçadores 3, não chegou a concretizar-se a sua colocação naquela cidade. Por Decreto de<br />

cinco Abril de 1841, o seu quartel permanente passa a ser na cidade de Chaves, onde se mantém<br />

como Regimento até 1883.<br />

Pronunciamentos e Revoltas<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A época que decorre desde a vitória do liberalismo até aos meados do século XIX é caracterizada<br />

por pronunciamentos, revoltas populares e golpes de estado. Limitar-nos-emos a<br />

relatar muito sinteticamente apenas aquelas em que o R.I. 13 tomou parte. A 12 de Agosto de<br />

41<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

1837, eclode uma revolta popular na Vila da Barca e em Arcos-de-Valdevez. O Regimento de<br />

Voluntários e o Batalhão de Caçadores n.º 4, este aquartelado na Barca, secundam a revolta e<br />

marcham sobre Braga. Enviadas tropas para os dominar, os revoltosos refugiam-se em Valença,<br />

praça à qual as tropas governamentais põem cerco.<br />

Um destacamento de Infantaria 13 integra aquelas forças, tendo o seu comportamento<br />

merecido o seguinte louvor, publicado na Ordem do <strong>Exército</strong> n.º 45, de 1837: “...O<br />

Destacamento do Batalhão de Infantaria 13 portou-se acima de todo o elogio, assim como o seu<br />

digno Comandante, Major A. de Sousa, oficiais inferiores e mais praças...”. A 18 de Setembro<br />

de 1837, tomou parte no combate de Ruivães, em que as forças que tinham conseguido romper<br />

o cerco de Valença procuravam reunir-se às forças revoltadas que se encontravam em Chaves,<br />

comandadas pelo Duque da Terceira.<br />

Em Agosto de 1840, os Setembristas procuraram apoderar-se do governo, mas são<br />

imediatamente subjugados. O movimento alastra para a província, e a 26 de Agosto revolta-se<br />

o Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco. O Batalhão de Infantaria n.º 13 está de<br />

guarnição em Almeida e tem uma pequena força destacada em Marvão, que também adere aos<br />

revoltosos.<br />

O resto do Batalhão manteve-se disciplinado e enviou destacamentos para a Guarda e<br />

Sabugal, indo depois fazer parte do <strong>Exército</strong> de Observação, pertencendo à 2.ª Brigada, da 1.ª<br />

Divisão, a qual era constituída pelos Batalhões 3, 9 e 13. Em 1842, o Batalhão de Infantaria n.º<br />

13 aderiu ao movimento revoltoso de Costa Cabral para restaurar a Carta Constitucional. Fez<br />

parte da 3.ª Brigada do <strong>Exército</strong> Restaurador, o qual entra em Coimbra no dia 12 de Fevereiro,<br />

sendo entusiasticamente recebido pela população. A revolta termina com a nomeação de Costa<br />

Cabral para “Presidente de Ministério”.<br />

Entretanto, a 15 de Dezembro 1842, a Arma de Infantaria sofre nova reorganização,<br />

transformando os Batalhões de Infantaria em Regimentos. Assim, o Batalhão de Infantaria n.º<br />

13 evolui para Regimento de Infantaria n.º 13, o qual passa a ser constituído por um Estado-<br />

Maior e Menor, dois Batalhões a cinco Companhias, sendo quatro destas, de fuzileiros. A 5.ª<br />

Companhia do 1.º Batalhão era de granadeiros, e a do 2.º Batalhão, de atiradores.<br />

A ditadura férrea de Costa Cabral desgosta a “gregos e troianos”, virando contra ele<br />

todo o espectro político, desde miguelistas a cartistas. Na impossibilidade de o derrubar por<br />

meios constitucionais, recorreu-se, uma vez mais, à intervenção do exército. Em 1844,<br />

revoltaram-se várias unidades contra a ditadura cabralista. O governo mobilizou toda a tropa<br />

contra Almeida, que se tinha revoltado, tendo o R.I. 13 tomado parte no cerco que estas forças<br />

fizeram àquela Praça, integrado na 1.ª Brigada. A resistência foi demorada e tenaz, vindo esta<br />

Praça a render-se a 28 de Abril.<br />

Nova Guerra Civil: 1846 e 1847<br />

A reacção liberal contra o autoritarismo cabralista exacerbou-se no ano seguinte. Em<br />

1846, uma revolta popular nascida incidentalmente numa aldeia do Minho, a qual ficou conhecida<br />

por “Maria da Fonte”, alastra rapidamente por todo o país onde começam a surgir jun-<br />

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MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

tas revolucionárias. Costa Cabral, vendo que o exército lhe nega o seu concurso para dominar<br />

as revoltas demite-se, seguindo o conselho do Ministro da Guerra, Duque da Terceira. Palmela<br />

é chamado a presidir aos destinos do país, mas pouco depois, na sequência de um novo golpe<br />

de estado liderado pela Rainha D. Maria II, esta entregou o poder aos marechais Saldanha e<br />

Duque da Terceira.<br />

O Porto reage e nomeia uma junta provisória à frente da qual se encontram o general<br />

Conde das Antas e Sá da Bandeira. O comandante da Divisão de Trás-os-Montes, Barão de<br />

Casal, organiza uma coluna da qual faz parte Infantaria 13 e marcha sobre o Porto. Vendo-se<br />

porém ameaçado por forças superiores, retira para Chaves, seguido de perto por Sá da<br />

Bandeira. Este, não querendo atacá-lo dentro dos muros, retira para Valpaços, a fim de o atrair<br />

e dar-lhe batalha, o que consegue. A 16 de Novembro, tem lugar um combate em que Sá da<br />

Bandeira é derrotado, por se terem passado para o inimigo dois dos seus regimentos.<br />

De Valpaços segue o Barão de Casal para o Minho, onde operava uma Divisão comandada<br />

pelo Conde das Antas e ainda algumas guerrilhas miguelistas. Estas são derrotadas na<br />

acção de Braga, a 20 de Dezembro, em que o R.I. 13 também toma parte. Tanto nesta acção<br />

como na de Valpaços, Infantaria 13 pertencia à 2.ª Brigada do comando do coronel Brito e Melo,<br />

condecorado pelo seu bom comportamento nessas acções. O capitão Luiz Leite Pereira de<br />

Melo e o alferes António Costa Almeida, ambos de Infantaria 13, foram também condecorados.<br />

A guerra civil termina graças à intervenção das nações estrangeiras – Espanha e<br />

Inglaterra -, nos termos consagrados pela Convenção de Gramido. O Porto é ocupado por<br />

tropas espanholas, e marinheiros ingleses desembarcam na Foz do Douro. Mas a paz imposta<br />

pelas nações estrangeiras à nação portuguesa foi de pouca duração. Em 1849, a Rainha torna<br />

a chamar ao poder o velho Costa Cabral.<br />

Não se conformando com a sua demissão de Mordomo-mor do Paço, o marechal<br />

Saldanha consegue sublevar os Batalhões de Caçadores 1 e 5. O R.I. 13, tomando o partido<br />

governamental, desloca as suas forças para a Régua, seguindo daqui para Gouveia, no encalço<br />

dos revoltosos. Esta perseguição termina logo que se soube da vitória dos revoltosos do Porto<br />

e da chamada ao poder do marechal Saldanha.<br />

Em 1853, o 2.º Batalhão do R.I. 13, comandado pelo major José Maria da Silva, foi<br />

destacado para a ilha da Madeira, numa missão de soberania, da qual regressou em 1854. No<br />

regresso, o vapor em que seguiam encalhou ainda longe da costa. Uma vez iminente o naufrágio,<br />

o desespero e pânico apoderou-se da tripulação.<br />

Perante esta situação, os soldados do R.I. 13 demonstraram uma coragem e uma disciplina<br />

admiráveis que animou os outros passageiros, tendo o seu comportamento sido motivo<br />

de referência na “Revista Militar”, a qual se refere a este episódio com as seguintes palavras:<br />

“… honra pois ao Regimento de Infantaria 13, ao seu comandante, oficiais e soldados, que<br />

assim compreendem o que é a vida militar, o que ela tem de nobre e elevado, o quanto em todos<br />

os casos se deve atender às regras da disciplina...”.<br />

43<br />

<strong>Século</strong> XIX


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 em Vila Real<br />

Por determinação do Ministro da Guerra, o R.I. 13 foi transferido para Vila Real, onde<br />

entrou em 30 de Agosto de 1883. Ficou aquartelado no Convento de S. Francisco, com as secretarias<br />

instaladas em casas particulares da família Francisco Botelho, na Rua do Carmo. Ao<br />

saber da determinação do Ministro da Guerra de transferir o R. I. 13 de Chaves para Vila Real,<br />

o Presidente da Câmara de Vila Real, “…por extraordinária e momentosa ser a questão para os<br />

interesses desta Vila…”, convocou uma sessão extraordinária da Câmara para se discutir a<br />

necessidade de fazer obras no convento de S. Francisco, de modo a criar condições condignas<br />

para a instalação do Regimento, as quais foram orçamentadas na quantia de 1$000 (mil reis).<br />

Excertos da acta de sessão de extraordinária da Câmara Municipal de Vila Real, de 11 de Agosto de 1883.<br />

Fonte: Arquivo Distrital de Vila Real.<br />

Na década de oitenta, o R.I. 13 participou na organização de vários “Cordões<br />

Sanitários”, guarnecendo os pontos mais insalubres da fronteira transmontana. Esta acção tinha<br />

como finalidade impedir a propagação de doenças contagiosas (peste bubónica) pela população<br />

do norte do país.<br />

44


Entrega da imagens de N. Sr.ª de Fátima e do Santo Contestável ao R.I. 13 (1964) .<br />

O REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

45<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A<br />

história militar portuguesa no Ultramar na primeira década do século <strong>XX</strong> é caracterizada<br />

por uma intensa actividade operacional orientada para a ocupação e pacificação das<br />

províncias africanas, no seguimento daquilo que já vinha sendo feito a partir da segunda metade<br />

do século XIX. Este esforço de afirmação de Portugal em todos os seus territórios africanos<br />

tinha por objectivo esmorecer o apetite por parte de algumas potências europeias em relação<br />

àqueles, demonstrado desde a Conferência de Berlim, em 1895.<br />

Os acontecimentos ocorridos na província de Moçambique na última década do século<br />

XIX, originados pelo portentoso régulo Gungunhana e seus subordinados, levaram o Governo<br />

Português às chamadas “Campanhas da Ocupação de Moçambique”, que se prolongaram<br />

pelos primeiros anos do século <strong>XX</strong>. O comportamento rebelde dos “Sobas” da região de<br />

Cuamato e o episódio do ultraje à Bandeira Portuguesa em Cuanhama, em Angola, galvanizou<br />

a opinião pública portuguesa.<br />

Em finais de 1905, sob a pressão da opinião pública, o governo decide enviar ao Sul de<br />

Angola uma expedição punitiva. Assim, em Dezembro desse ano, é determinada a organização<br />

de uma força militar, contribuindo o R.I. 13 com duas companhias para o 1.º Batalhão<br />

Expedicionário, com destino ao Sul de Angola. Estas duas companhias marcharam para Mafra<br />

no dia 18 Janeiro de 1906, mantendo-se em instrução nessa Vila até final de Março. A 9 de Abril<br />

de 1906, por motivos desconhecidos, aquela expedição ficou sem efeito e as companhias<br />

regressaram a Vila Real.<br />

A Guiné foi sempre a colónia mais rebelde em reconhecer a soberania portuguesa. No<br />

início do século, eram poucas as regiões onde não houvesse um permanente estado de rebelião<br />

e onde a nossa soberania não fosse senão nominal. Em Bissau, por exemplo, a ousadia e<br />

audácia dos «Papéis» era tal que não só se recusavam a pagar impostos como ainda impediam<br />

que alguém se aventurasse a sair para fora das muralhas daquela fortaleza.<br />

Na região de Cuore, situada numa das margens do Geba, rio por onde se fazia quase<br />

todo o comércio para o interior da colónia, os seus habitantes impediam o livre trânsito das<br />

embarcações, e se a alguma delas era permitida a passagem, tinha de pagar um imposto ou<br />

percentagem para o régulo daquela região. Estes factos eram de tal forma desprestigiantes para<br />

o Estado português que o governo resolveu enviar à Guiné uma expedição destinada a submeter<br />

e chamar à obediência estes povos.<br />

Em 1908, o R.I. 13 envia para a Guiné, uma companhia comandada pelo capitão Jorge<br />

Camacho, integrada num Batalhão, a qual embarca para Bissau a 18 de Março. Para além de<br />

um efectivo de 250 homens, a companhia foi reforçada com 69 praças de Artilharia, um destacamento<br />

de Engenharia e um elemento de Apoio. A companhia participou em várias operações,<br />

com as quais se procurava tornar o rio Geba seguro à navegação, das quais se salienta a de<br />

Ganturé, em que foi louvado o capitão Camacho “…pela maneira como sustentou o fogo e pôs<br />

em debandada o inimigo no ataque que fez à fonte de Ganturé…pela sua presença de espírito,<br />

sangue frio e coragem…”. O R.I. 13 participou ainda na Batalha de Sambel Iantá, Gan-Sapateiro<br />

e no assalto a Madina.<br />

A segunda parte da campanha da Guiné deu-se em condições muito precárias, não só por-<br />

46


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

que as forças que compunham a coluna estavam deficientemente armadas, como se encontravam<br />

esgotadas e depauperadas pelo rigor do clima e pela campanha contra os Balantas, em<br />

que lhes não foram proporcionadas as necessárias comodidades para a conservação da sua<br />

saúde. A companhia de Infantaria 13 foi uma das que mais se ressentiu, tendo o seu efectivo<br />

ficado reduzido a 200 praças.<br />

Nesta segunda fase da campanha, a companhia participou no assalto à povoação de<br />

Intim, que tomou, marchando de seguida para Contume, posição nunca antes atingida pelas<br />

tropas portuguesas, da qual se apoderou depois de um renhido combate em que infringiram<br />

pesadas baixas ao inimigo. Com esta operação atingiu-se o objectivo de conter os “Papéis” no<br />

seu território, garantindo a liberdade de movimento aos portugueses. A companhia regressou a<br />

Vila Real no dia 4 de Julho de 1908.<br />

O R.I. 13 não participou nas movimentações que derrubaram a Monarquia e implantaram<br />

a República, em 1910, assim como foi reduzido o seu envolvimento nas lutas civis que se<br />

lhe seguiram, limitando-se a destacar, no ano de 1912, algumas forças de reduzido efectivo para<br />

reforçar as guarnições da fronteira Norte, que na altura se encontravam ameaçadas pelas<br />

hostes de Paiva Couceiro.<br />

Em Julho deste mesmo ano, quando se dá o ataque a Chaves, Infantaria 13 tinha uma<br />

força de 30 praças em Montalegre e uma companhia com um efectivo de 80 praças na região<br />

de Boticas. A força destacada em Montalegre tinha por missão defender a vila e assegurar as<br />

comunicações com Chaves pela estrada de Sapiães, caminho que devia cobrir até esgotar<br />

todos os meios de defesa. A companhia destacada em Boticas tinha por missão barrar os caminhos<br />

que conduzem à região de Basto ou reforçar as guarnições de Chaves e Montalegre,<br />

caso se tornasse necessário.<br />

No dia 6 de Julho, ao tomar conhecimento de que as forças monárquicas já tinham<br />

atravessado a fronteira e ocupado Sandim e Padronelos, a força estacionada em Montalegre,<br />

com uma parte dos seus elementos, ocupou o Castelo, de onde podia bater todos os caminhos<br />

a seguir pelos rebeldes, e com os restantes ocupou uma posição no lugar da Portela, para cobrir<br />

a estrada de Sapiães.<br />

No dia seguinte, quando a guarnição de Montalegre já se encontrava reforçada com um<br />

pelotão de Cavalaria 6, Paiva Couceiro intima o comandante da força a render-se, o que este<br />

recusa fazer. Como, porém, houvesse informações de que os monárquicos se encontravam em<br />

Gralhas, a NE de Montalegre, o comandante reúne todas as suas forças no Alto da Corujeira,<br />

600 metros a sul de Montalegre, de onde são dominados todos os caminhos e a estrada de<br />

Chaves, para assim poder efectuar a sua retirada sobre esta praça, caso o inimigo, muito superior<br />

em número, desencadeasse o ataque.<br />

Como este ataque não chegou a efectivar-se e, no dia seguinte, os monárquicos<br />

atacaram Chaves, todas as forças que estavam em Montalegre seguiram para aquela cidade,<br />

onde chegaram já depois de terminado o combate. A companhia destacada em Boticas desloca-se<br />

também para Chaves, na manhã do dia 8, onde chega por volta das 19H30, quando já<br />

tinha terminado o combate.<br />

47<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 na I Grande Guerra<br />

A4 de Agosto de 1914, uma vez declarada a guerra entre a Inglaterra e a Alemanha,<br />

Portugal coloca-se ao lado da sua velha aliada, a quem oferece o seu apoio, o qual, por<br />

dificuldades várias, só vem a materializar-se em 1916. Em Julho desse ano, é mobilizada e concentrada<br />

no campo de instrução de Tancos uma Divisão comandada pelo general Tamagnini de<br />

Abreu, mais tarde reforçada com uma 3ª Brigada, para a qual o R.I. 13 concorre com o 1.º<br />

Batalhão de Infantaria.<br />

Este, juntamente com um batalhão de Infantaria 10 e outro de Infantaria 20, constituem<br />

o 6.º Regimento de Infantaria, do Corpo Expedicionário Português (C.E.P.), comandado pelo<br />

então coronel Gomes da Costa. Segundo a primitiva organização, de Janeiro de 1917, o C.E.P.<br />

era constituído por três Brigadas de Infantaria, a dois Regimentos, sendo cada Regimento constituído<br />

por três Batalhões.<br />

48<br />

O Batalhão de Infantaria n.º 13 na Rua Cândido dos Reis, a caminho da estação de comboios de Vila Real.<br />

Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida.<br />

O momento da despedida - estação de comboios de Vila Real.<br />

Fonte: Revista de Ilustração Portuguesa.


No 21 de Abril de 1917, o Batalhão do R.I. 13 parte de Vila Real por via-férrea, em comboios<br />

especiais para Lisboa, onde embarca a 22 de Abril por via marítima com destino a Brest,<br />

em França. À despedida e embarque dos militares em Vila Real acorreu uma enorme multidão<br />

de familiares e amigos, que encheu as ruas da cidade, lançando flores sobre as tropas em desfile.<br />

A tudo isto não era certamente alheio o desespero das mães, esposas e noivas, que<br />

durante a marcha até à estação dos caminhos-de-ferro, ouviam a canção do Regimento entoada<br />

pelas tropas em marcha.<br />

Uma vez chegadas a Brest, as tropas prosseguem<br />

viagem de comboio até Vizernes, onde desembarcam. Nesta<br />

última estação, um guia indica ao comandante, numa carta<br />

topográfica da região, a povoação de Sanlecques como<br />

primeiro local de estacionamento, para onde o Batalhão se<br />

dirige por estrada, sem que lhe fosse fornecida qualquer planta<br />

ou um simples esboço.<br />

Major Gustavo de Andrade Pissarra,<br />

Comandante do Batalhão 13.<br />

Chegado a França, o C.E.P.<br />

sofre de imediato uma<br />

“remodelação” por forma a tornar a sua organização idêntica à<br />

das tropas britânicas, passando a ser composto por duas<br />

Divisões, a três Brigadas de infantaria, sendo cada Brigada<br />

constituída por quatro Batalhões, motivo por que o Batalhão de<br />

Infantaria 13 passou a fazer parte da 5.ª Brigada de infantaria,<br />

juntamente com os batalhões de Infantaria 4, 10 e 17, da 2.ª<br />

Divisão. Foram igualmente criados os cargos de 2.º comandante<br />

de batalhão e de companhia, atribuindo-se uma reserva<br />

de graduados a cada batalhão, destinada a preencher quaisquer<br />

vagas que viessem a verificar-se.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Chegado ao seu destino, a 30 quilómetros de Vizernes,<br />

na noite de 28, por volta das 23 horas, a tropa teve de dormir<br />

nas bermas das estradas ou à entrada de palheiros, visto nada<br />

se encontrar preparado para a receber. O aboletamento só<br />

teria lugar no dia seguinte, em casas civis, existindo em cada<br />

porta uma tabuleta com o número de oficiais e praças que ali<br />

podiam ser aquartelados.<br />

O Batalhão de Infantaria 13 manteve-se em<br />

Sanlecques até 12 de Junho, período destinado a instrução, a<br />

qual, de início, se limitou à de simples recrutas desarmados, Capitão Bento Roma,<br />

2º Comandante do Batalhão 13.<br />

enviando-se vários oficiais e sargentos para escolas portuguesas<br />

e inglesas aprender os novos métodos e processos da guerra de trincheiras, sendo nessa<br />

altura distribuídas às praças as espingardas e metralhadoras Vickers e Lewis, adoptadas no<br />

exército britânico.<br />

49<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Naquela data, Infantaria 13 foi acantonar em Crecques e Rabecq, tendo-se criado entre<br />

estas duas localidades um campo de instrução próprio para as tropas se treinarem no lançamento<br />

de granadas de mão e tiro de espingarda, patrulhas, esgrima de baioneta, etc.. É nesta<br />

altura, que se apresenta o major Gustavo de Andrade Pissarra, o qual assume o comando, em<br />

substituição do capitão Santos Júnior, que o exercia interinamente.<br />

A 29 de Julho, o Batalhão de Infantaria 13 foi-se acantonar em Herbelles onde, em fins<br />

de Agosto, completou a instrução à retaguarda, sendo informado que nos princípios de<br />

Setembro iria instruir-se nas linhas, onde já quase todos os oficiais tinham passado uma temporada<br />

e, portanto, recebido o seu baptismo de fogo.<br />

De três a cinco de Setembro, o Batalhão, transportado em viaturas inglesas, partiu em<br />

direcção ao sector de Givenchy, onde completou a sua instrução: desempenho dos serviços de<br />

trincheiras, vigilância diurna e nocturna, colocação de arame farpado, patrulhas de reconhecimento<br />

e escuta, etc.<br />

Passados os três dias de aprendizagem, o Batalhão passou a ocupar Pont Riqueul, nas<br />

proximidades de La Gorgue, onde continuou a instrução de tiro e de lançamento de granadas.<br />

Na noite de 10 para 11 de Setembro de 1917, um violento bombardeamento provoca a primeira<br />

baixa no Batalhão.<br />

A 22 de Outubro, o Batalhão recebeu ordem para seguir imediatamente para as linhas,<br />

a fim de ir guarnecer, com todas as responsabilidades inerentes, o subsector esquerdo de<br />

Fleurbaix, então ocupado pelo 15.º Batalhão de Yerchires, pertencente à 114.ª Brigada, da 38.ª<br />

Divisão inglesa. A rendição deu-se por concluída pelas 21 horas do dia 25. O Batalhão de<br />

Infantaria 13 mantém-se em posição, sofrendo algumas baixas devido ao bombardeamento<br />

inimigo e, no dia um de Novembro, é rendido pelo Batalhão de Infantaria 10.<br />

A 26 de Novembro, o Batalhão ocupa o subsector esquerdo de Cambrin, rendendo o<br />

12.º Batalhão de Cheschires. Neste sector, a 30 de Novembro, o Batalhão bate-se pela primeira<br />

vez com os alemães, repelindo os ataques lançados contra a 1.ª e 4.ª Companhias. A um de<br />

Dezembro, o Batalhão é rendido por um Batalhão inglês, marchando para Beuvry sob um forte<br />

bombardeamento que, felizmente, não causou vítimas. A dois de Dezembro desloca-se para<br />

Paradis S., onde permanece até ao dia 10, altura em que parte para Fleurbaix.<br />

A 10 de Dezembro, o Batalhão de infantaria 13 rendeu, em Fleurbaix, as forças britânicas<br />

que serviam de apoio e de reserva ao dito sector. Infantaria 13 que, durante o tempo em<br />

que permaneceu na situação de reserva, efectuara reconhecimentos de toda a zona onde poderia<br />

ter de intervir, foi mandado render Infantaria 10, no subsector de Boutillerte.<br />

Nada de extraordinário sucedeu nos três primeiros dias, até que, pelas três horas da<br />

manhã do dia 19, um intenso bombardeamento atinge o centro e a esquerda do sector do<br />

Batalhão 13, assim como a direita dos ingleses, em Bois Grenier, e uma patrulha inimiga se<br />

aproxima das nossas linhas, sendo repelida pelo fogo das metralhadoras.<br />

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MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Ao romper da madrugada do dia 22 de Dezembro, todas as forças da 5.ª Brigada deviam-se<br />

encontrar nos seus novos postos de combate, indo Infantaria 13 acantonar-se em Pont<br />

du Hem, em apoio ao sector, ficando Infantaria 17 de reserva, em Riez Bailleul, Infantaria 4<br />

guarnecendo o subsector direito, e Infantaria 10, o subsector esquerdo. No dia 26 de Dezembro,<br />

ao pôr do sol, o Batalhão 13 partia do seu acantonamento em direcção ao subsector esquerdo<br />

de Chapigny, onde rendeu infantaria 10. Nessa altura, o Batalhão 13 era comandado pelo major<br />

António de Barros Rodrigues, o qual substituíra o comandante efectivo, que, no gozo de licença<br />

de campanha, partira para Portugal.<br />

No fim do dia um de Janeiro, o Batalhão 13 foi rendido por Infantaria 10, seguindo para<br />

Riez Bailleul, onde, por um período de seis dias, se conservou como reserva do sector, voltando<br />

de seguida para as linhas. Os meses de Janeiro e Fevereiro foram passados nestas “alternativas”,<br />

aumentando o inimigo a sua actividade de dia para dia, sendo frequentes os bombardeamentos<br />

sobre toda a frente da Brigada, bem como as contínuas referenciações e ataques<br />

de patrulhas de combate, as quais foram sempre repelidas pelo fogo dos nossos atiradores,<br />

sem se tornar necessário recorrer à artilharia.<br />

No espaço de dois meses, apenas se pediu por três vezes o S.O.S., mais para levantar<br />

o espírito e o moral dos soldados do que propriamente por necessidade. Apesar da intensa<br />

actividade dos alemães, durante a estadia neste sector de Chapigny, as perdas do Batalhão<br />

foram extremamente reduzidas.<br />

A um de Março de 1918, estando o Batalhão 13 em Riez Bailleul, na situação de reserva,<br />

foi-lhe ordenado que reforçasse imediatamente com uma companhia o Batalhão de infantaria<br />

17, que se encontrava em apoio, por este ter reforçado com uma das suas companhias o<br />

Batalhão de Infantaria 4, em 1º escalão, que guarnecia o subsector direito. O Batalhão tomou<br />

posições em Charter-House, Pont du Hem e La Flinque, a fim de repelir um ataque inimigo. No<br />

dia 3 de Março, o Batalhão entra de guarnição, pela última vez, ao sector de Chapigny.<br />

No dia sete de Março, a 5.ª Brigada é rendida no sector de Chapigny pela 6.ª Brigada,<br />

passando à situação de descanso à retaguarda, acantonando-se o Batalhão 13, de 8 a 16 de<br />

Março, em Riez Bailleul, sendo o descanso permanentemente perturbado pelos constantes<br />

bombardeamentos e prevenções, que, por várias vezes, o obrigam a pegar em armas e a passar<br />

a noite em claro. O facto de se encontrar acantonado em La Gorgue, afastado da frente, não<br />

obstou, porém, que o inimigo o não atingisse com fogos. As baixas começaram a ser diárias,<br />

aumentando a intranquilidade e o nervosismo nas hostes nacionais.<br />

A um de Abril, depois de um descanso atribulado, o Batalhão 13 regressa a<br />

Riez- Bailleul, ainda como reserva da Divisão, sendo encarregue de guarnecer os postos de<br />

Pont du Hem e Charter House, mas no dia cinco recebe ordem para entregar essas posições a<br />

Infantaria 8 e ocupar outros postos da linha de aldeias, sendo, porém, ao cair da noite, mandado<br />

render Infantaria 24, em Lacouture. Devido aos graves acontecimentos que ocorreram com<br />

Infantaria 7 e com outros batalhões da 1.ª Brigada, o comando superior apercebeu-se da necessidade<br />

urgente de a 5.ª Brigada, mesmo antes de ter terminado o descanso à retaguarda, voltar<br />

a guarnecer a 1.ª linha.<br />

51<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O Batalhão de Infantaria 13 na Batalha de 9 de Abril<br />

Assim, na madrugada de cinco para seis de Abril, sob constantes bátegas de chuva açoitada<br />

por um forte vendaval, o Batalhão de Infantaria 13 desloca-se de Riez Bailleud para<br />

Lacouture, ficando em reserva da 5.ª Brigada. Na alvorada do dia seis, a 5.ª Brigada rende a 1.ª<br />

no sector de Ferme du Bois, ficando assim escalonada: subsector direito, Infantaria 10; subsector<br />

esquerdo, Infantaria 17; apoio, Infantaria 4, com duas companhias na Rue du Bois e as<br />

outras duas na Rue des Chavattes; reserva, Infantaria 13, em Lacouture; comando da Brigada<br />

em Cense de Raux. Como o sector era totalmente desconhecido, o dia sete foi passado em<br />

reconhecimentos.<br />

Pelas 20 horas do dia oito de Abril, inesperadamente e contra toda a expectativa, a 5.ª<br />

Brigada informa que o Batalhão 13 seria rendido no dia seguinte por tropas britânicas, notícia<br />

confirmada mais tarde, por volta das 22 horas, exactamente quando a artilharia inimiga batia,<br />

com rajadas de quatro a cinco minutos de duração e intervaladas de 10 a 15 minutos, todas as<br />

posições das nossas baterias e os principais cruzamentos de estrada. O bombardeamento prolongou-se<br />

até à uma da madrugada, do dia nove, sempre com extrema violência.<br />

Pelas quatro horas e 15 minutos do dia nove de Abril, os alemães tomam a ofensiva,<br />

iniciando a “Operação Georgett” com um intenso bombardeamento de artilharia e de morteiros<br />

pesados contra as frentes da 2.ª Divisão portuguesa e da 40.ª Divisão inglesa utilizando<br />

granadas explosivas de gás fosgénio e mostarda. O objectivo era neutralizar a artilharia aliada<br />

e isolar os comandos das brigadas e batalhões. O bombardeamento prolonga-se até às sete<br />

horas, atingindo as primeiras linhas e os acantonamentos à retaguarda, inclusive o do Batalhão<br />

13, em Lacouture.<br />

Logo de seguida, o Batalhão perde o contacto telefónico com o comando da Brigada,<br />

ficando por sua conta e risco, sem informação sobre o modo como estavam a decorrer os combates.<br />

O comando do Batalhão envia os primeiros agentes de ligação para o comando da<br />

Brigada, mas estes não regressaram. O bombardeamento alemão atinge o comando do<br />

Batalhão, localizado na Senechal Farm. A situação ficou insustentável, tornando-se o número<br />

de feridos extremamente preocupante.<br />

Pelas nove horas e meia, surge o contra-mestre de corneteiros de Infantaria 17, afirmando<br />

que os alemães tinham atacado as linhas às oito e meia, que já se tinham apoderado de<br />

todo o sistema de defesa das primeiras linhas e aprisionado os Batalhões 17 e 4, encontrando-se<br />

já muito próximos daquela posição.<br />

Face a tão preocupantes notícias e sem qualquer contacto com o escalão superior, não<br />

recebendo deste quaisquer indicações sobre o que fazer, o comandante do Batalhão resolve<br />

actuar por sua própria iniciativa e ordena: à 1.ª e à 2.ª Companhia que ocupem as trincheiras<br />

em frente da Senechal Farm, as quais seguem de imediato aos seus destinos; à 3.ª Companhia<br />

para se concentrar na Senechal Farm; e à 4.ª Companhia que se constitua como reserva do<br />

Batalhão.<br />

52


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A ordem da Brigada para o Batalhão 13 reforçar as primeiras linhas tinha sido efectivamente<br />

expedida, mas a ordenança encarregue de a entregar enganou-se no caminho e, em vez<br />

de se dirigir a Lacouture, apareceu às dez e meia em Masplaux, no caminho de Locon. A 3.ª<br />

Companhia comandada pelo capitão David Magno, cujo acantonamento na Ferme Bourel tinha<br />

sido severamente flagelado pela artilharia inimiga, encontrava-se já muito desorganizada, com<br />

a maior parte dos seus soldados dispersos pelo campo, quando recebe a ordem para se concentrar<br />

na Senechal Farm.<br />

Com o remanescente da Companhia, o capitão Magno<br />

segue para Church Road, mas, ao sair do reduto, erra a<br />

direcção, dirige-se para Vieille Chapelle e junta-se a um núcleo<br />

de forças de Infantaria 14 que, atrás do reduto, ocupavam<br />

umas pequenas trincheiras. Mais tarde, retira para o canal de<br />

Lawe e reúne-se ao destacamento escocês pertencente ao 6.º<br />

Batalhão, dos Seafort Highlanders, da 51.ª Divisão, que<br />

defendia aquele canal.<br />

Pelas 11 horas, uma parte da 1.ª Companhia que não<br />

consegue chegar ao seu destino é aprisionada com todos os<br />

seus oficiais. As trincheiras entre a Queen Mary e a King’s<br />

Capitão David Magno, Comandante George, na 1.ª linha de defesa, encontram-se defendidas pela<br />

da 3ª Companhia do Batalhão 13.<br />

2.ª Companhia, uma parte da 3.ª e dois pelotões da 1ª. No<br />

reduto de Lacouture, na 2.ª linha de defesa, encontram-se os comandos do Batalhão 13 e 15,<br />

com as praças das respectivas formações, e a parte da 4.ª Companhia do Batalhão 13 que não<br />

está empenhada no serviço de reabastecimento de munições. As tentativas de obter munições<br />

são goradas.<br />

Pelas 11 e meia, aparecem numerosos fugitivos que estabelecem um certo pânico entre<br />

os soldados do Batalhão 13, mas consegue-se que contribuam para o esforço de defesa. A situação<br />

tinha-se tornado desesperada. Pelas 14 horas, prosseguem os combates sem que o<br />

comando do Batalhão consiga obter notícias sobre a situação em que se encontravam as<br />

unidades em 1.º escalão e as suas companhias mais avançadas. As ordenanças que se enviavam<br />

a colher informações não voltavam.<br />

Eram umas três horas da tarde quando o inimigo, já em grande número, cercava a<br />

posição enquanto os nossos soldados apanhavam os últimos cartuchos do fundo da trincheira.<br />

Pelas 15 horas e 30 minutos, surgem novas forças inimigas que, pela direcção seguida, despertam<br />

na guarnição de Lacouture a forte suspeita de que as companhias que ocupavam aquelas<br />

posições tinham sido vencidas. Em breve, o facto é confirmado pela chegada dos restos da<br />

1.ª Companhia e de outras, que informam da rendição das suas unidades.<br />

Das quatro às sete da manhã, os alemães rompem novo e violento bombardeamento<br />

sobre o reduto de Lacouture. A situação torna-se insuportável. Pelas 11 horas, quando os portugueses<br />

gastavam os últimos cartuchos, apresenta-se na frente da posição, um maqueiro do<br />

Batalhão 13, que fora aprisionado na véspera, comunicando que os alemães intimavam a<br />

rendição e mandavam dizer que, em caso de negativa, tudo seria destruído. Os dois majores<br />

portugueses e o major inglês reúnem-se para avaliar a situação, chegando à conclusão que era<br />

inútil prolongar a resistência, uma vez que a possibilidade de serem reforçados estava perdida.<br />

53<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Resolvem entregar-se, saindo do “block-house” para conferenciar com o inimigo.<br />

Passado algum tempo, aparecem o major do Batalhão 15 e o major inglês, ficando reféns o<br />

major do Batalhão 13 e o ajudante do Batalhão 15, dando aquele ordens às praças para se<br />

desarmarem, rendendo-se ao fim de 30 horas de combate. A 4.ª Companhia tinha-se já rendido<br />

após o seu comandante ter sido feito prisioneiro. Por outro lado, o capitão Magno, com as<br />

60 praças do Batalhão 13 e do 15 que tinha conseguido reunir, continua a combater ao lado dos<br />

escoceses até ao dia 11, quando lhes é dada ordem de retirada pelo comando inglês, por se ter<br />

reconhecido a impossibilidade de sustentar a sua posição por mais tempo.<br />

Dizimado, enfraquecido, e esgotado por um combate longo e intenso, o Batalhão 13 só<br />

se entregou quando o adversário já tinha ultrapassado, numa extensão superior a cinco<br />

quilómetros, toda a frente de batalha correspondente a Lacouture. Pelejava já o inimigo em<br />

Estaires, Lestrem e Lawy, e ainda no reduto de Lacouture se defendia um punhado de portugueses.<br />

O capitão Magno e os soldados que lhe restavam abandonaram a linha de fogo, após<br />

terem combatido durante 56 horas. Esta foi a última força a retirar do campo de batalha e a ela<br />

pertenceram os últimos mortos portugueses na Flandres.<br />

Imposição da Cruz de Guerra ao Capitão David Magno, em La Lys.<br />

O desempenho operacional do Batalhão foi reconhecido na imprensa internacional: o<br />

“Times”, então um dos jornais mais importantes de Londres, refere-se à acção do Batalhão no<br />

dia nove de Abril, afirmando que “...os restos de um batalhão português que defendia Lacouture<br />

bateram-se com um valor extraordinário...”; enquanto que o “Telegrame”, a 12 de Abril, afirmava<br />

que “...a história um dia falará da heróica resistência dos portugueses que, às 15 horas,<br />

ainda se batiam em Lacouture...”, e no seu número de quatro de Maio, referia que “...as companhias<br />

deste batalhão (o “13”) que se encontravam em Lacouture, combatiam ainda às três<br />

horas da tarde do primeiro dia de batalha...”. Como resultado da sua acção, o Batalhão 13 foi<br />

condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe, a qual pende da gloriosíssima bandeira do<br />

R.I. 13, assim como do peito de muitos dos seus soldados.<br />

54<br />

Fonte: Tenente-coronel Jorge David Magno.<br />

54


O R.I. 13 e a Monarquia do Norte<br />

Adegradação da autoridade governativa que se tinha instalado no país, ainda antes da<br />

ascensão de Sidónio Pais ao poder, aumenta no período que se segue ao atentado que<br />

o vitimou, criando condições para o desenvolvimento de movimentos conspiratórios contra a<br />

República. A oficialidade monárquica que dominava as Juntas Militares, formadas ainda antes<br />

da morte de Sidónio, buscará no restauracionismo a forma de evitar o regresso à “demagogia<br />

afonsista”.<br />

Reagindo ao período da restauração monárquica, o republicanismo une-se para tentar<br />

repor a ordem constitucional de 1911. Entre uns e outros, balança o sidonismo remanescente,<br />

sem força nem apoios para prolongar a República Nova do defunto “presidente-rei”. O que se<br />

seguiu, golpe contra golpe, foi a luta entre esses dois campos, com o governo a viver sob as<br />

pressões das Juntas Militares monárquicas e das forças político-militares republicanas.<br />

O ano de 1919 começou com três revoluções. Em Santarém, a 10 de Janeiro, rebenta<br />

uma revolta chefiada por Cunha Leal e Álvaro de Castro; é um golpe republicano contra as<br />

Juntas Militares, que visa restabelecer a Constituição Republicana. À revolta republicana de<br />

Santarém responde a Junta Militar do Norte, chefiada por Paiva Couceiro, proclamando, a 19<br />

de Janeiro, a restauração da monarquia. Esta iniciativa é secundada em Lisboa, a 23 de<br />

Janeiro, pelo débil e efémero pronunciamento de Monsanto, chefiado por Aires de Ornelas, que<br />

é rapidamente neutralizado.<br />

Na tentativa de contrariar as intenções da Junta Militar do Porto, o governo chefiado por<br />

Tamagnini Barbosa manda concentrar as<br />

forças da 2.ª e 6.ª Divisões entre a Régua e<br />

Lamego, sendo atribuída a região da Régua à<br />

6.ª Divisão. O R.I. 13 participou nessa concentração<br />

com uma companhia, incluída na<br />

6.ª Divisão.<br />

O coronel Ribeiro de Carvalho, leal à<br />

causa republicana, é nomeado comandante<br />

interino da 6.ª Divisão, a qual tinha o quartel-<br />

-general em Vila Real. Para esta unidade<br />

concorriam pequenas fracções de Infantaria<br />

10 e 30, uma companhia de Infantaria 19, uma companhia de Infantaria 13 e uma pequena força<br />

de Cavalaria 6.<br />

A três de Janeiro de 1919, uma importante força da Junta Militar comandada pelo coronel<br />

Sá e Melo chegou à Régua e intimou as forças da 6.ª Divisão a aderirem à Junta ou a<br />

deporem as armas. Os oficiais das companhias do R.I. 13 e do R.I. 19, que integravam a 6.ª<br />

Divisão, recusaram a intimação e acordaram na seguinte declaração:<br />

55<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Quartel-general da 6ª Divisão, no local onde presentemente<br />

se encontra o edifício do Tribunal.<br />

55<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

“...Os oficiais dos Regimentos de Infantaria 13 e 19 reunidos em sessão na Régua,<br />

resolveram responder o seguinte aos delegados da Junta Militar do Norte:<br />

1 — Os oficiais abaixo indicados reconhecem como legal o Governo constituído, só aceitando<br />

portanto como legais as suas determinações e só estas cumprindo;<br />

2 — Os mesmos oficiais não podem acompanhar a Junta Militar do Norte por isso ir de encontro<br />

aos seus princípios de obediência aos chefes e cumprimento dos seus deveres de militares<br />

disciplinados;<br />

3 — Os mesmos oficiais não podem considerar-se desarmados porquanto estão no único<br />

campo que a situação de momento aconselha: perfeita disciplina e exacto cumprimento das<br />

ordens emanadas do seu Governo...”<br />

Perante esta declaração, o coronel Sá e Melo acabaria por deixar que os oficiais que<br />

não quisessem aderir à Junta regressassem armados às suas unidades, estendendo essa permissão<br />

a todos os sargentos e praças que desejassem acompanhar os seus oficiais, mas na<br />

condição de entregarem as armas. Os oficiais e praças que não quiseram aderir à Junta embarcaram<br />

para Vila Real de comboio, mas à sua chegada foram recebidos a tiro por um grupo de<br />

militares e civis comandados pelo capitão António Varão, em virtude de se constar que no comboio<br />

vinham forças para atacar a cidade.<br />

Uns dias mais tarde, a seis de Janeiro, outra coluna afecta à Junta desembarca na<br />

Régua, com a missão de ocupar Vila Real. Na noite de sete para oito estaciona em Santa Marta<br />

de Penaguião. Conhecedor destes movimentos, o coronel Ribeiro de Carvalho manda a companhia<br />

da GNR ocupar a linha-férrea entre Vila Real e Aveleda para impedir a marcha de qualquer<br />

comboio; e com as forças disponíveis do R.I. 13 e do R.I. 19 ocupa posições em Parada<br />

de Cunhos para barrar as estradas da Régua e do Porto que convergem nessa povoação. Aqui<br />

estabeleceu postos avançados, vigiando até à ponte do Sôrdo com a pequena força de cavalaria<br />

de que dispunha.<br />

Às nove horas do dia seguinte, as forças leais à causa monárquica estabelecem contacto<br />

com os postos avançados, e a sua artilharia faz fogo sobre estas posições. A companhia<br />

do R.I. 13 dispunha de um pelotão junto à estrada, entre a ponte da Almodena e Parada de<br />

Cunhos, e de outro a oeste da mesma estrada, para proteger a retirada em caso de necessidade.<br />

Um terceiro pelotão constituía-se como reserva na vertente sul do Monte da Forca. Às 11<br />

horas, as forças da Junta iniciam o ataque, descendo o Alto de Parada.<br />

O combate prolongou-se até perto do meio-dia sem causar qualquer dano material ou<br />

pessoal, tendo sido suspenso de um e de outro lado por terem sido vistas bandeiras brancas<br />

numa e noutra posição. Desfeito o equívoco, recomeçou o combate. É novamente suspenso por<br />

volta das 15 horas, para se iniciarem as negociações em que se acorda o regresso a quartéis<br />

das forças da 6.ª Divisão e a retirada das forças da Junta para a Régua.<br />

Tentando submeter todo o norte do país ao novo regime proclamado no Porto, a Junta<br />

Governativa envia uma coluna de tropas contra Vila Real, onde ainda não tinha sido proclamada<br />

a monarquia.<br />

56


Esta coluna, comandada pelo capitão Sá Guimarães, segue da Régua para o Pinhão e<br />

daqui por Sabrosa para Vila Real e, estabelecendo a sua artilharia no alto de Constantim, sem<br />

qualquer apoio da infantaria, inicia o bombardeamento da cidade. Contra esta coluna é enviada<br />

uma companhia do R.I. 13, comandada pelo alferes Domingos Vaz, a qual, ao atingir os<br />

Torneiros, se dispersa quase sem dar um tiro, por haver reconhecido a impossibilidade de se<br />

bater com forças muito superiores em número.<br />

O alferes Domingos Vaz, com as praças que consegue reunir, retira para Chaves, onde<br />

se haviam concentrado todas as forças fiéis à República e para onde se tinha transferido o quartel-general<br />

da 6.ª Divisão. Neste mesmo dia, 24 de Janeiro, era proclamada a monarquia em<br />

Vila Real. Esta dourou até o dia 17 de Fevereiro, altura em que os membros da Junta<br />

Governativa do Porto se renderam às autoridades republicanas, tendo Paiva Couceiro fugido<br />

para Espanha, onde se exilou.<br />

O R.I. 13 e o Movimento de 28 de Maio de 1926<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Ao contrário do que aconteceu aquando da implantação da República, o R.I. 13 tem uma<br />

participação de grande relevo nos acontecimentos de 28 de Maio de 1926, tendo sido<br />

uma das primeiras unidades a secundar o movimento iniciado pelo general Gomes da Costa,<br />

em Braga.<br />

Aproveitando o facto de duas companhias de recrutas estarem em instrução de tiro no<br />

exterior da Unidade, o tenente António José da Silva marchou sobre o quartel e apoderou-se<br />

deste e do Governo Militar de Vila Real, ocupando também a posição do Calvário. O major<br />

António Fernandes Varão, comandante interino do R.I.13, por não querer aderir ao movimento,<br />

é destituído do comando, que é de seguida assumido pelo major Aurélio de Azevedo Cruz. Tudo<br />

isto se passa sem um único disparo. Alguns dias depois, Infantaria 13 desloca-se para Lisboa<br />

onde se tinham concentrado as forças afectas ao general Gomes da Costa.<br />

57<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Dia de Portugal e Comemorações do VII Centenário do Foral de Vila Real<br />

(10 Junho de 1972)<br />

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MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 e o Movimento Revolucionário de 3 de Fevereiro de 1927<br />

Contudo, o entusiasmo com que a guarnição de Vila Real havia recebido o movimento de<br />

28 de Maio iria durar pouco tempo. No início de 1927, adere aos levantamentos no Porto<br />

e em Lisboa, tentativas desesperadas dos sectores republicanos e constitucionais para matar à<br />

nascença a ditadura militar. Naquele momento, o R.I. 13 encontrava-se sem comando efectivo,<br />

tendo-se tornado num “depósito” de oficiais portadores do fermento da revolta, indesejáveis<br />

noutras guarnições.<br />

Ao primeiro sinal, Infantaria 13 revolta-se. Na manhã de três de Fevereiro, é hasteada<br />

a Bandeira Nacional, proclamando encontrar-se do lado dos revoltosos, apesar dos esforços do<br />

então comandante interino, capitão Agostinho da Costa Lobo, para o impedir. O Comandante<br />

Militar da cidade, major António Fernandes Varão, também do lado dos revoltosos, dirige-se ao<br />

quartel do R.I. 13 quando este já se encontrava nas mãos dos revoltosos e determina aos oficiais<br />

para aderirem ao movimento ou então que se mantenham em suas casas até nova ordem.<br />

Nos dias três e quatro de Fevereiro, é enviado um pequeno contingente para o Porto,<br />

onde combate ao lado dos que naquela cidade se haviam igualmente revoltado, enquanto outras<br />

forças da Unidade tomam parte no combate de Amarante, contra o Destacamento n.º 11<br />

(forças de Chaves e Bragança).<br />

Na tarde de cinco de Fevereiro, os revoltosos abandonam o quartel, o qual foi ocupado<br />

pelos oficiais e sargentos fiéis ao governo, acompanhados pela GNR. A 3.ª Companhia da GNR,<br />

que até aí se limitara a manter a ordem pública, recebeu ordens para actuar contra os<br />

revoltosos, dando disso conhecimento aos oficiais fiéis, e com eles partiu à ocupação do quartel<br />

da Unidade.<br />

Como retaliação pela sua participação no movimento revolucionário de três de<br />

Fevereiro, e inserido uma reorganização das unidades do <strong>Exército</strong> levada a cabo pelo Ministério<br />

da Guerra em 1927, o Regimento é dissolvido a oito de Março, sendo criado em sua substituição<br />

e na sua sede o “Depósito do Regimento de Infantaria n.º 13”.<br />

Pelo Decreto n.º 13.852, de 29 de Junho de 1927, este Depósito é extinto, ficando a<br />

depender, para todos os efeitos, do Regimento de Infantaria n.º 9, localizado em Lamego.<br />

Estabelece ainda o mesmo decreto que o extinto Depósito passe a designar-se por “Formação<br />

de Depósito do extinto Depósito do Regimento de Infantaria n.º 13”, passando esta a ser<br />

comandada por um capitão, destinando-se à guarda e conservação de todo o material que tinha<br />

pertencido àquela unidade.<br />

Dando continuidade à reestruturação iniciada com o Decreto n.º 13.244, é publicado um<br />

novo decreto que cria 22 Regimentos. O Regimento que tinha como sede a cidade do Funchal<br />

tomou então a designação de Regimento de Infantaria n.º 13, sendo reorganizado à custa do<br />

Regimento de Infantaria n.º 23, ali aquartelado, que, pela nova reorganização, deixava de existir.<br />

59<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Contudo, a vida do R.I. 13, como a história do País, continuou atribulada. Como<br />

corolário da sua participação no movimento revolucionário contra o Estado Novo que eclodiu na<br />

Madeira, o Regimento de Infantaria n.º 13, do Funchal, é novamente extinto, vindo a ser reorganizado<br />

em Vila Real, por mérito da reestruturação do <strong>Exército</strong> levada a cabo em 1931, no dia<br />

15 de Maio desse ano.<br />

No preâmbulo do Decreto que lhe dá origem, indica-se como motivo da criação da<br />

Unidade o facto de Vila Real se encontrar sem guarnição militar, com os resultantes inconvenientes<br />

para o serviço de recrutamento de militares, face à grande densidade populacional do<br />

Norte do País, e ainda à distância a percorrer pelas populações para o pagamento da taxa militar.<br />

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O R.I. 13 em Missões de Soberania em Angola e Moçambique<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Com o deflagrar da II Guerra Mundial, aumentaram as ameaças de invasão quer do território<br />

continental quer dos territórios insular e ultramarino. Apesar de secretos, era conhecida<br />

a existência de planos de invasão da Península Ibérica e da partilha de Angola e<br />

Moçambique, para além das pretensões de ocupação das ilhas atlânticas pelas potências aliadas.<br />

Tais ameaças levaram o Governo português a precaver-se e a tomar medidas que<br />

garantissem a integridade das províncias africanas, muito em particular, Angola e Moçambique.<br />

Levando em conta tais preocupações, o governo manda mobilizar várias unidades de escalão<br />

batalhão e companhia para estes territórios.<br />

O R.I. 13 participou nestas acções, em Moçambique, com uma companhia, e em<br />

Angola, com um batalhão expedicionário. A companhia destinada a Moçambique, comandada<br />

pelo capitão Francisco Robalo, foi inserida organicamente no Batalhão n.º 68, onde desembarca<br />

em 25 de Agosto de 1940, sendo destacada para a Beira. A sete de Março de 1944, aquele<br />

batalhão foi substituído por um batalhão do R.I. 10, regressando ao continente. Desembarcou<br />

em Lisboa no dia sete de Abril.<br />

Como resultado do substancial agravamento da situação internacional, em princípios de<br />

Junho de 1941, o governo manda organizar novos batalhões em quase todas as unidades,<br />

recebendo o R.I. 13 ordem para mobilizar um batalhão - o 1.º Batalhão Expedicionário - a quatro<br />

companhias, com destino a Angola. O Batalhão teria a constituição fixada pelos quadros<br />

orgânicos da Arma de Infantaria, isto é, Comando e Trem, 3 Companhias de Atiradores – sem<br />

as quatro secções de lança-granadas – e uma Companhia de Acompanhamento. As companhias<br />

orgânicas do Regimento servem de casco às companhias do “1.º Batalhão<br />

Expedicionário” e para estas são transferidos os oficiais, sargentos e praças necessários ao seu<br />

recompletamento.<br />

A 26 de Junho, apresentam-se as praças convocadas, e o Batalhão é alojado nos<br />

seguintes edifícios: o Comando e Trem, no quartel da Unidade e, mais tarde, no abarracamento<br />

do Calvário; a 1.ª Companhia de Atiradores, no Teatro Circo; e a Companhia de<br />

Acompanhamento, na Legião. O Batalhão permanece de Julho a Novembro nestes “aquartelamentos”,<br />

em intensa e aturada instrução.<br />

A 11 de Outubro, perante numeroso público, realiza-se no campo de jogos do “Sport<br />

Club” a cerimónia de bênção e entrega do guião ao 1.º Batalhão Expedicionário. Este assiste<br />

em formatura a uma missa campal rezada pelo Bispo da Diocese, na qual comparecem todas<br />

as autoridades civis e militares, ao que se segue a entrega solene do guião ao Batalhão, que,<br />

de seguida, desfila em continência diante do seu comandante de regimento. Pela forma como<br />

se apresentou ao embarque, foi conferido a este Batalhão Expedicionário o seguinte louvor:<br />

“...Manda o Governo da República Portuguesa pelo Ministério da Guerra louvar o Batalhão<br />

Expedicionário do Regimento de Infantaria 13, pela maneira disciplinada e digna com que se<br />

61<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

apresentou para o, embarque para as colónias em missão de soberania, dando pela firmeza<br />

revelada em todos os actos e pelo aprumo com que desfilou perante a população garantia segura<br />

de que saberá em toda a circunstância honrar a glória tradicional e o maior espírito militar do<br />

soldado transmontano...”<br />

O seu efectivo total era de 27 oficiais, 55 sargentos, 110 cabos e 676 soldados. Foi<br />

nomeado para seu comandante o major Manuel de Abreu Castelo Branco, que para esse fim foi<br />

transferido para o Regimento. Os primeiros elementos do batalhão chegam a Luanda no dia três<br />

de Fevereiro de 1942, e os últimos no dia dois de Março.<br />

As missões de soberania prosseguiram durante o ano de 1944. A 12 de Junho, o R.I.<br />

13 procedeu ao levantamento de um novo contingente expedicionário com um efectivo de 559<br />

militares, comandado pelo capitão Fernando Chaby, com destino a Angola, para onde embarcou<br />

no dia 14 do mesmo mês, para render os militares que tinham marchado em 1942.<br />

No dia 25 de Julho de 1944 regressaram a Vila Real 517 militares que integraram o<br />

primeiro contingente do 1.º Batalhão Expedicionário. Em Agosto do mesmo ano, é mobilizado<br />

um segundo contingente expedicionário, comandado pelo capitão José Júlio de Almeida, igualmente<br />

com destino a Angola, para onde parte no dia 25.<br />

Em 1943, após longas e duras negociações, o Governo português concedeu um certo<br />

número de facilidades às nações aliadas, permitindo-lhes o estabelecimento de bases aéreas<br />

no arquipélago dos Açores.<br />

Receando-se que, ao serem tornadas públicas essas negociações, a Alemanha<br />

reagisse e tentasse algum “golpe de mão” contra o território nacional, e na impossibilidade de<br />

defender o país em todas as fronteiras, o Governo português optou por organizar a defesa de<br />

Lisboa, concentrando as forças disponíveis ao redor da capital, de modo a poder resistir até<br />

receber oportunamente reforços, quer das nações aliadas quer do império.<br />

Para tal, contava com um Corpo de <strong>Exército</strong>, a três Divisões, cuja mobilização se<br />

começa a fazer em fins de Setembro. Cabe ao R.I. 13 contribuir para esta força com o Comando<br />

e Trem, uma Companhia anti-carro, um Batalhão de Infantaria e um Pelotão de Canhões - subunidades<br />

organizadas com base nos Quadros Orgânicos de Agosto de 1943 (tipo montanha), a<br />

qual fará parte da orgânica da 1.ª Divisão Mobilizada.<br />

A 30 de Setembro, começam a apresentar-se as praças convocadas, sendo alojadas<br />

em vários edifícios públicos e particulares requisitados para esse fim, visto o quartel não dispor<br />

de capacidade suficiente para alojar os cerca de 1400 militares mobilizados.<br />

A sua partida com destino à região do Cartaxo, local onde se concentrava a 1.ª Divisão,<br />

inicia-se a nove e dez de Outubro, regressando a Vila Real em princípios de Novembro. Os outros<br />

dois batalhões do R.I. 13 serão fornecidos pelos Batalhões de Caçadores 3 e 10. O R.I. 13<br />

foi comandado pelo coronel Alfredo Fernandes de Oliveira, expressamente nomeado para esse<br />

fim.<br />

62


O Novo Quartel<br />

Em 1941, a construção das infra-estruturas militares passou para o domínio do Ministério<br />

das Obras Públicas, sendo gerida por uma comissão mista constituída maioritariamente<br />

por militares, a CANIE, Comissão Administrativa das Novas Instalações para o <strong>Exército</strong>, a que<br />

se seguiu a CANIFA, para as Forças Armadas.<br />

Estas comissões foram responsáveis por uma importante campanha de construções de<br />

obras de raiz, como é o caso do aquartelamento hoje existente em Vila Real, onde se encontra<br />

instalado o R.I. 13. Esta política de construções militares inseria-se numa política mais geral de<br />

profundas remodelações no <strong>Exército</strong> português levadas a cabo por Fernando dos Santos Costa,<br />

que desde 1936 exercia as funções de Subsecretário de Estado da Guerra, e a partir de 1944,<br />

as de Ministro da Guerra.<br />

Em Setembro de 1941, os militares da guarnição de Vila Real<br />

ficam a saber através do então Diário do Governo que em breve seria<br />

construído um novo quartel para o nobre e glorioso Regimento de<br />

Infantaria 13. Passaram cerca de 11 anos desde o anúncio da construção<br />

até à inauguração das novas instalações, que ocorreu no dia<br />

15 de Junho de 1952, com a presença dos Ministros do <strong>Exército</strong> e das<br />

Comunidades.<br />

A cerimónia começou com a bênção do novo Estandarte do<br />

Regimento, seguindo-se uma missa solene na Sé Catedral da cidade,<br />

terminando com o desfile das tropas na Avenida Carvalho Araújo,<br />

empunhando o novo estandarte perante as entidades presentes e a<br />

população da cidade.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cerimónia de inauguração das novas instalações do RI13.<br />

Fonte: Jornal “A Voz de Trás-os-Montes”.<br />

Chefe Artur Costa: içou o<br />

Estandarte Nacional na inauguração<br />

do quartel e nas<br />

comemorações dos 50 anos.<br />

63<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Na Ordem do Regimento n.º 169, de 17 de Junho de 1952, o Comandante, coronel<br />

Francisco F. Pereira da Costa, manda publicar a seguinte mensagem:<br />

“…Foi inaugurado o nosso novo Quartel que vamos ocupar e que a partir desta data a<br />

Nação confiou à nossa guarda. Este edifício custou em dinheiro e sacrifícios de toda a ordem<br />

uma soma considerável que convém ter sempre bem presente. Reconhecemos francamente<br />

que o Governo do País, neste anseio de renovação e restauração nacional, não esqueceu nem<br />

esquece os seus servidores criando-lhes e fornecendo-lhes instalações sadias, condignas e até<br />

luxuosas. O conforto entre o quartel que dentro de poucos dias deixaremos e aquele que vamos<br />

ocupar falará melhor que as palavras, e a todos nós se impõe a obrigação moral, o imperioso<br />

dever de o conservar, estimar e respeitar fazendo os melhores esforços para o manter tal como<br />

nos foi entregue...convencido de que assim será espero da parte de todos os sr. oficiais, sargentos<br />

e praças que saibam corresponder dignamente ao carinhoso interesse do Governo da<br />

Nação conservando-o sempre rigorosamente limpo e asseado, única maneira de testemunharmos<br />

a nossa gratidão por tão bonito e rico empreendimento...”<br />

O quartel foi<br />

beneficiando de diversos<br />

melhoramentos<br />

ao longo dos anos. À<br />

data da publicação<br />

deste documento é<br />

composto por oito<br />

casernas (inicialmente<br />

só tinha seis), edifício<br />

de comando, enfermaria,<br />

messes de oficiais<br />

e sargentos,<br />

refeitório/cozinha,<br />

edifícios para<br />

arrecadações, par-<br />

Vista aérea do quartel do R.I. 13, por volta dos anos sessenta.<br />

ques e oficinas auto,<br />

várias pistas de combate, uma carreira de tiro reduzida e uma sala de simulação de tiro anticarro.<br />

Para apoio à educação física, dispõe ainda de um pavilhão gimnodesportivo, um campo<br />

de ténis, um campo polivalente e um campo de futebol. Possui também um edifício onde eram<br />

ministradas as aulas regimentais, actualmente utilizado como depósito, uma vez que aquelas<br />

terminaram na década de oitenta. Em 2004, uma parte das suas instalações foi preparada para<br />

acolher um Centro Temporário de Divulgação do Dia da Defesa Nacional.<br />

O quartel dispõe ainda de uma parada, à qual se deu o nome de La Lys em memória<br />

dos combatentes do Regimento que participaram nessa batalha. Exteriormente, num raio de um<br />

quilómetro, dispõe de uma carreira de tiro de trezentos metros, na região da Borbela, e de um<br />

campo militar com 41 hectares. Nas redondezas, existem excelentes áreas de instrução e<br />

treino, como sejam a Serra do Marão, o Coito do Gestoso, S. Bento, Serra da Padrela e Serra<br />

da Falperra, onde se pode efectuar fogo real de armas pesadas.<br />

64


O R.I. 13 na Guerra do Ultramar<br />

Em resposta à alteração da situação política e militar nas províncias ultramarinas, no início<br />

da década de sessenta, muito em particular em Angola e na Guiné, o Governo português<br />

fez de imediato mobilizar e embarcar forças militares para aquelas províncias. A 15 de<br />

Maio de 1961, o R.I. 13 organiza a Companhia 153, para integrar o Batalhão de Caçadores 237,<br />

com destino à província da Guiné, para a qual<br />

embarcou no dia 27 do mesmo mês. Esta companhia<br />

desenvolveu a sua actividade operacional<br />

fundamentalmente nas regiões de Bissau<br />

e Fulacunda.<br />

Companhia de Caçadores 95: chegada à estação de<br />

Vila Real para embarque (1961).<br />

Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves.<br />

sitivo do Batalhão de Caçadores 237. Procuravase<br />

com este dispositivo realizar acções de segurança<br />

e de controlo das populações que impedissem<br />

a instalação de elementos inimigos na zona.<br />

A Companhia destacou um pelotão que<br />

ocupou militarmente Empada, onde se manteve<br />

até ser substituído por forças da Companhia de<br />

Caçadores 84, a 23 de Fevereiro de 1962; manteve<br />

ainda, por períodos variáveis, forças destacadas<br />

em Cufar, Catió e Bolama.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A Companhia ficou inicialmente colocada<br />

em Bissau sendo, posteriormente, a 26 Julho de<br />

1961, colocada em Falacunda, uma região ocupada<br />

militarmente, pela primeira vez, por forças<br />

nacionais, numa operação integrada no dispo-<br />

Companhia de Caçadores 95: embarque no comboio<br />

da CP em Vila Real (1961).<br />

Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves.<br />

A sete de Fevereiro de 1963, a<br />

Companhia foi rendida pela<br />

Companhia de Caçadores 274,<br />

tendo sido colocada em Bissau,<br />

onde, com o objectivo de cooperar<br />

na segurança e protecção das instalações<br />

e das populações, substituiu,<br />

a 11 de Fevereiro de 1962, a<br />

Companhia de Caçadores 74. A 21<br />

de Julho de 1963, foi substituída em<br />

Companhia de Caçadores 95: colocação de um mastro para içar a<br />

Bissau pela Companhia de<br />

Bandeira Nacional.<br />

Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. Caçadores 510, regressando a Vila<br />

Real no dia 31 de Julho de 1963. Os actos meritórios desta Companhia no desempenho das<br />

suas missões foram objecto de devido louvor.<br />

65<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A sete de Junho de 1961, foram organizados no R.I. 13 o Comando e Companhia de<br />

Comando do Batalhão de Caçadores n.º 185, cuja unidade de concentração das forças se<br />

encontrava em Viana do Castelo.<br />

66<br />

Tinha como destino a província de<br />

Angola, para onde partiu a 28 Julho 1961<br />

e onde prestou serviço durante dois anos<br />

nas regiões de Luanda, Malange e C. Vale<br />

Lage. Regressou a Vila Real, após<br />

cumprida a sua missão, a 14 de Novembro<br />

de 1963.<br />

A 24 de Julho de 1961, marchou para<br />

Lisboa a fim de embarcar para Angola, o<br />

Companhia de Caçadores 95: Ambriz - Guarda Honra. Pelotão de Morteiros n.º 23, o qual desen-<br />

Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves.<br />

volveu a sua actividade operacional nas<br />

regiões de Luanda, S. Salvador, Sazaire e Cabinda. Regressou a Vila Real a dois de Dezembro<br />

de 1963.<br />

Em Agosto, o R.I. 13 contribui mais uma vez com uma companhia para o esforço de<br />

guerra, desta feita com a Companhia de Caçadores 95, que integrou o Batalhão de Caçadores<br />

92, com destino a Angola, de onde regressou a três de Maio de 1963. Teve como teatro de operações<br />

(TO) as regiões do Negage, Huamba, Massau,<br />

Ambriz e Tabi.<br />

Todas estas Unidades Expedicionárias foram recebidas<br />

entusiasticamente pelas autoridades e habitantes da<br />

capital de Trás-os-Montes. O “Jornal do <strong>Exército</strong>” n.º 35-36<br />

descrevia nas suas páginas o R.I. 13 como “… sempre presente<br />

na defesa da integridade do solo nacional…é esta a<br />

jornada honrosa de que se orgulha a Infantaria do Marão,<br />

que recruta os seus soldados entre a gente boa, humilde,<br />

ordeira, obediente e com fé em Deus das plagas transmontanas…”<br />

Companhia de Caçadores 95: Negage<br />

Secção de Vigia e defesa.<br />

Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves.<br />

Em 1964, é atribuída ao R.I.13 a missão de “Centro de Instrução Básica”. Deixa de<br />

mobilizar unidades constituídas e passa a ter a responsabilidade de prestar formação militar aos<br />

milhares de portugueses que eram convocados a prestar serviço militar.<br />

Ao longo dos cerca de dez anos, desde 1964 a 1974, em que cumpriu essa missão, o<br />

R.I.13 formou mais de 69.000 cidadãos, em quatro incorporações anuais, destinados, na sua<br />

maioria, a prestar serviço nas antigas colónias. Esta missão de formação militar não se confinava<br />

apenas à escola de recrutas, mas incluía também a realização de inúmeros cursos para a<br />

formação de cabos. Para além desta missão, o R.I. 13 também serviu como local de concentração<br />

de unidades constituídas que aguardavam a ordem de embarque.


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Em Agosto de 1972, a Câmara Municipal de Vila Real, conhecedora do trabalho desenvolvido<br />

pelo R.I. 13 em prol da cidade e no auxílio e apoio às populações da região, deliberou<br />

atribuir-lhe a “Medalha de Ouro da Cidade”.<br />

Aprovada por unanimidade e aclamação, em reunião extraordinária da Câmara<br />

Municipal do dia 31 de Agosto de 1972, a atribuição da condecoração teve por base toda a<br />

história gloriosa do Regimento, assim como a qualidade da sua relação com a cidade, manifestada<br />

“…pela fraternidade, pela cortesia e colaboração…integração perfeita do Regimento<br />

nas preocupações e anseios da população de que faz parte…”.<br />

Acta de sessão de extraordinária da Câmara Municipal de Vila Real, realizada no<br />

dia 31 de Agosto de 1972.<br />

Fonte: Arquivo Distrital de Vila Real.<br />

67<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O 25 de Abril de 1974 e as Décadas de Setenta e Oitenta<br />

A25 de Abril de 1974, o R.I. 13 aderiu<br />

ao Movimento das Forças Armadas<br />

(MFA), o qual derrubou o regime ditatorial<br />

vigente, implementou a democracia e<br />

devolveu a liberdade ao Povo português.<br />

Participou na revolução com duas companhias<br />

de atiradores do encargo operacional,<br />

as quais ficaram à ordem do Posto de<br />

Comando do Norte, do MFA. Estas forças<br />

tinham como missão actuar em toda a zona<br />

de acção, com prioridade para a cidade do<br />

Porto.<br />

Todavia, o sucesso rapidamente<br />

alcançado pelas forças leais ao MFA na<br />

cidade do Porto, nomeadamente na neutralização<br />

do quartel-general e das instalações<br />

da PIDE, tornou dispensável a deslocação<br />

das companhias do R.I. 13. Estas mantiveram-se<br />

aquarteladas nas suas instalações,<br />

em estado de prontidão, acompanhando o<br />

evoluir da situação no País.<br />

Após o dia 25 de Abril, o R.I. 13 desenvolveu as seguintes acções: garantiu, na sua<br />

zona de acção, a segurança das populações e assegurou que as transformações resultantes da<br />

revolução de natureza política, económica, social e cultural seguissem o seu curso normal;<br />

deslocou uma Companhia de Atiradores para a guarnição do Porto, com a missão de garantir a<br />

segurança na cadeia de Custóias, local onde se encontravam presos os agentes da PIDE;<br />

desenvolveu acções de esclarecimento junto das populações, as designadas “campanhas de<br />

dinamização cultural”, com o objectivo de divulgar o programa do MFA; e colaborou no desenvolvimento,<br />

a nível local, do processo de democratização, em especial na destituição do<br />

Presidente da Câmara de Murça, e na tomada de posse do novo Presidente, deslocando uma<br />

companhia de atiradores para a periferia de Vila Real, com a finalidade de evitar que a população<br />

hostil à destituição do antigo Presidente se deslocasse em massa para a cidade.<br />

Com a reorganização territorial do <strong>Exército</strong> levada a cabo em Março de 1975, o R.I. 13<br />

passa a designar-se, a partir de um de Maio de 1975, Regimento Infantaria de Vila Real (RIVR).<br />

Como resultado desta reorganização, o RIVR passa a ter dois destacamentos com sedes,<br />

respectivamente, na cidade de Chaves e na cidade de Bragança, designados por Destacamento<br />

de Chaves do Regimento de Infantaria de Vila Real, e Destacamento de Bragança do<br />

Regimento de Infantaria de Vila Real. Com as reorganizações do <strong>Exército</strong> de 1977 e de 1980,<br />

respectivamente, os Destacamentos de Chaves e de Bragança do R.I. de Vila Real, são extintos.<br />

68<br />

Manifestação junto ao Monumento a Carvalho Araújo.<br />

Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida.


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A quatro de Maio de 1977, é oficialmente extinto o Destacamento de Chaves, mas a<br />

responsabilidade administrativa do RIVR sobre aquele Destacamento já tinha cessado em 31<br />

de Dezembro de 1976. A 20 de Setembro de 1980, é extinto o Destacamento de Bragança, com<br />

efeitos retroactivos desde 30 de Novembro de 1978. A designação de Regimento de Infantaria<br />

de Vila Real manteve-se até 1993, altura em que volta à anterior designação de Regimento de<br />

Infantaria n.º 13, nome que se mantém até aos dias de hoje.<br />

Manifestação de apoio ao movimento militar de 25 de Abril de 1974, junto ao Monumento a<br />

Carvalho Araújo.<br />

Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida.<br />

Com o fim da Guerra do Ultramar, é atribuído ao R.I. 13 um encargo de instrução, continuando<br />

a incorporar e a formar gerações de jovens, e um encargo operacional. Na década de<br />

oitenta, o R.I. 13 era constituído por um Batalhão Operacional (menos), um Batalhão de<br />

Instrução e uma Companhia de Comando e Serviços.<br />

No âmbito territorial tinha por missão: (1) instruir o contingente que para o efeito lhe<br />

fosse destinado incorporar (duas Companhias de Instrução, no máximo três, num total de 450<br />

homens); (2) organizar, treinar, manter e apoiar as forças que constituem o seu encargo operacional<br />

permanente, de modo a que estejam prontas a intervir nos prazos que lhe forem fixados<br />

superiormente; e quando superiormente determinado, proceder à mobilização e treino das<br />

forças julgadas necessárias.<br />

No âmbito da organização de campanha, o R.I. 13 tinha atribuída a missão de planear<br />

e conduzir as acções que lhe fossem confiadas superiormente. Quando, por acção do inimigo,<br />

fosse afectada a cadeia de comando, teria de desenvolver, por iniciativa própria, acções de<br />

defesa utilizando processos convencionais, ou irregulares, quando tal fosse determinado pelos<br />

órgãos de soberania. Sem prejuízo das tarefas anteriores, e de acordo com o estabelecido na<br />

lei em vigor, estava incumbido de colaborar nas acções desenvolvidas pelo serviço nacional<br />

competente contra os efeitos de catástrofes ou calamidades públicas, ou melhoria da qualidade<br />

de vida das populações.<br />

69<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A Década de Noventa<br />

Nos anos noventa, o <strong>Exército</strong> envolve-se num processo de reestruturação cuja implementação<br />

se prolonga por quase toda a década. A nova Lei do Serviço Militar que reduz para<br />

quatro meses a duração do Serviço Militar Obrigatório e introduz os regimes de Contrato e<br />

Voluntariado (RC/RV), assim como a Lei Orgânica do <strong>Exército</strong>, introduzem dados novos na<br />

equação. Ao contrário de outras unidades, o regime de voluntariado nunca trouxe problemas ao<br />

R.I. 13, bem pelo contrário. Também não seria afectado pelo regime de concentrações, desactivação<br />

e extinção de unidades levado a cabo durante a década de noventa, sobretudo na sua<br />

primeira metade.<br />

A partir de Dezembro de 1992, o R.I. 13 passa a contribuir com o seu encargo operacional,<br />

ou seja, um Batalhão de Infantaria (BI), para a Brigada Ligeira de Intervenção (BLI), criada<br />

a um de Junho desse ano, no âmbito da reorganização do Sistema de Forças de Médio<br />

Prazo.<br />

Em 1993, a missão do R.I. 13 foi revista, passando a: ministrar instrução aos efectivos<br />

que lhe forem atribuídos; organizar, treinar e manter as Forças Operacionais que lhe forem fixadas;<br />

preparar e executar a Convocação e Mobilização Militar dos cidadãos na situação de<br />

Reserva de Disponibilidade e organizar Subunidades Operacionais para satisfazer as necessidades<br />

do Sistema de Forças Terrestre, conforme lhe for determinado; participar na defesa<br />

terrestre do Território Nacional, de acordo com as missões que lhe forem cometidas em planos<br />

operacionais; cumprir outras missões ou realizar outras tarefas que lhe forem cometidas superiormente,<br />

de acordo com a legislação em vigor; organizar, preparar e aprontar o 1.º Batalhão<br />

de Infantaria da BLI, para projecção em missões no exterior. No rescaldo desta reorganização,<br />

o Batalhão de Comando e Serviços deixa de existir. O R.I. 13 passa a contemplar na sua orgânica<br />

apenas uma Companhia de Comando e Serviços, para além de um Batalhão de Instrução e<br />

de um Batalhão de Infantaria.<br />

No início de 1999, o Batalhão de Infantaria sobe à categoria de Força Operacional de<br />

Projecção do <strong>Exército</strong> (FOPE). A criação da FOPE reporta-se ao despacho n.º 317/CEME/98, o<br />

qual estruturava a componente operacional do <strong>Exército</strong> em três níveis: Forças de Projecção<br />

(FOPE); Forças de Reserva do <strong>Exército</strong> (FORES); e Forças de Reforço, por convocação e<br />

mobilização (FOREF).<br />

A FOPE surge no contexto da regionalização das operações de manutenção da paz,<br />

isto é, da crescente tendência para as organizações regionais de segurança, designadamente<br />

a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), serem chamadas a intervir militarmente<br />

em missões de apoio à paz, recorrendo à constituição de forças multinacionais em que se torna<br />

vital encurtar o tempo de resposta nacional sempre que seja solicitado a Portugal a participação<br />

nestas missões. Pretendeu-se ainda com a criação da FOPE passar-se a dispor de forças<br />

dotadas de alta flexibilidade, capazes de responder ao grande espectro de tipologias e diversidade<br />

das missões de paz.<br />

70<br />

A partir de 1999, no âmbito operacional e territorial e no contexto da criação da FOPE, a


missão do R.I. 13 foi novamente reformulada. Passava a ter como responsabilidades atribuídas:<br />

organizar, treinar e manter o encargo operacional do 1.º BI, para a BLI, no âmbito das FOP; convocar<br />

e mobilizar a 3.ª Companhia de Atiradores para complemento do 1.º BI, da BLI, e levan-<br />

Nevão na cidade de Vila Real.<br />

tar o 3.º BI, da BLI. Para além disso, competia ainda ao R.I. 13 convocar e mobilizar o 3.º BI, da<br />

Brigada de Defesa Territorial Norte; participar na defesa terrestre do Território Nacional; efectuar<br />

missões de apoio, de acordo com a legislação existente e as orientações superiores, no<br />

âmbito da protecção civil.<br />

A acção do R.I. 13 no<br />

apoio à protecção civil revelou<br />

ser de extrema importância.<br />

Destacam-se, entre outras actividades,<br />

aquelas levadas a cabo<br />

no âmbito do Plano “Aluvião<br />

Norte”, durante as cheias do rio<br />

Douro, e nos nevões que assolam<br />

frequentemente a região<br />

durante o período de Inverno; e a<br />

colaboração na prevenção e no<br />

combate a incêndios através dos<br />

Patrulha motorizada na vigilância aos incêndios.<br />

inúmeros patrulhamentos das<br />

zonas florestais, não só no distrito de Vila Real mas também no distrito de Bragança.<br />

Ainda no âmbito específico<br />

do apoio às populações, cabe<br />

destacar, entre outras actividades,<br />

a colaboração: no fornecimento de<br />

água a várias povoações isoladas<br />

do concelho de Vila Real, vítimas<br />

da aridez dos verões transmontanos;<br />

na remoção de viaturas<br />

com o pronto-socorro da Unidade;<br />

na realização de obras em aldeias<br />

mais carentes, através da cedência<br />

de viaturas pesadas; no alojamento<br />

de famílias afectadas pelas<br />

cheias e pelos temporais, etc.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Formação técnica dos militares no âmbito do combate aos incêndios.<br />

71<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cabe ainda salientar a participação de equipas do R.I. 13 em simulacros de acidentes<br />

e catástrofes, sendo de destacar, por exemplo, o exercício “Petrex 01”, no Itinerário Principal n.º<br />

4 (IP 4), o qual teve por objectivo treinar o<br />

Plano Municipal de Emergência, o Plano<br />

de Emergência Especial para Matérias<br />

Perigosas e o Plano Externo do Hospital<br />

de S. Pedro, tendo sido empregues e testados<br />

os meios de socorro de várias entidades<br />

regionais.<br />

No início de 1998, na sequência dos<br />

diversos cortes orçamentais nos gastos<br />

Exercício “Petrex 01”, Treino do Plano Municipal de Emergência<br />

(IP4).<br />

com as Forças Armadas, o R.I. 13 deixou<br />

de ter organicamente um Batalhão de Instrução a duas companhias, para passar a ter apenas<br />

uma Companhia de Instrução. Ao longo da<br />

década de noventa, o R.I. 13 participou<br />

com o seu Encargo Operacional em múltiplos<br />

exercícios regionais, nacionais e<br />

estrangeiros, os quais contribuíram significativamente<br />

para melhorar a proficiência<br />

dos seus quadros e das suas praças.<br />

Salienta-se a participação nos exercícios<br />

das séries “Viriato”, “Frente Norte”,<br />

“Fronteira”, “Sagitário”, e “Orion”, para<br />

Exercício “Petrex 01” - Lavagem da via (IP4).<br />

além da participação no exercício<br />

Cooperative Determination 97, na Roménia, e do apoio ao exercício Strong Resolve, em 1998,<br />

um dos exercícios de maior envergadura alguma vez efectuado pela OTAN.<br />

Exercício “Strong Resolve” (1998).<br />

72<br />

O exercício Strong Resolve tinha por<br />

objectivo testar a capacidade da Aliança<br />

Atlântica na condução simultânea de operações<br />

em dois cenários de crises diferentes,<br />

um ao abrigo do artigo V, do<br />

Tratado da Aliança, e outro de Operações<br />

de Apoio à Paz. Foram envolvidas no exercício<br />

a quase totalidade das componentes operacionais<br />

e territoriais do <strong>Exército</strong>, esta última no<br />

âmbito do Apoio de Nação Hospedeira.<br />

Para cumprir as missões da componente de Operações Especiais (CJSOTF) foi estruturado<br />

um comando a bordo de um navio da Marinha americana, tendo as suas forças e meios<br />

sido posicionados numa Intermediate Staging Base (ISB), em Vila Real. Esta modalidade de<br />

comando exigiu da parte de todos os intervenientes um esforço acrescido no controlo, coordenação<br />

e sincronização das missões a serem executadas. Apesar dos meios aéreos serem<br />

orgânicos do CJSOTF, foi necessária uma grande coordenação entre o Special Operations<br />

Liaison Element (SOLE), a bordo do navio, e o Tactical Air Control Party (TACP), em Vila Real.


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

No que respeita à cooperação bilateral entre os <strong>Exército</strong>s de Portugal e de Espanha,<br />

inserida nas Conferências dos Estados-Maiores Peninsulares, destaca-se o exercício<br />

“Fronteira”, que se realiza anualmente e alternadamente em cada um dos países, sendo nos<br />

anos pares em Espanha e nos anos ímpares em Portugal. São exercícios do tipo FTX/LIVEX,<br />

onde prevalecem temas de acções convencionais, tanto defensivas como ofensivas. Durante a<br />

realização dos exercícios, são desenvolvidas diversas actividades de treino cruzado, das quais<br />

se destaca o tiro com o armamento de ambos os exércitos, tanto na carreira de tiro reduzida<br />

como na de 300 metros.<br />

Terá certamente contribuído<br />

decisivamente para a<br />

escolha desta Unidade do<br />

<strong>Exército</strong> e desta região para a<br />

realização destes exercícios, e<br />

bem assim para o treino e<br />

preparação de Forças Nacionais<br />

Destacadas (FND), a excelência<br />

das condições existentes,<br />

nomeadamente: um aeródromo<br />

com uma pista de 950 metros, a<br />

qual permite a aterragem de<br />

aeronaves militares; aldeias<br />

abandonadas onde se pode Exercício “Fronteira”.<br />

praticar o combate em áreas edificadas; extensas zonas de floresta e a rede estradal que as serve.<br />

Foi no contexto das FND que se centrou a maior preocupação operacional da Unidade,<br />

tanto nos últimos anos da década de noventa como nos poucos anos decorridos no século <strong>XX</strong>I.<br />

De Julho de 1998 a Junho de 2004, foi dada ao R.I. 13 a missão de organizar e aprontar quatro<br />

forças de escalão Batalhão, as quais foram empregues fora do Território Nacional, tanto no<br />

âmbito da ONU como da<br />

OTAN: o Agrupamento Alfa (de<br />

15 de Julho de 1998 a 12 de<br />

Janeiro de 1999), empregue no<br />

TO da Bósnia-Hergovina; o<br />

Agrupamento Charlie (de 11 de<br />

Fevereiro a 11 de Agosto de<br />

2000), empregue no TO do<br />

Kosovo; o 1.º Batalhão de<br />

Infantaria (de 12 de Outubro de<br />

2001 a 9 de Junho de 2002) e o<br />

Agrupamento Hotel (de 24 de<br />

Janeiro a 11 de Junho de<br />

2004), ambos empregues no<br />

Exercício “Fronteira” - Treino Cruzado.<br />

TO de Timor-Leste.<br />

73<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

AGRUPAMENTO ALFA (15 de Julho de 1998 a 12 de Janeiro de 1999)<br />

A14 de Dezembro de 1995, foi assinado em Paris o Acordo de Paz para a<br />

Bósnia-Herzegovina, o qual ficou conhecido como Acordo de Dayton. Com base na<br />

Resolução n.º 1031, do Conselho de Segurança da ONU, a OTAN foi mandatada, pelo período<br />

de um ano, para implementar os aspectos militares do Acordo de Paz, tendo para tal sido levantada<br />

uma força multinacional, sob o comando da OTAN, chamada Força de Implementação<br />

(IFOR), a qual iniciou a sua missão a 20 de Dezembro de 1995.<br />

Agrupamento ALFA: Posição de Zahrid.<br />

Agrupamento ALFA: Posto telecomunicações,<br />

Jabuca.<br />

74<br />

Nos finais de 1996, uma nova Resolução do Conselho<br />

de Segurança da ONU concluía pela necessidade de manter<br />

uma presença militar no terreno, embora mais reduzida, para<br />

garantir a estabilidade necessária à consolidação da paz,<br />

alargando o mandato da OTAN.<br />

Assim, no dia 20 de Dezembro de 1996, a IFOR dá<br />

lugar à SFOR (Stabilization Force), e à operação Joint<br />

Endeavour sucede a operação Joint Guard / Joint Forge. É no<br />

âmbito desta última força que se insere o Agrupamento ALFA,<br />

o qual vai integrar a Brigada Multinacional Norte (BMN).<br />

Através da Directiva Operacional n.º 5/CEME/98, foi<br />

atribuída à BLI a responsabilidade de coordenar, planear e<br />

executar o aprontamento de uma unidade de escalão batalhão,<br />

a qual escolheu o R.I. 13 para levar a efeito essa missão.<br />

Esta escolha teve em conta o facto de este Regimento se encontrar implantado numa<br />

região cuja orografia e o clima se aproximava das existentes no TO da Bósnia-Herzegovina.<br />

O Agrupamento ALFA era constituído por uma Companhia de Comando e Serviços, uma<br />

Companhia de Atiradores e um Esquadrão de Reconhecimento, num efectivo total de 321 militares,<br />

e foi comandado pelo Tenente-Coronel Alberto Augusto Pires Nunes. Foram reunidas,<br />

pela primeira vez, para este tipo de missão, subunidades de Infantaria e Cavalaria.<br />

No âmbito do aprontamento do Agrupamento ALFA, foram realizados vários exercícios,<br />

dos quais se destacam dois: o exercício “BLI 981”, que decorreu de 27 de Abril a 8 de Maio de<br />

1998, no Campo Militar de Santa Margarida.<br />

Este exercício tinha por finalidade treinar os aspectos operacionais específicos das<br />

Operações de Apoio à Paz, utilizando para o efeito as instalações do Centro de Instrução e<br />

Treino para Operações de Apoio à Paz (CITOAP); e o exercício “HERMES 98”, que decorreu na<br />

região da Serra da Padrela, próximo de Vila Pouca de Aguiar, de 31 de Maio a 6 de Junho de<br />

1998, com o qual se deu por concluído o aprontamento do Agrupamento ALFA.


Estacionado em Rogatica e Vitkovic, o Agrupamento ALFA tinha por missão controlar o<br />

seu sector através de acções de patrulhamento e postos de controlo temporários, tendo em<br />

vista assegurar a liberdade de movimentos e verificar a existência de armamento fora das áreas<br />

autorizadas. Tinha por divisa “Adivinhar Perigos e Evitá-los”.<br />

Agrupamento ALFA: patrulhamento em viaturas “Chaimite”.<br />

Agrupamento ALFA: Acampamento em Sotrin.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

75<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

76<br />

Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro.<br />

Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro.<br />

Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro.


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Por altura das comemorações do cinquentenário da inauguração das instalações do actual<br />

quartel, a 15 de Junho de 2002, o R.I. 13 foi condecorado com a Medalha de Ouro de<br />

Serviços Distintos.<br />

No preâmbulo da Portaria de atribuição desta medalha faz-se referência ao passado<br />

glorioso do Regimento, à sua acção na batalha de La Lys, às missões de soberania em<br />

Moçambique e Angola, ao relacionamento e à mútua colaboração com as autoridades civis e<br />

organismos públicos e privados da região, assim como ao empenho, à organização, à<br />

preparação e treino das Forças Nacionais Destacadas, nos diversos teatros de operações.<br />

Como já referido, foi neste domínio que se centrou a actividade operacional do Regimento nos<br />

curtos quatro anos decorridos no século <strong>XX</strong>I.<br />

77<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

AGRUPAMENTO CHARLIE (11 de Fevereiro a 11 de Agosto de 2000)<br />

Na sequência do fracasso das negociações entre representantes da Jugoslávia e da minoria<br />

albanesa do Kosovo, que tiveram lugar em Rambouillet, nas proximidades de Paris,<br />

de 6 a 23 de Fevereiro, e da recusa de Milosevic em cumprir as imposições que lhe eram determinadas,<br />

o Conselho do Atlântico Norte autoriza o Secretário-Geral da OTAN, Javier Solana, a<br />

desencadear um ataque aéreo à Jugoslávia. A 23 de Março de 1999, inicia-se a operação Allied<br />

Force, a qual durou 78 dias e contou com a participação de 13 países da OTAN, sob a direcção<br />

dos Estados Unidos da América.<br />

Agrupamento CHARLIE: posto de comando em Klina.<br />

78<br />

A operação foi dada por concluída<br />

após ter sido confirmada a retirada<br />

das Forças Sérvias do Kosovo, dentro<br />

dos 11 dias previstos no Military<br />

Technical Arrangement (MTA), assinado<br />

a 9 de Junho de 1999, pelo comandante<br />

militar Jugoslavo.<br />

A província do Kosovo passou<br />

a ser ocupada por uma força internacional<br />

de Paz – a KFOR, obrigando,<br />

assim, Belgrado a retirar as suas tropas<br />

do Kosovo. Uma vez terminada a operação<br />

Allied Force, a 10 de Junho,<br />

seguiu-se a operação Joint Guardian,<br />

nos termos da Resolução n.º 1244 do<br />

Conselho de Segurança da ONU e do<br />

MTA. É no âmbito desta operação que o<br />

Agrupamento Charlie foi empregue.<br />

O Agrupamento CHARLIE foi<br />

criado nos termos do Despacho n.º<br />

183/CEME/99, o qual designa o R.I. 13<br />

como unidade concentradora da Força.<br />

Para a sua constituição concorreu o 1.º<br />

BI, com o Comando, a Companhia de<br />

Comando e Serviços e uma Companhia<br />

de Atiradores, recebendo um Esquadrão de Reconhecimento, do Regimento de Cavalaria 6,<br />

num efectivo total de 295 militares, tendo sido comandado pelo Tenente-Coronel António Manuel<br />

Felícia Rebelo Teixeira.<br />

Agrupamento CHARLIE: entrega de ajuda humanitária.<br />

No âmbito do aprontamento do Agrupamento CHARLIE foram realizados vários exercícios,<br />

dos quais se destacam dois: o exercício “BLI-993”, entre 15 e 26 de Novembro de 1999,<br />

no Campo Militar de Santa Margarida, com o apoio de unidades da Brigada Mista Independente<br />

e do CITOAP; e o exercício “Hermes 00/01”, que decorreu de 7 a 12 de Janeiro de 2000, na


Serra da Padrela, nas proximidades de Vila Pouca de Aguiar. Este exercício teve por finalidade<br />

avaliar colectivamente o estado de prontidão e eficácia do Agrupamento. A cerimónia de entrega<br />

do Estandarte Nacional ao Agrupamento CHARLIE teve lugar a 14 de Janeiro de 2000, no<br />

Largo da Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real.<br />

A 11 de Fevereiro, o Agrupamento CHARLIE assume formalmente a responsabilidade<br />

pela área atribuída, ocupando o aquartelamento “D. Afonso Henriques”, em Klina, e assume a<br />

designação de Task Force PEGASUS, inserido na Brigada Multinacional Oeste (MNBW).<br />

A partir de 10 de Maio de 2000,<br />

foram-lhe atribuídas as seguintes responsabilidades:<br />

monitorizar e impor o cumprimento<br />

dos acordos ratificados (MTA e<br />

Undertaking); reagir contra qualquer violação<br />

para restabelecer o cumprimento<br />

dos acordos ratificados; garantir uma presença<br />

permanente em toda a Área de<br />

Responsabilidade, com o objectivo de<br />

criar um ambiente seguro a todos os grupos<br />

étnicos; e garantir a liberdade de<br />

movimentos na sua Área de<br />

Responsabilidade.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Agrupamento CHARLIE: Companhia de Atiradores Mecanizada na travessia de um curso de água.<br />

Agrupamento CHARLIE: posto de controlo guarnecido pelo<br />

Esquadrão de Reconhecimento.<br />

Competia-lhe ainda: controlar as vilas de Klina e de Zlokucane; estabelecer e manter<br />

medidas de segurança contra ataques de morteiro dirigidos ao mosteiro de Budisavci, ou outros<br />

locais religiosos, culturais ou políticos; estabelecer e manter a ligação com as autoridades<br />

locais e organizações internacionais; apoiar o regresso da minoria Sérvia; colaborar com a<br />

UNMIK no processo de transformação do <strong>Exército</strong> de Libertação do Kosovo, e no estabelecimento<br />

e manutenção da lei e da ordem pública; e prestar ajuda humanitária, sempre que<br />

necessário. O regresso a Portugal e a Vila Real aconteceu a 18 de Agosto de 2000. Tinha por<br />

divisa “Braço Forte de Gente Sublimada”.<br />

79<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

1.º BATALHÃO DE INFANTARIA (12 de Outubro de 2001 a 9 de Junho de 2002)<br />

A<br />

seguir ao acordo de cinco de Maio de 1999 entre a Indonésia e Portugal, os dois governos<br />

depositaram no Secretário-geral da ONU a responsabilidade de organizar e conduzir<br />

uma consulta popular para decidir sobre o futuro de Timor-Leste. O Conselho de Segurança da<br />

ONU autorizou o envio de uma missão (UNAMET) para o território, com o objectivo de preparar<br />

o acto eleitoral.<br />

1º Batalhão de Infantaria: patrulha de nomadização.<br />

Uma vez contida a violência,<br />

restaurada a ordem e<br />

criado um ambiente seguro para<br />

o trabalho das agências civis, o<br />

Conselho de Segurança adoptou,<br />

a 25 de Outubro de 1999,<br />

uma nova Resolução estabelecendo<br />

uma nova operação da<br />

ONU no território, a UNTAET<br />

(United Nations Transitional<br />

Administration in East Timor), a<br />

qual entrou em funcionamento a<br />

28 de Fevereiro de 2000.<br />

80<br />

1º Batalhão de Infantaria: patrulha motorizada.<br />

Após o referendo, a 30 de<br />

Agosto de 1999, no qual 78,5 por<br />

cento da população votou pela independência,<br />

o território foi varrido por<br />

uma tremenda onda de violência levada<br />

a cabo por milícias locais,<br />

apadrinhadas por Jacarta. Para a<br />

conter rápida e decisivamente e<br />

restabelecer a ordem, o Conselho de<br />

Segurança autorizou o envio para o<br />

território de uma força liderada pela<br />

Austrália (INTERFET).<br />

A componente militar desta missão era constituída pela Peacekeeping Force (PKF), a<br />

qual tinha por missão apoiar a manutenção de um ambiente seguro em Timor-Leste; apoiar a<br />

UNTAET na realização de eleições livres e democráticas, e apoiar a ETTA (East Timor<br />

Transitiorial Administration), dentro das suas capacidades, no desenvolvimento de organizações<br />

e infra-estruturas sustentadas. Foi no âmbito destas missões atribuídas à PKF que o 1.º BI seria<br />

empregue.


O empenhamento daquela unidade em Timor-Leste realizou-se nos termos do despacho<br />

141/CEME/1999, tendo sido designado o R.I. 13 como Unidade de concentração,<br />

preparação e treino. Este Batalhão, era constituído por Comando, Companhia de Apoio,<br />

Companhia de Reacção Imediata, Esquadrão de Reconhecimento, Companhia de Fuzileiros,<br />

1.ª Companhia de Atiradores, 2.ª Companhia de Atiradores, e Destacamento de Engenharia,<br />

num efectivo total de 852 militares, e foi comandado pelo Tenente-Coronel José António da<br />

Fonseca e Sousa.<br />

1º Batalhão de Infantaria: Patrulhamento de Locais de difícil acesso.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A sua concentração teve início a 5 de Fevereiro de 2001, no R.I. 13, materializando<br />

essa data o começo da 1.ª fase de instrução e treino operacional, que culminou com a realização<br />

do Exercício BLI 011, no Campo Militar de Santa Margarida, de 19 a 30 de Março de 2001.<br />

A 2.ª fase, iniciou-se a um de Abril e prolongou-se até ao embarque para o Teatro de Operações.<br />

Visou desenvolver actividades de instrução colectiva e treino operacional orientados<br />

para a missão, ao nível companhia e pelotão. Durante esta fase, realizou-se o exercício<br />

"Hermes 01/01", o exercício final de aprontamento, o qual decorreu de 22 a 30 de Junho, na<br />

região das Serras da Padrela e da Falperra, num cenário que pretendia retratar o mais fielmente<br />

possível a situação vivida em Timor-Leste.<br />

O 1.º BI constituiu-se como Força Nacional Destacada, integrando a PKF, de 12 de<br />

Outubro de 2001 a 8 de Junho de 2002. Até 19 de Maio, actuou no âmbito da UNTAET. Após<br />

assumir a sua área de responsabilidade (AOR), o 1.º BI lançou uma operação de apoio ao<br />

regresso dos refugiados.<br />

A partir de 15 de Novembro, a sua AOR, que inicialmente abrangia apenas os distritos<br />

de Aileu, Ainaro, Liquiçá, Dili (incluindo a ilha de Ataúro) e Manufahi, estende-se ao distrito de<br />

Ermera, para onde a 2.ª Companhia de Atiradores destaca um pelotão. A 12 de Dezembro, o 1.º<br />

BI vê novamente a sua AOR expandir-se, desta vez para o distrito de Manatuto, o que obriga a<br />

uma nova alteração do dispositivo.<br />

81<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O 1.º BI passa, deste modo, a ser responsável por cerca de 43 por cento da população<br />

de Timor-Leste e cerca de 53 por cento do seu território, números que ilustram bem a dimensão<br />

da missão a cumprir. No mês de Abril de 2002, com a realização das primeiras eleições<br />

presidenciais, o 1.º BI testemunhou outro marco da maior relevância na história de Timor-Leste.<br />

Por ter o seu efectivo reduzido em 155 militares, repatriados a 29 de Abril de 2002, o<br />

1.º BI vê-se a braços com uma alteração do conceito de operação da PKF, obrigando a uma<br />

nova reformulação do dispositivo. Assim, entre quatro e 27 de Maio de 2002, são abandonadas<br />

e entregues às autoridades locais as posições de Same, Ainaro e Manatuto.<br />

É ainda atribuída ao 1.º BI a tarefa extremamente delicada de apoiar as comemorações<br />

da independência de Timor-Leste, as quais se realizaram a 20 de Maio. Neste contexto são<br />

lançadas as operações “Centauro”, “Escudo de Ferro”, “Grilheta”, “Mercúrio” e “Hatudu”. Após<br />

20 de Maio, Timor-Leste torna-se um país independente, e a UNTAET termina a sua missão de<br />

administração transitória. Ao mesmo tempo, o Conselho de Segurança da ONU apoia a criação<br />

de uma nova missão para o território, a UNMISET .<br />

Esta missão, com o mandato até 20 de Maio de 2003, tinha por finalidade continuar a<br />

providenciar o apoio à segurança externa e à integridade do território de Timor-Leste, garantindo<br />

a gradual transição de responsabilidades da UNMISET para as autoridades locais e para a<br />

FDTL (Força de Defesa de Timor-Leste). O 1.º BI regressou ao R.I. 13 no dia oito de Junho de<br />

2002. Tinha por divisa “Por Único Móbil a Honra e a Dignidade”.<br />

82<br />

1º Batalhão de Infantaria: patrulha heli-transportada.


AGRUPAMENTO HOTEL (24 de Janeiro a 11 de Junho de 2004)<br />

F<br />

ace à necessidade de projectar mais uma FND para o Teatro de Operações de<br />

Timor-Leste, o Comando do <strong>Exército</strong> atribuiu essa responsabilidade à BLI, tendo sido o<br />

R.I. 13, uma vez mais, a unidade escolhida para se concentrar e treinar a força.<br />

Exercício “BLI 032”.<br />

O Agrupamento HOTEL iniciou a sua preparação a 18 de Agosto de 2003, com a apresentação<br />

do seu Comandante, o Tenente-Coronel Francisco Xavier de Sousa, no R.I. 13. O<br />

Agrupamento HOTEL foi organizado em Comando e Estado-Maior, Companhia de Fuzileiros,<br />

Companhia de Comandos, 2.ª Companhia de Atiradores e Companhia de Apoio, num total de<br />

505 homens e mulheres.<br />

O programa de instrução contemplou várias áreas,<br />

das quais se destacam: instrução e treino de tarefas e procedimentos<br />

individuais; instrução e treino específico de procedimentos<br />

e técnicas características das operações de apoio<br />

à paz; instrução e treino de acções de contra-guerrilha,<br />

através da realização de patrulhas de nomadização, recorrendo<br />

essencialmente à execução de patrulhas de segurança e<br />

de reconhecimento, e acções de cerco e limpeza.<br />

Entrega do Estandarte Nacional ao Agrupamento HOTEL.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Exercício “BLI 032”.<br />

Durante o aprontamento realizaram-se três<br />

exercícios: o primeiro, com a designação de “BLI<br />

032”, decorreu entre 13 e 17 de Outubro de 2003;<br />

o segundo, com a designação de “PUMA”, teve<br />

lugar de 24 a 28 de Novembro, nas áreas limítrofes<br />

do R.I. 13 e na região de Vila Pouca de Aguiar; e o<br />

terceiro, o exercício final de aprontamento, com o<br />

nome de “Hermes 02/03”, realizou-se entre 9 e 12<br />

de Dezembro, na Serra da Padrela.<br />

83<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A 11 de Janeiro de 2004, o Agrupamento HOTEL partiu para Timor-Leste, iniciando a<br />

sua missão no âmbito da UNMISET, tendo sido a última FND a prestar serviço naquele território.<br />

Durante os cinco meses de permanência no Teatro de Operações, o Agrupamento<br />

HOTEL fez, sem dúvida, justiça ao seu lema “Pela Fama nas Obras e nos Feitos”.<br />

Agrupamento HOTEL: instalações em Baucau.<br />

84<br />

Agrupamento HOTEL: patrulha de reconhecimento apeada.<br />

Agrupamento HOTEL: distribuição de ajuda humanitária.<br />

O regresso deste Agrupamento a<br />

Portugal e ao R.I. 13 ocorreu a 2 de Junho<br />

de 2004. O seu brilhante desempenho<br />

mereceu da parte do comandante da PKF<br />

um louvor enaltecendo o seu excepcional<br />

profissionalismo, a pró-actividade demonstrada<br />

em apoio de todas as actividades<br />

operacionais e as qualidades de dedicação,<br />

lealdade, e honestidade demonstradas<br />

durante o período em que estiveram<br />

no Teatro.


O Fim do Serviço Efectivo Normal<br />

AA 19 de Setembro de 2004, terminou o serviço militar conscrito, dando-se cumprimento<br />

ao previsto na revisão da Constituição da República Portuguesa levada a cabo em 1997.<br />

O potencial de recrutamento regional não veio afectar a vida da Unidade, pelo contrário, veio<br />

beneficiá-la.<br />

Em Maio e em<br />

Setembro de 2004, o<br />

Regimento levou a cabo<br />

duas recrutas extraordinárias,<br />

cujo efectivo ficou<br />

colocado, na sua quase totalidade,<br />

no Regimento, aumentando-lhe<br />

o efectivo em cerca<br />

de 25 por cento.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Ainda em 2004, o R.I. 13 foi escolhido para funcionar como Centro de Divulgação do<br />

Dia da Defesa Nacional. Com esta iniciativa o Ministério da Defesa Nacional e dos Assuntos do<br />

Mar pretendeu, uma vez terminado o serviço militar obrigatório, dar a conhecer aos jovens, entre<br />

outros assuntos, os objectivos da Defesa Nacional, as missões essenciais das Forças Armadas,<br />

a sua organização, os recursos<br />

que lhe são afectos, as<br />

diferentes formas de<br />

prestação de serviço militar,<br />

bem como as diversas possibilidades<br />

de escolha e os<br />

principais incentivos que<br />

lhes proporciona. Em<br />

Fevereiro de 2005, iniciaram-se<br />

as primeiras<br />

sessões do Dia da Defesa<br />

Nacional no R.I. 13.<br />

Palestra no âmbito do Dia da Defesa Nacional.<br />

Juramento de Bandeira na Parada La Lys.<br />

85<br />

<strong>Século</strong> <strong>XX</strong>I


Outros Aspectos Relevantes


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Comandantes do R.I. 13<br />

88<br />

NOME INICIO FIM<br />

Terço e Regimento de Peniche (de 1698 a 1807)<br />

Mestre de Campo Vasco Fernandes César 07Jun1698 10Nov1703<br />

Mestre de Campo Francisco Ferrão Castelo Branco 07Ago1705<br />

Mestre de campo Manuel Freire de Andrade 21Ago1715 1735<br />

Coronel Tomaz Henriques de Figueiredo 21Jan1735<br />

Coronel Thomé Freire de Bulhões 09Out1734 1753<br />

Coronel Lourenço de Melo da Silva e Sá 30Set1762 10Maio1765<br />

Coronel João Mac-Donald 18Set1765 22Julho1770<br />

Coronel D. Gastão José da Câmara Coutinho Ago1771 22Out1773<br />

Coronel João Mac-Intire 22Out1773 22Abr1775<br />

Coronel José Joaquim Coutinho 22Abr1775 27Set1777<br />

Coronel D. Francisco Xavier de Noronha 27Set1777 19Out1777<br />

Coronel José de Sousa Saldanha e Meneses, 19Out1777 25Mai1785<br />

Coronel António Franco de Abreu 23Nov1784 17Dez1794<br />

Coronel Bernardim Freire de Andrade 17Dez1794 09Jul1799<br />

Coronel Luiz António Castelo Branco 09Jul1799 1806<br />

Coronel José de Sousa 1807<br />

Regimento de Infantaria N.º 13 (de 1807 a 1834, ano em que foi extinto)<br />

Coronel José de Sousa<br />

Coronel Grad.º Perponcher<br />

Coronel João Lobo Branco de Almeida<br />

Tenente-Coronel D. Joaquim da Câmara<br />

Coronel Maximiano de Brito Mousinho 05Fev1812 24Set1813<br />

Tenente-Coronel João C. de Saldanha Oliv.ª e Daun 21Set1813 22Dec1820<br />

Coronel António José Catimara<br />

Coronel Caetano de Mello Sarria<br />

Coronel Caetano Alberto de Sousa Canavarro<br />

Coronel António Joaquim Rosado<br />

Coronel Grad.º Manuel Bernardo da Silva Rebocho<br />

Tenente-Coronel Grad.º Joaquim José de Provença<br />

Coronel Victorino José de Almeida Serrão<br />

Coronel. Gonçalves Cardoso Barba de Meneses<br />

Coronel. João José de Santa Clara<br />

Batalhão de Infantaria N.º 13 (de 1837 a 1842)<br />

Coronel José Maria e Sousa<br />

Tenente-Coronel António Silvestre e Sousa<br />

Regimento de Infantaria N.º 13 (de 1842 a 1883)<br />

Coronel José Luiz de Brito e Melo<br />

Coronel Mateus Faria Padrão<br />

Brigadeiro Grad.º Caldeira Pedroso<br />

Brigadeiro Grad.º Barnabé de Carvalho Viana<br />

Coronel António Ferreira<br />

Brigadeiro Grad.º Cristóvão Cardoso Barata<br />

Coronel Joaquim Alves Álvares


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

NOME INICIO FIM<br />

Coronel António Carlos Fialho de Mendonça<br />

Coronel Manuel da Silva Freire<br />

Coronel Vicente José Borges de Medeiros<br />

Coronel José Pestana de Azevedo<br />

Coronel Francisco António de Carvalho<br />

Coronel Manuel Joaquim Marques<br />

Coronel José Joaquim Teixeira Beltrão<br />

Regimento de Infantaria N.º 13 (em Vila Real, de 1883 a 1927)<br />

Coronel Manuel José Fonseca<br />

Coronel Caetano Jacques Dupont<br />

Coronel António Luís da Cunha<br />

Coronel José da Rosa<br />

Coronel José António da Cruz<br />

Coronel Nepomuceno de Sousa Andrade<br />

Coronel Saturio Augusto Pires<br />

Coronel João Pedro Caldeira<br />

Coronel Eugénio Augusto de Santos Luna<br />

Coronel Júlio Augusto de Oliveira Pires<br />

Coronel José Gonçalves da Fonseca<br />

Coronel João Lopes Soeiro de Amorim<br />

Coronel Francisco Albino de Barros<br />

Coronel Francisco Ribeiro Pataroxa<br />

Coronel Luiz de Sousa Gomes e Silva<br />

Coronel José Vitorino de Sande e Lemos 02Ago1898 10Ago1900<br />

Coronel Joaquim de Andrade Pissarra<br />

Coronel Barão de Seixas<br />

Coronel Emílio Gomes dos Reis<br />

Coronel Francisco Maria Xavier Pereira<br />

Coronel Alexandre Eloy P. da Rocha Vasconcelos<br />

Coronel Luiz Maria dos Reis<br />

Coronel Francisco Augusto Martins de Carvalho<br />

Coronel Júlio Augusto Vidal<br />

Coronel Joaquim de Andrade Pissarra<br />

Coronel António José Cabo de Carvalho<br />

Coronel José Augusto Pinto Machado 20Out1904 05Fev1911<br />

Coronel António da Silva Dias<br />

Coronel Ayres Guimarães Negrão<br />

Coronel Jacinto Eduardo Pachea<br />

Tenente-Coronel Boaventura de Noronha<br />

Tenente-Coronel Delfim Ernesto de Magalhães<br />

Tenente-Coronel Albano Xavier Sabino<br />

Coronel Francisco Xavier Pereira de Magalhães<br />

Coronel Augusto César Pires Soromenho<br />

Coronel João José de Luz<br />

Coronel Júlio Correia Accianoli de Menezes<br />

Coronel Alfredo Ferreira de Sousa Alvim<br />

Tenente-Coronel António Aparício Ferreira<br />

Coronel José Duarte Pereira Pinto<br />

Coronel António Aparício Ferreira<br />

Coronel Angelo Leopoldo da Cruz e Sousa<br />

Tenente-Coronel José Anastácio de Líz Fallé<br />

Coronel José Ernesto de Sampaio<br />

Coronel José Anastácio de Líz Fallé<br />

Coronel Cândido Álvaro da Câmara<br />

89


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

NOME INICIO FIM<br />

Coronel Artur Marques de Sequeira<br />

Coronel Abel Marinho Falcão<br />

90<br />

Regimento de Infantaria N.º 13 (No Funchal, de 1927 a 1931)<br />

Coronel Ricardo José de Andrade<br />

Coronel José Maria de Freiras<br />

Regimento de Infantaria N.º 13 (em Vila Real, de 1931 até à presente data)<br />

Tenente-Coronel Tristão A. de Noronha Freire de Andrade 03Jun1931 01Dec1931<br />

Coronel Manuel de Almeida Campos de Gusmão 10Set1932 17Out1932<br />

Coronel Joaquim Leitão 03Mar1933 27Jun1934<br />

Coronel Alberto da Silva Pais 29Dec1934 13Mar1936<br />

Coronel Domingos Cosmeili Cancela 27Out1936 21Abr1937<br />

Coronel Francisco Passos 14Set1937 27Dec1938<br />

Coronel Luiz M. Salema Mousinho de Albuquerque 08Fev1939 16Fev1940<br />

Coronel Manuel Frutuoso de Carvalho 17Fev1940 12Jan1942<br />

Coronel Agostinho de Oliveira Bahia da Costa Lobo 03Fev1942 06Mai1943<br />

Coronel Eusébio Emílio da Silva 13Jul1943 01Out1943<br />

Coronel Óscar Kol de Alvarenga 07Nov1943 03Mai1944<br />

Coronel Ângelo David da Costa 07Mai1944 18Mai1945<br />

Coronel António Manuel da Motta e costa 19Mai1945 17Fev1946<br />

Coronel Alfredo do Amaral Esteves Pereira 27Jun1947 02Ago1948<br />

Coronel Alexandre de Morais 16Set1948 17Set1949<br />

Coronel Bartolomeu da Silva Varela 31JAN1950 07Jan1951<br />

Coronel Francisco Fernandes Pereira da Costa 15Mar1951 18Set1952<br />

Coronel Augusto José Machado 01Out1952 17Jan1954<br />

Coronel José Monteiro da Rocha Peixoto 18Jan1954 24Out1954<br />

Coronel António Eduardo de Oliveira Faria 03Nov1954 24Mai1957<br />

Coronel Camilo Leite Gomes 25Mai1957 17Fev1959<br />

Coronel Raul Augusto Mesquita da Silva 31Mar1959 08Ago1960<br />

Coronel Artur da Mota Freitas 22Ago1960 21Mar1962<br />

Coronel do C. E. M. Fernando Louro de Sousa 17Jul1962 05Fev1963<br />

Tenente-Coronel Carlos José Vence e Costa 12Fev1963 01Set1967<br />

Coronel Joaquim Duarte Miranda 20Out1967 27Mar1969<br />

Coronel C:E:M Ireneu de Almeida Mota 28Mar1969 02Abr1970<br />

Coronel C:E:M António da C. Leme de França Dória 03Abr1970 06Abr1971<br />

Coronel José António de Sousa Magalhães 07Abr1971 02Mai1974<br />

Coronel Níveo José Ramos Herdade 16Jan1975 07Nov1975<br />

Coronel José Daniel de barros Adão 07Nov1975 12Jan1978<br />

Coronel C:E.M.António Dos Santos Costa 17Jan1978 26Jan1979<br />

Coronel Diogo Queiroz de Sousa Azevedo 26Jan1979 28Jan1981<br />

Coronel Fernando Manuel da Costa Estorninho 26Jan1981 25Jun1982<br />

Coronel Francisco Granjo de Matos 21Jun1982 24Nov1983<br />

Coronel Almor Alves Serra 24Nov1983 21Jan1986<br />

Coronel António Pedro Simões Vago 23Jan1986 12Set1986<br />

Coronel Francisco A. R. Dias da Silva R. Gonçalves 10Nov1986 18Dec1988<br />

Coronel Artur Teófilo da Fonseca Freitas 18Dec1988 19Abr1991<br />

Coronel António Ramos da Rocha 20Abr1991 02Mar1994<br />

Coronel Rui Rolando Xavier de Castro Guimarães 03Mar1994 14Mar1996<br />

Coronel Abílio Dias Afonso 15Mar1996 14Abr1998<br />

Coronel António Joaquim Machado Ferreira 15Abr1998 25Mai2000<br />

Coronel Carlos Alberto Rodrigues Ferreira 30Mai2000 26Jul2001<br />

Coronel Joaquim Carneiro Ribeiro 11Set2001 09Jun2003<br />

Coronel Carlos Manuel Martins Branco 23Jun2003 07Jan2005


Comandantes do R.I. 13<br />

TCor Inf<br />

João Carlos Saldanha<br />

Oliveira e Daun<br />

21/9/1813 a 22/12/1820<br />

Cor Inf<br />

Jacinto Eduardo<br />

Pacheco<br />

O.E. Nº 27 de 6/12/1911<br />

Cor Inf<br />

Francisco X. Pereira<br />

Magalhães<br />

O.E. Nº 16 de 23/8/1912<br />

Cor Inf<br />

José Vitorino de Sande e<br />

Lemos<br />

2/8/1898 a 10/8/1900<br />

TCor Inf<br />

Boaventura de Noronha<br />

O.E. Nº 6 de 22/3/1912<br />

Cor Inf<br />

Augusto César Pires<br />

Seromenho<br />

O.E. Nº 24 de 24/12/1912<br />

Cor Inf<br />

Júlio Alberto Vidal<br />

O.E. Nº 11 de 10/5/1902<br />

TCor Inf<br />

Delfim Ernesto de<br />

Magalhães<br />

O.E. Nº 12 de 29/6/1912<br />

Cor Inf<br />

João José da Luz<br />

O.E. Nº 14 de 15/8/1913<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cor Inf<br />

José Augusto P. Machado<br />

20/10/1904 a 5/2/1911<br />

TCor Inf<br />

Albano Xavier Sabino<br />

O.E. Nº 13 de 20/7/1912<br />

Cor Inf<br />

Alfredo Ferreira de Sousa<br />

Alvim<br />

O.E. Nº 02 de 7/2/1914<br />

91


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cor Inf<br />

António Aparicio Ferreira<br />

O.E. Nº 18 de 4/8/1914 (TCor)<br />

O.E. N.º 24 de 30/12/1916<br />

Cor Inf<br />

José Ernesto de Sampaio<br />

O.E. Nº 19 de 6/9/1919<br />

Cor Inf<br />

Ricardo José de Andrade<br />

O.E. Nº 03 de 30/4/1927<br />

Cor Inf<br />

Joaquim Leitão<br />

Cmdt 3/3/1933 a 27/6/1934<br />

92<br />

Cor Inf<br />

José Duarte Pereira Pinto<br />

O.E. Nº 24 de 30/9/1914<br />

Cor Inf<br />

Cândido Álvaro da<br />

Câmara<br />

O.E. Nº 11 de 30/6/1924<br />

Cor Inf<br />

José Maria Freitas<br />

O.E. Nº 15 de 30/9/1929<br />

Cor Inf<br />

Alberto da Silva Pais<br />

Cmdt 29/12/1934 a 13/3/1936<br />

Cor do CEM<br />

Angelo Leopoldo da Cruz<br />

e Sousa<br />

O.E. Nº 22 de 30/11/1918<br />

Cor Inf<br />

Artur Marques Sequeira<br />

O.E. Nº 23 de 29/11/1926<br />

TCor Inf<br />

Tristão Augusto de<br />

Noronha Freitas de<br />

Andrade<br />

Cmdt Intº 3/6 a 1/12/1931<br />

Cor Inf<br />

Domingos Cosmeli<br />

Cancela<br />

Cmdt 27/10/1936 a 21/4/1937<br />

Cor Inf<br />

José A. de Lis Fallé<br />

O.E. Nº 09 de 20/3/1919 (TCor)<br />

O.E. N.º 10 de 30/6/1922<br />

Cor Inf<br />

Abel Marinho Falcão<br />

O.E. Nº 23 de 28/1/1927<br />

Cor Inf<br />

Manuel de Almeida<br />

Campos Gusmão<br />

Cmdt de 10/9 a 17/10/1932<br />

Cor Inf<br />

Francisco de Passos<br />

Cmdt 14/9/1937 a 27/12/1938


Cor Inf<br />

Luis Maria S. Mouzinho<br />

de Albuquerque<br />

Cmdt 8/2/1939 a 16/2/1940<br />

CCor Inf<br />

Oscar Kol de Alvarenga<br />

Cmdt 7/11/1943 a 3/5/1944<br />

Cor Inf<br />

Alexandre de Morais<br />

Cmdt 16/9/1948 a 17/9/1949<br />

Cor Inf<br />

José Monteiro da Rocha<br />

Peixoto<br />

Cmdt 18/1/1954 a 24/10/1954<br />

Cor Inf<br />

Manuel Frutuoso de<br />

Carvalho<br />

Cmdt 17/2/1940 a 12/1/1942<br />

Cor Inf<br />

Ângelo David da Costa<br />

Cmdt 7/5/1944 a 18/5/1945<br />

Cor Inf<br />

Bartolomeu da Silva<br />

Varela<br />

Cmdt 31/1/1950 a 7/1/1951<br />

Cor Inf<br />

António Eduardo de<br />

Oliveira Faria<br />

Cmdt 3/11/1954 a 24/5/1957<br />

Cor Inf<br />

Agostinho de Oliveira<br />

Baia da Costa Lobo<br />

Cmdt 3/2/1942 a 6/5/1943<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cor Inf<br />

António Manuel da Mota e<br />

Costa<br />

Cmdt 19/5/1943 a 17/2/1946<br />

Cor Inf<br />

Francisco Fernandes<br />

Pereira da Costa<br />

Cmdt 15/3/1951 a 18/9/1952<br />

Cor Inf<br />

Camilo Leite Gomes<br />

Cmdt 25/5/1957 a 17/2/1959<br />

Cor Inf<br />

Eusébio Emidio da Silva<br />

Cmdt 13/7/1943 a 1/10/1943<br />

Cor Inf<br />

José Alfredo do Amaral<br />

Esteves Pereira<br />

Cmdt 27/6/1947 a 2/8/1948<br />

Cor Inf<br />

Augusto José Machado<br />

Cmdt 1/10/1952 a 17/1/1954<br />

Cor Inf<br />

Raul Augusto Mesquita<br />

da Silva<br />

Cmdt 31/3/1959 a 8/8/1960<br />

93


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cor Inf<br />

Artur da Mota Freitas<br />

Cmdt 22/8/1960 a 21/3/1962<br />

Cor do CEM<br />

Ireneu de Almeida Mota<br />

Cmdt 28/3/1969 a 2/4/1970<br />

Cor Inf<br />

José Daniel de Barros<br />

Adão<br />

Cmdt 7/11/1975 a 12/1/1978<br />

Cor Inf<br />

Francisco Granjo de<br />

Matos<br />

Cmdt 21/6/1982 a 24/11/1983<br />

94<br />

Cor Tir do CEM<br />

Fernando Louro de Sousa<br />

Cmdt 17/7/1962 a 5/2/1963<br />

Cor do CEM<br />

António da Câmara Leme<br />

de França Dória<br />

Cmdt 3/4/1970 a 6/4/1971<br />

Cor C/C do CEM<br />

António dos Santos<br />

Costa<br />

Cmdt 17/1/1978 a 26/1/1979<br />

Cor Inf<br />

Almor Alves Serra<br />

Cmdt 24/11/1983 a 22/1/1986<br />

Cor Inf<br />

Carlos José Vences e<br />

Costa<br />

Cmdt 12/2/1963 a 1/9/1967<br />

Cor Inf<br />

José António de Sousa<br />

Magalhães<br />

Cmdt 7/4/1971 a 2/5/1974<br />

Cor Inf<br />

Diogo Queirós de Sousa<br />

Azevedo<br />

Cmdt 26/1/1979 a 28/1/1981<br />

Cor Inf<br />

António Pedro Simões<br />

Vagos<br />

Cmdt 23/1/1986 a 12/9/1986<br />

Cor Inf<br />

Joaquim Duarte Miranda<br />

Cmdt 20/10/1967 a 27/3/1969<br />

Cor Inf<br />

Niveo José Ramos<br />

Herdade<br />

Cmdt 16/1/1975 a 7/11/1975<br />

Cor Inf<br />

Fernando Manuel da<br />

Costa Estorninho<br />

Cmdt 26/1/1981 a 25/6/1982<br />

Cor Inf<br />

Francisco A. Ricardo D.<br />

S. Rebelo Gonçalves<br />

Cmdt 10/11/1986 a 18/12/1988


Cor Inf<br />

Artur Teofilo Da Fonseca<br />

Freitas<br />

Cmdt 18/12/1988 a 19/4/1991<br />

Cor Inf<br />

António Joaquim<br />

Machado Ferreira<br />

Cmdt 15/4/1998 a 30/5/2000<br />

Cor Inf<br />

António Ramos Da Rocha<br />

Cmdt 20/4/1991 a 2/3/1994<br />

Cor Inf<br />

Carlos Alberto Rodrigues<br />

Ferreira<br />

Cmdt 30/5/2000 a 26/7/2001<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Cor Inf<br />

Rui Rolando Xavier de<br />

Castro Guimarães<br />

Cmdt 3/3/1994 a 14/3/1996<br />

Cor Inf<br />

Joaquim Carneiro Ribeiro<br />

Cmdt 11/9/2001 a 9/6/2003<br />

Cor Inf<br />

Abílio Dias Afonso<br />

Cmdt 15/3/1996 a 14/4/1998<br />

Cor Inf<br />

Carlos Manuel Martins<br />

Branco<br />

Cmdt 23/6/2003 a 7/1/2005<br />

95


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Brasões de Armas<br />

A<br />

heráldica militar aparece nos diversos campos de batalha por necessidade de identificação<br />

dos combatentes, tanto a título individual como colectivo. Tornou-se indispensável<br />

com o aumento do número de efectivos empregues em combate, e com a necessidade de<br />

transmitir as ordens do chefe no desenrolar das operações, naquilo a que hoje se designa por<br />

Comando e Controlo.<br />

Com o aparecimento dos exércitos permanentes e o aumento da sua complexidade<br />

orgânica e hierarquização, o uso da simbologia tornou-se ainda mais necessário, levando ao<br />

aparecimento de inúmeras bandeiras e guiões. Foi na era das grandes batalhas medievais do<br />

século XIV, que a heráldica militar atingiu o seu apogeu. Mais tarde, esta simbologia perde o seu<br />

valor táctico e assume apenas um valor honorífico, representativo e, sobretudo, histórico.<br />

No <strong>Exército</strong> Português surge, pela primeira vez, em Janeiro de 1924, uma tentativa de<br />

ocupar o lugar deixado vazio até então pela heráldica militar. Em 1958, é criado o Centro de<br />

Estudos de Heráldica Militar, na dependência da 2.ª Repartição do EME, o qual foi extinto passados<br />

dois anos. Com a criação do Gabinete de Heráldica do <strong>Exército</strong>, em 1966, e com a publicação<br />

da Portaria n.º 24107, de 3 de Julho de 1969, onde foram descritas as “Normas de<br />

Heráldica do <strong>Exército</strong> e seu Regulamento”, ficou regulamentada toda a simbologia do <strong>Exército</strong>.<br />

Em 24 de Março de 1987, através da Portaria 213, seria aprovado um novo Regulamento de<br />

Heráldica.<br />

São actualmente conhecidos três Brasões de<br />

Armas do Regimento. Desconhecem-se os autores dos<br />

dois primeiros, assim como a data em que foram utilizados<br />

pela primeira vez. O mais antigo aparece na década de<br />

cinquenta impresso nos envelopes utilizados pelo comandante,<br />

para correspondência oficial, havendo registo da<br />

sua utilização durante toda a década de sessenta. Após a<br />

aprovação do Regulamento de Heráldica em 1969, o<br />

Brasão do Regimento foi reformulado na tentativa de o<br />

adaptar às novas normas entretanto estabelecidas.<br />

Mas este Brasão, o segundo, não seria adoptado<br />

por muito tempo, desconhecendo-se os motivos que terão<br />

levado ao seu precoce abandono. Vigorou até à aprovação<br />

do actual Brasão, o terceiro, pela Portaria do Estado-Maior<br />

do <strong>Exército</strong>, de 11 Agosto de 1980 (1ª Série), o qual foi concebido<br />

segundo as normas estabelecidas pelo<br />

Regulamento de 1969, fazendo referência às tradições militares,<br />

culturais e ao aspecto morfológico da localidade<br />

onde se encontra actualmente implantada a Unidade.<br />

96<br />

Soldado do R.I. 13 trajando uma réplica de<br />

uniforme de infantaria da Guerra Peninsular.


1.º BRASÃO DE ARMAS<br />

DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13<br />

(não oficial)<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

HERÁLDICA DAS ARMAS<br />

(não aprovado)<br />

Escudo Peninsular Partido:<br />

No primeiro, em campo de vermelho uma espada<br />

de ouro.<br />

No segundo, em campo de azul dois montes de<br />

três e de dois comoros nevados, duas nuvens e<br />

terreno, tudo naturalista.<br />

O escudo está entre dois ramos de carvalho e tem<br />

pendente a medalha da Cruz de Guerra de 1ª<br />

Classe.<br />

Legenda num listel de prata ondulado sobreposto<br />

ao escudo “ Inf do Marão”.<br />

Sobre o listel como que a substituir o timbre um<br />

besante de ouro carregado do número 13.<br />

2.º BRASÃO DE ARMAS<br />

DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13<br />

97


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

98<br />

BRASÃO DE ARMAS ACTUAL<br />

DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13<br />

HERÁLDICA DAS ARMAS<br />

ESCUDO: De azul, semeado de estrelas de prata;<br />

Brocante um Guante segurando um Decote, ambos<br />

de oiro, entre duas montanhas de prata.<br />

ELMO: Militar, de prata, forrado de vermelho, a três<br />

quartos para a dextra.<br />

CORREIA: De vermelho, perfilada de oiro.<br />

PAQUIFE E VIROL: De azul e de prata.<br />

TIMBRE: Um lobo saínte de negro, animado, lampassado<br />

e armado de vermelho.<br />

CONDECORAÇÕES: Suspensa do escudo, a Cruz<br />

de Guerra de 1.ª Classe.<br />

DIVISA: Num listel de branco, ondulado, sotoposto<br />

ao escudo, em letras negras, maiúsculas, de estilo<br />

elzevir: «NEM UM PASSO P´RÁ RETAGUARDA».<br />

GRITO DE GUERRA: Num listel de branco, ondulado,<br />

sotoposto ao escudo, em letras negras,<br />

maiúsculas, de estilo elzevir: «ALEO».<br />

SIMBOLOGIA E ILUSÃO DAS PEÇAS<br />

O AZUL: Alude à lealdade e nobreza das gentes de Trás-os-Montes, cujos filhos a Unidade<br />

arregimenta.<br />

AS ESTRELAS: Representam os cristais de neve e o rigor do clima.<br />

O DECOTE SEGURO POR UM GUANTE: Representa o “ALEO” com que eram empossados<br />

os Capitães de Ceuta, o primeiro dos quais, D. Pedro de Menezes, 1.º Conde de Vila Real, de<br />

outra arma não necessitava para se haver com o inimigo.<br />

AS MONTANHAS NEVADAS: Significam a terra transmontana.<br />

O LOBO: Caracteriza o soldado de “Infantaria do Marão” e exprime a sua força e ardor no combate.<br />

SIGNIFICADO DOS ESMALTES<br />

O OIRO: Significa nobreza e força.<br />

A PRATA: Significa riqueza e eloquência.<br />

O VERMELHO: Significa ardor bélico e valentia.<br />

O AZUL: Significa zelo e lealdade.<br />

O NEGRO: Significa apego à terra e firmeza.


Condecorações, Divisas e Legendas<br />

CONDECORAÇÕES<br />

PRÓPRIAS<br />

Medalha de Ouro de Serviço Distintos.<br />

D.R. N.º 125, 2.ª Série de 31Mai02, Portaria n.º 840/2002, 2.ª Série, páginas n.º 10266 e 10267.<br />

Ao Regimento de Infantaria n.º 13.<br />

HERDADA<br />

(Conforme O.E. N.º 3 de 31Mar91)<br />

Medalha de Cruz de Guerra de 1.ª Classe<br />

O.E. N.º 25, 2.ª Série de 22Nov1919, Dec de 08Nov1919, pag. n.º 1643 e 1644.<br />

Ao Batalhão de Infantaria n.º 13.<br />

FIEL DEPÓSITO<br />

(Conforme O.E. N.º 3 de 31Mar91)<br />

Medalha de Cruz de Guerra de 1.ª Classe<br />

O.E. N.º 10, 2.ª Série de 10Jul1920, Dec de 03Jun1920, pag. n.º 428 e 429.<br />

3.ª Companhia do Batalhão de Infantaria n.º 10, na Batalha de nove Abril de 1918, campanha<br />

1915-1918, França.<br />

DIVISAS<br />

PRÓPRIAS<br />

Ao valor do antigo Regimento de Peniche, 1975.<br />

(O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 Setembro de 1943 – Portaria n.º 10.480 de 04Set1943).<br />

HERDADA/FIEL DEPÓSITO<br />

Valor e Lealdade (Batalhão de Caçadores n.º 3).<br />

Caçadores de Chaves (Batalhão de Caçadores n.º 10).<br />

(O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 de Setembro de 1943 – Portaria n.º 10.480 de 04Set1943).<br />

LEGENDAS<br />

PRÓPRIAS<br />

Toulouse, San Sebastian e Nive, 1813<br />

Almoster, 1834<br />

La Lys e Lacouture, 1918<br />

(O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 Setembro de 1943 – Portaria N.º 10.480 de 04Set1943).<br />

HERDADA/FIEL DEPÓSITO<br />

Batalhão de Caçadores n.º 3<br />

Ponte de Almeida e Buçaco, 1810<br />

Badajoz e Salamanca, 1812<br />

Vitória, Vera e Nivelle, 1813<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

99


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

HERDADA/FIEL DEPÓSITO (Continuação)<br />

Coolela e Lanjacaze, 1895<br />

Ortehez, 1814<br />

Angola e Mangua, 1915<br />

La Lys, 1918<br />

Batalhão de Caçadores n.º 10<br />

Buçaco, 1810<br />

Pirinéus, 1813<br />

San Sebastian e Nive, 1813<br />

Nivelle, 1813<br />

(O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 de Setembro de 1943 – Portaria N.º 10.480 de 04Set1943).<br />

100<br />

MEDALHA DE OURO DA CIDADE DE VILA REAL


O Padroeiro do Terço de Peniche<br />

O<br />

culto de Santo António de Lisboa andou desde há muito tempo ligado ao culto da Pátria,<br />

sendo considerado como Generalíssimo das tropas portuguesas, passando a Nação a<br />

render as devidas honras à sua dignidade.<br />

Era tal a fé, confiança e bravura que a sua<br />

imagem dava aos militares portugueses da Arma de<br />

Infantaria, que estes a transportavam para os campos<br />

de batalha, sendo de destacar a sua presença<br />

na Guerra Peninsular, Guerra de Sucessão de<br />

Espanha e Batalha do Buçaco, entre outras.<br />

Também o Terço de Peniche adoptou o<br />

Santo António de Lisboa como padroeiro, mandando<br />

erguer-lhe, à sua custa, uma formosa e rica ermida<br />

próximo da cidadela, com seu altar de riquíssima<br />

talha dourada, tendo sobre a fachada desta, as<br />

Reais Armas Portuguesas. Por uma provisão de D.<br />

Pedro II, e a pedido dos oficiais e soldados do Terço,<br />

foi concedido ao Santo António o posto de alferes,<br />

com o soldo mensal de 6$000 (seis mil réis).<br />

Enquanto aquela unidade se conservou na<br />

Praça de Peniche, a guarnição festejou todos os<br />

anos o seu patrono, com a mais luzidia pompa. A<br />

tradição manteve-se durante o século XVIII, tornando-se<br />

costume os oficiais do antigo Regimento<br />

casarem-se junto ao altar do Santo António.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Santo António - Padroeiro do Regimento de Peniche.<br />

Como que por destino, o Regimento de Infantaria n.º 13 está instalado desde 1883 na<br />

cidade de Vila Real, que tem Santo António como Santo Padroeiro, o qual é festejado no dia 13<br />

de Junho, o número do Regimento.<br />

101


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Estandartes e Guiões<br />

102<br />

Estandarte do Regimento de Infantaria n.º 13<br />

utilizado no tempo da Guerra Peninsular<br />

(réplica).<br />

Estandarte do 1º Batalhão Expedicionário que esteve presente em La Lys (Original).<br />

Estandarte do 1.º Batalhão<br />

Expedicionário (Réplica).<br />

Estandarte do Batalhão de<br />

Caçadores n.º 3. Herança histórica<br />

(Réplica).<br />

Estandarte do Regimento de<br />

Infantaria de Vila Real (Original).


Guião do Batalhão de Caçadores 185<br />

(Original).<br />

Guião do Batalhão de Caçadores 185<br />

(Original).<br />

Guião do R.I. 13 (Original). Guião da Companhia de Caçadores<br />

95, oriunda do R.I. 13, que integrou o<br />

Batalhão de Caçadores 92 (Original).<br />

Guião do Regimento de Infantaria de<br />

Vila Real (Original).<br />

Guião do Batalhão de Instrução, do<br />

Regimento de Infantaria de Vila Real<br />

(Original).<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Guião do Batalhão de Caçadores<br />

92 que integrava a Companhia de<br />

Caçadores 95, oriunda do R.I. 13.<br />

Guião da Companhia de<br />

Caçadores 153, oriunda do R.I. 13,<br />

que integrou o Batalhão de<br />

Caçadores 237 (Original).<br />

Guião do Batalhão de Comando e<br />

Serviços, do Regimento de Infantaria de<br />

Vila Real (Original).<br />

Guião do Batalhão Operacional, do<br />

Regimento de Infantaria de Vila Real<br />

(Original).<br />

103


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

104<br />

Guião do Agrupamento Alfa.<br />

Guião do 1º Batalhão de<br />

Infantaria.<br />

CCS/AgrAlfa<br />

CAt/AgrAlfa<br />

Guião doAgrupamento Charlie.<br />

Guião do Agrupamento Hotel.<br />

EsqRec/AgrAlfa<br />

CRI/1.º BI<br />

CAp/1.º BI<br />

DestEng/1.º BI<br />

EsqRec/1.º BI<br />

CCS/AgrCharlie<br />

CAt/AgrCharlie<br />

EsqRec/AgrCharlie<br />

1.ª CAt/1.º BI<br />

2.ª CAt/1.º BI<br />

CFuz/1.º BI<br />

CAp/AgrHotel<br />

CCMDS/AgrHotel<br />

CFuz/AgrHotel<br />

2.ª CAt/AgrHotel


Núcleo Museológico<br />

Sentindo a necessidade de preservar a memória e de salvaguardar as tradições e valores<br />

dos militares deste Regimento, o Comando do R.I. 13 criou um Núcleo Museológico, o<br />

qual foi organizado em quatro secções, representando cada uma delas as diferentes épocas e<br />

cenários onde os militares deste Regimento estiveram<br />

empenhados.<br />

A primeira secção é dedicada<br />

à vida da Unidade, desde os primórdios<br />

até ao início da década de oitenta,<br />

do século <strong>XX</strong>; a segunda, está<br />

destinada às Forças Nacionais<br />

Destacadas; a terceira é consagrada<br />

à I Grande Guerra, um dos momentos<br />

mais importantes da vida da<br />

Unidade; e a quarta, consta da<br />

exposição de espólios particulares de<br />

militares oriundos de Vila Real, ou que tenham prestado<br />

serviço no R.I. 13, e que se tenham distinguido “por obras<br />

valerosas” na sua vida profissional.<br />

Na primeira secção podemos<br />

encontrar, entre outros, diversos conjuntos<br />

de artigos utilizados no dia-a-dia<br />

da unidade, réplicas de uniformes,<br />

bandeiras da Unidade ou suas subunidades utilizadas em diferentes<br />

momentos históricos.<br />

Réplica de uniforme de soldado do 1º<br />

Batalhão Expedicionário (1ª Grande<br />

Guerra).<br />

A segunda secção é composta exclusivamente pelo espólio das<br />

Forças Nacionais Destacadas, assim como de todos os seus<br />

estandartes; na terceira secção, dedicada à I Grande Guerra, encontramos<br />

o Estandarte Nacional original que acompanhou o 1º Batalhão<br />

Expedicionário, em La Lys, para além de vários utensílios e armamento<br />

da época.<br />

Na quarta secção encontramos os espólios do tenente-general<br />

Francisco Cabral Couto, tenente-general Aníbal Vaz, tenente-coronel<br />

José Manuel Ferreira Gaspar, major David Magno, e sargento-mor<br />

Manuel Mendonça de Sousa Ramos.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Réplica de barretina de oficial<br />

do R.I. 13, modelo de<br />

1832 (pequeno uniforme).<br />

Réplica de uniforme de oficial<br />

do R.I. 13, na Guerra<br />

Peninsular.<br />

Este Núcleo tem desempenhado um importante papel no capítulo da divulgação histórica<br />

e da formação cultural dos jovens da região, sendo objecto de frequentes visitas, muito em<br />

particular de escolas.<br />

105


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

ACÇÕES MILITARES MAIS IMPORTANTES DO R.I. 13 E DAS UNIDADES<br />

QUE LHE DERAM ORIGEM<br />

SÉCULO XVII<br />

GUERRA DA RESTAURAÇÃO<br />

Cerco a Badajoz 12-6 a 11-10-1658<br />

Batalha das Linhas de Elvas 14-1-1659<br />

Batalha do Ameixial 8-6-1663<br />

Batalha de Castelo Rodrigo 7-7-1664<br />

Batalha de Montes Claros 17-7-1665<br />

106<br />

SÉCULO XVIII<br />

Índia 1704<br />

CAMPANHA DO RUSSILHÃO E DA CATALUNHA<br />

Toda a Campanha 1793 a 1795<br />

SÉCULO XIX<br />

GUERRA PENINSULAR<br />

Combate de Albergaria 10-5-1809<br />

Combate de Grijó 11-5-1809<br />

Passagem do Douro e tomada do Porto 12-5-1809<br />

Batalha do Buçaco 27-9-1810<br />

Combate de Punhete 22-10-1810<br />

Defesa da Praça de Abrantes 8-9-1810 a 7-3-1811<br />

Combate de Alfaiates 27-9-1811<br />

Batalha de Salamanca 13-6-1812<br />

Batalha de Vitória 21-6-1813<br />

Combate de Vila Franca e Lascaño 24-6-1813<br />

Combate de Tolosa 25-6-1813<br />

1º assalto à Praça de S. Sebastian 17-7-1813<br />

2º assalto à Praça de S. Sebastian 31-8-1813<br />

Passagem do Bidassoa 7-10-1813<br />

Batalha do Nivelle 10-11-1813<br />

Batalha de Nive 9/13-12-1813<br />

Reconhecimento ao Sul de Adour 23-2-1814<br />

Cerco da Praça de Bayone 27-2-1814 a 28-4-1814<br />

Expedição ao Maranhão 1823<br />

LUTAS LIBERAIS (1820 A 1827)<br />

Batalha de Coruche da Beira 9-1-1827


GUERRA CIVIL<br />

Batalha de Almoster 18-2-1834<br />

Batalha de Asseiceira 16-5-1834<br />

Cerco à Praça de Valença 12-8-1837<br />

Acção de Ruivães 18-9-1837<br />

Cerco de Almeida 28-4-1844<br />

Acção de Valpaços e de Valença 16-11-1846<br />

Pronunciamento de Braga 20-12-1846<br />

Defesa de Vila de Barca 11/13-2-1847<br />

Acto de disciplina e abnegação 1854<br />

Cordões sanitários na fronteira transmontana 884, 1885 e 1890<br />

SÉCULO <strong>XX</strong><br />

CAMPANHA DA GUINÉ<br />

Combates de Ganturé, de Intim, Contume e ocupação de Bandim.8-3 a 4-7-1908<br />

1ª GRANDE GUERRA MUNDIAL<br />

La Lys 9 e 10-4-1918<br />

MISSÕES DE SOBERANIA<br />

Moçambique 25-8-1940 a 7-4-1944<br />

Angola 1942<br />

PREPARAÇÃO PARA A 2ª GRANDE GUERRA<br />

Defesa da cidade de Lisboa 9-10 a 5-11-1943<br />

GUERRA DO ULTRAMAR<br />

Companhia Expedicionária para a Guiné 27-5-1961 a 31-7-1963<br />

Duas Companhias Expedicionárias para Angola 28-7-1961 a 14-11-1963<br />

Um Pelotão Expedicionário para Angola 24-7-1961 a 2-12-1963<br />

FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS<br />

Bósnia - Herzegovina 15-6-1998 a 15-1-1999<br />

SÉCULO <strong>XX</strong>I<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS<br />

Kosovo 11-2-2000 a 11-8-2000<br />

Timor-Leste 12-10-2001 a 9-6-2002<br />

Timor-Leste 15-1-2004 a 2-6-2004<br />

Excluem-se desta relação as acções militares do R.I. 13 que lutou nas tropas Miguelistas.<br />

107


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Síntese de Factos Notáveis<br />

1555: Julga-se ser o ano da criação do Terço de Peniche, através de uma provisória régia de<br />

D. João III. Terá, pelo menos, sido criada em Peniche uma companhia de ordenanças.<br />

1650: É elevado para 120 homens o efectivo da Companhia de Infantaria de Peniche que<br />

guarnece as fortificações daquela Praça de guerra.<br />

1658 a 1660: É agregada ao Terço de Cascais uma Companhia de Infantaria de Peniche que<br />

toma parte no cerco de Badajoz, na defesa da Praça de Elvas e na batalha das linhas<br />

de Elvas.<br />

1698: É criado o Terço de Peniche, por Decreto de 7 de Junho.<br />

1707: O Terço de Peniche passa a ser designado por Regimento de Infantaria de Peniche.<br />

1740: Destaca para o Estado da Índia um Batalhão, para reprimir uma revolta contra a soberania<br />

portuguesa.<br />

1762: É criado um 2.º Regimento de Peniche, durante a guerra com a Espanha.<br />

1767: O R.I. de Peniche concentra-se na região de Torres Vedras, para manobras.<br />

1790: Novas manobras na região da Porcalhota, em que o R. I. de Peniche toma parte.<br />

1793 a 1795: Faz parte da “Divisão Auxiliar” enviada a Espanha, participando na campanha do<br />

Russilhão e da Catalunha. Pela sua acção nesta campanha, é–lhe concedida uma bandeira<br />

de honra com a seguinte legenda: Ao valor do Regimento de Peniche – 1795.<br />

1798: Faz parte das forças concentradas na região da Azambuja, destinadas a defender<br />

Lisboa.<br />

1801: Toma parte na defesa do Alentejo, participando na designada “Guerra das Laranjas”.<br />

1806: Pela reorganização deste ano, o Regimento de Peniche passa a ser designado por<br />

Regimento de Infantaria n.º 13, com o seu quartel permanente em Lisboa.<br />

1808: - O R.I. 13 é dissolvido por ordem de Junot e os seus elementos são incorporados no<br />

1.º Regimento, da Legião Portuguesa, que combate nas tropas napoleónicas;<br />

- O R.I. 13 é criado novamente, por decreto de 30 de Setembro, da Junta Governativa<br />

do Reino.<br />

1809 a 1814: Participa em toda a Guerra Peninsular, desde o combate de Albergaria até ao<br />

cerco de Bayonne. É citado várias vezes nas ordens do dia pela sua valorosa conduta<br />

em diferentes acções e, especialmente, nos combates de Vila Franca de Lascaño,<br />

Tolosa, no cerco e tomada de S. Sebastian, e na batalha de Nive.<br />

1816: Pela reorganização deste ano passa a ter o seu quartel permanente em Peniche.<br />

1826: Entra no combate de Coruche da Beira, ao lado das tropas constitucionais.<br />

1828: Fazendo parte do exército de D. Miguel, destaca o 2.º Batalhão para a Madeira e<br />

Açores, a fim de dominar uma revolta que havia estalado nestas ilhas.<br />

1829: Em Agosto regressa ao continente.<br />

1831: Continua a fazer parte do exército absolutista. Passa a ser designado Regimento de<br />

Infantaria de Leiria e, com esta designação, faz quase toda a campanha contra os<br />

liberais. O seu quartel permanente passa a ser Leiria.<br />

108


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

1833: Deserção geral das praças do “13” para as fileiras liberais. É reorganizado o<br />

Regimento de Infantaria n.º 13 no exército de D. Pedro, tendo por casco um Batalhão<br />

do R.I. n.º 4.<br />

1834: - Por outro lado D. Miguel, em Janeiro, volta a criar o Regimento de Infantaria n.º 13<br />

no seu exército, tendo por casco o novo Regimento de Lisboa, pelo que passam a<br />

existir no <strong>Exército</strong> Português dois regimentos com o número 13. Neste mesmo ano<br />

faz parte da coluna que D. Miguel envia para o Algarve contra as forças liberais que<br />

ali haviam desembarcado;<br />

- O Regimento de Infantaria n.º 13, do exército de D. Pedro, toma parte na batalha de<br />

Almoster, recebendo pela sua valorosa conduta quatro condecorações da Ordem da<br />

Torre e Espada;<br />

- O R.I. 13 é extinto pela reorganização do exército de 1834, por terem sido reduzidos<br />

a 12 os regimentos de infantaria.<br />

1837: Uma nova reorganização do <strong>Exército</strong> cria 30 batalhões de Infantaria. O Batalhão de<br />

Infantaria n.º 13 é organizado à custa do R.I. n.º 2, com o seu quartel permanente em<br />

Vila Real.<br />

1841: O B.I. 13 passa a ter o seu quartel permanente em Chaves.<br />

1842: Pela reorganização deste ano, o B.I. 13 é novamente transformado em R.I. 13.<br />

1853: O R.I. 13 destaca o 2.º Batalhão para a Madeira de onde regressa no ano seguinte. O<br />

navio naufraga à vista da costa portuguesa.<br />

1883: É transferido para Vila Real, onde dá entrada na manhã de 30 de Agosto.<br />

1884 a 1890: Destaca várias subunidades para os cordões sanitários que são estabelecidos<br />

ao longo da fronteira de Trás-os-Montes, e em volta da cidade do Porto.<br />

1908: Destaca uma companhia para a Guiné que toma parte em várias operações contra os<br />

indígenas revoltados.<br />

1916: O 1.º Batalhão do R. I. 13 é mobilizado em fins de Setembro e concentra-se em<br />

Tancos para instrução. Faz parte do 6.º Regimento de Infantaria, da Divisão de<br />

Instrução.<br />

1917: Este mesmo batalhão, fazendo parte do C.E.P. embarca para França, em 23 de Abril.<br />

1917 a 1918: Guarnece vários sectores na Flandres e, nos dias 9 e 10 de Abril, defende a<br />

aldeia de Lacouture. Por esta acção, a Bandeira do Regimento de Infantaria n.º 13 é<br />

condecorada com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe.<br />

1927: - É dissolvido por ter tomado parte no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro;<br />

- O R.I. 13 é reorganizado no Funchal quando, em 29 de Junho, uma nova reorganização<br />

extingue o R. I. n.º 23.<br />

1931: É novamente dissolvido por ter tomado parte na revolta da Madeira e reorganizado,<br />

em seguida, com o seu quartel permanente em Vila Real.<br />

1940: Fornece uma Companhia de Atiradores para o B.I. n.º 68, destinado a Moçambique,<br />

numa missão de soberania.<br />

1941: Mobiliza o 1.º Batalhão Expedicionário para Angola, que segue ao seu destino em 15<br />

de Janeiro do ano seguinte.<br />

109


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

1942: O 1º Batalhão Expedicionário é louvado em O.E. pelo aprumo e correcção com que<br />

se apresenta para o embarque.<br />

1943: Mobiliza o Comando de um Regimento e de um Batalhão que, em Outubro, são mandados<br />

concentrar na região do Cartaxo.<br />

1952: A 15 de Junho são inauguradas as instalações do novo quartel.<br />

1961: Durante este ano mobiliza as seguintes unidades para Angola: em 15 de Maio, a<br />

Companhia 153; em 7 de Junho, o Comando e Companhia de Comando do Batalhão<br />

de Caçadores N.º 185; em 24 de Julho, o Pelotão de Morteiros N.º 23; e em Agosto, a<br />

Companhia de Caçadores 95.<br />

1964 – 1974: Passa a Centro de Instrução Básica, onde são formados durante estes dez anos<br />

69.000 militares, na sua maioria, destinados a prestar serviço nas ex-colónias.<br />

1965: Em Fevereiro é publicado o 1º número do “Infantaria do Marão”.<br />

1972: Em Agosto, é atribuída pela Câmara Municipal de Vila Real ao R.I. 13 a “Medalha de<br />

Ouro da Cidade de Vila Real”.<br />

1974: Participa com duas Companhias de Atiradores no movimento do 25 de Abril.<br />

1975: - A 1 de Maio, passa designar-se Regimento de Infantaria de Vila Real;<br />

- Passa a ter dois destacamentos com sedes, respectivamente, em Chaves e em<br />

Bragança.<br />

1977: Em 4 de Maio, é oficialmente extinto o Destacamento do RIVR em Chaves.<br />

1980: Em 20 de Setembro, é oficialmente extinto o Destacamento do RIVR em Bragança.<br />

1992: A partir de Dezembro, o encargo operacional do R.I. 13, ou seja, um Batalhão de<br />

Infantaria, passa a pertencer operacionalmente à Brigada Ligeira de Intervenção.<br />

1993: O Quadro Orgânico passa a contemplar apenas uma Companhia de Comando e<br />

Serviços, em vez de um Batalhão.<br />

1997: Participa, na Roménia, no exercício Cooperative Determination 97.<br />

1998: - No início do ano, o R.I. 13 deixou de ter organicamente um Batalhão de Instrução,<br />

para passar a ter apenas uma Companhia de Instrução;<br />

- Apoiou logisticamente a realização do exercício OTAN Strong Resolve;<br />

- Em 1 de Março, concentra e inicia o aprontamento do Agrupamento ALFA que participa,<br />

de 15 de Julho de 1998 a 15 de Janeiro de 1999, numa missão de manutenção<br />

de paz no Teatro de Operações da Bósnia-Herzegovina, integrando a SFOR.<br />

1999: O 1º B.I. sobe à categoria de Força Operacional de Projecção do <strong>Exército</strong> (FOPE).<br />

2000: Em 6 de Outubro de 1999, concentra e apoia o aprontamento do Agrupamento CHAR-<br />

LIE, que iniciou em 11 de Fevereiro de 2000 o cumprimento de uma missão de<br />

manutenção de paz no Teatro de Operações do Kosovo, integrando a Brigada<br />

Multinacional Oeste de comando italiano, com a designação de Task Force PEGASUS.<br />

2001: Em Setembro de 2000,concentra e apronta o 1º B.I. com vista ao cumprimento de uma<br />

missão de paz no Teatro de Operações de Timor-Leste, no 2º semestre de 2001.<br />

2004: Em Agosto, concentra e apronta o Agrupamento Hotel, para cumprir uma missão no<br />

Teatro de Operações de Timor-Leste, no 1º semestre de 2004.<br />

2005: Em Fevereiro, iniciam-se as sessões do Dia da Defesa Nacional.<br />

110


Por Onde Passou o R.I. 13<br />

PENICHE: de 1650 a 1707<br />

Rua 13 de Infantaria em Peniche.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

LISBOA: 1808<br />

TOMAR: 1809<br />

PENICHE: 1816<br />

LISBOA: de 1828 a 1831<br />

LEIRIA: de 1831 a 1834<br />

VILA REAL: 1837, como Batalhão<br />

CHAVES: 1841, como Batalhão<br />

CHAVES: 1842, como Regimento<br />

VILA REAL: 1883<br />

FUNCHAL: Mudança de R.I. 23 para R.I. 13<br />

VILA REAL: Criado o Depósito do R.I. 13<br />

VILA REAL: 30 Junho extinto o deposito do R.I. 13, designa-se por «Formação de Depósito<br />

do Extinto Depósito do R.I. 13»<br />

VILA REAL: Convento de S. Francisco<br />

VILA REAL: Novo Quartel desde 1952<br />

Instrução Fluvial no Rio Douro.<br />

111


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Hino do R.I. 13<br />

Desde 1911 que o Regimento tem a sua canção. Épica, vibrante e harmónica, é verdadeiramente<br />

uma marcha de guerra que entusiasma e excita. Ao som dela partiu para<br />

França o 1.º Batalhão e, cantando-a com entusiasmo, embarcou para as colónias o 1.º Batalhão<br />

Expedicionário do “13”. Os versos são da autoria de um distinto e culto oficial do nosso exército,<br />

coronel António Álvares Guedes Vaz, que em 1911 era capitão no R.I. 13. A música foi composta<br />

pelo chefe da banda António Romano. Eis a canção:<br />

Na linda terra transmontana<br />

Tem seu quartel um Regimento São transmontanos seus soldados,<br />

Que mostra um "13" na bandeira, Homens que têm por divisa<br />

Quando flutua, altiva, ao vento. "Antes quebrar que torcer"<br />

Deles a Pátria bem precisa.<br />

Palpita um peito d'aço<br />

Em cada farda,<br />

Do "13" nem um passo<br />

P'ra retaguarda<br />

Brilha na história há tanto e tanto<br />

Do nosso "13" a real bravura, Nas linhas d'Elvas, Ameixial,<br />

Que já aos turcos em Lepanto Castelo Rodrigo e Montes Claros,<br />

Dele se deu prova bem dura Aos espanhóis deu lições tais<br />

Que são de heróis p'ra sempre raros.<br />

Palpita um peito d'aço<br />

Em cada farda,<br />

Do "13" nem um passo<br />

P'ra retaguarda<br />

Contra os franceses, o Buçaco,<br />

Espanha toda até Victória, Que guardem, pois, nossas baionetas<br />

Na França o Nive e, enfim, Baiona Tão gloriosa tradição<br />

Foram para o "13" imensa glória, Limpa de manchas, como neve<br />

Que cobre as cristas do Marão.<br />

Palpita um peito d'aço<br />

Em cada farda,<br />

Do "13" nem um passo<br />

P'ra retaguarda<br />

Na Grande Guerra, em Lacouture,<br />

Terra de França, alheia terra, E defendida a terra estranha,<br />

Por seu valor conquista o "13" Voltando à Pátria o coração<br />

Para a bandeira, a Cruz de Guerra. Voltou sem mancha, como a neve<br />

Que cobre as cristas do Marão.<br />

112


Pauta da música do hino do R.I. 13.<br />

LETRA DO CORONEL A. GUEDES VAZ<br />

MÚSICA DE ANTÓNIO ROMANO<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

113


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Escolas Regimentais<br />

O<br />

quartel inaugurado em 1952 encontrava-se apetrechado de raiz, com dependências<br />

destinadas exclusivamente às Escolas Regimentais - salas de aulas, gabinetes para<br />

professores e salas de arquivo – possuindo todo o material didáctico necessário para cumprir<br />

essa missão. As Escolas Regimentais remontam ao início do século XIX, tendo sido criadas<br />

durante a Regência de D. João VI, em 1817, e tinham por finalidade “… estabelecer uma aula<br />

de ler, escrever e contar em cada corpo de Infantaria, Caçadores, Cavalaria e Artilharia do seu<br />

<strong>Exército</strong> e na Guarda Real da polícia de Lisboa a fim de que se aproveitem delas os indivíduos,<br />

seus filhos, assim como também os filhos dos habitantes das terras ou bairros em que os mesmos<br />

corpos tiverem os seus quartéis …”.<br />

Os comandos militares esforçaram-se<br />

por cumprir essa missão, criando escolas<br />

nos diversos quartéis para administrar essa<br />

formação. Também aqui, o R.I. 13 teve um<br />

papel de relevo ao contribuir de uma forma<br />

significativa e duradoura para a formação<br />

académica e cultural, a nível do ensino<br />

primário, dos milhares de militares que passaram<br />

pela Unidade. Por determinação<br />

superior, os recrutas eram submetidos, até<br />

15 dias após a data de incorporação, a um<br />

exame realizado nas Escolas Regimentais<br />

Edifício das Aulas Regimentais.<br />

para se avaliar o seu grau de instrução<br />

literária, sendo posteriormente colocados em vários grupos, consoante os conhecimentos<br />

prévios.<br />

A população escolar podia dividir-se em oito grupos, organizados do seguinte modo: os<br />

analfabetos; os que sabiam ler e escrever mal; os que sabiam ler, escrever e contar; os que<br />

sabiam ler, escrever e contar correctamente; os que possuíam o 2.º ano dos liceus; os que possuíam<br />

o 5.º ano dos liceus; os que tivessem o curso completo dos liceus; os que possuíam o<br />

exame de algumas cadeiras de um curso superior; e com um curso superior. Esta classificação<br />

servia de base para a colocação na classe respectiva com vista a serem administrados os<br />

conhecimentos achados convenientes.<br />

Os directores, professores e monitores recebiam uma compensação mensal nos meses<br />

em que decorriam as Escolas Regimentais. Os professores do curso elementar recebiam uma<br />

gratificação extraordinária de 60$00 se no fim do curso tivessem sido aprovados 50% das<br />

praças das suas turmas, e 50$00 se conseguissem que pelo menos 30% da turma tivesse<br />

aprovação. As “Estantes Métricas” usadas nas aulas Regimentais fazem hoje parte do espólio<br />

museológico da Unidade. As Escolas Regimentais mantiveram-se em funcionamento no R.I. 13<br />

até à década de oitenta, com uma quantidade considerável de alunos que pretendiam completar<br />

a escolaridade obrigatória, ou seja, a 4ª classe.<br />

114


Marchas de Coesão<br />

C<br />

om o objectivo de contribuir para<br />

a preparação física e resistência<br />

dos militares, um grupo de quatro oficiais<br />

do R.I. 13 realizou, no dia 21 de<br />

Novembro de 1892, uma “Marcha de<br />

Resistência”<br />

apeada, de<br />

Vila Real a<br />

Chaves e<br />

volta, em 3<br />

dias. Pela<br />

sua singularidade,origi-<br />

Marcha de Coesão.<br />

nalidade e valor mereceu honras de notícia nos jornais locais.<br />

Noticia publicada no Jornal “O<br />

Povo do Norte”, 27/11/1892..<br />

Assim, o local escolhido<br />

para términos de cada<br />

marcha é criteriosamente<br />

seleccionado, procurando<br />

que este tenha sempre associado<br />

alguma importância<br />

histórico-cultural. Assim, para<br />

além de um percurso<br />

pedestre de 10 a 15 km, o<br />

programa inclui uma palestra<br />

sobre o património cultural do<br />

local onde estas terminam,<br />

à qual se segue um<br />

almoço-convívio.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Passado mais de um século recuperou-se, de certo modo, a<br />

ideia com as denominadas “Marchas de Coesão” mas, desta vez,<br />

alargadas a todo o pessoal da Unidade, sem excepção.<br />

Pretendeu-se, com esta iniciativa, fomentar o espírito de corpo,<br />

e desenvolver a capacidade e a rusticidade física dos militares e funcionários<br />

civis, e, simultaneamente, aproveitar a oportunidade para<br />

familiarizar os militares com a região onde se insere a Unidade,<br />

nomeadamente na sua componente cultural.<br />

Almoço-convívio no final da marcha de coesão.<br />

115


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Dia Festivo<br />

Com a comemoração do “Dia Festivo” de uma unidade pretende-se exaltar o espírito de<br />

corpo e celebrar os seus feitos heróicos em campanha. Tendo por base a Portaria<br />

10.480, de quatro de Setembro de 1943, o R.I. 13 propôs o dia 31 de Agosto, para seu dia festivo,<br />

data em que foi realizado o 2.º assalto à Praça de S. Sebastian, em 1813.<br />

Com a preferência por este dia pretendia-se assinalar o enorme feito de armas perpetrado<br />

pelos militares do Regimento naquela acção, a qual foi publicamente reconhecida pelo<br />

marechal Wellintgton, tendo este salientado no louvor atribuído à Unidade “...a maneira como<br />

soube haver-se em movimentos de arrogante avançada e nos momentos em que mais ferida<br />

corria a peleja, debaixo de todo o fogo que da cidade e do castelo se podia dirigir contra ele, o<br />

que captou a admiração e aplauso dos chefes superiores dos exércitos aliados, pelo modo verdadeiramente<br />

marcial e digno como se comportou...”.<br />

Esta comemoração encontra-se registada, pela primeira vez, na Ordem de Serviço de<br />

30 de Agosto de 1958. Contudo, no início da década de oitenta, resultado de um trabalho de<br />

pesquisa histórica levada a cabo pelo comando da Unidade, foi proposta a mudança do dia festivo<br />

para nove de Abril, a qual foi aprovada pelo despacho de nove de Dezembro de 1981, do<br />

General Vice-CEME (O.S n.º 24, de 4 Fevereiro 1982).<br />

Para a adopção deste dia como “Dia Festivo” muito contribuiu a forma como o 1.º<br />

Batalhão Expedicionário se bateu em La Lys. O extraordinário valor, a coragem, e a bravura<br />

demonstradas pelos seus soldados prestigiaram grandemente o <strong>Exército</strong> Português em terras<br />

de França, e fizeram com que conquistasse, com o preço do seu sangue, a Cruz de Guerra de<br />

1.ª Classe para o Estandarte da sua Unidade.<br />

116


Bandas e Fanfarras<br />

A<br />

música exerceu, desde sempre, um papel muito importante no seio da instituição militar,<br />

pelo que houve necessidade de criar bandas musicais com a missão de tocar marchas<br />

marciais nas paradas, revistas, desfiles, etc.<br />

As várias regulamentações sofridas pelas bandas desde 1815 até 23 de Maio de 1827,<br />

fixaram, entre outras coisas, a composição das bandas, em termos do número de instrumentos<br />

e de elementos. Em 1911, existiam 35 bandas de música, uma em cada Regimento de<br />

Infantaria.<br />

Programa de um concerto da Banda do R.I. 13, publicado<br />

no jornal “O Povo do Norte”, de 10/12/1922..<br />

A publicação do Decreto n.º 13.851, da organização<br />

do <strong>Exército</strong>, de 29 de Junho de 1927, no número três, do<br />

Art.º 22º, mantém as bandas de música em todos os<br />

Regimentos de Infantaria, com a composição até aí prescrita.<br />

Mas a reorganização do <strong>Exército</strong> de 1937, veio alterar<br />

profundamente estas bandas, reduzindo o seu número para<br />

oito, ficando estas apenas nas sedes das Regiões Militares.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A banda de música do R.I. 13, cujas<br />

origens remontam à última década do século<br />

XIX, ajudou a estabelecer importantes elos de<br />

ligação entre a instituição militar e as populações,<br />

sendo muito solicitada para participar em<br />

inúmeras festividades de carácter religioso, bem<br />

como na rea-lização de concertos para a população,<br />

como o atestam as referências publicadas<br />

nos diversos periódicos da região, assim com na<br />

cidade do Porto.<br />

Ao reler os jornais do final do século<br />

XIX e da primeira metade do século <strong>XX</strong> encontramos<br />

muitas notícias da sua actividade, assim<br />

como opiniões que expressam o agrado e a simpatia<br />

que a Banda do Regimento criou junto das<br />

po-pulações.<br />

Notícia de actuação da Banda do R.I. 13,<br />

publicada no jornal “O Povo do Norte”, de<br />

23/08/1891.<br />

117


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

A Banda do Regimento Infantaria 13 manteve-se em grande actividade até meados do<br />

século <strong>XX</strong>, altura em que o Regimento, por determinação superior, passou a dispor apenas de<br />

uma fanfarra.<br />

Em 1989, o R.I. 13 contava no seu Quadro Orgânico (QO) apenas com uma Secção de<br />

Corneteiros, porventura resultado de uma revisão dos QO levada a cabo em meados da década<br />

de oitenta, situação que viria a ser alterada pela reorganização do <strong>Exército</strong> implementada no<br />

início dos anos noventa. O QO de 1993, actualmente em vigor, consagra apenas quatro praças<br />

com a especialidade de corneteiro, o equivalente a uma Secção.<br />

A fanfarra “actual” do R.I. 13.<br />

Na prática, de há vários anos a esta parte, inserido na progressiva redução de efectivos<br />

a que o <strong>Exército</strong> tem vindo a ser sujeito, apenas tem sido colocada na Unidade uma praça com<br />

a especialidade de corneteiro, com a qual se tem conseguido, com alguma dificuldade, satisfazer<br />

as necessidades mínimas do serviço.<br />

Apesar destes condicionalismos e fruto da boa vontade e do voluntarismo de alguns militares<br />

com conhecimentos de música, foi possível levantar, informalmente, uma fanfarra, a qual,<br />

entre outras acções, tem abrilhantado as cerimónias mais significativas que têm ocorrido no<br />

Regimento.<br />

118


Inserção dos Militares na Vida Civil<br />

Numa parceria com o Centro de Emprego e Formação Profissional de Vila Real (CEFP),<br />

iniciada em 1996, frequentaram os cursos de formação profissional ministrados por aquele<br />

organismo, até à presente data e<br />

com aproveitamento, 134 militares<br />

do R.I. 13 em regime de contrato/voluntário.<br />

Entre estes cursos<br />

contam-se os de Reparação de<br />

Carroçarias, Pintor Auto,<br />

Canalizador, Jardinagem e<br />

Espaços Verdes, Empregado de<br />

Mesa e Bar, e Cozinha.<br />

A colaboração com o<br />

CEFP alargou-se a outros<br />

domínios, tendo 37 militares frequentado<br />

o curso de Introdução à<br />

Informática, em regime extra laboral.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Assinatura do protocolo de cooperação entre o <strong>Exército</strong> e o Centro de<br />

Formação Profissional de Vila Real, na pessoa do Comandante do R.I. 13<br />

e do seu Director, respectivamente.<br />

A qualidade da formação ministrada, devidamente certificada pelos organismos competentes,<br />

tem facilitado a integração dos militares na vida civil, reflectindo-se no elevado número<br />

de militares que procura estes cursos. Saliente-se o facto de uma elevada percentagem dos formandos<br />

terem encontrado emprego após a formação. O comando da Unidade tem nomeado<br />

para a frequência destes cursos os militares com mais tempo de contrato cuja conduta os torne<br />

merecedores.<br />

Para além da formação<br />

profissional, o R.I. 13, em colaboração<br />

com os organismos competentes<br />

do <strong>Exército</strong>, tem participado<br />

no processo de reconhecimento,<br />

va-lidação e certificação de competências<br />

adquiridas de forma formal<br />

(escola), informal (no local de<br />

traba-lho) e não formal (com os<br />

amigos) e em diferentes contextos<br />

(familiar, escolar, profissional e<br />

social), por forma a que os militares<br />

obtenham uma carteira profissional Formandos do Curso de Cozinha nas instalações da Unidade onde lhes é<br />

de competências-chave e um<br />

ministrada a formação.<br />

Certificado de Educação e Formação de Adultos, de equivalência escolar ao 3º ciclo do ensino<br />

básico, o qual lhes irá facilitar a integração na vida civil activa.<br />

119


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Biblioteca<br />

A<br />

biblioteca do R.I. 13 tem cerca de 7.500 títulos, num total de 11.200 volumes, os quais<br />

versam essencialmente sobre temas de segurança e defesa, com grande ênfase para a<br />

temática da 1.ª Grande Guerra Mundial, na qual os militares da Unidade participaram activamente.<br />

Para além de livros e obras de referência, integram também o acervo da biblioteca<br />

revistas técnicas militares, portuguesas e estrangeiras, várias enciclopédias e manuais militares.<br />

A história, a estratégia, e a geografia, muito em particular a do ex-Ultramar, são outros<br />

dos temas abundantemente tratados.<br />

A obra mais antiga remonta ao séc. XVIII (1798), é da autoria do Fr. Joaquim de Santa<br />

Rosa de Viterbo, e tem por título “Elucidário das Palavras, Termos e Frases”. Foi impressa na<br />

oficina de Simão Thaddeo Ferreira, encontrando-se em mau estado de conservação.<br />

A biblioteca possui ainda um número elevado de obras editadas no século XIX. O acervo<br />

vai ser, dentro em breve, consideravelmente enriquecido, em virtude de ter sido autorizada<br />

superiormente, junto da Biblioteca do <strong>Exército</strong>, a recolha do espólio de bibliotecas que pertenciam<br />

a outras unidades que, com a reorganização do <strong>Exército</strong>, foram ou estão a ser extintas.<br />

120<br />

1ª página da obra mais antiga da Biblioteca do R.I. 13, datada<br />

de 1798.


De forma a organizar, catalogar e preservar a documentação existente de modo a<br />

responder às necessidades, estabeleceu-se uma parceria com a Universidade de Trás-os-<br />

Montes e Alto Douro (UTAD).<br />

Neste âmbito desenvolveram-se várias actividades: (1) um militar da Unidade frequentou<br />

um curso técnico documental na área das bibliotecas; (2) a UTAD, disponibilizou os seus<br />

serviços de extensão, os quais se revelaram indispensáveis para a catalogação e análise de<br />

toda a documentação existente, de acordo com as RPC (Regras Portuguesas de Catalogação)<br />

e com os thesauri monolingues e as tabelas de classificação universal; (3) e, cedeu-nos o seu<br />

servidor para instalarmos o sítio da biblioteca regimental, ferramenta incontornável para que a<br />

biblioteca possa servir toda a comunidade.<br />

Instalações da biblioteca do R.I. 13 e as colaboradoras da UTAD.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Por forma a facilitar a sua utilização, a biblioteca foi transferida para instalações mais<br />

acessíveis, tendo-se, simultaneamente, criado um sítio no ciberespaço através do qual é possível<br />

pesquisar a lista dos títulos existentes alargando-se, assim, o acesso à sociedade civil.<br />

Pretende-se que as novas instalações, para além de sala de leitura, sejam também utilizadas<br />

como sala de estudo, apoiando os militares estudantes, em regime voluntário e contrato.<br />

121


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Jornais<br />

Aum de Fevereiro de 1965 publicou-se, pela primeira vez, um jornal da Unidade com o título<br />

“Infantaria do Marão”. Este jornal tinha uma periodicidade mensal e pretendia ser um<br />

“Órgão de Informação, Cultura e Recreio do Regimento de Infantaria n.º 13”. Foram publicados<br />

56 números, até Dezembro de 1973.<br />

Exemplar do 1º número do Jornal “Infantaria do<br />

Marão”, publicado em um de Fevereiro de 1965.<br />

A partir dessa data passou a publicar-se<br />

anualmente no dia festivo da Unidade, excepto<br />

em 2002, em que para além do dia festivo foi publicado<br />

um número especial por ocasião das<br />

comemorações do aniversário dos cinquenta<br />

anos do quartel.<br />

Com esta publicação tem-se procurado<br />

dar conta das actividades mais importantes levadas<br />

a cabo pela Unidade durante o ano a que<br />

diz respeito: parcerias com outros organismos,<br />

acções orientadas para a sociedade civil, cerimónias,<br />

desporto, actividade operacional, e<br />

melhoramentos nas infra-estruturas.<br />

122<br />

Esta publicação tinha como director o<br />

Comandante da Unidade e era impresso na “Minerva<br />

Transmontana”, em Vila Real. Ao longo da sua publicação,<br />

manteve sempre uma qualidade gráfica exemplar,<br />

sendo o seu conteúdo, na sua maioria, composto<br />

por descrições dos feitos heróicos do Regimento e dos<br />

seus militares, e por artigos de carácter formativo e cultural,<br />

assim como por notícias militares e de âmbito<br />

local.<br />

Esta publicação reapareceu em Dezembro de<br />

1988, tendo sido publicados vários números, embora<br />

sem uma periodicidade definida. A 9 de Abril de 2001 é<br />

feita uma nova publicação mensal, com formato e<br />

aspecto gráfico diferentes do seu antecessor, impressa<br />

na Secção de Informática da Unidade, designada<br />

“O Infante do Marão”, a qual se manteve até meados<br />

de 2001.<br />

Exemplar do “Infante do Marão” publicado em 2004.


O R.I. 13 e a Comunidade Vila-realense<br />

T<br />

em sido política dos diferentes<br />

comandantes, ao longo dos anos,<br />

aprofundar as relações com a comunidade<br />

civil. Hoje, essa relação amadureceu,<br />

sendo bem visíveis os benefícios para<br />

todas as partes envolvidas nesse processo.<br />

Para além dos aspectos relacionados<br />

com a Protecção Civil, já abordados<br />

noutras partes deste trabalho, o R.I. 13 tem<br />

interagido nos mais diversos domínios com<br />

inúmeros actores da sociedade civil.<br />

Acções de intervenção formativa sobre o HIV (Sida).<br />

Acresce-se ainda um ciclo de conferências<br />

sobre temas relacionados com a defesa e a segurança;<br />

acções de intervenção formativa sobre o HIV<br />

(Sida), dirigida a todos militares e funcionários civis do<br />

Regimento; promoção de concertos (Banda Sinfónica<br />

do <strong>Exército</strong>, Orquestra Ligeira do <strong>Exército</strong> e pianista<br />

Domingos António); organização de um competição de<br />

karting, etc.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Exposição de Armamento no foyer do Teatro Municipal de Vila<br />

Real.<br />

Entre outras, a título meramente ilustrativo,<br />

e sem pretendermos ser exaustivos,<br />

salientam-se as seguintes actividades: a participação<br />

nas festas da cidade com a exposição da<br />

“Colecção de Armas de Manuel Francisco de<br />

Araújo”, no foyer do Teatro Municipal de Vila<br />

Real, e com um concerto da Orquestra Ligeira do<br />

<strong>Exército</strong>; visitas de estudo das escolas da região,<br />

com mostras estáticas de equipamento e visita<br />

ao Núcleo Museológico da Unidade.<br />

Ciclo de conferências sobre Segurança e Defesa.<br />

Sessão com o Prof. Doutor Adriano Moreira.<br />

123


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

O R.I. 13 tem também prestado inúmeros apoios a diversas instituições locais, na realização<br />

das suas actividades. Entre outras, salientam-se as seguintes: campeonatos de BTT;<br />

organização de almoços de Natal para os idosos do concelho; organização do corta-mato escolar,<br />

na Fraga da Almotolia; Festivais de folclore; campeonatos de pára-quedismo; Taça dos<br />

Países Latinos, a contar para o campeonato mundial de Orientação; iniciativas do núcleo de Vila<br />

Real da Liga dos Combatentes, da Associação de ex-combatentes do Ultramar, etc.<br />

Competição regimental de karting.<br />

Actuação da Banda Sinfónica do <strong>Exército</strong> no<br />

auditório principal do Teatro Municipal de Vila<br />

Real.<br />

Taça dos Países Latinos de “Orientação”.<br />

124<br />

Campeonatos regionais de BTT.<br />

Encontro de ex-combatentes do Ultramar.<br />

Convívio de Natal de idosos do Concelho.<br />

Visita de escola da região de Vila Real.


Bibliografia<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

LIVROS<br />

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125


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1999, Ano <strong>XX</strong> (Nova Série).<br />

SARDICA, José Miguel, D. Pedro IV, o "Libertador, in História, n.º 69, Setembro 2004, Ano<br />

<strong>XX</strong>VI (III Série).<br />

SARDICA, José Miguel, O Curso Político-Militar, in História, n.º 19, Novembro 1999, Ano <strong>XX</strong>I<br />

(Nova Série).<br />

SELVAGEM, Carlos, Portugal Militar. Compêndio de História Militar e Naval de Portugal,<br />

Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1999.<br />

SORIANO, Simão José da Luz, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo<br />

Parlamentar em Portugal, Tomo III e IV, Imprensa Nacional, Lisboa, 1876.<br />

CÂMARA MUNICIPAL DE VILA REAL, Livro das Actas das Sessões da Câmara Municipal de<br />

Vila Real de 1883, Arquivo Distrital de Vila Real, Vila Real, 1883.<br />

CÂMARA MUNICIPAL DE VILA REAL, Livro das Actas das Sessões da Câmara Municipal de<br />

Vila Real de 1972, Arquivo Distrital de Vila Real, Vila Real, 1972.<br />

PERIÓDICOS<br />

POVO DO NORTE<br />

Ano 1 - N.º 33, 10 Janeiro 1981; N.º 53, 23 Agosto 1891.<br />

Ano 2 - N.º 29, 28 Março 1892; N.º 52, 22 Maio 1892; N.º 79, 27 Novembro 1892.<br />

Ano 4 - N.º 229, 13 Outubro 1894.<br />

Ano 6 - N.º 245, 9 Fevereiro 1896.<br />

Ano 9 - N.º 423, 16 Novembro 1902.<br />

Ano 10 - N.º 455, 5 Julho 1903; N.º 476, 13 Dezembro 1903.<br />

Ano 29 - N.º 19, 28 Março 1919.<br />

Ano 30 - N.º 28, 6 Junho 1920; N.º 38, 15 Agosto 1920.<br />

Ano 31 - N.º 86, 14 Agosto 1921.<br />

Ano 32 - N.º 42, 10 Setembro 1922; N.º 44, 24 Setembro 1922; N.º 50, 5 Novembro.<br />

1922; N.º 55, 10 Dezembro 1922; N.º 56, 17 Dezembro 1922.<br />

JORNAL NOTÍCIAS<br />

1945 - 26 de Fevereiro.<br />

1947 - 11 Outubro.<br />

1952 - 13 Junho,15 Junho, 16 Junho.<br />

1956 - 1 Janeiro.<br />

1958 - 2 Setembro.<br />

ORDEM NOVA<br />

1961 - 23 Abril.<br />

1963 - 5 Maio, 28 Junho, 4 Agosto, 30 Agosto, 6 Setembro.<br />

126


VILAREALENSE<br />

1957 - N.º 15, 30 Maio.<br />

1960 - N.º 40, 24 Novembro.<br />

VOZ DE TRÁS-OS-MONTES<br />

Ano X - N.º 471, 22 Junho 1957; N.º474, 13 Julho 1957; N.º 489, 16 Novembro 1957,<br />

N.º 493, 14 Dezembro de 1957; N.º 529, 7 Setembro 1958; N.º 531, 21<br />

Setembro 1958; N.º 544, 25 Dezembro 1958.<br />

Ano XII - N.º 628, 31 Julho 1960; N.º 631, 21 Agosto 1960; N.º 644, 20 Novembro 1960;<br />

N.º 657, 19 Fevereiro 1961; N.º658, 26 Fevereiro 1961; N.º 662, 26 Março 1961.<br />

Ano XIII - N.º 757, 7 Abril 1963; N.º 771, 12 Maio 1963; N.º 787, 1 Setembro 1963.<br />

Ano XIV - N.º 838, 30 Agosto 1964; N.º 875, 20 Junho 1965; N.º 877, 4 Julho 1965.<br />

ILUSTRAÇÃO REVISTA PORTUGUESA, Volume 23, 2.ª Série, Lisboa, 1917.<br />

PERIÓDICOS MILITARES<br />

JORNAL EXÉRCITO<br />

Ano I - N.º 12, , Dezembro 1960.<br />

Ano III - N.º 35-36, Novembro/Dezembro 1962.<br />

Ano XL - N.º 476, Agosto 1999.<br />

Ano <strong>XX</strong>VII- N.º 320, Agosto 1986.<br />

INFANTARIA DO MARÃO<br />

Ano 1- N.º 1, 13 de Fevereiro 1965; N.º 2, 13 Março 1965; N.º 3, 9 Abril 1965; N.º 4,<br />

13 Maio 1965; N.º 6, 13 Julho 1965; N.º 9, 13 Outubro 1965; N.º 10, 13<br />

Novembro 1965; N.º 12, 18 Janeiro 1966.<br />

Ano 2.- N.º 13, 12 Fevereiro 1966; N.º 14, 13 Março 1966; N.º 19, 14 Agosto 1966.<br />

Ano 3 - N.º 27, 14 Abril 1967.<br />

N.º 55, Novembro 1973.<br />

N.º 56, Dezembro 1973.<br />

Sem Número (2.ª Série), Dezembro de 1988.<br />

1990, Março/Abril.<br />

2004, Abril.<br />

REVISTA MILITAR, Tomo XLI, Lisboa, 1889.<br />

INFANTARIA, Ano <strong>XX</strong>VIII, Volume <strong>XX</strong>VIII, 2.ª Série, 1961.<br />

MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

127


MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA<br />

Patrocínios<br />

128<br />

Câmara Municipal de Vila Real<br />

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