Baixar - Brasiliana USP
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— 32 — Como um prisma luzcnte sobre um cómoro, Octogono branqucia o ledo templo Que" á Gloria de Maria outr'ora erguera Devota dextra, arrependida, exsanguc! Orna-lhe a baze bairro opulentissimo, Que seu nome conserva, e abre a entrada Do pomposo Catete, que hade um dia Com Moscou contender, com Hayde-Parque. Entre glebas frondentes se aproximam, Scrpeando em vergeis, jardins odoros, Do Cosme e Laranjeiras os subúrbios, Onde o sol derramado delinca Risonho toporama, alegre quadro. Em amplas curvas, flanqueando os montes, Se alonga murmurando o aquedueto Que bebe o Carioca, e o despeja Em tanques de granito, em bronzeas bicas Ao feliz fluminense: mole clássica, De alvenaria serpe gigantesca, Que a mão de Bobadella fabricara, E entre o Monte Thcrczio e o Franciscano Ao seu próprio triumpbo ergueo com arcos Que hão de eterna fazer sua memória. Se a vista arqueio sobre um mar alegre Onde boiam mil fustas, mil galeras, Contemplo Niclheroy saudável, bella, Delicias estendendo na península Que o monte da Armação nobre remata; Vaga minha alma em redobrados gozos, E de amena saudade se repassa. Conlo um alcacer d'ouro, do mar surge,
- 33 - Coroado de um templo, o sacro ilholc Que da Boa-viagem guarda o nome. Seu vulto pictoresco da realce Ao verde litoral que o avizinha , E ao mareio Gravata, que aterma a curva Aonde São Domingos aprazível Seus remansos assenta entre mil flores. Quando as fragoas d'Arca o ferro fundem, Negros jorros de fumo ao ar lançando Em retro ao monle d'Armação, parece Que um volcão de improviso rebentando Do seio do oceano, no ar estende Iii(laminado sudario sobre os tectos Da joven Niclheroy, e ameaça e tenta Em lava c cinzas scpultal-a inteira , Como outr'ora o Vesuvio fez a Stabia, A Pompci, Herculano e a Resina! Mas eis que corre no arenoso molde O liquido metal, cessa o phenomeno; E da mente s'csvae o novo quadro, Que belleza e horror n'alma infundia. Ves tu, ó Brasileiro, entre essas ilhas, Que parecem nadar n'um mar d'azougue Pela luz prateado, ali, n'um grupo, Como rainha cortejada, a ilha Dos amores chamada pelos vales; Como um florido Oásis na erma Lybia, De vergeis rodeado c de esperanças? A linda Paquetá, delicia, orgulho Da tua Capital, talvez d'America! ?
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Como um prisma luzcnte sobre um cómoro,<br />
Octogono branqucia o ledo templo<br />
Que" á Gloria de Maria outr'ora erguera<br />
Devota dextra, arrependida, exsanguc!<br />
Orna-lhe a baze bairro opulentissimo,<br />
Que seu nome conserva, e abre a entrada<br />
Do pomposo Catete, que hade um dia<br />
Com Moscou contender, com Hayde-Parque.<br />
Entre glebas frondentes se aproximam,<br />
Scrpeando em vergeis, jardins odoros,<br />
Do Cosme e Laranjeiras os subúrbios,<br />
Onde o sol derramado delinca<br />
Risonho toporama, alegre quadro.<br />
Em amplas curvas, flanqueando os montes,<br />
Se alonga murmurando o aquedueto<br />
Que bebe o Carioca, e o despeja<br />
Em tanques de granito, em bronzeas bicas<br />
Ao feliz fluminense: mole clássica,<br />
De alvenaria serpe gigantesca,<br />
Que a mão de Bobadella fabricara,<br />
E entre o Monte Thcrczio e o Franciscano<br />
Ao seu próprio triumpbo ergueo com arcos<br />
Que hão de eterna fazer sua memória.<br />
Se a vista arqueio sobre um mar alegre<br />
Onde boiam mil fustas, mil galeras,<br />
Contemplo Niclheroy saudável, bella,<br />
Delicias estendendo na península<br />
Que o monte da Armação nobre remata;<br />
Vaga minha alma em redobrados gozos,<br />
E de amena saudade se repassa.<br />
Conlo um alcacer d'ouro, do mar surge,