Baixar - Brasiliana USP

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Fronteira ao Pão d'Assucar sorprchcndcnte,
De Santa-Cruz o pico bipartido,
Que curvas praias sobre o mar debucham,
E eternos molhes sobre o mar levantam,
Minha alma insaciável n'ellcs fruc
Goso indisivel, impressão grandiosa,
Co' a belleza sem par do vulto augusto.
Qual helia meta, tropical balisa,
Magestoso e pujanle se levanta
Saxo pyramidal que as nuvens carda,
E no mar mergulhando o flanco eterno
A' flor suspende os revelins marciaes,
Onde em cada redente, em férreos leitos
Bronzeas bocas aguardam, no silencio,
A morte vomitar e o extermínio
Ao nauta insano que sonhar affrontas.
Salve, nobre penhasco, emblema clássico
Do Rio de Janeiro, monumento
Que do mar devassando os horisontes
Vais, benigno ostensor, ao lasso nauta
N'esses plainos remotos, n'esscs longes,
As portas franquear do rico empório
Que cm seu seio oceânico, seguro,
Pode do mundo acobertar as frotas.
Na silbocta austera, sublimada
Do teu vulto sem par encontra a mente
De Memnon o colosso que achatava
Da altiva Thebas, os sagrados templos.
Na tua calva fronte carcomida
De dia cm dia ura matutino raio
Harmonias desprende ao plumeo bando
Que os ecos povoa e as virentes maltas;