Baixar - Brasiliana USP

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Pelo mar alongando a vista esbarra
Sobre pando rochedo que supporta
Nivea atalaia que no céo resplende,
Luminoso ostensor, astro que ao nauta
Os equorcos propyleos patenteia
Que a entrada guardam do Janeiro ufano.
Viceja alamedado á dextra o parque
Templo de Flora, elyseo do universo,
Onde o sábio cultor decifra arcanos,
Tolhe myslerios na odorosa prole
Que na quadra ridente embala o zephyro.
Mensageira de amor zumbindo a abelha,
Prende nas azas os fragrantes beijos
Que a flor á flor envia pelas auras,
E no adejo melífluo vai tecendo
Da primavera o thalamo fruetifero.
Alli ruflando as azas coruscantes
O mimoso colibrio se embriaga
Do nectar matutino que lhe offcrta
No tenro calix a amorosa esposa;
Como regio sultão no harem florido
Gracioso contempla esvoaçando
As varias formas, a bclleza, o cheiro,
As vivas cores da colônia exótica
Que alli mandara o mundo, e representam
Estável primavera, encanto estável.
N'csse calmo remanso, cm horas gratas,
O cansado burguez repouso encontra,
E a virgem folgazona entre seus parques
Colhendo flores, sallitando alegre,