Baixar - Brasiliana USP
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— 12 - Não: eu não exagero! Juro aos ecos, Aqui junto dos ceos, que a natureza, Ao receber o toque sublimado Do pomposo ademan com que a ornara A mão do Creador, disse, espelhando-se Nos ceos, na terra, o-cm si'mesma ufana: i Serás, ó Guanabara, sempre e sempre « O brilho dos meus olhos, e o sorriso « Da terráquea belleza no universo. » Aqui, n'esta'atalaia alcantiladá. Remi, tres luslros faz, a mão augusta Do^Fundador do Império Brasileiro! Sereno o vi, risonho, Contemplando Este quadro sem p*ar! Talvez sua alma NVste imrnenso oceano sé emtriarando l."tn pensamento audaz então volvia: Talvez, secretos eclios lhe ondulavam l)"csso raro despego; talvez fosse Um recôndito adeos á terra ingrata One banil-o intentou, corno n um lyranho Que llie houvesse cavado escuro erg.-isluhi Na livre margem do Ypiranga heróico: Alt! como (1'entre a mortalha do passado Mestos quadros a mcnle me perturbam; V. a natureza d'improviso envolve Os ecos c a terra de neblina espessa, Para mais concentrar meu pensamento! Cerrada nuvem me acoberta e esconde O vasto panorama qiie ora eu vial
... 13 — Caliginoso escudo o vento erguendo, O tope da montanha adarg.i, c lece Impervia região á imagem lúcida Que o meu ser circumdava extasiado! Qual dourada chimera cm sonho caro N'um súbito acordar se desvanece, E acusmaticos sons após soltando No espaço reflecte a vaga imagem Desse mundo escoltado de mysterios!.... Tal a nevoa roubou-me, inesperada, Este alegre conspecto, doce cnleio Que cm minha alma vibrava accordo insólito. Como a um cego exilado em erma rocha Somente a seus ouvidos vem mesclar-se Os gemidos dos euros e o marulho Que as ondas nuigem no tenaz embale Sobre o bojo escabroso de seus flaticos, Tal agora mo aciio! Tudo é nevoa! Apenas nVslc assenlo árido e ríspido Vislumbro adusio feno, e entre vapores Confusas massas que de quando cm quando Incertas bruxoleam pelos ares Grisalhas sombras, recortados vultos, Kspeclros c phantai-mas onde ha pouco Espessura ridenlc meneava De flores verde louca ataviada! O meu corpo tirita, um sopro gélido. Hibernai sensação me cala ao peito. Esperemos Mas ah! que O dia surge! Carda-se a nuve, cm flocos se lacera, E uma reslia do sol doura-me a fronte.
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Caliginoso escudo o vento erguendo,<br />
O tope da montanha adarg.i, c lece<br />
Impervia região á imagem lúcida<br />
Que o meu ser circumdava extasiado!<br />
Qual dourada chimera cm sonho caro<br />
N'um súbito acordar se desvanece,<br />
E acusmaticos sons após soltando<br />
No espaço reflecte a vaga imagem<br />
Desse mundo escoltado de mysterios!....<br />
Tal a nevoa roubou-me, inesperada,<br />
Este alegre conspecto, doce cnleio<br />
Que cm minha alma vibrava accordo insólito.<br />
Como a um cego exilado em erma rocha<br />
Somente a seus ouvidos vem mesclar-se<br />
Os gemidos dos euros e o marulho<br />
Que as ondas nuigem no tenaz embale<br />
Sobre o bojo escabroso de seus flaticos,<br />
Tal agora mo aciio! Tudo é nevoa!<br />
Apenas nVslc assenlo árido e ríspido<br />
Vislumbro adusio feno, e entre vapores<br />
Confusas massas que de quando cm quando<br />
Incertas bruxoleam pelos ares<br />
Grisalhas sombras, recortados vultos,<br />
Kspeclros c phantai-mas onde ha pouco<br />
Espessura ridenlc meneava<br />
De flores verde louca ataviada!<br />
O meu corpo tirita, um sopro gélido.<br />
Hibernai sensação me cala ao peito.<br />
Esperemos Mas ah! que O dia surge!<br />
Carda-se a nuve, cm flocos se lacera,<br />
E uma reslia do sol doura-me a fronte.