Baixar - Brasiliana USP

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Como uma ave que fendc o ^'clhcreo pá ramo;
Ora na rocha undisona que açouta
Espumante escarcéo com fúria eterna;
Ou nos ermos delubros, nas ossadas
Do cadáver d'cmporios, vendo as sombras
Do passado, atravéz do manto escuro
Da morte, errarem nas fendidas moles
Que touca amargo tojo e abrolho, estéril,.
De víboras guar.ida. O tempo lavra
Incessante, incansável, dia e noite,
Sobre os tectos, colurnnas, baluartes,....
Rotea o chão que geme enraizado
De largos alicerces, de aqueduetos,
E ahi planta o deserte, que devora
Os marmóreos padrões, o bronze, o porphido,
E os thronos pulverisa, como as cinzas
De soberba hecatombe ao ar esparsas.
Vi dez solios. oitenta e seis cidades
No mundo visitei peregrinando.
Vi do humano engenho maravilhas,
Pelas artes creadas, pelos séculos.
Vi esses decantados monumentos
Que entalhara a natura sobre o globo!
Ridentes lagos, magestosos rios,
Sitios agrestes, sitios encantados,
Com duplo gozo de pintor, de vate,
E c'um peito, innocente, neutro, e alegrei
Colhi horas felizes, áureas paginas
De arroubo feiticeiro; prévia lagrima
Saudosa me orvalhava o rosto, em vendo
A nevoa do futuro, c um oceano
Interpor-se entre mim, e as scenas gratas
Que meus olhos bebiam namorados.