Belgian Comic Strip Centre - Centre Belge de la Bande Dessinée

Belgian Comic Strip Centre
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Art Nouveau e a Nona Arte
se encontram
Em 1903, Charles Waucquez, atacadista de tecidos, decide abrir um novo depósito localizado
na Rue des Sables, uma zona de Bruxelas cheia de vida. Para levar os planos adiante, chama
ninguém menos que Víctor Horta, um grande mestre na Art Nouveau, por causa disso que o
edifício possui todas as características típicas deste estilo: novos materiais estavam sendo
utilizados como o ferro e o vidro, luz vindo de todas as direções e ondas lineares sedutoras
e elegantes.
Enquanto Horta estava ocupado desenhando os planos para o depósito, no outro lado do
oceano Winsor McCay criava sua história em quadrinhos “Pequeno Nemo” para um jornal
de Nova York. Assim, não só a Art Nouveau e a historia em quadrinhos apareceram quase
ao mesmo tempo, sendo que McCay também desenhava em um estilo extravagante muito
similar ao de Horta!
Depois que o depósito foi fechado e após um período de declínio gradual, a Art Nouveau e a
Nona Arte se encontraram de novo com a fundação do Centro Belga da História em Quadrinhos
(CBHQ). Os interessados que desejam saber mais sobre o tema da Art Nouveau podem dar
uma olhada na sala pequena situada na entrada do prédio, a direita das escadas.
No CBHQ, se pode descobrir como as historias em quadrinhos e os desenhos animados
são feitos, passear pelo “Museu da imaginação” no qual se apresentam todas as historias
em quadrinhos pioneiros criadas na Bélgica, e também conhecer um pouco melhor as
publicações recentes no “Museu das historias em quadrinhos modernos“. Os que não sabem
quando parar podem passar na biblioteca (logo na entrada). Além disso, o CBHQ organiza
regularmente exposições temporárias sobre uma vasta gama de assuntos relacionados com
historias em quadrinhos ou autores.
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A.00
A invenção da Banda Desenhada
Era uma vez, há muito, muito tempo, um homem que não sabia nem ler, nem escrever.
Aliás, as palavras «ler» e «escrever» nem sequer existiam. Nem outra qualquer. Para se
exprimir, para narrar, para venerar, ele inventou o desenho.
Desde os mais antigos testemunhos conhecidos da arte rupestre até à feroz concorrência
entre os editores nova-iorquinos, no início do século XX, as etapas que esta exposição
conheceu confirmam o popular adágio segundo o qual «nada se cria, tudo se transforma».
A banda desenhada não é fruto de uma descoberta. É o resultado de uma cumplicidade que
se foi revelando cada vez mais forte entre o desejo de contar histórias e a arte de desenhar.
Ela apresenta-se como a mais literária de todas as artes plásticas.
Ao longo desta breve viagem através do tempo, deixamo-nos maravilhar pelo génio artístico
dos pintores, dos mosaístas, dos escultores, dos iluminadores ou dos artesãos para
interpretar a narração e criar o movimento. As suas obras têm alterado as relações entre os
seres humanos.
Como nasceu aquilo que nós denominamos hoje em dia «banda desenhada» e como definila
? É este o propósito desta exposição que, a passos largos, atravessa a história do mundo
e das civilizações.
Jean Auquier, CBBD (Centro Belga de banda Desenhada).
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As diversas partes da exposição
A.01
Desde a sua origem, o homem conta a sua história através de imagens
Desde o Homo Erectus, o ser humano serviu-se de todos os meios ao seu alcance para
narrar, explicar ou venerar os seus ídolos.
Ao longo dos séculos, as histórias que eles encenam são um testemunho da sociedade em
que foram criados, das suas crenças e da sua cultura. Ignoraremos sempre o nome da maior
parte dos artistas que esculpiram, que desenharam, que pintaram ou mesmo que teceram
estas obras que se tornaram património comum da humanidade.
A.02
Os incunábulos inventam a gramática da BD
Nos mosteiros cristãos da Idade Média, os monges copistas dedicavam as suas vidas a
reproduzir os textos sagrados da sua religião. Outros embelezavam estas edições únicas
criando iluminuras e ilustrações, prestando assim uma homenagem ao seu Criador.
Sem nunca suspeitar, eles inventaram a maior parte dos códigos que permitem aos
desenhadores actuais dar vida a uma banda desenhada: divisão das caixas de narrativa,
movimento, primeiro plano, diálogos em filactérios, etc.
A.03
A impressão permite chegar ao grande público
O aparecimento das gravuras, dos livros publicados, dos jornais e das gravuras a cores
vendidos nas feiras permitiu chegar ao grande público.
Mestres na sua arte, o inglês William Hogarth e o japonês Katsushika Hokusai narravam
histórias numa sequência de imagens ou de gravuras. Eles assumem-se como marcos
essenciais na história desta arte nascente, do mesmo modo que o suíço Rodolphe Töpffer
que tão bem ensinava o movimento aos seus alunos.
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A.04
No século XIX, os jornais contam histórias
Desde o século XIX que os jornais e as revistas compreenderam que para vender publicidade
aos anunciantes, era necessário reunir o maior número possível de leitores. A par do
romance-folhetim que deixa os leitores ansiosos por saber a continuação do mesmo,
descobrem-se os humoristas, os caricaturistas e os primeiros heróis recorrentes, como é
o caso de Ally Sloper em Inglaterra ou de Max e Moritz na Alemanha, cujas aventuras se
distribuem por narrativas desenhadas.
A.05
A banda desenhada torna-se uma aposta económica
Nos primórdios do século XX, os editores americanos Pulitzer e Hearst levam a lógica da
economia ao seu paroxismo. Procuram-se na empresa ao lado os melhores elementos,
os melhores jornalistas ou desenhadores. Assim, Richard Outcault troca o jornal mais
conceituado pelo segundo na lista onde cria Yellow Kid (1896), e mais tarde Buster Brown.
Os meios técnicos utilizados permitem também a criação de uma obra-prima: Little Nemo in
Slumberland (Winsor Mc Cay, 1905).
A.06
Uma banda desenhada, o que é?
Resultado de uma evolução artística tão antiga como a humanidade, alimentada e enriquecida
por várias culturas... e por diversas revoluções tecnológicas tais como o surgimento do papel,
das cores ou da impressão, o que é afinal uma banda desenhada? A resposta pode ser dada
em poucas palavras: Uma banda desenhada consiste numa sequência de imagens que forma
uma narrativa, em que o argumento se encontra integrado nas imagens. A partir daqui, é a
imaginação e o talento dos autores que se encarregam do resto!
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A.07
A invenção da Banda Desenhada
Concepção e textos: Jean Auquier
Cenografia: Jean Serneels
Documentação: Fanny Kerrien
Traduções: Philotrans
Grafismo: Pierre Saysouk
Meios audiovisuais: Manuel Fernandez
Reproduções e ampliações: Sadocolor
Realização técnica: Jean Serneels, Michaël Cuypers e as equipas de trabalho do CBBD
(Centro Belga de Banda Desenhada)
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Espaço Saint Roch
Continuando à direita das galerias, você entrará no Espaço “Saint Roch”.
Não há muito tempo, os originais foram casualmente jogados no lixo. Aqui os originais não
só são preservadas, mas também exibidos ao público.
Atualmente o Museu Belga da História em Quadrinhos conta com cerca de sete mil esboços
originais, doados ou fornecidos por diferentes autores para sua preservação e exibição. Esta
coleção única dá a nossos visitantes a oportunidade de ver de uma forma realista o trabalho
dos cartunistas. Uma vez que estas peças não podem ser expostas à luz solar durante muito
tempo, uma seleção de duzentos esboços é mostrada em uma forma alternada nesta área
onde a intensidade da luz é mantida baixa.
Uma grande variedade de autores e quadrinhos pode ser apresentada dessa forma.
The Gallery
No primeiro andar, à direita das escadas, no lado oposto ao “Espace Saint Roch”
Todos os dias, novas obras chegam ao mercado, enriquecendo o nosso extraordinário
Patrimônio cultural dos quadrinhos. Obras de diferentes gêneros, linguagens e estilos, de
tradicionais a contemporâneas, com histórias fantásticas, paródias de autobiografia, histórias
de fantasia ou crime heróico.
Este espaço, The Gallery, é dedicado às obras que fazem as notícias da atualidade no mundo
dos quadrinhos. Exposições mensais de desenhos originais convidam a descobrir as mais
recentes publicações. O álbum do editor nos apresenta uma introdução do trabalho.
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O Museu da Imaginaçao
(Le Musée de l’Imaginaire – Het Uitstalraam van de Verbeelding)
No segundo andar, o encontro com os principais representantes dos quadrinhos belgas
até 1960, em outras palavras, os pioneiros. Comece à direita do «buraco».
B.01
Tintim não é ninguém
Hergé
Georges Remi nasceu em Bruxelas em 1907.
Morreu em Bruxelas em 1983.
O rosto de Tintim foi criado a partir de alguns recursos muito simples. Uma vez que é
praticamente neutro e inexpressivo, é o receptáculo ideal para as emoções vivenciadas por
leitores.
Tintim é qualquer um
Dependendo das circunstâncias, Tintim pode ser jovem ou velho, escandinavo ou
mediterrâneo, africano ou asiático. Trata-se de um caráter universal. Se Tintim é qualquer
um, ele também é você.
Tintim pode lidar com qualquer coisa
Tintim é o símbolo da juventude e vigor, coragem e integridade. Ele é um audacioso que
consegue tudo o que é proposto... enquanto seus leitores estão confortavelmente acomodados
em seus assentos.
As mil caras de Haddock
Considerando que Tintin revela pouca ou nenhuma emoção, o Capitão Haddock é
permanentemente borbulhante com ele. Tanto o seu rosto quanto seu corpo mostra que ele
é um vulcão emocional em plena erupção. Como tal, ele complementa bem Tintim.
Milu, um verdadeiro herói
Atrás de seu aspecto de companheiro divertido, de canino “auxiliar” com senso comum, Milu
é um verdadeiro herói. Não se iludam: ele quase sempre salva o dia.
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Trifólio Girassol, o Domador de Raios
Trifólio Girassol freqüentemente fornece a faísca que aciona o motor das aventuras de Tintim.
De fato, as suas invenções são o que fazem com que o mundo do jovem repórter gire. Trifólio
Girassol completa um triângulo perfeito com Tintim e o Capitão Haddock.
A perseguição
Enquanto que eles estão perseguindo ladrões mágicos, meteoritos ou a lua, os scripts de
Hergé são geralmente linear, reta como uma corrida do início ao fim. É por isso que Hergé
pertence à mesma tradição que Hitchkock.
O suspense aumenta
Para incrementar a simples receita de perseguição, situações chocantes tiveram que ser
criadas. Normalmente, como o desenho final de cada história, mostra o nosso herói em meio
a uma situação muito desconfortável. O leitor tem que esperar uma semana inteira, para
descobrir, não se, mas como Tintim escapará de sua delicada situação.
Vamos fazer uma pausa
Outro “truque” para fazer com que o leitor não perca o interesse é alterar o ritmo da história.
Isto é feito através da introdução de momentos de alívio ou quebras na perseguição.
Normalmente são Dupond e Dupont os responsáveis por essas pausas divertidas.
Uma história nunca é inocente
Pesquisa e a inclusão de detalhes verdadeiros ajudam a ancorar firmemente a ficção à
realidade. A combinação de eventos reais e imaginários pode, às vezes, transmitir de forma
imperceptível os pontos de vista de Hergé para o mundo.
A rede familiar
Após suas histórias simples, construídas com perseguições, Hergé tem uma nova idéia de
como contar as aventuras de Tintim. Ele criou o papel “família”. Encontros acidentais da (e
com) sua família, que acontece em qualquer parte do mundo, vão injetar um novo impulso
para os quadrinhos.
Hergé antes de Tintim
Antes de criar Tintim, Hergé já trabalhava como artista gráfico. Depois de sua criação,
continuou sua carreira como desenhista gráfico e ilustrador.
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Hergé 1907-1983
1907 Georges Rémi nasceu no dia 22, em uma família modesta de Bruxelas.
1924 Assina seus desenhos sob o pseudônimo Hergé (RG), sigla do seu nome em
sentido inverso.
1925 Georges Remi foi contratado pelo departamento de subscrição
“Le XXe Siècle”, um jornal diário dirigido pelo padre Norbert Wallez.
1928 Hergé é responsável por lançar um suplemento infantil em “Le XXe Siècle”.
A primeira edição de “Le Petit XXe” é publicada em 1o de novembro.
1929 10 de janeiro, nascimento de Bobby e Tintim no “Le Petit XXe”
1930 Criação de Quick e Flupke também para o “Le Petit XXe”
1932 Georges Remi casa com Germaine Kieckens, Secretária de Wallez.
1934 Trabalhando em “O Lótus Azul”, com Tchang, um estudante chinês, ele
convence Hergé da necessidade de construir melhor as suas histórias,
evitando estereótipos e conduzir uma investigação mais detalhada. As
historias em quadrinhos não são mais um jogo.
Casterman começou a publicar os álbuns de Tintim.
1935 Criação de Jo, e Zetter Jocko para a revista francesa “Coeurs Vaillant”.
1940 A invasão da Bélgica pelos alemães coloca um fim ao “Le XXe Siècle”.
Hergé continua a publicar no “Le Soir”, que está sob o rigoroso controle
das forças de ocupação.
1942 A pedido de Casterman, Hergé adapta antigas histórias de Tintim para
publicação em álbuns padrão de 64 páginas coloridas.
1946 Em 26 de setembro o editor Raymond Leblanc lança a revista “Tintin”.
1950 Hergé fundou a “Estúdios Hergé” para realizar o seu mais ambicioso projeto
“Missão na lua”.
1958 Hergé atravessa uma crise pessoal, um evento que influenciou a sua
história em quadrinhos “Tintim no Tibete”. Esta história poderia ser
interpretada como um estudo da lealdade.
1960 Hergé reduz seu ritmo de trabalho. Descobre a arte moderna,
desenvolvendo uma paixão pela pintura e viaja por todo o mundo com
sua nova parceira, Fanny Vlaminck.
1977 No dia 20 de maio Georges Remi se casa em Uccle (um subúrbio de
Bruxelas), com Fanny Vlaminck.
1983 Georges Remi, aliás, Hergé, faleceu no dia 3 de Março, em Bruxelas.
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B.02
Jijé
Joseph Gillain nasceu em Gedinne (Namur) em 1914.
Morreu em Versailles em 1980.
Pintor, escultor, gravador e inventor, Jijé foi provavelmente o mais prolífico autor de história em
quadrinhos na Bélgica e na França. Além das suas diversas séries, ele se tornou conhecido
pela sua hospitalidade, conselhos e encorajamento para vários artistas, muitos dos quais, por
sua vez, se tornaram famosos no mundo dos quadrinhos como: Franquin, Morris, Will, PAAP,
Mézières, Gir-Moebius,... para citar alguns. Na verdade, Jijé ainda deu alguns de seus “heróis”
para jovens artistas.
Como um verdadeiro camaleão, Jijé mudava facilmente de caricatura (Blondin et Cirage
ou Commissaire Major) para realismo (Jerry Spring, Jean Valhardi, Don Bosco o Tanguy et
Laverdure), trocava personagens tão facilmente, que criando novos heróis ou mudando de
estilo e problema.
Jojo e Bécassine
O sucesso do suplemento de Tintim no “Le XXe Siècle” inspirou outros jornais católicos a
seguir o exemplo. Em 1936, os gestores de Le Croisé, um jornal para estudantes cristãos,
pediu o jovem artista a criar um Tintim para eles. Assim nasceram Les Aventures de Jojo por
Jijé. Embora o autor tenha dado um nariz pontudo a seu personagem (“Para evitar a criação
de um segundo Tintim”, como explicou mais tarde), ele recebeu uma carta de protesto do
escritório de Hergé.
Blondin e Cirage
Em 1939, após Le Croisé, outro jornal de “cruzada eucarística” começou a publicar quadrinhos
de Jijé: Zonneland impressos por Averbode Abbey. Desta vez Jijé Blondin et Cirage criou uma
dupla que não era em nada racista... Cirage escapou aos clichês da época: ele não falava
“língua dos negros”, e era totalmente igual ao seu amigo, e às vezes até mais hábil.
Durante o mesmo ano, Jijé enviou alguns dos seus desenhos para uma editora em Marcinelle
que tinha acabado de publicar um novo jornal: Spirou. O editor Charles Dupuis gostou dele
e assim começaram Fred Freddy e Trinet et Trinette. Na Primavera de 1940, os problemas
começaram: Os alemães invadiram a Holanda, a Bélgica e o norte da França, no entanto
as publicações Marcinelle foram bem sucedidas na obtenção das permissões necessárias
para que o jornal reaparecesse. Jijé tinha de continuar com as aventuras de Spirou, porque
o artista Rob-Vel foi incapaz de satisfazer entrega das páginas. Logo, Jijé tornou-se o
melhor artista do jornal.
Jean Valhardi e Jacquot
Jean Valhardi foi o primeiro realista da série de Jijé. Este corajoso detetive com nervos de aço
e punhos fortes foi acompanhado por Jacquot nas suas primeiras e escassas aventuras. Foi a
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primeira colaboração de Jijé com um roteirista, e também a sua primeira tentativa com o pincel,
uma descoberta importante para ele.
Vírgenes e Mártires
Não é por acaso que Jijé foi o autor de tantas histórias em quadrinhos católicos. Ele recebeu
a sua educação artística das mãos de seu irmão Henri Balthasar. Em 1940, este último
quase convenceu Jijé de que os quadrinhos poderiam ser uma ferramenta para cristianizar
os jovens. Dom Bosco, que era publicada em preto-e-branco em Spirou de 1941 a 1942,
foi um grande sucesso.
Jerry Spring & Pancho
Um dia, o editor Paul Dupuis disse a Jijé: “Mas você que é tão bom em desenhar cavalos,
deveria criar uma história de cowboy para o Spirou...”. Então, em 1954, Jerry Springer nasceu
e continuaria a aparecer no jornal até 1977.
B.03
Spirou Journal
Seguindo os passos dos pioneiros, Rob-Vel, Jijé e Sirius, 150 artistas e 25 roteiristas criaram
as suas primeiras esporas e/ou fizeram uma carreira no jornal mais antigo de quadrinhos
da Bélgica. Os membros da “Escola de Marcinelle” (nomeado em homenagem ao local de
sua impressão), veteranos de Bruxelas (Franquin, Morris, Peyo, Paape, Will, Roba e Tillieux)
influenciaram grandemente o desenvolvimento e a democratização da Nona Arte.
A História em Quadrinhos Realista: 1950-1975
Desde 1938, Jean Doisy tornou-se a forca motor do jornal, fazendo 50-60% de todas as
peças publicadas. Victor Hubinon, Hedi Paape, Dino Attanasio, Gérald Forton, MiTacq e
muitas outras páginas didáticas, série de aventuras, biografias ou episódios de L’Oncle Paul,
foram publicadas.
Ao mesmo tempo, quatro novatos (Franquin, Morris, Will, e então Peyo), à procura de inspiração
sobre o cômico. Estas influências gráficas levaram à redução do editorial a um terço do jornal
no início dos anos 50.
A História em Quadrinhos Humorística: 1955-1980
Yvan Delporte, editor-chefe de 1955 a 1968, encorajou o humor do jornal. A antiga equipe
“realista” continuou, mas não introduziram nenhuma nova série.
O editor Paul Dupuis queria manter certo espírito do Spirou e produzir um jornal feliz e popular,
mas com qualidade.
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Novos desenvolvimentos: 1970-...
A história em quadrinhos foi em todas as direções, misturando humor e aventura, introduzindo
mais heroínas - antes excluídas - e brincando com um público mais orientado para os quadrinhos,
que não gosta de censura ou tradição. É um período em que tudo é questionado novamente, e
onde o humor e a paródia, às vezes, forçam o clássico “herói” a cair no esquecimento...
B.04
E.P. Jacobs
Edgar-Pierre Jacobs nasceu em Bruxelas em 1904.
Morreu em 1987.
Homem do teatro, artista da ópera, pintor e artista gráfico, Jacobs foi o criador da história
em quadrinhos Blake e Mortimer, que teve seu início em 26 de setembro de 1946 na primeira
cópia de Tintim. Ele introduziu e exortou o hyperrealismo na Nona Arte. Sua ampla variedade
de gêneros (ficção científica, fantasia, criminalidade), o seu senso de drama e seu dramático
uso de cores permitiram-lhe fazer arranjos espetaculares no papel, desempenhando uma
escrita ímpar na história dos quadrinhos. Apesar do âmbito limitado do seu trabalho (11
álbuns), Jacobs se tornou uma figura importante na história dos quadrinhos com o seu
charme europeu graças a seu carisma.
Uma estréia em quadrinhos
Jacobs teve seu início como ilustrador de histórias para Bravo em 1941, quando os Estados
Unidos se envolveram na guerra, as páginas de Flash Gordon não conseguiram mais chegar
na Bélgica e Jacobs foi responsável por continuar a sua série. Pouco depois, ele foi forçado a
terminar a sua história em uma página, quando a censura nazista proibiu os quadrinhos. Para
substituir os caracteres de Alex Raymond, Jacobs tinha de inventar uma nova série: Le Rayon
“U”. A história foi o precursor de Blake e Mortimer, que apareceu na primeira publicação do
Tintim em 26 de setembro de 1946.
Efeitos da realidade
Jacobs foi o primeiro autor de banda desenhada que investigou no campo e tomou notas,
fotografias e diagramas. A documentação foi essencial para o pai de Blake e Mortimer
para reforçar as suas histórias, como era na vida real. Mapas, guias, diagramas, esquemas
explicativos e extratos da imprensa são onipresentes no seu trabalho.
Espetáculo
Logo que a historia estava de acordo com a realidade, Jacobs alteraria radicalmente a sua
direção para o show, para grande surpresa do leitor. O sucesso dessa intervenção depende
inteiramente do seu discurso sobre o grau de autenticidade feita pelo autor na descrição da
realidade. Com Jacobs, hiperrealismo foi um viveiro para o fantástico.
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B.05
A Imprensa
A imprensa sempre busca novas linguagens para o seu serviço. Para seduzir e manter o seu
público-alvo fiel, a imprensa oferece uma série de desenhos, em que o último quadro deixa o
leitor querer ler a próxima edição.
A imprensa confessional
A história em quadrinhos moderna nasceu em jornais americanos nos suplementos de
domingo, no final do século passado. Na Bélgica, desde 1926, a imprensa confessional
publicou quadrinhos (clássicos) em suplementos de crianças, em jornais diários, bem como
em muitos outros jornais e revistas exploradoras ou de caráter educativo.
A imprensa diária
Rapidamente, a imprensa tomou posição e começou a publicar uma série completa diária
ou juvenil, algumas das quais foram reveladas como fonte de futuros clássicos das histórias
em quadrinhos. Este movimento propagou em Flandres (norte da Bélgica), enquanto a parte
francesa foi invadida por material estrangeiro distribuído pela agência Opera Mundi.
A imprensa especializada
O oposto ocorreu na imprensa especializada em quadrinhos, em que publicações em língua
francesa gradualmente invadiram o mercado Flamengo. No entanto, o semanal Bravo foi criado
em 1936 e publicado em holandês desde sua criação, e não aparece em francês até 1940.
Spirou, fundada em 1938, foi a primeira publicação especializada de histórias em quadrinhos
em francês. Com o nascimento de Tintim, em 1946, a imprensa jovem congratulou-se com o
segundo suporte em quadrinhos.
A publicação mensal A Suivre, fundada em 1978, introduziu uma nova geração de artistas
estrangeiros para os melhores talentos. Após Spirou e Tintim, A Suivre foi a terceira mais
importante fonte de criação de quadrinhos belga.
Outras publicações
Jornal de informação geral, a imprensa feminista e publicações recreativas ou de lazer
também lançaram uma série de historias em quadrinhos.
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B.06
Willy Vandersteen
Nascido em Antuérpia em 1913.
Morreu em 1990.
As criações de Vandersteen foram extraordinariamente ricas e variadas. Com cada elemento
ele conseguia captar uma nova geração ou o público e, por conseguinte, inúmeras edições
de álbuns deslumbrantes.
Suske en Wiske (Bob and Bobette no Reino Unido, Willy and Wanda nos Estados Unidos),
a mais importante série de Vandersteen, têm fascinado leitores desde o seu início em 1945
e, três gerações depois, o entusiasmo é ainda perceptível. O seu sucesso é devido a uma
equilibrada dose de suspense e entretenimento, humor e drama, risos e lágrimas...
Os primeiros anos
Segundo a lenda, o pequeno Willy desenhou histórias de cavaleiros para seus amigos sobre
a calçada no “Seefhoek”, bairro popular onde ele nasceu. Seus primeiros quadrinhos foram
publicados durante a Segunda Guerra Mundial. Pudifar de Kater in Wonderland, o suplemento
juvenil do jornal De Dag, Simbad Zeerover do Bravo ou Floche et Flache em Franc Jeu, foram
as suas primeiras tentativas tímidas, mas já mostravam o dinamismo típico de Vandersteen.
As Aventuras de Rikki em Wiske começaram no dia 30 de março de 1945 no jornal De Nieuwe
Sandaard com duas tiras diárias.
Suske en Wiske alcançam o máximo!
Na segunda história, Op het Eiland Amoras (início de Dezembro de 1945) Rikki foi substituído
por Suske. Vandersteen constatou que o contato diário com um público de leitores foi com
certeza uma vitória, permitindo-lhe fazer referências a acontecimentos atuais, uma fonte
inesgotável de inspiração. Os primeiros episódios de Suske en Wiske já continham esses
elementos que determinariam o sucesso das séries seguintes: humor, suspense e fantasia. O
aparecimento de vários personagens com personalidades fortes, como o professor Barabas
e Lambik (Orville) também contribuíram para isso.
Vandersteen e o periódico Tintim
Vandersteen já gozava de grande fama em Flandres quando Hergé, o diretor artístico do
Tintim, pediu-lhe para colaborar com o jornal. Enquanto Vandersteen continuou sua produção
do jornal, ele desenhou oito histórias de Suske em Wiske para Tintim entre 1948 e 1959.
A pedido de Hergé, seus personagens foram adaptados aos gostos burgueses do Tintim.
Ele cuidou mais do tipo de pagina e ambiente, e desenvolveu scripts mais equilibrados. As
histórias que apareceram em Tintim foram o auge do trabalho de Vandersteen.
Estúdio Vandersteen
Vandersteen era um narrador nato, um artista que “fantasiava mais rápido que podia desenhar”.
Desde 1951, ele começou a trabalhar com parceiros, principalmente para atender à demanda
e expandir as suas histórias, personagens e séries. Conseqüentemente, criou Judi e Bessy
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em 1952, De Rode Ridder em 1959, Jerônimo em 1960, Pats em 1962, Karl May em 1963,
Biggles em 1965, Safari em 1969, Robert Bertrand em 1972, Tits em 1974... A lista parece
não ter fim, sendo a última série The Geuzen. Vandersteen fez questão de escrever scripts
e desenhar os quadrinhos a lápis antes de lançar cada nova série. Depois de alguns álbuns,
essa responsabilidade seria confiada aos seus empregados.
A máquina do tempo: História e sátira social
Vandersteen gostava de usar a História como um cenário para seu trabalho, de acordo com
seu próprio gosto. Seus períodos favoritos foram, sem dúvida, a Idade Média e século XVI,
embora também gostasse da “Belle Epoque”. Mais importante, a história lhe permitiu aludir
a acontecimentos atuais.
B.07
Marc Sleen
Marc Neels nasceu em Gentbrugge, em 1922.
Depois de seu início como um caricaturista, Sleen criou sua primeira história em quadrinhos
em Ons Volk, um jornal flamengo, em 24 de dezembro de 1944. Sua produção cresceu
rapidamente, e durante os anos quarenta ele desenhou cerca de 5-6 séries simultaneamente,
todas sozinho, para diversos jornais e publicações. Nero, a série deu-lhe o seu maior sucesso
e fama, iniciou em De Nieuwe Gids em três de abril de 1947.
Antes do período de Nero
Marc Sleen não só é um grande artista dos quadrinhos. Seus primeiros trabalhos mostram
que ele é brilhante em todos os ramos das artes plásticas: de pinturas de estilo Permeke, por
pura impressão visual de cidades à pintura.
Sleen explorou seu talento como caricaturista em seus relatórios para o Tour de France, série
ilustrada que é um dos destaques do gênero de caricaturas.
Não só Nero!
Após o seu início com caricaturas, Sleen começou a produzir quadrinhos em 1944, que
rapidamente evoluiu para uma impressionante lista de séries. O seu agradável humor, seu
estilo excepcionalmente animado e suas descrições agudas, influenciariam fortemente
artistas como Jean-Pol e Hurey. Sleen gosta de definir “Norman Normal”, o cidadão comum.
“Heróis” reais nunca aparecem em sua obra.
A grande família de Nero
Ao longo dos anos, Nero foi cercado por dezenas de personagens pitorescos que tornam tão
especial os quadrinhos do Sleen. Independentemente da família de Nero e da famosa família de
Pheip, há muitos personagens profundos, apenas alguns são mostrados aqui.
Com a Suske en Wiske, o Nero é o alicerce da família próspera dos quadrinhos em Flandres.
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Burlesco e fantasia
O humor nunca está longe das histórias do Sleen, que quem já leu os quadrinhos sabe
muito bem. Sua fantasia claramente não tem limites: humor absurdo e situações cômicas,
alusões e piscadelas escondidas... em suma, todos os aspectos de humor representados
de forma liberal.
Safari
Marc Sleen também é conhecido como um homem de safáris, Allemaal Beestjes (o
equivalente belga do mundo natural) e muitas outras coisas que mostram o seu infinito
amor pela natureza. Então, falar sobre Sleen sem mencionar animais é impensável. Animais
em “Safári” animais em Nero...
B.08
Maurice Tilleux
Nasceu em Huy em 1922.
Morreu em 1978.
Desde 1945, Tillieux criou vários quadrinhos sob vários pseudônimos. Gradualmente, ele
especializou-se em mistério e humor. Felix foi seu primeiro personagem famoso que apareceu
em álbuns heróicos em 1949. Esta série serviu como um modelo para Gil Jourdan, que iniciou
sua carreira no Spirou no dia 20 de setembro de 1956. Scripts recheados com suspense,
humor e uma atmosfera fizeram este clássico do gênero cômico “polar”. No final dos anos
sessenta, ele parou de desenhar e começou a distribuir scripts para vários artistas do Spirou.
Tillieux é ainda o autor de várias histórias policiais e livros para crianças.
1949-1956: Felix
Felix foi o primeiro grande sucesso da série Tillieux. Estas histórias de detetives rapidamente
evoluíram para uma história em quadrinhos “adulta” (para os padrões desse período): histórias
dura com uma forte ação e mulheres confiantes e bonitas. Os diálogos agudos eram um dos
maiores triunfos de Tillieux: por um lado ressaltam o sentido de realismo, e pelo outro criam
brilhantes alusões e humor dos personagens.
1956-1969: Gil Jourdan
Gil Jourdan tornou-se uma série definitiva de Tillieux. Foi uma continuação de Felix em todos
os aspectos. Álbuns de 44 páginas ofereceram mais espaço para a criação de uma atmosfera
e o ambiente tornou-se tão importante como a própria história.
!
19

B.09
Bob de Moor
Nascido em Antuérpia em 1925.
Morreu em 1992.
Além de ser o principal parceiro de Hergé durante 30 anos, De Moor foi, acima de tudo, um
incrível gênio criativo da história em quadrinho. Era um aprendiz de tudo, aventuras históricas,
piadas, humor e suspense, pura farsa... Dominava basicamente todos os estilos (realismo,
linha realista, contraste e caricatura). Com o seu inimaginável apetite para o trabalho e sua
imaginação sem limites, fez tudo ao mesmo tempo, tiras em jornais diários Flamencos,
aventuras históricas em Tintim e até mesmo caricaturas no Belvision Studios.
Em 1951, De Moor dedicou uma história completa para a Companhia das Índias Orientais.
Esta única história original continha tudo que ele gostava de desenhar: aventura, mar, navios,
a Idade do Ouro e um marinheiro chamado Cori. 25 anos depois, De Moor retornou a história
e decidiu criar uma série de quadrinhos.
No entanto, o seu talento como desenhista histórico começou a florescer somente quando
ele começou a desenhar um número de histórias separadas para Tintim, começando com
De Leeuw van Vlaanderen.
B.10
B.11
Le Journal de Tintin
Em 26 de setembro de 1946, Tintim viu a luz do dia pela primeira vez. Foi o sonho de Ray
Leblanc editar o jornal com Hergé, que tinha concebido a primeira edição juntamente com os
“Três Mosqueteiros” da época: Jacobs, Laudy, e Cuvelier. Sob a direção artística de Hergé, o
jornal acolheria em breve uma segunda equipe de jovens artistas (W. Vandersteen, J. Martin,
B. De Moor, A. Weinberg, R. Reding, F. Craenhals,...), que cativou gerações de leitores das
idades de 7 a 77 anos. Novas ondas de artistas chegaram... garantindo a felicidade de
milhões de leitores ao redor do mundo. Pode-se dizer com certeza que Tintin, junto com o
seu correspondente Spirou, contribuíram para a popularização da história em quadrinhos e
muitos heróis prestigiados nestes últimos quarenta anos.
André Franquin
Nasceu em Etterbeek (Bruxelas) em 1924.
Morreu em 1997.
Trata-se – mesmo que talvez ele vá negá-lo – da figura dominante desta escola de artistas que
simplesmente não usa o estilo da “linha realista”, ou seja, contraste. Muitos artistas famosos
tentaram desenhar “como Franquin”... Graças a Jijé, ele assumiu controle dos quadrinhos
!
20

Spirou. Ele foi fiel a esta série de 1946 até 1969, quando ele deixou os personagens.
Franquin é o criador de Gaston, o herói sem um trabalho, e de Idées Noires, uma série de
piadas obscuras que ele desenhou inicialmente para Le Trombone Illustré e em seguida
para Fluide Glacial.
Spirou e Fantasio no topo
O valor que Franquin acrescentou a Spirou durante os 23 anos desenhando as séries é
de vital importância para a história da Nona Arte. Isto é válido por duas razões: o coração
e a alma que colocou na sua série, bem como a sua invenção de novos personagens: O
Conde de Champignac com seu decrépito castelo e suas loucas invenções cheias de humor
e poesia é apenas uns tantos.
Gaston Lagaffe, anti-herói, o rei da mancada e gigante das histórias em quadrinhos
Um dia, Franquin entrou no escritório de Spirou com uma idéia que foi revolucionária para a
época: um herói sem trabalho ou energia, um herói excêntrico e tolo com pequenas piadas
burlescas.
Originalmente, Gaston tinha sido criado apenas para animar as páginas do Spirou... mas, o
novo herói foi tão bem sucedido que ganhou a sua própria série em 1957!
Trombone Illustré, Monstros e Pensamentos Negros
Os monstros de Franquin apareceram nas paredes da empresa Dupuis antes de surgir nas
páginas do “Le Trombone Illustré”, um suplemento pirata do Spirou. Ali, também podia se
encontrar os primeiros episódios de “Idées-Noires” em 1977. Por causa de uma técnica muito
rara do uso do preto, e também do seu conteúdo, Idées-Noires mostraram uma mudança
significativa na vida e obra do autor.
B.12
Jacques Martin
Nascido en Estrasburgo en 1921.
Morreu em 2010.
Um dos fundadores da famosa “linha realista”, ou contraste, Martin é claramente o capitão
das histórias quadrinhos. Alex, seu principal herói que emergiu no Tintim, em 1948, é um
Frances que vive em época romana de César.
Nesta série, Martin mostrou seu interesse na Roma antiga. A sabedoria histórica e literária de
Martin, seu estilo de desenho clássico e reconstruções arquitetônicas têm cuidadosamente
posicionado Alex como uma obra prima da história do mundo dos quadrinhos.
Motivado por seu desejo de contar histórias, Martin deixou o seu segundo mais importante
herói, Lefranc, primeiro por De Moor e, em seguida, por Gilles Chaillet, de forma que poderia
se concentrar unicamente nos scripts.
21

B.13
Morris
Maurice de Bevere, nascido em Courtrai em 1923.
Morreu em 2001
Morris começou sua carreira em um estúdio de histórias em quadrinhos durante a II Guerra
Mundial e também atuou em parceria com Moustique desde 1945. Em 1946, ele introduziu
Lucky Luke no Spirou Almanaque de 1947. Em 1948, acompanhou Franquin e Jijé aos
Estados Unidos, onde ele conheceu Goscinny, que passaria a ser seu roteirista após seu
retorno à Bélgica em 1955.
Lucky Luke é uma paródia dos grandes mitos e os temas do “faroeste”, principalmente baseado
em fatos históricos. Gráficos afinados e vívidos e um estilo de narrativa cinematográfica
fizeram este um dos grandes clássicos dos quadrinhos.
Lucky Luke se tornou uma estrela internacional do cinema, com três filmes de animação e
filmes produzidos na Europa, bem como uma série de televisão animada produzido pelos
estúdios americanos Hanna & Barbera.
B.14
B.15
Paul Cuvelier
Nascido em Mons em 1923.
Morreu em 1987.
Desde sua infância, Cuvelier expressou uma paixão única pelo desenho. Como um
adolescente, ele inventou histórias para seus irmãos mais jovens, ilustrando passo a passo.
Posteriormente, Corentin Feldoe nasceu. Em 1945, portando alguns de seus trabalhos, foi
encontrar Hergé. Este último, apesar de cheio de charme, se recusou a dar qualquer conselho,
mas lhe chamou atenção para a história em quadrinhos. Um ano mais tarde, Paul Cuvelier
aderiu à prestigiosa equipe que fez parte do nascimento de Tintim.
Logo decidiu transformar a história de Corentin em uma história em quadrinhos. No entanto,
ele percebeu rapidamente que ilustrar os seus quadrinhos não era suficiente para atender
sua necessidade. Faltou tempo para dedicar a outras formas de expressão artística. Ele
abriu uma oficina arte em Mons, a fim de dedicar-se exclusivamente ao desenho, pintura e
escultura, e expor seus trabalhos.
Victor Hubinon
Nascido em Angleur (perto de Lieja) em 1924.
Morreu em 1979.
Juntamente com o roteirista Jean-Michel Charlier, Hubinon criou a série Buck Danny para
Spirou em 1947. Buck Danny se tornou uma série de 40 capítulos sobre um grupo de pilotos
da Força Aérea dos Estados Unidos, que atua desde a Segunda Guerra Mundial até os dias
de hoje. Dada à sua estreita ligação com a política atual, esta história em quadrinhos contava
com um grande “espírito de equipe”. Graças à sua documentação extremamente precisa, os
22

gráficos técnicos que enfatizam o tema da história em quadrinhos e uma terrível intriga, essa
série se tornou um clássico no seu gênero.
Hubinon ainda com Charlier, foi também o autor de Barbe-Rouge, uma série dedicada à
navegação e os piratas do século XVIII.
A série de humor Blondin et Cirage, Fifi e Pistolin revelaram um Hubinon totalmente diferente.
No entanto, o episódio Les Nouvelles Aventures de Blondin et Cirage de Blondin et Cirage,
revelou algumas das possibilidades do humor de Hubinon, porque tinha de se manter fiel
ao desenho de Jijé, que tinha originalmente concebidos esses personagens.
Pistolin, feito com a colaboração de Goscinny, deu-lhe a oportunidade de desenvolver um
estilo mais pessoal.
B.16
B.17
Tibet
Nascido em Marselha em 1931.
Morreu em 2010.
Em 1949, Tibet fez sua primeira aparição com Dave o’Flynn no heroic-Álbuns, um detetive
duro que foi inspirado pelos exemplos americanos. Dois anos mais tarde, se juntou a
equipe Tintim. A influência da linha realista de Hergé é óbvia, mas mesmo assim, o senso
de humor e a flexibilidade do contraste de Tibet são notáveis. Chick Bill, que apareceu
originalmente na forma de uma caricatura animal, apareceu pela primeira vez no irmão mais
novo de Tintim, Ons Volkske. 35 anos mais tarde, Chick Bill tinha mais de 60 aventuras
extremamente engraçada.
Em 1955, ele iniciou com Ric Hochet, novamente em colaboração com a AP Duchateau. Ric
Hochet é um quadrinho realista policial que levou o seu herói a 50 investigações estranhas.
Tibet também é conhecido por suas caricaturas.
Macherot
Nascido em Verviers em 1924.
Morreu em 2008.
Macherot melhor autor da história em quadrinhos de animais na Bélgica, com suas duas séries:
Chlorophylle e Sibylline, publicadas no Tintim em 1953 e Spirou em 1965, respectivamente.
Chloro, o rato com cor de avelã, e Sibylline, o rato da fazenda, tiveram a maior parte de suas
aventuras no campo: para defender seus amigos (corvos, esquilos, coelhos, lontras e outros)
contra a intrusão humana, ratos de esgoto, Martens vorazes monstros e outros monstros mais
ou menos perigosos. Chloro também sai para explorar pequenas cidades das províncias do
reino imaginário “Croquefredouille”, um país habitado por animais humanizados. Macherot
utilizou o último para dar a sua visão de um reino satírico sem natureza.
Com a ajuda de Greg para o script, também criou Coronel Clifton para Tintim em 1959. Clifton
é um coronel, líder escoteiro, detetive, espião ocasional, colecionador de caixas de charuto e
um britânico, nascido e criado como tal.
23

B.18
Roba
Nascido em Bruxelas em 1930.
Morreu em 2006.
Roba é o criador da história em quadrinhos da família Boule et Bill, que apareceu pela primeira
vez como um micro quadrinho em Spirou, no dia dois de dezembro de 1959. Desde 1960, ele
desenhou uma história de uma página a cada semana. Graças ao seu jeito engraçado, suave
e humor poético e sua linha padrão extravagante, esta história em quadrinhos é perfeitamente
adequada para animação e merchandising.
Em 1962, Roba começou com uma série contínua: La Ribambelle. Uma série de histórias
de aventura com a típica atmosfera e humor criado por Roba: Um clube de as crianças
que vivenciam fantásticas aventuras. No entanto, após certo número de histórias Roba se
dedicou novamente apenas a Boule et Bill.
B.19
Peyo
Pierre Culliford, nascido em Bruxelas em 1928.
Morreu em 1992.
Peyo foi o criador da série poética medieval Johan et Pirlouit, que fez sua apresentação no
Spirou em 1952. Em 1958, os Smurfs apareceram em Johan et Pirlouit pela primeira vez e
demorou muito tempo para que esses pequenos anões azuis ofuscarem totalmente seus
companheiros humanos.
Graças ao merchandising, filmes e desenhos animados para a televisão, o mundo maravilhoso
em que os desenhos foram transmitidos pela caneta de Peyo e a máquina de escrever de
Delporte se tornou conhecido em todo o mundo.
© Copyright: comics by Eddy Ryssack.
!
24

C.00
(Introdução)
Horta e os Armazéns Waucquez
«Era como uma nave de uma gare, rodeada pelas rampas de dois andares, recortada
por escadas suspensas, atravessada por pontes volantes. As escadas de ferro, de dupla
rotação, desenvolviam curvas ousadas, multiplicavam os patamares; as pontes de ferro,
atiradas para o nada, seguiam a direito, lá no alto; e todo este ferro resultava, sob a luz
branca dos vitrais, numa arquitectura leve, numa renda complexa por onde passava o dia,
a realização moderna de um palácio de sonho…»
(Tradução livre)
Emile Zola, « Au bonheur des dames (O paraíso das damas) »
É a história de um armazém daqueles que já não encontramos. Com mais de 100 anos, tratase
do último edifício semi-industrial desenhado por Victor Horta, que ainda existe. E que
vida! Nos primeiros 70 anos da sua existência, ali se venderam tecidos e estofos, tal como o
tinham desejado Charles Waucquez e os sucessivos proprietários do número 20 da Rue des
Sables.
Testemunha da transformação de Bruxelas, num bairro que foi, sem dúvida alguma, aquele
que mais sofreu com… os progressos do século XX, o Armazém encerrou as suas portas em
1970 e conheceu então aqueles que seriam os seus anos mais difíceis. Nasceram a seguir
novas esperanças, novos projectos.
Em 1984, o edifício foi comprado pelo Estado Federal que tinha o objectivo de ali ver nascer…
um museu dedicado à banda desenhada. Este projecto nascera por volta de 1980, sob o
olhar afável de Hergé. Inaugurado pelos monarcas a 3 de Outubro de 1989, o Centro Belga
da BD não tinha apenas como objectivo conservar e promover a BD… mas também o de
devolver o sentido e a vida aos vitrais, aos arabescos, às volutas, à luz desta obra-prima de
Victor Horta.
Jean Auquier, CBBD.
25

C.01
Frank Pé
Talento reconhecido em numerosos continentes, Frank Pé demonstra, desde a publicação do
seu primeiro álbum de banda desenhada, que só deixando respirar a natureza e experimentar
a sua luz, o mundo pode ser uma fonte de surpresas, inclusivamente para os seus habitantes.
Pintor de paisagens, o seu universo alimenta-se tanto de fauna como de sonhos. Através das
suas séries, «Broussaille « e «Zoo», publicadas pelas Edições Dupuis, Frank Pé tornou-se um
mestre da cor.
Ilustração : Frank Pé, A Nona Arte entra na Arte Nova, CBBD 1988.
C.02
Victor Horta e a Arte Nova
O longo reinado de Leopoldo II (1867–1909) representa para a Bélgica um período de
excepcional desenvolvimento. As disciplinas artísticas são testemunhas do desenvolvimento
de inúmeras técnicas inovadoras no domínio da construção, nomeadamente com a utilização
do aço e do vidro que permitem a criação de grandes vãos e a entrada da luz. A Arte Nova
consiste no resgate destas técnicas e na adaptação das mesmas à arquitectura, conferindo
ao mundo moderno um aspecto harmonioso.
Itinerário de um génio
Depois de ter estudado arquitectura na Académie de Gante, e de ter sido aluno do arquitecto
Jules Dubuysson, e mais tarde do arquitecto Alphonse Balat, autor das Serres Royales de
Laeken, Victor Horta (Gand, 1861-Bruxelas, 1947) projecta as suas primeiras casas a partir
de 1885. Realçaremos aqui a Maison Autrique (1893) e o Hôtel Tassel (1895), autênticos
manifestos da Arte Nova. As obras-primas suceder-se-ão : Hôtel Solvay (1898), Maison du
Peuple (1899), a sua própria casa (o actual Museu Horta, 1901), os Armazéns à l’Innovation
(1903) e os Armazéns Waucquez (1906). O arquitecto encontra-se então no apogeu da sua
obra.
26

C.03
François Schuiten
De Bruxelas a Angoulême, Hanôver ou Las Vegas, sob a forma de banda desenhada, nas
paredes das cidades, nos metropolitanos, em exposições ou mesmo nos selos do correio,
François Schuiten não pára de construir autênticas passarelas entre a realidade e a ficção.
Transformando qualquer ferramenta de comunicação em suporte de expressão artística, ele
conta um mundo de fantasia ao alcance da imaginação: a utopia. A sua obra de BD encontrase
publicada nas Edições Casterman (Les Cités Obscures, com Benoît Peeters).
Ilustração : François Schuiten, A Nona Arte entra na Arte Nova, CBBD 1988.
C.04
O nascimento dos Armazéns Wauquez
Numa altura em que o século nascente brilha em todo o seu esplendor, um grossista têxtil de
Bruxelas conhece um arquitecto no auge da sua glória. Deste encontro nascerá uma obraprima,
um símbolo perfeito do enlace entre a Arte e uma sociedade de consumo em plena
ascensão. Charles Waucquez encomenda a Victor Horta um edifício capaz de albergar o seu
armazém de tecidos. Os Armazéns Waucquez instalam-se em 1906 na Rue des Sables.
A Rue des Sables de outrora
Industriosa e comercial, quente e feliz, a Rue des Sables contava com inúmeros conventos
e um quartel, desmantelado em 1905, que albergava mais de três mil soldados da infantaria.
Foi ainda nesta rua que nasceu ou se desenvolveu uma parte importante da imprensa do país:
L’Etoile Belge, L’Indépendance Belge, Le Peuple, La Cité, Het Laatste Nieuws, Het Nieuws
van de Dag e De Nieuwe Gids, Panorama, Libelle, Mon Copain, entre outras.
27

C.05
Yslaire
Com a Saga dos «Sambre» (com Balac, 1986), Yslaire entrava na liga dos grandes. Criador
de um universo pessoal intenso e trágico, ele pertence a uma minúscula categoria de autores
cujos leitores são capazes de esperar sete anos pelo volume seguinte. Se ele não tivesse sido
contador de histórias, o seu nome figuraria sem problemas ao lado de nomes familiares tais
como Hugo, Nerval e Dumas. No final do século XIX, ele vagueia entre o desenho, os cálculos
e a psicanálise (« Mémoire du XXe siècle »).
Ilustração : Yslaire, A Nona Arte entra na Arte Nova, CBBD 1988.
C.06
Vida e morte dos Armazéns Waucquez
Entre vendas e compras, o comércio viveu anos de prosperidade antes de conhecer um
verdadeiro terramoto urbano. A serpente de mar (tema de artigo periodicamente utilizado pela
imprensa à falta de informação mais importante), que foi durante muito tempo a construção
da junção do caminho-de-ferro Norte–Sul destruiu totalmente este popular bairro de Bruxelas
que era conhecido por Bas-fonds (bairros mais miseráveis de uma cidade). Os comércios
foram encerrando aos poucos e os armazéns Waucquez acabariam também por fechar as
portas.
As etapas de uma vida
A pedido do proprietário interessado em desenvolver as suas actividades comerciais,
o arquitecto Charles Veraart construiu em 1912 e 1913 dois mezaninos de um lado e do
outro do átrio de entrada, entre o rés-do-chão e o primeiro andar, respeitando as regras da
arquitectura de Horta. Aliás, e mantendo sempre o mesmo nome, a empresa foi vendida em
1923 à sociedade Verberckt, e mais tarde, em 1957, aos estabelecimentos Vertex. A família
Waucquez foi sempre, até ao fim, a proprietária das paredes.
28

C.07
Dany
Sobredotado, com um traçado leve e flexível tal como a silhueta da sua heroína Colombe
Tiredaile , o nome de Dany ficará para sempre ligado à «La Merveilleuse Odyssée d’Olivier
Rameau » (Edições Joker-Production), uma importante série criada em colaboração com o
argumentista Greg no jornal Tintin. Autor de uma obra multifacetada, com títulos como «Ça
m’intéresse» e «Histoire sans héros» (com Jean Van Hamme), Dany sobressai tanto no humor
como na narrativa semi-realista.
Ilustração : Dany, Nona Arte e Arte Nova, CBBD 1998.
C.08
A metamorfose de uma obra-prima
Durante a década de 1970, completamente abandonados, os Armazéns Waucquez eram
apenas conhecidos pelos “iniciados” e por alguns noctívagos, vagabundos ou ladrões. Em
1975, o arquitecto Jean Delhaye, antigo colaborador do Mestre conseguiu a classificação dos
Antigos Armazéns Waucquez. Dez anos mais tarde, o local adquire finalmente um projecto
de reabilitação graças a dois homens: Guy Dessicy, amigo e antigo colorista de Hergé e Jean
Breydel, o arquitecto que deu início a uma profunda reflexão sobre a renovação do património
arquitectónico de Bruxelas. Em 1984, é criada, com o apoio das associações francófonas e
flamengas de autores de BD, uma associação sem fins lucrativos. O edifício em muito mau
estado é comprado pela Régie des Bâtiments de l’État com o objectivo de aí criar um Centro
Belga da BD.
Uma renovação exemplar
Para levar a cabo a renovação, chamou-se um jovem arquitecto, Pierre Van Aasche (Cooparch).
De uma forma deliberada, ele colocou elementos contemporâneos – aplicações luminosas,
passarelas, etc. – em locais onde estes elementos se revelavam indispensáveis, valorizando
ainda mais a obra de Victor Horta. O local tinha sofrido danos enormes. Os melhores artesãos
do país foram convidados e foram necessários dois anos completos para a execução deste
trabalho.
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C.09
Jan Bosschaert
Das suas origens de Antuérpia, Jan Bosschaert herdou uma certa tendência para derrubar
os ícones. Numa altura em que já gozava de uma sólida reputação no domínio da ilustração,
o seu encontro com o argumentista Marc Legendre, levou Bosschaert a animar, durante
vários anos, as aventuras de «Sam», uma jovem mecânica apaixonada por carros velhos,
adoravelmente representada, aliás como o são todas as jovens que o autor passa para o
papel.
Ilustração: Jan Bosschaert, Nona Arte e Arte Nova, CBBD 1998.
C.10
O enlace da Nona Arte com a Arte Nova
A 6 de Outubro de 1989, três dias depois da sua inauguração pelo Rei e pela Rainha, os primeiros
visitantes descobriam este templo da Arte Nova dedicada à Nona Arte. Em simultâneo um
veículo de promoção para a BD, uma galeria de exposições, um centro de documentação,
uma embaixada cultural... o Centro Belga da Banda Desenhada tornou-se rapidamente um
grande museu de vocação internacional e uma das atracções mais populares da Bélgica. E a
filosofia subjacente ao projecto assenta ainda nesta afirmação de duplo sentido: se entramos
pela banda desenhada, também conhecida por Nona Arte, saímos com os olhos a brilhar de
Arte Nova... e o inverso também se aplica!
Tintin e Haddock na escada
Em 1986, o Estúdio Hergé que dirigia ainda Bob De Moor confiou aos “chefões” do futuro
CBBD (Centro Belga de BD) o desenho criado neste mesmo espaço. Com este desenho
a traço, a Fundação Hergé acabava de dar um importante contributo para a criação do
Centro Belga da Banda Desenhada... que permitiu conferir uma imagem forte e simbólica do
mesmo.
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C.11
Ferry
Trata-se de um milagre quotidiano muito apreciado entre os amadores de BD, aquele que
consiste em recriar um mundo passado ou em imaginar o amanhã, recorrendo apenas a uma
sucessão de imagens e a um argumento. Foi assim que, em 1989, a partir de um argumento
de Yves Duval, Ferry resolveu desenhar o nascimento do Centro Belga de Banda Desenhada.
Este, proveniente das planícies da Flandres (1944), é o autor de uma importante obra centrada,
essencialmente, na história. Tendo começado a sua carreira de autor de BD no diário Le Soir,
e em revistas como o Pilote e Tintin, Ferry é o autor da série «Ian Kalédine» (em parceria
com JL Vernal), das «Chroniques de Panchrysia» e mais recentemente, inscrito numa linha
deixada por Jacques Martin, de uma aventura d’«Alix» e de « Un Voyage de Jhen» dedicada
à sua cidade preferida, Bruges.
Desenhador e argumentista, ele ensinou, durante muito tempo, a arte da BD no Instituto St-
Luc de Gante.
C.12
Bob De Moor
Do génio burlesco de Balthazar até à uma longa colaboração com Hergé, do Leão de Flandres
até ao Senhor Barelli ou Cori le Moussaillon, Bob De Moor (1925-1992) soube construir uma
obra particularmente rica e original que consta entre as mais importantes da BD europeia. Ele
foi um elo essencial no desenvolvimento do Centro Belga da BD, tendo de ultrapassar diversos
desafios: o primeiro, que ele aceitou - sem ter a exacta percepção da responsabilidade que
estava subjacente! - foi a de assumir a presidência. E foi como presidente que ele acolheu o
Rei Balduíno e a Rainha Fabíola que inauguraram o local, a 3 de Outubro de 1989.
Antes de todos, ele tinha já imaginado o organização do futuro Centro de BD... tal como
provam estas ilustrações inéditas. Actualmente, o Auditório do Centro Belga da banda
desenhada tem o seu nome.
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C.13
Horta e os Armazéns Waucquez
Uma exposição produzida pelo Centro Belga de Banda Desenhada
Concepção e textos : Jean Auquier
Selecção das ilustrações : Fanny Kerrien, Pierre Saysouk e JA.
Documentação : Fanny Kerrien e JA.
Traduções : Tine Anthoni, Philotrans
Grafismo : Pierre Saysouk
Reproduções e ampliações: Sadocolor Mounting
Realização : Jean Serneels, Mikaël Cuypers e as equipas de trabalho do CBBD.
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