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21-25 NOVEMBRO 2012 - Festival de cine 4+1

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<strong>Festival</strong> online<br />

FESTIVAL<br />

SIMULTÂNEO<br />

DE CINEMA<br />

Bogotá Buenos Aires Cida<strong>de</strong> do México Madri Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

CINEMATECA<br />

DISTRITAL<br />

CINEMA<br />

PARAÍSO<br />

SALA<br />

LEOPOLDO LUGONES<br />

CINETECA NACIONAL CINES<br />

GOLEM<br />

CENTRO CULTURAL<br />

BANCO DO BRASIL<br />

<strong>21</strong>-<strong>25</strong> <strong>NOVEMBRO</strong> <strong>2012</strong><br />

www.festival4mas1.com<br />

Dossier <strong>4+1</strong> Rio_v2.indd 1 20/11/12 12:18<br />

© ADAM FUSS. Untitled (Sin título), 1998.<br />

Cortesía <strong>de</strong> Cheim & Read, Nueva York


Índice<br />

Apresentação Pág. 3<br />

Programação Pág. 4<br />

Seção Ofi cial Pág. 5<br />

Fora da Competição Pág. 19<br />

Sessão <strong>de</strong> Abertura: The Wild Blue Yon<strong>de</strong>r Pág. <strong>21</strong><br />

Convidado <strong>de</strong> Honra Pág. 22<br />

Sessões Especiais Pág. 23<br />

Um Encontro com Werner Herzog Pág. 29<br />

Se<strong>de</strong> Online Pág. 29<br />

Prêmio do Público <strong>4+1</strong> Pág. 30<br />

O Cartaz do <strong>Festival</strong> Pág. 31<br />

Instituições Associadas e Colaboradoras Pág. 32<br />

O <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> San Sebastián Pág. 35<br />

Preço das entradas e passes Pág. 36<br />

Departamento <strong>de</strong> Comunicação Pág. 36<br />

2<br />

Paseo <strong>de</strong> Recoletos, 23. 28004 Madrid O Telf.: 91 581 61 00 O www.festival4mas1.com<br />

Dossier <strong>4+1</strong> Rio_v2.indd 2 20/11/12 12:18


Apresentação<br />

O <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>4+1</strong> é um “<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> festivais” promovido e organizado pela FUNDACIÓN MAPFRE <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010 e <strong>de</strong> maneira<br />

simultânea na Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha e México. Sua principal fi nalida<strong>de</strong> é resgatar títulos signifi cativos do <strong>cine</strong>ma<br />

<strong>de</strong> autor atual que, apesar <strong>de</strong> participarem dos principais concursos <strong>cine</strong>matográfi cos mundiais, sendo muitas vezes premiados<br />

pelo júri, crítica e público, não chegam ao circuito <strong>de</strong> salas comerciais <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma.<br />

Apostando na força da simultaneida<strong>de</strong> e no caráter antológico da sua programação, o <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> <strong>de</strong>seja celebrar a força do<br />

<strong>cine</strong>ma como ação compartilhada <strong>de</strong> enriquecimento cultural e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong>stacar o essencial papel dos festivais como<br />

apoio e estímulo para o <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>cine</strong>matografi a artística.<br />

Colaboram com a FUNDACIÓN MAPFRE prestigiosas instituições que em seus países são reconhecidas pelo trabalho <strong>de</strong> promoção<br />

do <strong>cine</strong>ma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: a Sala Leopoldo Lugones em Buenos Aires, o Centro Cultural Banco do Brasil no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a Cinemateca<br />

Distrital e o Cinema Paraíso em Bogotá, os Cinemas Golem em Madri e a Cineteca Nacional na Cida<strong>de</strong> do México. Além disso,<br />

a Seção Ofi cial do <strong>Festival</strong> estará disponível também na sua Se<strong>de</strong> Online, através do portal Filmin.<br />

A cada ano uma <strong>de</strong>stas cida<strong>de</strong>s se transforma em Se<strong>de</strong> Central do <strong>Festival</strong> e, como tal, recebe a presença do Convidado <strong>de</strong> Honra,<br />

além <strong>de</strong> servir <strong>de</strong> cenário para os atos protocolares do evento. Nesta terceira edição, o Convidado <strong>de</strong> Honra do <strong>Festival</strong>, Werner<br />

Herzog, estará presente no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

O <strong>Festival</strong> conce<strong>de</strong> um único prêmio: o Prêmio do Público <strong>4+1</strong> <strong>de</strong> Melhor Filme, ao qual concorrem as 14 obras internacionais que<br />

participam da Seção Ofi cial, e é <strong>de</strong>cidido através da votação dos espectadores dos cinco países.<br />

Este projeto é promovido pela FUNDACIÓN MAPFRE, instituição que vem adquirindo cada vez mais relevância social, sendo hoje<br />

consi<strong>de</strong>rada uma das fundações culturais mais importantes da Espanha.<br />

Fundada em 1975, <strong>de</strong>senvolve ampla ativida<strong>de</strong> na Espanha e na América Latina, tanto no terreno cultural como em outras áreas<br />

<strong>de</strong> interesse geral, concretizando assim seu compromisso com o <strong>de</strong>senvolvimento e o progresso da socieda<strong>de</strong> (Ação Social, Ciências<br />

do Seguro, Prevenção, Saú<strong>de</strong> e Meio Ambiente, e Segurança Viária).<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do âmbito <strong>de</strong> atuação, a FUNDACIÓN MAPFRE sempre aspira criar e executar projetos duradouros, <strong>de</strong> ampla<br />

repercussão e que, graças à colaboração com prestigiosas instituições, tenham um maior impacto social.<br />

Seu Instituto <strong>de</strong> Cultura contribui para a promoção e divulgação da Cultura, Artes e Letras. Suas ativida<strong>de</strong>s são reconhecidas<br />

internacionalmente graças à qualida<strong>de</strong> das suas exposições, no entanto, até 2010 o instituto não havia trabalhado no âmbito da<br />

<strong>cine</strong>matografi a. Sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> realizar o <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>4+1</strong>, a partir <strong>de</strong> 2010, <strong>de</strong>ve-se a sua convicção <strong>de</strong> que a linguagem<br />

visual, em todas suas expressões, domina o discurso narrativo da socieda<strong>de</strong> contemporânea para explicar a realida<strong>de</strong>, para facilitar<br />

a comunicação, e para tornar o mundo e a nossa existência como indivíduos mais compreensíveis.<br />

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Paseo <strong>de</strong> Recoletos, 23. 28004 Madrid O Telf.: 91 581 61 00 O www.festival4mas1.com<br />

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Programação<br />

A programação do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> é composta por três grupos <strong>de</strong> exibição:<br />

Seção Ofi cial, que conta com uma seleção <strong>de</strong> fi lmes recentemente apresentados nos principais festivais internacionais<br />

<strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma. Seguindo este critério, esta programação permite ao público assistir fi lmes que, apesar <strong>de</strong> possuírem valor<br />

<strong>cine</strong>matográfi co, não conseguem chegar, ou somente chegam muito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seu lançamento, aos circuitos comerciais <strong>de</strong><br />

<strong>cine</strong>ma. Portanto, trata-se <strong>de</strong> uma seleção que preten<strong>de</strong> ser representativa dos movimentos mais interessantes, produzidos<br />

cada ano, neste outro tipo <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma que nunca chega às salas comerciais, e que, contraditoriamente, funciona como<br />

palco on<strong>de</strong> surgem as questões e correntes que posteriormente serão vistas no <strong>cine</strong>ma comercial.<br />

Deste modo, a terceira edição do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> traz obras <strong>de</strong> consagrados <strong>cine</strong>astas como Fre<strong>de</strong>rick Wiseman, Abel Ferrara,<br />

Chantal Akerman, Johnnie To e <strong>de</strong> diretores emergentes como Valerie Massadian, Sylvain George, Evan Glo<strong>de</strong>ll,<br />

Mohammad Rasoulof, além <strong>de</strong> fi lmes previamente exibidos nos festivais <strong>de</strong> Cannes, Veneza, Berlim, Toronto, Locarno,<br />

Sundance, entre outros.<br />

Fora da Competição, que exibirá dois longas-metragens: 3.11 A Sense of Home, fi lme coral promovido pela diretora e produtora<br />

Naomi Kawase, Convidada <strong>de</strong> Honra da última edição do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> e o documentário longa-metragem Hollywood<br />

Talkies, dirigido por Óscar Pérez e Mia Ribot.<br />

Sessões do Convidado <strong>de</strong> Honra, <strong>de</strong>dicadas a alguns dos mais signifi cativos fi lmes <strong>de</strong> Werner Herzog. No Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

estas sessões serão apresentadas pelo próprio <strong>cine</strong>asta, que também participará <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates.<br />

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Seção Ofi cial<br />

Os 14 títulos que concorrem ao Prêmio do Público <strong>4+1</strong> são:<br />

4:44 LAST DAY ON EARTH (Abel Ferrara, 2011).<br />

O lendário diretor <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> Bad Lieutenant<br />

(1992) conta, através <strong>de</strong> imagens, sua<br />

angustia gerada pela crise econômica e <strong>de</strong> valores,<br />

através <strong>de</strong> uma fábula apocalíptica em<br />

que um casal <strong>de</strong> artistas nova-iorquinos, brilhantemente<br />

interpretados por Willem Dafoe e<br />

Shanyn Leigh, encara seu último dia na terra<br />

trancados em seu loft. Inclusive, com hora<br />

marcada: às 4.44 da madrugada. O último e<br />

<strong>de</strong>cisivo fi nal. Os noticiários da televisão dão<br />

conselhos a uma Humanida<strong>de</strong> que se prepara (ou exatamente ao contrário) para sua extinção. Este casal <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> passar o<br />

último dia <strong>de</strong> todas as vidas em seu loft nova-iorquino pintando, fazendo amor, <strong>de</strong>spedindo-se <strong>de</strong> familiares e amigos por<br />

Skype, meditando... Entre a raiva, o <strong>de</strong>sconcerto, a tristeza e a luci<strong>de</strong>z.<br />

Não é nenhuma novida<strong>de</strong> que o <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> autor, e não só os fi lmes da indústria <strong>cine</strong>matográfi ca, também imagine o fi m<br />

do mundo. Novida<strong>de</strong> é o modo aparentemente tão prosaico, porém infl amado <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong>, com que o autor <strong>de</strong> Bad<br />

Lieutenant o imagina, a<strong>de</strong>quando seu pessimismo habitual à melhor música <strong>de</strong> todos os tempos. O <strong>cine</strong>ma, ainda invisível,<br />

também lança perguntas necessárias. E é melhor que as façamos agora, no território da “fi cção poética”, do que mais<br />

tar<strong>de</strong>, quando seja impossível voltar atrás.<br />

Abel Ferrara (Estados Unidos, 1951) O mais recente fi lme o ledário diretor <strong>de</strong> The Funeral<br />

(1996) concorreu na Seção Ofi cial do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Veneza e foi exibido nos Festivais <strong>de</strong> Nova<br />

Iorque, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Paris. Ferrara recebeu prêmios honorários pelo conjunto da sua<br />

obra em Locarno e Sitges.<br />

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BELLFLOWER (Evan Glo<strong>de</strong>ll, 2011). O diretor,<br />

produtor, ator e roteirista Evan Glo<strong>de</strong>ll surpreen<strong>de</strong>u<br />

a todos com seu fi lme <strong>de</strong> estreia, que<br />

passou por numerosos festivais. Elementos<br />

díspares que mesclam uma história <strong>de</strong> amor<br />

com uma fuga <strong>de</strong>sesperada, em uma ambientação<br />

pós-apocalíptica... Bellfl ower se <strong>de</strong>staca<br />

por sua arrojada aposta estética fotográfi ca,<br />

resultado das imagens da câmera construída pelo próprio Glo<strong>de</strong>ll, a partir <strong>de</strong> diferentes peças <strong>de</strong> câmeras e lentes velhas,<br />

que, somado a um orçamento <strong>de</strong> gravação bastante apertado, fi zeram com que esta obra virasse um fi lme <strong>de</strong> culto. O<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safi o (e triunfo) <strong>de</strong> Bellfl ower é mostrar outro lado disso: um teen movie que faz da sua fragilida<strong>de</strong> sua ban<strong>de</strong>ira<br />

e da sua iconografi a – carros tunados preparados para o apocalipse, extintores caseiros, tatuagens indígenas – sua estrutura<br />

emocional.<br />

Uma crônica <strong>de</strong>sesperada sobre a paixão, tão exultante na sua <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za, quanto contun<strong>de</strong>nte na sua práxis narrativa.<br />

Bellfl ower, a seu modo, é um fi lme <strong>de</strong>sesperado, brutalmente necessário, um grito comovente sobre a tristeza (embora não<br />

isento <strong>de</strong> beleza) que po<strong>de</strong> ser a adolescência.<br />

Evan Glo<strong>de</strong>ll (Estados Unidos) participou <strong>de</strong> inúmeros festivais internacionais como<br />

Sundance, Filadélfi a, Atlantida Film <strong>Festival</strong>, Calgary Un<strong>de</strong>rground, Paris Fantastic Film<br />

<strong>Festival</strong> e Galway, entre muitos outros. Conta com o Prêmio do Júri Jovem do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong><br />

Sitges 2011.<br />

Nascido em Wisconsin, mudou-se à Califórnia com o objetivo <strong>de</strong> ser <strong>cine</strong>asta. Trabalhou<br />

em fi lmes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e em diversas produções para internet.<br />

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CRAZY HORSE (Fre<strong>de</strong>rick Wiseman, 2011). Reconhecido<br />

por seu estilo direto, paciente, minucioso<br />

e observador, sua vasta fi lmografi a<br />

aborda instituições estaduni<strong>de</strong>nses. Suas incursões<br />

a universos proibidos ren<strong>de</strong>ram-lhe a<br />

categoria <strong>de</strong> mestre do documentário. Recentemente<br />

analisou o fértil ambiente da boemia<br />

parisiense com Crazy Horse, fi lme no qual ele<br />

mergulha neste célebre cabaré parisiense<br />

(templo da sofi sticação da sensualida<strong>de</strong> e do<br />

sexo) para nos mostrar um retrato consciencioso<br />

dos personagens que nele habitam.<br />

Num mundo on<strong>de</strong> tudo transcorre com uma rapi<strong>de</strong>z que oprime e cega, on<strong>de</strong> todos parecem ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>r<br />

com suas palavras, aprecia-se mais o olhar silente, a permanência paciente, e o extremo respeito pelo tempo que Fre<strong>de</strong>rick<br />

Wiseman conce<strong>de</strong> a cada plano, cena e fi lme que realiza. Sua austera aproximação às pessoas que fazem parte <strong>de</strong>ste ofício<br />

tão singular, associada à poesia dos corpos em movimento, provoca um contraponto muito sugestivo que permite a cada<br />

espectador o acesso a um lugar privilegiado, o <strong>de</strong> voyeur.<br />

Fre<strong>de</strong>rick Wiseman (Estados Unidos, 1930) Seu 39º longa-metragem – que do mesmo modo<br />

que seu anterior fi lme, La danse: Le Ballet <strong>de</strong> l’Opéra <strong>de</strong> Paris, realiza um minucioso estudo do<br />

corpo humano através da arte – participou dos festivais <strong>de</strong> Toronto, San Sebastián, Nova Iorque,<br />

Tókio, Mar <strong>de</strong>l Plata e Hong Kong, entre outros. Atualmente está pós-produzindo um fi lme<br />

sobre a <strong>de</strong>licada situação fi nanceira da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Berkley.<br />

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GOODBYE (Mohammad Rasoulof, 2011). Situações<br />

e ações que parecem ser corriqueiras na<br />

vida <strong>de</strong> uma advogada casada com um jornalista:<br />

ir ao médico, planejar uma viagem, fi car<br />

grávida, passar uma noite num hotel... No entanto,<br />

tudo o que é fácil se opõe à realida<strong>de</strong><br />

iraniana, país on<strong>de</strong> este fi lme acontece e no<br />

qual cada uma <strong>de</strong>stas realida<strong>de</strong>s se transforma<br />

em ativida<strong>de</strong>s suspeitas.<br />

Com a minúcia <strong>de</strong> uma crônica, Goodbye relata<br />

a dura <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> uma mulher <strong>de</strong> abandonar<br />

sua terra natal em busca <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>s<br />

básicas que já estão fora do seu alcance. O <strong>de</strong>stino da viagem é incerto, um território invisível e inseguro magistralmente<br />

retratado por Rasoulof mediante o uso do fora <strong>de</strong> campo como linguagem narrativa predominante: sempre há algo que está<br />

presente, mais além do que vemos ou ouvimos, para transparentar-se. Uma mise-en-scène em que o rigor da duração e o<br />

enquadramento parecem propor um jogo com um reverso invisível.<br />

Este laureado <strong>cine</strong>asta iraniano, habitual colaborador <strong>de</strong> Jafar Panahi, compartilha com ele neste quinto longa-metragem<br />

o olhar reivindicativo sobre a situação <strong>de</strong> seu país.<br />

Mohammad Rasoulof (Irã, 1973) recebeu o Prêmio <strong>de</strong> Melhor Diretor<br />

em Cannes em 2011 e o Prêmio do Público em Roterdã em <strong>2012</strong>, entre<br />

otros.<br />

Seu primeiro fi lme, The Twilight (2002), obteve vários prêmios internacionais.<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010 um tribunal iraniano o con<strong>de</strong>nou a seis<br />

anos <strong>de</strong> prisão e o proibiu <strong>de</strong> fazer fi lmes durante 20 anos, mais tar<strong>de</strong> foi<br />

absolvido.<br />

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LA DEMORA (Rodrigo Plá, <strong>2012</strong>). La <strong>de</strong>mora<br />

po<strong>de</strong>ria ser a fi lmagem do que ocorre quando<br />

alguém se esquece do que apren<strong>de</strong>u na infância<br />

e, anos mais tar<strong>de</strong>, se vê capaz <strong>de</strong> abandonar<br />

seu próprio pai idoso num parque, diante<br />

da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentá-lo. O<br />

mexicano nascido no Uruguai, Rodrigo Plá,<br />

adota com este fi lme essências do <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong><br />

Montevidéu, nostálgico e seco, na linha <strong>de</strong><br />

Whisky (Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, 2004), para fi lmar algo assim como um pequeno apocalipse pessoal, um colapso<br />

emocional que termina causando vítimas colaterais: o pai com Alzheimer <strong>de</strong> uma mulher incapaz <strong>de</strong> levantar-se sob o<br />

peso da própria vida.<br />

O que po<strong>de</strong>ria ser um melodrama (e essencialmente é) se transforma num exercício <strong>de</strong> <strong>de</strong>puração <strong>cine</strong>matográfi ca que<br />

contém um pequeno tour <strong>de</strong> force: gran<strong>de</strong> parte do fi lme se apoia na interpretação <strong>de</strong> dois atores protagonistas, um <strong>de</strong>les<br />

ancorado a um barco on<strong>de</strong> espera, sem êxito, que venham buscá-lo, como um animal abandonado incapaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o<br />

que é traição. Neste banco, próximo à Rambla <strong>de</strong> Montevidéu, <strong>de</strong>corre gran<strong>de</strong> parte do fi lme que não só retrata um jeito<br />

uruguaio meio gris, mas especialmente aborda a complexida<strong>de</strong> e a dor <strong>de</strong> uma vida simples.<br />

Rodrigo Plá (Uruguai, 1968) estudou <strong>cine</strong>ma na Cida<strong>de</strong> do México.<br />

Dirigiu, produziu e escreveu vários fi lmes como Zona do Crime (2007) e<br />

Desierto A<strong>de</strong>ntro (2008).<br />

Com La Demora (2011) recebeu o Prêmio do Júri Ecumênico no <strong>Festival</strong><br />

<strong>de</strong> Berlim e também o do diário Tagesspiegel e participou dos festivais<br />

<strong>de</strong> Guadalajara e San Sebastián (Horizontes Latinos).<br />

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LA FOLIE ALMAYER (Chantal Akerman, 2011).<br />

Inspirado na história homônima <strong>de</strong> Joseph<br />

Conrad, La folie Almayer narra a confl ituosa<br />

relação entre uma fi lha e seus pais na selva da<br />

Malásia. Assim como a maioria dos fi lmes da<br />

belga Chantal Akerman, trata-se <strong>de</strong> uma história<br />

do <strong>de</strong>sarraigo, ou, ainda, da <strong>de</strong>scrição<br />

sobre o vínculo entre as pessoas e seus espaços<br />

particulares e íntimos (o lar, a escola, e<br />

nesse caso, a selva), uma relação da qual a<br />

diretora se apropria graças à precisão da sua<br />

mise-en-scène: o travelling e o plano fi xo, cuja<br />

duração supera o que é explicitamente narrado, voltam a ser sua marca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

O fi lme se aprofunda no choque cultural que é para Nina, <strong>de</strong> pai europeu e mãe malaia, a obrigação <strong>de</strong> frequentar um colégio<br />

interno regido por uma intransigente e arcaica educação francesa, com o objetivo <strong>de</strong> preparar-se para uma promissora,<br />

porém improvável, viagem à Europa.<br />

Através <strong>de</strong> uma minuciosa <strong>de</strong>scrição da relação dos pais e do vazio que eles enfrentam <strong>de</strong>vido à ausência da sua fi lha, o<br />

fi lme se enclausura na selva da Malásia, mostrada em <strong>de</strong>talhe. E enquanto a narração segue seu curso, a história nos leva<br />

a pensar sobre o que <strong>de</strong>fi ne o lugar <strong>de</strong> pertencimento <strong>de</strong> uma pessoa.<br />

Chantal Akerman (Bélgica, 1950) foi aclamada pelo Village Voice como “possivelmente a diretora<br />

europeia mais importante da sua geração”. É conhecida por realizar fi lmes inovadores comparáveis<br />

às obras <strong>de</strong> Jean-Luc Godard e Rainer Werner Fassbin<strong>de</strong>r. Rejeita o rótulo <strong>de</strong> “<strong>cine</strong>asta feminista”<br />

que lhe é conferido por ser ativista dos direitos das mulheres através do audiovisual. Com<br />

este longa-metragem participou dos festivais <strong>de</strong> Veneza, Toronto, Vancouver, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Montreal,<br />

Viena, Nova Iorque, Belgrado, entre outros.<br />

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LAND OF OBLIVION (Michale Boganim, 2011).<br />

Chernobyl, 1986: começa o apocalipse. Porém<br />

não <strong>de</strong> uma maneira totalitária, como ocorreu<br />

em Hiroshima, mas <strong>de</strong> uma forma mais furtiva,<br />

astuta e prolongada no tempo. A dor através<br />

dos tempos, das gerações. Há que aplaudir,<br />

e muito, a diretora Michale Boganim por<br />

ter coragem <strong>de</strong> querer retratar o momento exato<br />

em que o mundo veio abaixo, e por fazê-lo<br />

com uma postura alheia a todo tipo <strong>de</strong> sentimentalismo<br />

ou sensacionalismo dramático.<br />

Seu olhar evita subjugar, buscar culpados,<br />

abater-se pela miséria.<br />

Um olhar que é também <strong>de</strong>licado, que sabe dançar entre as cinzas com a mesma elegância que o faziam os irmãos Taviani<br />

há 30 anos; que sabe capturar emoções coletivas com o mesmo olhar agridoce do Kusturica <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>rground e que, fi nalmente,<br />

sabe fuçar neste poço sem fundo que é a tristeza humana a partir da secura alcoólica <strong>de</strong> um Aleksei Balabanov.<br />

Land of Oblivion não para por aí, revisita o local pós-apocalíptico <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 10 anos, <strong>de</strong>ixando claro que as distopias não<br />

são proprieda<strong>de</strong> exclusiva da literatura fantástica.<br />

Michale Boganim (Israel, 1975) dirigiu vários curtas-metragens que foram premiados nos Festivais<br />

<strong>de</strong> Cannes, Berlinale e Palm Springs.<br />

Seu documentário O<strong>de</strong>ssa... O<strong>de</strong>ssa (2005) foi exibido em Sundance e selecionado para mais<br />

<strong>de</strong> 50 festivais internacionais, recebeu um prêmio no Fórum da Berlinale e o Prêmio <strong>de</strong> Melhor<br />

Direção no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>de</strong> Jerusalém.<br />

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LES ÉCLATS (MA GUEULE, MA RÉVOLTE, MON<br />

NOM) (Sylvain George, 2011). Este fi lme, seu<br />

terceiro longa-metragem, segue o mesmo caminho<br />

do seu anterior trabalho, Qu’ils reposent<br />

en revolte (Des fi gures <strong>de</strong> guerre I, 2010),<br />

ao retratar com clara vocação política a vida<br />

dos imigrantes ilegais que esperam em Calais<br />

sua chance <strong>de</strong> atravessar o estreito a caminho<br />

da Inglaterra.<br />

Evitando o paternalismo e a solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

muitos documentários humanistas e sociais,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quatro anos <strong>de</strong> fi lmagem George<br />

constrói uma obra enfurecida, que <strong>de</strong>volve a<br />

dignida<strong>de</strong> dos que são fi lmados ao mesmo<br />

tempo em que mostra as feridas <strong>de</strong>ixadas pelas políticas migratórias e sociais da nossa <strong>de</strong>smemoriada Europa.<br />

Se a obra <strong>de</strong> George surge com força é exatamente porque ela foge das formas e fundos associados ao <strong>cine</strong>ma social,<br />

lutando para conseguir um trabalho em que a forma vanguardista recupera sua essência ativista e militante. Sua aposta<br />

pelo ví<strong>de</strong>o como formato <strong>de</strong> fi lmagem surge como uma <strong>de</strong>cisão política: empregar as armas dos meios <strong>de</strong> massa para <strong>de</strong>sconstruir<br />

suas representações. Essa é a luta <strong>de</strong> George, nem mais, nem menos. A violência nessas margens que preferimos<br />

ignorar.<br />

Sylvain George (França, 1968) Filósofo, ativista e pensador, o também <strong>cine</strong>asta George<br />

somente <strong>de</strong>butaria no <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong>pois dos quarenta anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Seus fi lmes dialogam<br />

com o <strong>cine</strong>ma experimental e com a poesia e acabam encontrando a força e a vitalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um <strong>cine</strong>asta mal compreendido como Jean Vigo. Com este fi lme participou dos festivais<br />

<strong>de</strong> Veneza, Roterdã e Punto <strong>de</strong> Vista, entre outros. Foi reconhecido com o Prêmio <strong>de</strong><br />

Melhor Documentário Internacional no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Turim em 2011.<br />

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LIFE WITHOUT PRINCIPLE (Johnnie To, 2011).<br />

Há mais ou menos <strong>de</strong>z anos – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> PTU (Police<br />

Tactical Unit, 2003) e Breaking News<br />

(2004) – que Johnnie To é consi<strong>de</strong>rado o melhor<br />

autor <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma policial da nossa era.<br />

Dotado <strong>de</strong> um estilo incomparável ao coreografar<br />

longas e rebuscadas sequencias<br />

<strong>de</strong> ação tiroteios, brigas em massa, roubos<br />

imperfeitos- To visitou todos os seus subgêneros<br />

– fi lmes <strong>de</strong> mafi osos, <strong>de</strong> ladrões <strong>de</strong><br />

colarinho branco, <strong>de</strong> justiceiros vingadores,<br />

“exploits” espetáculo ao estilo das produções<br />

<strong>de</strong> Hollywood – <strong>de</strong>ixando um legado <strong>de</strong> obras primas.<br />

Desta vez To nos apresenta uma <strong>de</strong>licada peça: um enxuto fi lme <strong>de</strong> suspense feito <strong>de</strong> histórias entrelaçadas em que gangsters<br />

meia-boca farão <strong>de</strong> tudo para se aproveitar da terrível crise econômica que nos <strong>de</strong>vasta. O resultado é uma obra que<br />

mantém a tensão e a emoção tão próprias do seu trabalho e que, além disso, se estabelece como um das mais certeiras,<br />

ao ser um fi el retrato do mundo em que vivemos e ao mesmo tempo um gran<strong>de</strong> e violento fi lme <strong>de</strong> ação intimista.<br />

Johnnie To (Hong Kong, 1955) participou com este fi lme dos festivais <strong>de</strong> Veneza, San<br />

Sebastián, Toronto, Winsconsin e São Francisco. The Enigmatic Case (1979), o primeiro<br />

<strong>de</strong> seus mais <strong>de</strong> trinta fi lmes nos anos 80 e 90, o estabeleceu como um nome<br />

<strong>de</strong> prestígio em Hong Kong. Conhecido internacionalmente por seus fi lmes <strong>de</strong> mafi osos<br />

e ação como The Mad Detective e Vengeance, To <strong>de</strong>monstrou, no entanto, versatilida<strong>de</strong><br />

ao passar <strong>de</strong> um gênero a outro ao longo da sua extensa carreira.<br />

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NANA (Valerie Massadian, 2011). Os contos<br />

infantis são sempre cruéis e mágicos: a cabana,<br />

o bosque misterioso, o lobo feroz... E Nana<br />

também é assim. Uma menina <strong>de</strong> quatro anos<br />

num entorno rural que se <strong>de</strong>sintegra, como se<br />

fosse uma Chapeuzinho Vermelho enfrentando-se<br />

aos perigos, e às maravilhas do mundo.<br />

Vemos algo que talvez nunca tivéssemos visto<br />

antes: a maneira como uma menina se apropria<br />

do seu próprio mundo. A câmera está<br />

sempre com Nana e sua solidão, com sua inteligência<br />

e sua personalida<strong>de</strong>, com sua imaginação e sua autossufi ciência. Sob o olhar da fotógrafa Valerie Massadian,<br />

numa das estreias mais surpreen<strong>de</strong>ntes dos últimos anos, nos <strong>de</strong>spertamos para o fascínio e angústias da infância, que<br />

se <strong>de</strong>senrolam numa dissolução <strong>de</strong> fronteiras. Documentário ou fi cção? Sagrado ou profano? Mo<strong>de</strong>rno ou ancestral?... A<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> espírito e concepção, que alimenta Nana, parece ser feita da mesma matéria, da mesma mágica <strong>de</strong>spreocupação,<br />

que a que caracteriza o paraíso perdido da infância.<br />

Valerie Massadian (França,1964) Foi através da fotografi a e da parceria com Nan<br />

Goldin que Valerie chegou à criação <strong>de</strong> imagens, <strong>de</strong>senvolvendo sli<strong>de</strong>s (The Link, Mary<br />

Go Round, Journal <strong>de</strong> Bord) que foram exibidos em Tóquio, Londres e Porto. Da fotografi a<br />

herdou a liberda<strong>de</strong> e a precisão do contato frontal. A partir das colaborações com vários<br />

<strong>cine</strong>astas nasce a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar um fi lme próprio, e surge Nana (2011) que<br />

recebeu o Prêmio <strong>de</strong> Melhor Filme <strong>de</strong> Estreia no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Locarno e Melhor Filme Internacional<br />

nos festivais <strong>de</strong> Vancouver e Istambul. Nesta obra Massadian analisa os instintos<br />

animais <strong>de</strong> uma menina utilizando-se “mais <strong>de</strong> sensações primárias, do que <strong>de</strong><br />

uma narração explícita em si, talvez a partir <strong>de</strong> uma compreensão do mundo mais feminina,<br />

do que intelectual...”.<br />

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PHOTOGRAPHIC MEMORY (Ross McElwee,<br />

2011). Lembranças e imagens como terapia<br />

<strong>de</strong> cura: Ross McElwee não reconhece seu fi lho<br />

<strong>de</strong> vinte anos a quem adorou e fi lmou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

seus primeiros anos <strong>de</strong> vida; esse menino esperto<br />

e alegre parece estar agora preso à tecnologia<br />

que se levanta como um muro entre ele<br />

e o mundo.<br />

Num exercício <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong>, o gran<strong>de</strong> documentarista<br />

McElwee mergulha na sua própria<br />

memória (fotográfi ca, porém sem foto real)<br />

para tentar encontrar na sua biografi a algum<br />

indício que lhe aju<strong>de</strong> a enten<strong>de</strong>r e simpatizar<br />

com os motivos que levaram seu fi lho a sua<br />

atual apatia. Esta viagem real pelas paisagens da sua juventu<strong>de</strong> na França culminará numa refl exão mais sutil a respeito<br />

do próprio meio -fotoquímico ou digital, no passado ou no presente- que nos conecta com a realida<strong>de</strong> que vivemos, ou<br />

pensamos que vivemos, que lembramos ou achamos que lembramos, para que fi nalmente entendamos que a subjetivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada momento é a única coisa que realmente compartilhamos. É a celebração <strong>de</strong> um fi lme profundamente sincero e<br />

humano: altamente recomendável.<br />

Ross McElwee (Estados Unidos, 1947) participou com Photographic Memory (2011) dos festivais<br />

BAFICI, Veneza e Las Palmas <strong>de</strong> Gran Canaria. Dirigiu nove longas-metragens que fi zeram <strong>de</strong>le<br />

uma fi gura <strong>de</strong> prestígio no campo do <strong>cine</strong>ma documental. Sherman’s March ganhou, entre muitos<br />

outros prêmios, o <strong>de</strong> Melhor Documentário em Sundance. Time In<strong>de</strong>fi nite e Six O’Clock News<br />

também foram premiados em diversos festivais antes <strong>de</strong> serem exibidos nas salas <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma dos<br />

EUA. Bright Leaves foi apresentado na Quinzena <strong>de</strong> Realizadores <strong>de</strong> Cannes, e In Paraguay na<br />

Seção Orizzonti do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Veneza. O MoMA <strong>de</strong> Nova Iorque e o DocLisboa, entre outros, <strong>de</strong>dicaram<br />

retrospectivas à sua obra. McElwee também é professor <strong>de</strong> direção <strong>de</strong> documentário na<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard.<br />

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TERRI (Azazel Jacobs, 2011). Pela sua aparência,<br />

Terri po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rado como “mais<br />

uma comédia in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte norte-americana”,<br />

no entanto, o interesse que suas imagens<br />

provocam transcen<strong>de</strong> completamente as limitações<br />

<strong>de</strong>ste rótulo. O adolescente gordinho<br />

que dá título ao fi lme (interpretado por Jacob<br />

Wysocki), <strong>de</strong>sfi la <strong>de</strong> pijama pelos corredores<br />

do colégio, e é o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> do fi lme,<br />

um verda<strong>de</strong>iro ‘misfi t’ <strong>de</strong>ntro e fora da tela.<br />

Estimulado pelo diretor do colégio, um ser<br />

igualmente inadaptado (John C. Reilly na sua<br />

melhor forma), ele estabelece laços com outros alunos que têm vidas e atitu<strong>de</strong>s marginais, alvos <strong>de</strong> chacota e <strong>de</strong>sprezo na<br />

escola.<br />

Azazel Jacobs se <strong>de</strong>senvolve com uma sensibilida<strong>de</strong> fora <strong>de</strong> série para transitar com um registro realista pelos territórios <strong>de</strong><br />

uma fábula moral. Porque Terri é, essencialmente, uma emocionante história a respeito da diferença, a respeito <strong>de</strong> algo tão<br />

familiar para todos nós como é a sensação <strong>de</strong> se sentir diferente. Com toda sua estranheza e poesia cotidiana, Terri po<strong>de</strong><br />

chegar a ser entendido como uma releitura compassiva <strong>de</strong> Freaks, <strong>de</strong> Tod Browning, em que o sentimento <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta pessoal se impõe à caricatura ou à paródia cruel que costumam virar muitos dos fi lmes que retratam seres<br />

inadaptados.<br />

Azazel Jacobs (Estados Unidos, 1972) foi consi<strong>de</strong>rado pela CinemaScope um dos cinquenta<br />

melhores <strong>cine</strong>astas com menos <strong>de</strong> cinquenta anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Participou dos festivais<br />

<strong>de</strong> Sundance, Nashville, Flórida, São Franciso, Locarno, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Gijón, entre<br />

outros. Filho do <strong>cine</strong>asta <strong>de</strong> vanguarda Ken Jacobs, cresceu ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> inovadores e importantes<br />

artistas em lower Manhattan. Kirk and Kerry (1997), seu primeiro trabalho, faz<br />

parte da coleção permanente da Biblioteca Pública <strong>de</strong> Nova Iorque. Antes <strong>de</strong>Terri dirigiu<br />

Momma’s Man que foi apresentado em Sundance e rapidamente se tornou um dos mais<br />

aplaudidos títulos <strong>de</strong> 2008.<br />

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THE BALLAD OF GENESIS AND LADY JAYE (Marie<br />

Losier, 2011). Aproximar-se <strong>de</strong> uma pessoa<br />

através do olhar <strong>de</strong> um artista é invariavelmente<br />

fascinante <strong>de</strong>vido às ressonâncias que<br />

vibram no próprio retrato. A <strong>cine</strong>asta e curadora<br />

francesa Marie Losier é especialista nesta<br />

arte. Os retratos <strong>de</strong> artistas como George y<br />

Mike Kuchar, Guy Maddin e Richard Foreman<br />

feitos por ela brilham pela sensibilida<strong>de</strong>, humor<br />

e fantasia que reinam em seus enigmáticos<br />

e bizarros mundos.<br />

The Ballad of Genesis and Lady Jaye, seu primeiro<br />

longa-metragem reconhecido internacionalmente, é um relato multidimensional que nasce <strong>de</strong> algo concreto: Genesis<br />

P-Orridge, um dos mais infl uentes artistas <strong>de</strong> vanguarda dos últimos 30 anos, se submete a uma transformação física<br />

para conseguir fi car idêntico à pessoa que ama, Lady Jaye. A partir daí o fi lme se expan<strong>de</strong> e se torna universal, caminhando<br />

com frescor e empatia entre a vida profi ssional subversiva <strong>de</strong> Genesis e sua vida pessoal íntima e única. Este documentário<br />

surpreen<strong>de</strong>, emociona e magicamente eleva o conceito <strong>de</strong> amor a uma dimensão pura e até o momento <strong>de</strong>sconhecida.<br />

Marie Losier (França, 1972) é francesa <strong>de</strong> nascimento, mas vive e trabalha em Nova Iorque.<br />

Exibiu seus fi lmes e ví<strong>de</strong>os em museus, galerias e festivais. Estudou Literatura na França e<br />

Arte em Nova Yorque. Ganhou os Prêmios Teddy e Caligary no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Berlim, o Prêmio<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa <strong>de</strong> Melhor longa-metragem no <strong>Festival</strong> IndieLisboa e participou também dos<br />

festivais <strong>de</strong> Turim, Hong Kong French Cinepanorama, Viennale, Punto <strong>de</strong> Vista e Melbourne,<br />

entre outros.<br />

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VERANO (José Luis Torres Leiva, 2011). Os meses<br />

<strong>de</strong> verão têm sempre a consistência líquida<br />

dos sonhos <strong>de</strong> última hora, a aparência<br />

nebulosa dos sonhos em vigília: difícil saber<br />

se pertencem ao mundo real, ou se são invenções<br />

sentimentais <strong>de</strong> um coração capaz <strong>de</strong><br />

enganar a razão à base <strong>de</strong> momentos felizes e<br />

raios <strong>de</strong> sol que vazam entre as árvores. Depois<br />

<strong>de</strong> uma brilhante carreira no campo documentário<br />

do tipo mais ousado, e <strong>de</strong> um fi lme, O<br />

céu, a terra e a chuva (2008), com o que começava<br />

sua viagem ao mundo da fi cção, o jovem<br />

<strong>cine</strong>asta chileno <strong>de</strong>sembarca agora com uma<br />

história que parece ter sido feita para <strong>de</strong>smontar a narração tradicional. Uma narrativa fragmentada que confi rma a<br />

suspeita <strong>de</strong> que, se os impressionistas vivessem hoje em dia, trocariam os pincéis pela câmera: luzes, amores, árvores e<br />

um balneário como cenário para as férias do espírito. Um quebra-cabeça sensorial que consegue o milagre <strong>de</strong> transportar<br />

o espectador para este estado <strong>de</strong> graça que algumas pessoas ainda chamam <strong>de</strong> verão.<br />

José Luis Torres Leiva (Chile, 1975) produziu inúmeros curtas e longas-metragens in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

como os famosos Ningún Lugar en Ninguna Parte (2004), Obreras saliendo <strong>de</strong> la<br />

fábrica (2005) e El Tiempo que se queda (2007) que o levaram a vários festivais internacionais.<br />

O céu, a terra e a chuva (2008), seu primeiro longa-metragem <strong>de</strong> fi cção, estreou no<br />

<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>de</strong> Roterdã em 2008, on<strong>de</strong> levou o prêmio FIPRESCI. Atualmente o diretor<br />

está preparando os documentários Ver y Escuchar e Los Trabajos.<br />

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Fora da competição<br />

Os fi lmes exibidos fora da competição são:<br />

3.11 A SENSE OF HOME (Naomi Kawase e vários autores, 2011). Todos nós sabemos que é impossível voltar para casa,<br />

mas mesmo assim continuamos tentando, <strong>de</strong> novo e <strong>de</strong> novo. O tsunami, provocado por um terremoto em alto mar que<br />

<strong>de</strong>vastou o Japão no dia 3 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011, <strong>de</strong>ixou o país inteiro com um sentimento <strong>de</strong> orfanda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>samparo, uma dor<br />

inconsolável que revelou a fragilida<strong>de</strong> e a importância <strong>de</strong>ste espaço comum, íntimo e compartilhado, ao qual chamamos<br />

lar, e que para muitas famílias <strong>de</strong>sapareceu em questão <strong>de</strong> segundos, ao ser arrastado pelas águas.<br />

A diretora Naomi Kawase, homenageada da edição <strong>2012</strong> do <strong>Festival</strong>, e cujo <strong>cine</strong>ma sempre esteve vinculado aos conceitos<br />

<strong>de</strong> efemerida<strong>de</strong> e intimida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> beleza e perecibilida<strong>de</strong>, sentiu, mais claramente que nunca, que o que é belo e importante<br />

é frágil, ao ser valioso e único. Movida pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homenagear as vítimas do tsunami, e ao mesmo tempo <strong>de</strong><br />

refl etir sobre um conceito tão universal, e, no entanto tão mutante, como é o caso do lar, Kawase, com a ajuda do <strong>Festival</strong><br />

Internacional <strong>de</strong> Cinema <strong>de</strong> Nara, reuniu vinte diretores do mundo todo, entre eles os espanhóis Víctor Erice e Isaki<br />

Lacuesta, para realizar este fi lme coletivo composto por vários curtas-metragens, todos <strong>de</strong> três minutos e onze segundos<br />

<strong>de</strong> duração. E não, não é possível voltar para casa, porém todos nós continuamos tentando, construindo nossos lares em<br />

qualquer canto, agarrando-nos àqueles que amamos.<br />

Naomi Kawase (Nara, 1969) foi nomeada à Palma <strong>de</strong> Ouro na edição 2011 do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cannes<br />

por seu trabalho Hanezu no tsuki (2011), participando com este fi lme dos festivais <strong>de</strong> Mito, Yamagata,<br />

Hiroshima, Pan Asia e Takasaki, entre outros. Foi a mais jovem diretora a levar o prêmio<br />

Camera d’Or com o fi lme Moe no suzaku, no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cannes e em 2007 recebeu o Gran<strong>de</strong><br />

Prêmio <strong>de</strong>ste <strong>Festival</strong> com The Mourning Forest. Além disso, seus trabalhos foram reconhecidos e<br />

premiados em importantes espaços internacionais, como Visions du Réel, Roterdã, e Locarno.<br />

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HOLLYWOOD TALKIES (Óscar Pérez, Mia <strong>de</strong> Ribot,<br />

2011) Talvez não <strong>de</strong>vêssemos assistir a<br />

nenhum fi lme sem conhecer seu contexto, no<br />

entanto, especialmente este <strong>de</strong>veria vir acompanhado<br />

dos anteriores trabalhos <strong>de</strong> um dos<br />

seus diretores, Óscar Pérez: um punhado <strong>de</strong><br />

documentários curtas-metragens que exercitavam<br />

o <strong>cine</strong>ma ao vivo para sacudir as poltronas<br />

dos espectadores, confortáveis em sua<br />

complacente posição. Contudo, infelizmente<br />

isso não será possível e vocês terão que acreditar no que vamos contar: Óscar Pérez foi um mestre do <strong>cine</strong>ma<br />

documental.<br />

Seu primeiro longa-metragem, codirigido com Mia <strong>de</strong> Ribot, sua produtora por muitos anos, se <strong>de</strong>canta por uma câmera<br />

estática que fi lma panoramas vazios, fotografi as e rastros <strong>de</strong> mortos. Fantasmas. Hollywood Talkies conta a história dos<br />

atores espanhóis que emigraram a Hollywood com a chegada do <strong>cine</strong>ma sonoro, quando na Meca do <strong>cine</strong>ma se gravavam<br />

os mesmos fi lmes, porém em diferentes línguas, para po<strong>de</strong>r aten<strong>de</strong>r todos os mercados: os mesmos planos, os mesmos<br />

<strong>de</strong>corados, os mesmos roteiros com outros atores e outros diretores, numas versões gravadas à noite e sem o brilho das<br />

originais. Trata-se, portanto, da história <strong>de</strong> uns fracassados, daqueles que sonharam com alcançar as estrelas, porém tiveram<br />

que se contentar com uma versão reduzida do fi rmamento, com a cópia da cópia, a representação da representação.<br />

A câmera <strong>de</strong> Pérez e Ribot visita espaços e retrata vazios ao mesmo tempo em que uma voz nos <strong>de</strong>screve os fracassos e as<br />

misérias daquele grupo <strong>de</strong> sonhadores..<br />

Óscar Pérez (Espanha, 1973) e Mia <strong>de</strong> Ribot (Espanha, 1976) participaram<br />

dos festivais <strong>de</strong> Veneza, Gijón e BAFICI. Óscar é um autor peculiar<br />

que faz um <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> aparência simples, mas com uma potência<br />

subversiva. Seu curta-metragem El sastre, obteve o Prêmio <strong>de</strong> Melhor<br />

Curta-metragem no IDFA e o Prêmio do Público no Silverdocs <strong>de</strong><br />

Washington.<br />

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Sessão <strong>de</strong> abertura: The wild blue yon<strong>de</strong>r<br />

Filmes constroem relatos a partir <strong>de</strong> materiais quase<br />

sempre diversos. Os materiais tão específi cos, e entretanto<br />

tão diferentes entre si que Herzog utiliza para<br />

construir The Wild Blue Yon<strong>de</strong>r, estão tratados com<br />

uma elasticida<strong>de</strong> e uma <strong>de</strong>streza <strong>de</strong>safi adoras, a partir<br />

das quais brotam imagens que ao mesmo tempo<br />

maravilham e amedrontam.<br />

O fi lme aborda a situação da Terra com relação à suposta<br />

existência <strong>de</strong> vida em outros planetas. Discorre<br />

sobre três pilares narrativos: as extraordinárias imagens <strong>de</strong> uma missão da NASA, as gravações <strong>de</strong> uma expedição ao fundo do<br />

oceano e imagens, por assim dizer, mais convencionais, <strong>de</strong> entrevistas a pesquisadores, entre as quais se <strong>de</strong>stacam as <strong>de</strong> um<br />

alienígena contando a história do seu moribundo planeta. Po<strong>de</strong> parecer absurdo, mas é realmente surpreen<strong>de</strong>nte a maneira como<br />

Herzog, a partir <strong>de</strong>stas imagens, nos apresenta o conhecimento científi co que temos do universo. Num lugar on<strong>de</strong> a matemática,<br />

a física e a astronomia parecem reinar com irrefutável precisão, a narrativa encontra um resquício para que a fi cção se mostre<br />

presente e dê sentido ao fi lme.<br />

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Convidado <strong>de</strong> honra: Werner Herzog<br />

O diretor <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma alemão Werner Herzog (Munique,<br />

1942) será o Convidado <strong>de</strong> Honra da terceira edição do<br />

<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>4+1</strong> da FUNDACIÓN MAPFRE. O<br />

‘<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Festivais’, homenageará a prolífi ca trajetória<br />

<strong>de</strong>ste <strong>cine</strong>asta exibindo, nessas cinco cida<strong>de</strong>s,<br />

algumas das suas mais signifi cativas obras, bem<br />

como alguns fi lmes que quase não pu<strong>de</strong>ram ser vistos.<br />

Herzog estará presente na Se<strong>de</strong> Central do <strong>de</strong>sta terceira<br />

edição, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> dará uma aula<br />

magna sobre sua visão da cultura, e do que, em suas<br />

próprias palavras, representa a “agitação coletiva da<br />

mente”.<br />

Des<strong>de</strong> que rodou seu primeiro fi lme aos <strong>de</strong>zenove anos,<br />

Herzog já produziu, escreveu e dirigiu mais <strong>de</strong> sessenta<br />

longas-metragens <strong>de</strong> fi cção e documentários, <strong>de</strong>ntre<br />

os quais se <strong>de</strong>stacam títulos como Aguirre, a cólera<br />

<strong>de</strong> Deus (Aguirre, <strong>de</strong>r Zorn Gottes; 1972), Fitzcarraldo<br />

(1982) fi lme que lhe ren<strong>de</strong>u o Prêmio <strong>de</strong> Melhor Diretor no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cannes, Lições da Escuridão (Lessons of Darkness, 1992),<br />

Escape from Laos (1997), Meu Melhor Inimigo (My Best Fiend, 1999), Invincible (2000), O Homem Urso (Grizzly Man) (2009),<br />

Encounters at the End of the World (2007) e A Caverna dos Sonhos Perdidos (Cave of Forgotten Dreams, 2011), Prêmio <strong>de</strong> Melhor<br />

Documentário Longa-metragem pela Associação <strong>de</strong> Críticos <strong>de</strong> Nova York.<br />

A confl uência <strong>de</strong> ambos os gêneros, fi cção e documentário, se tornou uma das suas marcas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Gonzalo <strong>de</strong> Pedro Amatria,<br />

curador do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong>, explica que “a escolha <strong>de</strong> Herzog como Convidado <strong>de</strong> Honra do <strong>Festival</strong> é uma homenagem à sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> manter-se à margem das modas, <strong>de</strong> ser fi el a si mesmo, como também é um reconhecimento à sua<br />

singular maneira <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o <strong>cine</strong>ma que secretamente une poesia, documentário e fi cção científi ca”.<br />

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O <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>4+1</strong> FUNDACIÓN MAPFRE exibirá, nas Sessões Especiais do Rio <strong>de</strong> Janeiro, nove fi lmes do diretor alemão:<br />

HERAKLES (1962)<br />

Primeiro curta-metragem <strong>de</strong> Herzog. Este fi lme nos remete ao<br />

mito <strong>de</strong> Hércules e os doze trabalhos que lhe são impostos <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ele ter matado seus próprios fi lhos. Muitas <strong>de</strong>stas heroicas<br />

imposições vão interrompendo o relato em forma <strong>de</strong> perguntas.<br />

O questionamento mais explícito do fi lme está relacionado com<br />

os corpos que fazem exercício na aca<strong>de</strong>mia. É como se Herzog<br />

se perguntasse, <strong>de</strong>volvendo-lhes a pergunta, sobre a origem e<br />

o signifi cado do culturismo e sua permanência até os nossos<br />

tempos. No entanto, quase como contra plano direto, este culto<br />

à perfeição física aparece também como símbolo <strong>de</strong> coragem e<br />

brutalida<strong>de</strong>. Será que na verda<strong>de</strong> se trata então <strong>de</strong> um culto aos corpos mortos, caídos?<br />

Quando o fi lme termina com um avião <strong>de</strong> guerra estaduni<strong>de</strong>nse em pleno bombar<strong>de</strong>io, acentua-se este interesse pela morte<br />

e pelo uso da força, e surge uma incógnita fi nal sobre a relação entre a fortaleza e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição do corpo<br />

humano, e as invenções maquinais do homem.<br />

LA SOUFRIÈRE (1977)<br />

Este fascinante e perturbador documentário curta-metragem<br />

po<strong>de</strong>ria ser entendido como a prévia, 30 anos antes, do longametragem<br />

Encontros no fi m do mundo (Encounters at the End<br />

of the World, 2007), ou também o irmão mais velho <strong>de</strong> Homem<br />

Urso (Grizzly Man, 2005), no entanto, ele <strong>de</strong>ve ser entendido<br />

especialmente como sendo uma das i<strong>de</strong>ias centrais, sempre<br />

presente, na obra <strong>de</strong> Werner Herzog: <strong>de</strong> que maneira a loucura<br />

faz parte do planeta dos homens? O que aconteceria se os<br />

homens abandonassem a Terra? Nada. Tudo seguiria seu fl uxo<br />

natural, um dia após o outro, e o planeta continuaria, logicamente, girando.<br />

Ano 1997. O vulcão La Soufrière, na Ilha <strong>de</strong> Guadalupe (Antilhas Francesas), anuncia uma iminente e violenta erupção<br />

que exterminará qualquer manifestação <strong>de</strong> vida ao seu redor. No início do século o mesmo fenômeno havia ocorrido na<br />

ilha vizinha, Martinica. Herzog nos mostra fotos e nos conta essa terrível história, no entanto, nesse caso a população não<br />

havia sido evacuada e todos e tudo (homens, animais, vegetação) foram aniquilados em poucas horas. Todos, exceto um<br />

réu numa prisão, um <strong>de</strong>linquente isolado numa cela sem janela.<br />

Quando Herzog <strong>de</strong>scobre que Guadalupe foi evacuada, mas que alguns homens resolveram fi car, ele <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> localizá-los,<br />

documentar quem são eles, e saber o porquê <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão. Sob a ameaça da gran<strong>de</strong> erupção, sufocados pela nuvem <strong>de</strong><br />

gases tóxicos que cobre a cida<strong>de</strong>, o <strong>cine</strong>asta e seus assistentes <strong>de</strong>safi am o perigo mortal em busca <strong>de</strong>sses resistentes.<br />

Rastreiam um lugar silencioso e fantasmagórico, on<strong>de</strong> os semáforos continuam piscando e animais perambulam sem<br />

rumo. Aproximam-se à cratera e os encontram. Num cenário <strong>de</strong> fi m do mundo só po<strong>de</strong>m sobreviver loucos, outcasters,<br />

gente que confi a no <strong>de</strong>stino.<br />

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THE UNPRECEDENTED DEFENCE OF THE FORTRESS<br />

DEUTSCHKREUTZ (DIE BEISPIELLOSE VERTEIDIGUNG<br />

DER FESTUNG DEUTSCHKREUTZ) (1966)<br />

Ano 1966, Áustria. Castelo <strong>de</strong> Deutschkreutz.<br />

Prezado capitão, lhe envio o relatório solicitado em terras<br />

austríacas: ao longe avisto um cenário <strong>de</strong>solado<br />

e abandonado. À medida que me aproximo e observo<br />

com meu binóculo, reconheço quatro soldados. As<br />

vestimentas e as armas parecem um tanto antigas.<br />

Reconheço baionetas e capacetes obsoletos.<br />

Até aqui e à primeira vista a guerra e sua falsifi cação<br />

se parecem muito entre si. Parece que Herzog nos estava<br />

explicando que tudo se trata <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> ‘roles’. Que é só questão <strong>de</strong> aceitar que, assim como em um teatro, tudo<br />

acontece num mesmo cenário. O fi lme nos obriga a pensar: se a guerra é a arte da paciência, parece que a única coisa que<br />

nos resta é esperar até que a próxima comece.<br />

THE GREAT ECSTASY OF WOODCARVER STEINER (DIE<br />

GROSSE EKSTASE DES BILDSCHNITZERS STEINER)<br />

(1973)<br />

A maioria dos documentários se <strong>de</strong>dica a reproduzir a<br />

realida<strong>de</strong>, no entanto Herzog, sendo um dos melhores<br />

<strong>cine</strong>astas <strong>de</strong> não-fi cção, enten<strong>de</strong> que um documentário<br />

<strong>de</strong>ve transformar a realida<strong>de</strong> para apresentá-la<br />

ao espectador <strong>de</strong> um modo nunca antes imaginado.<br />

O protagonista aqui é o suíço Walter Steiner, campeão<br />

mundial <strong>de</strong> salto <strong>de</strong> esqui.<br />

Herzog utiliza câmeras <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> que fazem<br />

com que a ação seja vista 95% mais <strong>de</strong>vagar do que a velocida<strong>de</strong> real. Porém este não é um fi lme <strong>de</strong> esporte, trata-se <strong>de</strong><br />

um fi lme sobre o isolamento, sobre os limites e as obsessões do ser humano.<br />

O <strong>cine</strong>asta vê e fi lma Steiner saltando 179 metros (<strong>de</strong>z metros mais do que o anterior Record mundial e <strong>de</strong>z menos do que<br />

teria sido morte garantida), mas principalmente vê um artista solitário e visionário (um entalhador) e um curioso fenômeno<br />

da humanida<strong>de</strong> por explorar. A pergunta que as imagens nos lançam é se o homem se afasta da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido as suas<br />

paixões ou se ele escolhe suas paixões para isolar-se do resto da humanida<strong>de</strong>. Ali, no ar, fl utuando, com os pés muito longe<br />

da terra fi rme, o rosto <strong>de</strong> Steiner é <strong>de</strong> horror ou <strong>de</strong> êxtase. Um simples fi lme <strong>de</strong> esporte que se transforma numa experiência<br />

mística.<br />

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LESSONS OF DARKNESS (LEKTIONEN IN FINSTERNIS)<br />

(1992)<br />

Após o término da Guerra do Golfo e <strong>de</strong>pois da retirada<br />

das tropas, Herzog mergulha nos cenários kuaitianos<br />

do confl ito para fi lmar um panorama tão inóspito e <strong>de</strong>solador<br />

quanto <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> um perturbador e perverso<br />

atrativo: à <strong>de</strong>vastação bélica se somam numerosos<br />

poços <strong>de</strong> petróleo em chamas, torres <strong>de</strong> fogo que parecem<br />

emergir da terra proporcionando um espetáculo<br />

impressionante.<br />

Sobre este pano <strong>de</strong> fundo a câmera <strong>de</strong> Herzog narra<br />

várias coisas ao mesmo tempo: as complexas e extremamente perigosas operações para apagar os incêndios, a fratura<br />

psicológica e emocional que a guerra casou nos habitantes, os danos ecológicos que o Kuwait terá que enfrentar.<br />

As imagens se elevam ao sublime, fazendo a beleza e o horror conviverem num mesmo plano. Apesar da música que<br />

acompanha muitas passagens, o silêncio está sempre presente: são testemunhas disto uma mulher e um menino; os próprios<br />

habitantes emu<strong>de</strong>ceram. Diante <strong>de</strong> tal horror – afi rma o fi lme, em resumo – é impossível expressar qualquer coisa.<br />

Novamente só resta agra<strong>de</strong>cer ao diretor alemão por ter estado aí para fi lmá-lo.<br />

ESCAPE FROM LAOS (1997)<br />

“Durante aqueles dias minha única amiga foi a morte”.<br />

Deve-se ter olhado a morte bem <strong>de</strong> perto, olhos<br />

nos olhos, para ser capaz <strong>de</strong> dizer isso sem imposturas,<br />

sem heroísmos, simplesmente com a certeza <strong>de</strong><br />

alguém que esteve a ponto <strong>de</strong> morrer, mas sobreviveu.<br />

Escape from Laos é a versão televisiva <strong>de</strong> Little Dieter<br />

Needs to Fly, esse tipo <strong>de</strong> relato que somente Herzog é<br />

capaz <strong>de</strong> encontrar: sempre roçando o <strong>de</strong>lírio, sempre<br />

roçando a morte, sempre no limite do que é humano.<br />

Tanto o fi lme, quanto a sua versão televisiva, contam<br />

a mesma história: a do aviador Dieter, um menino alemão que no dia em que viu aviões bombar<strong>de</strong>ando a sua vila, soube<br />

que queria ser aviador e que, anos mais tar<strong>de</strong>, já sendo piloto do exército dos EUA, foi dado como morto quando seu avião<br />

foi <strong>de</strong>rrubado em plena selva.<br />

Dieter pertence à estirpe <strong>de</strong> personagens que, fi ctícios ou reais, Herzog vem abordando ao longo da sua carreira; sujeitos<br />

normais capazes <strong>de</strong> extrapolar os limites humanos, sujeitos à beira da loucura capazes <strong>de</strong> ter as atitu<strong>de</strong>s mais sensatas,<br />

sujeitos conscientes <strong>de</strong> que ordinária é a morte e extraordinário é algo tão complexo quanto viver.<br />

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NOSFERATU THE VAMPYRE (NOSFERATU - PHANTOM DER NACHT)<br />

(1978)<br />

Na releitura que Werner Herzog faz <strong>de</strong> Bram Stoker os ricos comemoram<br />

o apocalipse com um esplêndido banquete, ro<strong>de</strong>ados <strong>de</strong> ratos<br />

portadores da peste negra. Uma metáfora selvagem para este Nosferatu<br />

que passa do hiper-realismo ao fantasmagórico, homenageando<br />

F.W.Murnau permanentemente: a imagem do Drácula carregando seu<br />

próprio ataú<strong>de</strong> é parte indissolúvel da história do <strong>cine</strong>ma.<br />

O <strong>cine</strong>asta alemão se utiliza <strong>de</strong> um olhar antropológico que reconstrói<br />

o mito vampiresco tanto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fora: montanhas, cavernas, corredores,<br />

mares, canais, quanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro: os rostos e corpos dos personagens<br />

coadjuvantes, sejam eles ciganos ou burgueses. E tudo isso acaba conferindo<br />

ao fi lme um acabado místico, conforme ele vai se aprofundando<br />

num universo fantástico e aterrorizante, no entanto sem po<strong>de</strong>r se livrar<br />

<strong>de</strong> sua faceta romântica. E além <strong>de</strong> tudo isso o fi lme também tem um<br />

senso <strong>de</strong> humor <strong>de</strong>liciosamente macabro.<br />

Com este lendário fi lme Herzog conquistou o Urso <strong>de</strong> Prata no <strong>Festival</strong><br />

<strong>de</strong> Berlim e o Prêmio NBR no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Nova Iorque.<br />

MY BEST FIEND (MEIN LIEBSTER FEIND) (1999)<br />

“Eu chamo cada fi o <strong>de</strong> cabelo branco que tenho <strong>de</strong><br />

Kinski” Des<strong>de</strong> a primeira cena <strong>de</strong>ste documentário<br />

enten<strong>de</strong>mos o que Herzog quer dizer com esta frase.<br />

My Best Fiend, – que quer dizer Meu Melhor Inimigo,<br />

um jogo irônico <strong>de</strong> palavras entre fi end/friend, inimigo/amigo<br />

– retrata a colaboração turbulenta entre o<br />

diretor alemão e o temperamental ator Klaus Kinski ao<br />

longo dos cinco fi lmes que realizaram juntos: Aguirre,<br />

cólera dos <strong>de</strong>uses; Nosferatu, o vampiro da noite;<br />

Woyzeck, Fitzcarraldo e Cobra Ver<strong>de</strong>.<br />

Esta parece ser a história da domesticação <strong>de</strong> um gênio – e uma fera – para que pu<strong>de</strong>sse caber na tela, para que sua força<br />

<strong>de</strong>scontrolada pu<strong>de</strong>sse ser fi lmada e <strong>de</strong>sse o máximo <strong>de</strong> si. Com certa nostalgia e muita generosida<strong>de</strong> Herzog rememora a<br />

convivência impossível com Kinski e as situações extremas durante as gravações, seus <strong>de</strong>lírios que aterrorizavam a equipe<br />

toda, incluindo sérios momentos <strong>de</strong> ameaças <strong>de</strong> morte entre os dois. No entanto, este documentário não é apenas uma<br />

coletânea <strong>de</strong> histórias incríveis, ele transcen<strong>de</strong> os limites do universo Herzog-Kinski para nos mostrar a entrega e a paixão<br />

<strong>de</strong> pessoas que veem mais longe, que vivem seu trabalho – neste caso o <strong>cine</strong>ma – com um compromisso inquebrantável e<br />

uma coragem insólita. Um fi lme imprescindível.<br />

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INTO THE ABYSS (2011)<br />

Neste documentário Werner Herzog viaja à América profunda<br />

para abordar, com seu privilegiado olhar, o sempre polêmico<br />

(e lamentável) mundo dos con<strong>de</strong>nados à morte. Para isso ele<br />

reconstrói, através <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> entrevistas, um crime<br />

terrível – tarefa na qual o alemão <strong>de</strong>monstra ser um fascinante<br />

entrevistador: tão certeiro e implacável quanto sutil e<br />

emocionante – numa operação que inevitavelmente remete ao<br />

tremendo relato construído por Truman Capote em A sangue<br />

frio. Assim, aproximando-se tanto das vítimas quanto dos assassinos,<br />

Herzog consegue não só erigir um discurso inapelável contra a pena <strong>de</strong> morte, mas também construir um retrato<br />

poliédrico do white trash estaduni<strong>de</strong>nse. O <strong>cine</strong>asta encara o mal absoluto, este gran<strong>de</strong> “tema” <strong>cine</strong>matográfi co do qual<br />

quase nenhum diretor conseguiu sair imune, remexendo nas entranhas <strong>de</strong> um mundo impiedoso. Neste caso, ele não só<br />

consegue se sair imune <strong>de</strong>sta proeza, como também o faz com um fi lme que é uma “obra prima”. Prêmio <strong>de</strong> Melhor Documentário<br />

no <strong>Festival</strong> BFI <strong>de</strong> Londres.<br />

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Um encontro com Werner Herzog (Aula magna)<br />

O século XX foi um erro?<br />

Como é o clima <strong>de</strong> entusiasmo que torna um fi lme possível?<br />

Como foram levantados os pré-históricos e colossais menires da Bretanha?<br />

Como você moveria um barco a vapor para que ele subisse uma montanha?<br />

Por que o turismo é pecado?<br />

Por que viajar a pé é uma virtu<strong>de</strong>?<br />

Sob o título Um Encontro com Werner Herzog, o <strong>cine</strong>asta dará uma aula magna na quinta-feira, dia 22 <strong>de</strong> novembro, no Centro<br />

Cultural Banco do Brasil, se<strong>de</strong> do <strong>Festival</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Neste encontro, com o apoio <strong>de</strong> copiosas imagens, música e clipes o<br />

<strong>cine</strong>asta augura “uma sessão agitada, cheia <strong>de</strong> fantasia e excitação, uma tar<strong>de</strong> plena <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong> fi lmes e <strong>de</strong> entusiasmo,<br />

na qual ele compartilhará seus conceitos sobre a arte, a cultura, e o <strong>cine</strong>ma, relembrará suas experiências com personagens<br />

como Klaus Kinski e Mick Jagger, comentará alguns dos seus fi lmes e livros e, talvez, se aventure a mostrar seu primeiro fi lme, um<br />

‘western’ recém-<strong>de</strong>scoberto”. O Encontro com Werner Herzog po<strong>de</strong>rá ser acompanhado ao vivo online em www.festival4mas1.com.<br />

O público do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> conhecerá a paixão <strong>de</strong> Herzog pelo Fred Astaire, pelo futebol e pela ópera, enten<strong>de</strong>rá por que o cinéma<br />

verité na verda<strong>de</strong> está <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> verité (“O diretor <strong>de</strong>ve ser o marimbondo que pica, e não a mosca na pare<strong>de</strong>”), por que as<br />

escolas <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong>veriam ensinar como arrombar fechaduras e falsifi car documentos. Herzog provará que é melhor escritor do<br />

que diretor <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma, discutirá e <strong>de</strong>clamará Geórgicas <strong>de</strong> Virgílio e fará uma leitura dramática do controvertido catálogo dos<br />

cinquenta anões da Edda Poética Islan<strong>de</strong>sa, refl etirá sobre as fantasmagóricas paisagens das pinturas <strong>de</strong> Altdorfer e Leonardo,<br />

nos ajudará a pensar sobre a algebrização <strong>de</strong> impensáveis curvas e espaços, explicará por que um homem <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve saber<br />

or<strong>de</strong>nhar uma vaca e por que os frangos são animais realmente <strong>de</strong>testáveis. Po<strong>de</strong> ser que ele também fale sobre os mais <strong>de</strong> cinquenta<br />

fi lmes que escreveu e dirigiu, e sobre seus vários livros, <strong>de</strong> Of Walking in Ice a Conquest of the Useless.<br />

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Se<strong>de</strong> Online<br />

A FUNDACIÓN MAPFRE <strong>de</strong>seja abrir uma nova janela para o <strong>cine</strong>ma contemporâneo que participa dos festivais internacionais,<br />

tendo sido seu festival um dos primeiros a contar com uma programação disponível também através <strong>de</strong> uma plataforma online, em<br />

2010. Em sua terceira edição o <strong>Festival</strong> faz uma parceria com a plataforma espanhola Filmin, que será sua “Se<strong>de</strong> online”. Graças<br />

a esta colaboração, o público dos cinco países participantes po<strong>de</strong>rá assistir em streaming, e com qualida<strong>de</strong> HD, à Seção Ofi cial do<br />

<strong>Festival</strong>, além <strong>de</strong> outros títulos que serão divulgados próximo à data do evento (<strong>21</strong> a <strong>25</strong> <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> <strong>2012</strong>).<br />

Sua programação po<strong>de</strong>rá ser vista online através <strong>de</strong> diferentes dispositivos: computadores, celulares, tablets e televisões conectadas,<br />

estando esta última modalida<strong>de</strong> disponível somente na Espanha. Durante <strong>de</strong>z dias (<strong>de</strong> <strong>21</strong> a 30 <strong>de</strong> novembro) o espectador<br />

po<strong>de</strong>rá assistir a um único fi lme ou po<strong>de</strong>rá comprar um passe completo que lhe dará acesso a toda a programação em versão<br />

original, com legendas em espanhol e português.<br />

Filmin é um portal <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma online (VOD) pioneiro na Espanha que oferece mais <strong>de</strong> 3.100 títulos do <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> autor, comercial,<br />

séries <strong>de</strong> televisão, documentários e animes, em versão original e dublados, disponíveis tanto sob <strong>de</strong>manda por produto, como<br />

através <strong>de</strong> um preço fi xo único. Com mais <strong>de</strong> 600.000 visitas únicas por mês, Filmin é o único projeto espanhol <strong>de</strong> longas-metragens<br />

que conta com o apoio do Programa Media da União Europeia.<br />

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Prêmio do Público <strong>4+1</strong><br />

O <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> conce<strong>de</strong> um único prêmio: o Prêmio do Público <strong>4+1</strong> <strong>de</strong> Melhor Filme, que se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> mediante votação direta do<br />

público assistente nas cinco se<strong>de</strong>s do festival. Ao término <strong>de</strong> cada sessão os espectadores anotam em cédulas a avaliação do fi lme<br />

que acabam <strong>de</strong> ver e a soma total <strong>de</strong> todos os votos <strong>de</strong>termina o fi lme vencedor.<br />

O Prêmio do Público <strong>4+1</strong> <strong>de</strong> melhor fi lme está dotado em vinte mil euros e uma escultura, obra do artista Alfredo García Revuelva<br />

(Madri, 1961). Feita em alumínio policromado, a escultura é uma homenagem ao <strong>cine</strong>ma como obra <strong>de</strong> arte, e representa o gran<strong>de</strong><br />

esforço que requer a criação <strong>de</strong> uma obra e a intensa e meticulosa união entre o diretor <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma e seu fi lme. García Revuelva,<br />

que <strong>de</strong>fi ne a si mesmo como “artista <strong>de</strong> coração, cidadão do mundo e viajante incansável”, é um dos mais reconhecidos artistas<br />

espanhóis da sua geração.<br />

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O Cartaz do <strong>Festival</strong><br />

Uma fotografi a do britânico Adam Fuss é a imagem do cartaz da III Edição do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Cinema <strong>4+1</strong> da FUNDACIÓN MAPFRE.<br />

A imagem escolhida registra o instante em que várias gotas se chocam com uma superfície em calmaria, formando uma série <strong>de</strong><br />

ondas na água. A fotografi a faz parte <strong>de</strong> Ark, uma das séries mais conhecidas <strong>de</strong>ste artista experimental, que pesquisa as técnicas<br />

do século XIX para criar, utilizando-se <strong>de</strong> uma linguagem visual cheia <strong>de</strong> metáforas.<br />

“A fotografi a retrata o espírito do <strong>Festival</strong>, que com a sua programação consegue chegar ao mesmo tempo ao público <strong>de</strong> distintos<br />

países, num evento que esperamos ter um efeito enriquecedor sobre a oferta <strong>cine</strong>matográfi ca, por isso a analogia com o efeito das<br />

gotas dispersas <strong>de</strong> Fuss, que ao agirem juntas conseguem produzir ondas que se encontram”, explica Pablo Jiménez Burillo, Diretor<br />

Geral do Instituto <strong>de</strong> Cultura da FUNDACIÓN MAPFRE, que há três anos iniciou este original projeto.<br />

O cartaz resgata uma das mais hipnotizantes criações do artista britânico, exibidas pela primeira vez na Espanha em 2011 quando<br />

a FUNDACIÓN MAPFRE <strong>de</strong>dicou uma ampla exposição retrospectiva à obra <strong>de</strong> Fuss, consi<strong>de</strong>rado um dos fotógrafos fundamentais<br />

<strong>de</strong>ntro do panorama contemporâneo.<br />

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As Instituções do <strong>Festival</strong><br />

O <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> é um projeto compartilhado e realizado por instituições dos cinco países que o integram. Junto à entida<strong>de</strong> promotora<br />

(FUNDACIÓN MAPFRE), cinco prestigiadas instituições, que em seus respectivos países são reconhecidas pelo seu trabalho <strong>de</strong><br />

divulgação do <strong>cine</strong>ma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, formam a re<strong>de</strong> ao redor da qual se <strong>de</strong>senvolve este projeto. Graças a elas, torna-se possível<br />

que espectadores localizados há milhares <strong>de</strong> quilômetros uns dos outros, possam, mesmo sem compartilhar o espaço físico, estar<br />

juntos nesse espaço emocional para o qual nos transportam os fi lmes.<br />

Instituições Associadas<br />

Sala Leopoldo Lugones (Buenos Aires): um<br />

dos espaços <strong>cine</strong>matográfi cos mais reconhecidos<br />

e prestigiados da América Latina. Esta<br />

temporada comemora seu 45º aniversário junto<br />

à Fundación Cinemateca Argentina. Os<br />

gran<strong>de</strong>s mestres do <strong>cine</strong>ma passaram pela<br />

Lugones como convidados <strong>de</strong> honra, com retrospectivas<br />

realizadas em parceria com os<br />

principais órgãos culturais e <strong>cine</strong>matográfi cos<br />

do mundo, como a Cinémathèque Française,<br />

The Japan Foundation, o Museum of Mo<strong>de</strong>rn<br />

Art (MoMA) <strong>de</strong> Nova Iorque, o Filmmuseum Berlin-Deutsche Kinemathek, o National Film Archive <strong>de</strong> Londres, o Korean Film<br />

Council (KOFIC) e o Goethe-Institut, entre muitos outros. A Sala Leopoldo Lugones também reserva um importante espaço<br />

para o <strong>cine</strong>ma atual, particularmente àqueles fi lmes que não chegam <strong>de</strong> outra maneira ao circuito tradicional <strong>de</strong> exibição<br />

<strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

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Centro Cultural Banco do Brasil (Rio <strong>de</strong> Janeiro):<br />

O CCBB do Rio <strong>de</strong> Janeiro é a instituição<br />

cultural mais visitada do Brasil e uma das<br />

quinze mais frequentadas mundialmente. Sua<br />

ampla programação inclui: <strong>cine</strong>ma, teatro,<br />

música, artes visuais, seminários e projetos<br />

educativos. Ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas décadas<br />

vem dando visibilida<strong>de</strong> e facilitando o acesso<br />

a importantes expressões culturais locais e<br />

internacionais, às artes clássicas e contemporâneas,<br />

às novas mídias e à recuperação <strong>de</strong><br />

autores e movimentos, além da valorização do conhecimento. Tudo isso para contribuir à formação <strong>de</strong> novos públicos e<br />

para fomentar o pensamento criativo e artístico em geral.<br />

Cinemateca Distrital (Bogotá): Fundada em 1971, a Cinemateca Distrital <strong>de</strong> Bogotá<br />

é responsável pela publicação, pesquisa, formação, exibição, conservação e divulgação<br />

das artes audiovisuais e <strong>cine</strong>matográfi cas. Desempenha suas ativida<strong>de</strong>s<br />

através da consolidação da sua se<strong>de</strong> como centro cultural, criando e <strong>de</strong>senvolvendo<br />

programas em vários espaços da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bogotá e também em outras regiões do<br />

país, e realizando propostas em colaboração com outras instituições nacionais e<br />

internacionais. A Cinemateca Distrital está constantemente em contato com os protagonistas<br />

da imagem em movimento: público, criadores, produtores, afi rmando-se assim como importante agente para a<br />

<strong>cine</strong>matografi a do país.<br />

Cinema Paraíso (Bogotá): O Cinema Paraíso,<br />

um os espaços fundamentais para a divulgação<br />

do <strong>cine</strong>ma contemporâneo na capital colombiana,<br />

passa a fazer parte do grupo <strong>de</strong><br />

instituições que participam do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong>.<br />

Situado no bairro <strong>de</strong> Usaquén, ao norte <strong>de</strong><br />

Bogotá, o Cinema Paraíso abriu suas portas<br />

há mais <strong>de</strong> 10 anos com o objetivo <strong>de</strong> oferecer<br />

uma programação alternativa àquela exibida<br />

na capital colombiana, especializando-se em<br />

<strong>cine</strong>ma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Este espaço possui a mais alta tecnologia em imagem e som, característica que o posicionou como<br />

um dos principais pontos <strong>de</strong> encontro da comunida<strong>de</strong> cinéfi la <strong>de</strong> Bogotá.<br />

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Cineteca Nacional (Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> México): É a<br />

instituição responsável por resgatar, classifi -<br />

car, conservar, restaurar e promover as mais<br />

relevantes obras <strong>cine</strong>matográfi cas do México e<br />

do mundo. Conta com um amplo acervo fílmico<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 15 mil fi lmes, 365 mil peças na<br />

sua Iconoteca, 7 mil roteiros e 14 mil livros<br />

relacionados ao <strong>cine</strong>ma. Ciclos, retrospectivas<br />

e apresentações especiais compõem sua variada<br />

e atraente programação, cuja principal<br />

função é fomentar o interesse do público em geral pelo <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Instituições Colaboradoras<br />

Além das instituições associadas, o <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> também conta com a participação <strong>de</strong> outras instituições que, <strong>de</strong> forma relevante<br />

e em diversos aspectos, contribuem para a realização <strong>de</strong>ste projeto. Em sua terceira edição as instituições colaboradoras são:<br />

Fundación Cinemateca (Argentina), Casa Malpensante (Bogotá), Cinemas Golem (Madri) e o Instituto Mexicano <strong>de</strong> Cinematografi a<br />

(IMCINE).<br />

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O <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> no 60º <strong>Festival</strong> Internacional <strong>de</strong> San Sebastián<br />

Uma das principais aspirações do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> é consolidar-se como um “<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> Festivais”, como um espaço a partir do qual<br />

propagar, com a força da sua realização simultânea em cinco países, duas causas: por um lado a <strong>de</strong> promover o <strong>cine</strong>ma <strong>de</strong> autor<br />

que, apesar <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s festivais no mundo todo e ser frequentemente reconhecido por prêmios do júri, da crítica e do<br />

público, não consegue chegar aos circuitos comerciais <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma; por outro lado, a <strong>de</strong> reforçar a importância do papel dos festivais<br />

como sendo os pilares básicos e os promotores do Cinema enquanto expressão artística e cultural.<br />

De acordo com este propósito, o <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> aspira colaborar progressivamente com renomados festivais <strong>de</strong> <strong>cine</strong>ma do mundo<br />

todo, baseando-se na certeza <strong>de</strong> que, ao invés <strong>de</strong> concorrer por fi lmes, diretores e estreias, os festivais <strong>de</strong>vem colaborar <strong>de</strong> forma<br />

próxima para conseguir dar visibilida<strong>de</strong> àqueles fi lmes que <strong>de</strong>vem ser vistos ou, vistos novamente.<br />

Durante a atual edição o <strong>Festival</strong> teve a satisfação <strong>de</strong> repetir a colaboração iniciada no ano passado com um evento que, há anos<br />

e <strong>de</strong> forma crescente, funciona como uma verda<strong>de</strong>ira ponte que une a <strong>cine</strong>matografi a das duas margens do oceano Atlântico: o<br />

<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> San Sebastián. A colaboração se concretiza através <strong>de</strong> duas iniciativas:<br />

O Pavilhão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s infantis Pequeno Estúdio <strong>de</strong> Cinema FUNDACIÓN MAPFRE, que durante todo o festival oferece<br />

uma ampla programação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e workshops que visam a aproximação das crianças à magia do <strong>cine</strong>ma, através<br />

<strong>de</strong> uma oferta que abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a maquiagem ou a elaboração <strong>de</strong> roteiros até a realização <strong>de</strong> efeitos especiais.<br />

O Ciclo <strong>4+1</strong>, que apresenta <strong>de</strong>ntro da programação do <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> San Sebastián uma coletânea da <strong>cine</strong>matografi a do país<br />

que cada ano é a Se<strong>de</strong> Central do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong>.<br />

No ano passado, estreia da iniciativa no <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> San Sebastián, o tema do Ciclo <strong>4+1</strong> foi a Cinematografi a Mexicana. Este ano,<br />

uma vez que a Se<strong>de</strong> Central do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong> é a capital carioca, o Ciclo apresentou atuais fi lmes da po<strong>de</strong>rosa <strong>cine</strong>matografi a<br />

Brasileira.<br />

Nesta 60ª edição do festival <strong>de</strong> San Sebastián, festejado pela diversida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> das suas propostas, o Ciclo <strong>4+1</strong>, realizado<br />

com a colaboração do Cinema do Brasil e da ANCINE, exibiu oito títulos pouco conhecidos pelo público espanhol, porém muito<br />

representativos da produção <strong>cine</strong>matográfi ca contemporânea e também <strong>de</strong> geografi as, estilos, mo<strong>de</strong>los narrativos e gerações <strong>de</strong><br />

criadores que <strong>de</strong>terminaram a última década do <strong>cine</strong>ma brasileiro.<br />

Esta seleção incluiu os seguintes títulos: A esteticista (Sérgio Oksman, 2004), Casa <strong>de</strong> areia (Andrucha Waddington, 2005), O ano<br />

em que os meus pais saíram <strong>de</strong> férias (Cao Hamburguer, 2006), Andarilho (Cao Guimarães, 2006), A casa <strong>de</strong> Alice (Chico Teixeira,<br />

2007), Jogo <strong>de</strong> cena (Eduardo Coutinho, 2007), Santiago (João Moreira Salles, 2007) e O céu sobre os ombros (Sérgio Borges, 2010).<br />

35<br />

Paseo <strong>de</strong> Recoletos, 23. 28004 Madrid O Telf.: 91 581 61 00 O www.festival4mas1.com<br />

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Preço das entradas e passes<br />

Centro Cultural Banco do Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Entrada gratuita mediante retirada <strong>de</strong> ingresso na bilheteria<br />

Se<strong>de</strong> Online (www.4mas1online.com)<br />

Filme individual U$ 2,5<br />

Passe online (13 fi lmes) U$ 12<br />

Departamento <strong>de</strong> Comunicação<br />

Fátima M. Lima: fmen<strong>de</strong>s@mapfre.com.br + (55 11) 3263-0197 / 7282-9440<br />

Cláudia Belém: claudia.belem@belemcom.com.br +55 (<strong>21</strong>) <strong>25</strong>55 8900<br />

www.festival4mas1.com<br />

www.fundacionmapfre.com<br />

NOTA: Os textos <strong>de</strong>ste Press Kit foram elaborados a partir das resenhas <strong>de</strong> fi lmes escritas pelos curadores<br />

do <strong>Festival</strong> <strong>4+1</strong>: Carlos Reviriego, Gonzalo <strong>de</strong> Pedro Amatria, Alex G. Calvo, Garbiñe Ortega e Manuel Ferrari.<br />

REALIZA INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS SEDE ONLINE<br />

COLABORADORES<br />

Dossier <strong>4+1</strong> Rio_v2.indd 36 20/11/12 12:17

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