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BENEFICIAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE - Ceinfo - Embrapa

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<strong>BENEFICIAMENTO</strong> <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong><br />

Adriano Lincoln Albuquerque Mattos<br />

Morsyleide de Freitas Rosa<br />

Lindbergue Araujo Crisóstomo<br />

Fred Carvalho Bezerra<br />

Diva Correia<br />

Luis de Gonzaga Castro Veras<br />

1


ÍNDICE<br />

INTRODUÇÃO ............................................. 3<br />

<strong>COCO</strong> ‘ANÃO VER<strong>DE</strong>’ ............................................. 4<br />

PRINCIPAIS USOS <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong><br />

VER<strong>DE</strong><br />

PROCESSAMENTO <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong><br />

VER<strong>DE</strong><br />

DIMENSIONAMENTO <strong>DE</strong> UMA UNI<strong>DA</strong><strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>BENEFICIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong> PARA A PRODUÇÃO <strong>DE</strong><br />

SUBSTRATO AGRÍCOLA E FIBRA<br />

BRUTA.<br />

............................................. 5<br />

............................................. 16<br />

............................................. 28<br />

OPERANDO O MAQUINÁRIO ............................................. 31<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 34<br />

2


1. INTRODUÇÃO<br />

O Brasil é, sem dúvida, um dos países que possuem a maior biomassa do mundo<br />

e a maior extensão territorial cultivável, potenciais estes que devem ser mais bem<br />

explorados. O acentuado crescimento do agronegócio brasileiro o coloca em posição de<br />

destaque no processo de desenvolvimento do país, sendo responsável por 22,34% do<br />

PIB (CEPEA 2011), 43% das exportações e 37% dos empregos (AGRONEGÓCIO<br />

BRASILEIRO, 2007). Os significativos avanços implicaram no aumento do consumo<br />

de insumos e da geração de resíduos nas atividades agropecuárias.<br />

O agronegócio do coco verde tem grande importância, seja na geração de<br />

divisas, emprego, renda ou alimentação. A procura por alimentos naturais, a aplicação<br />

de tecnologias de processamento, as novas alternativas de apresentação do produto e a<br />

perspectiva de sua exportação contribuem para aumentar o consumo e incrementar sua<br />

rentabilidade ao longo do ano. O aumento da produção passou a ser uma tendência<br />

natural, causando uma conseqüente elevação na geração de resíduos sólidos (cascas).<br />

MESOCARPO<br />

EMBRIÃO<br />

ÁGUA <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong><br />

Fig.1- Estrutura do coco.<br />

COPRA<br />

EPICARPO<br />

ENDOCARPO<br />

Este resíduo é constituído<br />

pelo mesocarpo, que é a parte<br />

espessa e fibrosa do fruto, pelo<br />

exocarpo ou epicarpo, que constitui<br />

a epiderme, e pelo endocarpo, que<br />

no fruto imaturo ainda não se<br />

apresenta tão duro e rígido como no<br />

coco maduro.<br />

Diferentemente da casca do<br />

fruto maduro, as cascas geradas<br />

pelo consumo do coco verde não<br />

possuíam, há muito pouco tempo,<br />

tecnologia adequada que<br />

viabilizasse seu aproveitamento. O<br />

presente capítulo reúne informações<br />

sobre o aproveitamento da casca de<br />

coco verde, seus principais usos e<br />

potencialidades.<br />

3


2. <strong>COCO</strong> ‘ANÃO VER<strong>DE</strong>’<br />

O gênero Cocus é constituído pela espécie Cocus nucifera L. que, por sua vez, é<br />

composta por algumas variedades, entre as quais as mais importantes, do ponto de vista<br />

agronômico, socioeconômico e agroindustrial, são as variedades Typica (var. Gigante) e<br />

Nana (var. Anã), que se acredita ter originado de uma mutação gênica da Gigante<br />

(FRUTAS DO BRASIL, 2002; SANTOS et al.,1996).<br />

No Brasil, a principal demanda de plantio da variedade Anã é a cultivar Verde,<br />

para consumo da água do fruto ainda imaturo. Embora esta variedade apresente também<br />

características para ser empregada como matéria-prima nas agroindústrias para produção<br />

de leite de coco, coco ralado e outros, seu mercado é essencialmente a água-de-coco (in<br />

natura ou processada – Figura 2 e Figura 3), a qual tem maior demanda de consumo<br />

para frutos com cerca de sete meses de idade (FRUTAS DO BRASIL, 2002).<br />

Estima-se que o Brasil possui uma área plantada de 100 mil hectares de<br />

coqueiro-anão, destinados à produção do fruto verde para o consumo da água-de-coco.<br />

As cascas geradas por este agronegócio representam 80% a 85% do peso bruto do fruto<br />

e cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras representa cascas de coco<br />

verde. Este material tem sido correntemente designado aos aterros e vazadouros sendo,<br />

como toda matéria orgânica, potenciais emissores de gases estufa (metano), e, ainda,<br />

contribuindo para que a vida útil desses depósitos seja diminuída, proliferando focos de<br />

vetores transmissores de doenças, mau cheiro, possíveis contaminação do solo e corpos<br />

d'água, além da inevitável destruição da paisagem urbana (ROSA et al., 2001a).<br />

Fig.2- Coco verde in natura Fig. 3- Indústria processadora de<br />

água de coco verde<br />

O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco<br />

possibilita a redução da disposição inadequada de resíduos sólidos e proporciona uma<br />

nova opção de rendimento junto aos locais de produção.<br />

4


3. PRINCIPAIS USOS <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong><br />

3.1 Substrato agrícola<br />

O termo substrato agrícola se aplica a todo material sólido, natural ou sintético,<br />

bem como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um<br />

recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema<br />

radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (ABAD;<br />

NOGUERA, 1998). Os substratos podem intervir (material quimicamente ativo) ou não<br />

(material inerte) no complexo processo da nutrição mineral das plantas.<br />

O cultivo de plantas utilizando substratos é uma técnica amplamente empregada<br />

na maioria dos países de horticultura avançada. Esta técnica apresenta vantagens, entre<br />

elas, o manejo mais adequado da água, evitando a umidade excessiva em torno das<br />

raízes. O substrato a ser utilizado deve ser capaz de favorecer a atividade fisiológica das<br />

raízes.<br />

Diferentes tipos de resíduos agroindustriais vêm sendo progressivamente<br />

indicados como substrato agrícola. É o caso do pó da casca de coco maduro que,<br />

inicialmente visto como subproduto da extração da fibra, origina um substrato agrícola<br />

(“coir dust”, “coir fibre pith” ou pó da fibra de coco) com grande aceitação e demanda<br />

crescente. Ganhou interesse comercial principalmente como substrato inerte, substituto<br />

da turfa em cultivos envasados.<br />

O pó de coco é um material biodegradável, renovável, muito leve e bastante<br />

parecido com as melhores turfas de Sphagnum encontradas no Norte da Europa e<br />

América do Norte. Apresenta uma estrutura física vantajosa, proporcionando alta<br />

porosidade, alto potencial de retenção de umidade, favorecimento da atividade<br />

fisiológica das raízes (ABAD et al., 2002).<br />

Em 1949, Hume citou as virtudes hortícolas do resíduo da fibra de coco maduro<br />

e dados sobre o excelente crescimento e desenvolvimento conseguidos em diferentes<br />

espécies vegetais cultivadas sobre substratos à base desse resíduo. Entretanto, apesar<br />

desses efeitos benéficos, passaram-se três décadas antes que o resíduo de fibra de coco<br />

pudesse ser introduzido no mercado internacional de substratos de cultivo<br />

(MURRAY,1999).<br />

A partir da década de 80, várias companhias holandesas passaram a utilizar esse<br />

resíduo como ingrediente dos substratos de cultivo já fabricados (MEEROW, 1994,<br />

1997; VAN MEGGELEN – LAAGLAND, 1995). Desde então, diferentes trabalhos de<br />

investigação foram realizados com o objetivo de se estudar as características e<br />

propriedades desse novo material e de se avaliar sua potencialidade para ser utilizado<br />

como substrato ou como componente de substrato em diferentes aplicações nos cultivos<br />

“sem solo”: produção de mudas, enraizamento de estacas, crescimento de plantas<br />

ornamentais em vasos, produção de flor de corte e cultivo em substrato de hortaliças<br />

entre outras (VERDONCK,1983; VERDONCK et al., 1983; HANDRECK, 1991, 1993;<br />

TEO; TAN, 1993; MEEROW, 1994, 1997; CARAVEO et al., 1996; EVANS;<br />

STAMPS, 1996; EVANS et al., 1996; OFFORD et al., 1998; KONDURU et al., 1999).<br />

5


As propriedades físicas e químicas do pó de coco diferem entre diferentes fontes<br />

de resíduo, em função principalmente do método usado para processar a fibra e idade do<br />

fruto. Assim, o controle das características do material antes do uso como substrato é<br />

de grande importância. Nesse particular, a salinidade é uma das características mais<br />

importantes a ser controlada.<br />

Segundo Prisco e O’leary (1970), os danos da salinidade na germinação de<br />

sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons. Porém, muitas<br />

espécies/variedades apresentam diferentes graus de tolerância/sensibilidade aos efeitos<br />

negativos dos sais durante o cultivo. O conteúdo de sais é diretamente proporcional à<br />

condutividade elétrica (CE) do substrato. Como um ponto de referência, uma CE de 3<br />

dS.m -1 limita o crescimento da maioria das plantas. Para o caso de culturas mais<br />

sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo de 1,0 dS.m -1<br />

(AYERS; WESTCOT, 1991).<br />

Estudo desenvolvido por Murray (2000), sobre amostras de pó de coco maduro<br />

provenientes de diferentes localidades (Costa do Marfim, Costa Rica, México, Sri<br />

Lanka e Tailândia), mostrou que a condutividade elétrica dos diferentes substratos<br />

variou de 0,39 dS.m -1 (para amostra da Costa Rica) até 5,97 dS.m -1 (para amostra do<br />

México).<br />

O resíduo do coco verde é um material que também apresenta uma salinidade de<br />

média a elevada, o que confere elevada condutividade elétrica. Nesse caso, a eficiência<br />

da etapa de prensagem, durante o processamento das cascas, é de fundamental<br />

importância para a adequação do nível de salinidade do pó obtido no processamento. A<br />

casca de coco verde apresenta 85% de umidade e um conteúdo de sais em níveis tóxicos<br />

para o cultivo de várias espécies vegetais. A extração desta umidade, via compressão<br />

mecânica, possibilita a extração conjunta de uma grande quantidade de sais solúveis.<br />

Este aspecto impõe que a casca do coco verde seja processada o quanto antes possível<br />

após o consumo ou retirada da água de coco. Adicionalmente, um programa adequado<br />

de lavagem, por imersão do substrato em igual volume de água durante um curto<br />

período de tempo (15 min), mostrou-se eficaz na remoção de sais solúveis da casca de<br />

coco verde e conseqüente redução da condutividade elétrica (BEZERRA; ROSA, 2002;<br />

ROSA et al., 2001b). Atenção especial deve ser dada à qualidade de água usada na<br />

lavagem.<br />

A utilização do pó/fibra de coco na horticultura depende dos tratamentos<br />

dispensados ao material, quais sejam: tempo de estabilização do produto, número de<br />

lavagens realizadas, conteúdo de sais solúveis indesejáveis, enriquecimento com<br />

fertilizantes, adição de outros componentes para aumentar ou diminuir a aeração e<br />

retenção de água, etc.<br />

Para a comercialização, o produto deverá ser homogêneo e padronizado de modo<br />

a assegurar ao usuário um certo grau de qualidade e confiabilidade. Em geral, o pó de<br />

coco pode ser comercializado em sacos ou em ladrilhos (prensado).<br />

Buscando proporcionar informação padronizada aos usuários de substratos para<br />

plantas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria<br />

de Defesa Agropecuária, expediu a Instrução Normativa Nº 46 de 12 de setembro de<br />

2006, com a finalidade precípua de aprovar os métodos analíticos oficiais para análise<br />

de substratos e condicionadores de solos. Para tanto, todo e qualquer material a ser<br />

comercializado deverá ser analisado com respeito à: umidade atual, densidade,<br />

6


capacidade de retenção de umidade a 10 cm (CRA 10), pH, condutividade elétrica (CE)<br />

e capacidade de troca de cátions (CTC). A análise do pH e da CE deverá ser realizada<br />

numa suspensão 1+5 (V : V) de substrato : água. A granulometria e a extração de outros<br />

nutrientes solúveis poderá ser determinada, porém não é exigênica legal, apesar de<br />

serem de grande valia para os usuários. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados alguns<br />

resultados analíticos realizados em amostras de pó/fibra de coco verde processado na<br />

Usina de Beneficiamento de Coco Verde, localizada em Jangurussu, Ceará.<br />

7


Tabela 1. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em<br />

tamiz de malha quadrada com 5mm de abertura) na Usina de Beneficiamento de Coco<br />

Verde do Jangurussu, Ceará<br />

Unidade AMOSTRA<br />

1<br />

AMOSTRA<br />

2<br />

AMOSTRA<br />

3<br />

AMOSTRA<br />

4<br />

Nº lavagens<br />

Granulometria (X)<br />

0 1 2 3<br />

X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0<br />

8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,6 0,7 0,0<br />

4 mm < X < 8 mm % 1,0 5,4 4,3 1,7<br />

2 mm < X < 4mm % 5,5 7,8 10,0 6,1<br />

1 mm < X < 2mm % 5,5 7,8 10,0 6,1<br />

0,5 mm < X < 1mm<br />

0,25 mm < X < 0,5<br />

% 43,3 36,7 36,4 43,5<br />

mm<br />

0,125 mm < X < 0,25<br />

% 25,8 25,9 12,3 22,9<br />

mm % 4,7 5,4 2,6 4,9<br />

X < 0,125 mm<br />

Dens. (auto-<br />

% 0,4 0,4 0,5 0,4<br />

compactação) kg/m3 164,7 172,7 170,0 170,5<br />

Umidade Atual % 85,1 82,3 86,4 86,2<br />

Carbono orgânico % 94,6 97,3 94,7 95,5<br />

Teor de Cinzas % 5,4 2,7 5,3 4,5<br />

Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1<br />

C/N 86,0 88 86,1 86,8<br />

Suspensão 1+1,5 (v:v) substrato : água<br />

pH 5,61 6,15 6,32 6,48<br />

CE dS/m 1,42 0,29 0,24 0,21<br />

Ca<br />

mg/L<br />

subs.<br />

mg/L<br />

6,2 4,8 3,7 2,4<br />

Mg<br />

subs.<br />

mg/L<br />

2,7 2,7 1,9 0,9<br />

K<br />

subs.<br />

mg/L<br />

650,8 71,8 51,0 40,9<br />

Na<br />

subs.<br />

mg/L<br />

160,4 35,9 33,3 33,0<br />

P<br />

subs.<br />

mg/L<br />

26,5 17,1 12,4 6,2<br />

Cl<br />

subs.<br />

mg/L<br />

664,7 195,0 319,1 132,9<br />

N-NO3<br />

subs.<br />

mg/L<br />

0,9 0,7 1,4 3,0<br />

N-NH4<br />

subs. 3,7 3,1 2,6 2,7<br />

S-SO4 mg/L subs 11,4 17,2 17,0 11,4<br />

Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da <strong>Embrapa</strong> Agroindústria Tropical<br />

8


Tabela 2. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em<br />

tamiz de malha quadrada com 10 mm de abertura) na Usina de<br />

Beneficiamento de Coco Verde do Jangurussu, Ceará<br />

Unidade AMOSTRA<br />

1<br />

AMOSTRA<br />

2<br />

AMOSTRA<br />

3<br />

AMOSTRA<br />

4<br />

Nº lavagens<br />

Granulometria (X)<br />

0 1 2 3<br />

X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0<br />

8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0<br />

4 mm < X < 8 mm % 3,5 9,2 7,7 7,9<br />

2 mm < X < 4mm % 6,5 8,4 9,5 8,8<br />

1 mm < X < 2mm % 6,5 8,4 9,5 8,8<br />

0,5 mm < X < 1mm % 38,9 36,3 40,3 39,2<br />

0,25 mm < X < 0,5 mm % 27,2 25,3 18,1 23,2<br />

0,125 mm < X < 0,25 mm % 6,1 5,4 4,2 5,3<br />

X < 0,125 mm<br />

Dens.(auto-<br />

% 0,4 0,3 0,4 0,4<br />

compactação) kg/m3 167,1 164,7 171,3 167,2<br />

Umidade Atual % 84,7 83,6 85,9 85,7<br />

Carbono orgânico % 95,1 95,3 95,3 95,5<br />

Teor de Cinzas % 4,9 4,7 4,7 4,5<br />

Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1<br />

C/N 89,4 86,6 86,6 86,8<br />

Suspensão 1+1,5 (v : v) substrato : água<br />

pH 5,89 6,15 6,43 6,15<br />

CE (dS/m)<br />

mg/L<br />

1,42 0,29 0,26 0,29<br />

Ca<br />

subs.<br />

mg/L<br />

6,8 4,8 3,4 4,8<br />

Mg<br />

subs.<br />

mg/L<br />

8,6 2,7 1,5 2,7<br />

K<br />

subs.<br />

mg/L<br />

691,7 71,8 63,9 71,8<br />

Na<br />

subs.<br />

mg/L<br />

123,1 35,9 35,4 35,9<br />

P<br />

subs.<br />

mg/L<br />

25,2 17,1 10,1 17,1<br />

Cl<br />

subs.<br />

mg/L<br />

709,1 195,0 150,7 195,0<br />

N-NO3<br />

subs.<br />

mg/L<br />

2,0 0,7 1,6 0,7<br />

N-NH4<br />

subs. 1,9 3,1 2,0 3,1<br />

S-SO4 mg/L subs 9,6 17,2 13,2 17,2<br />

Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da <strong>Embrapa</strong> Agroindústria Tropical<br />

9


O uso predominante do pó de coco como substrato agrícola se dá como meio<br />

inerte; ou seja, funcionando apenas como sustentação para o desenvolvimento de<br />

plantas e não como fornecedor de nutrientes para a planta. A exemplo do que já ocorre<br />

com o coco maduro, o uso das cascas do coco verde na forma de substrato agrícola<br />

inerte já é uma realidade, sendo utilizado como meio de crescimento ou componente de<br />

crescimento para produção de plantas. As boas características agronômicas do substrato<br />

a base de coco verde foram atestadas no cultivo de mudas de alface, caju, tomate,<br />

pimentão, coentro, berinjela, melão, abacaxi ornamental e flores (ROSA et al., 2001b,<br />

CORREIA et al., 2003, SALGADO et al., 2006, CAPISTRANO et al., 2006,<br />

OLIVEIRA et al., 2006, CORREIA et al., 2001, BRÍGIDO et al., 2002 PAIVA et al.,<br />

2005). As Figuras 4, 5, 6, 7 e 8 ilustram alguns desses testes.<br />

Figura 4 – Mudas de alface cultivadas em substrato<br />

de coco verde<br />

Figura 6 - Mudas de cajueiro anão cultivadas<br />

em substrato de coco verde<br />

Figura 5 – Mudas de abacaxi ornamental<br />

cultivadas em substrato de coco verde<br />

Figura 7 – Cultivo de tomate em substrato de<br />

coco verde<br />

10


Figura 8 – Muda de melão cultivada em substrato de coco verde.<br />

O pó de coco verde pode ser usado também como substrato (após<br />

compostagem), puro ou em composição com outros materiais. A compostagem é uma<br />

técnica utilizada para se obter mais rapidamente e em melhores condições, a<br />

estabilização da matéria orgânica em material humificado, com atributos físicos,<br />

químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados no<br />

material de origem. Aplicado nas plantações, o composto adiciona matéria orgânica,<br />

melhora a estrutura do solo e a retenção de água, reduz a necessidade de fertilizantes e o<br />

potencial de erosão do solo.<br />

O pó da casca de coco verde foi compostado com estercos diversos (bovino,<br />

poedeira e cama de frango) e utilizado na formulação de diferentes substratos<br />

juntamente com outros materiais para utilização na produção de mudas de espécies<br />

olerícolas: alface, melão, tomate, quiabo (BEZERRA et al., 2002; AQUINO et al.,<br />

2003; LEAL et al., 2003; PEREIRA et al., 2004), frutíferas: graviola, caju, mangaba<br />

(LOURENÇO, 2005, MESQUITA et al., 2006; CAVALCANTI JÚNIOR et al., 2006a),<br />

ornamentais: crisântemo, tagetes, caliopsis (BEZERRA et al., 2001; BEZERRA et al.,<br />

2006a; BEZERRA et al., 2006b) e na aclimatização de mudas micropropagadas: violeta<br />

africana, helicônia, abacaxi ornamental, (TERCEIRO NETO et al., 2004; SANTOS et<br />

al., 2004; CARVALHO et al., 2006).<br />

O comércio mundial de pó/fibra da casca de coco tem ganhado força na segunda<br />

metade da presente década. O preço que se encontrava declinante chegando a atingir os<br />

US$ 173,00 a tonelada. Entretanto, em novembro de 2005 o preço já se encontrava em<br />

US$ 281,00 a tonelada FOB no porto do Sri Lanka, maior exportador mundial deste<br />

produto (FAO 2007). A ampliação do consumo mundial de derivados da casca de coco<br />

tem grande influência neste comportamento. O que pode ser verificado pelo aumento<br />

gradativo no volume de exportações (Tabela 3).<br />

Tabela 3 – Preços médios e quantidades de pó/fibra de coco exportado pelo Sri Lanka<br />

no período de 2000 a 2006, em US$ FOB.<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Quantidade Exportada 74,87 78,50 79,98 91,06 84,72 106,48 96,45<br />

Preço FOB 195,00 185,00 186,00 173,00 207,00 238,00 240,00*<br />

Fonte: FAO 2007.<br />

* média de preços até junho.<br />

11


3.2. Fibras<br />

O material fibroso que constitui o mesocarpo do fruto, também denominada<br />

“coir”, “bonote” ou fibra, é um produto tradicional em países como a Índia e Sri Lanka,<br />

habituados a processar o coco maduro. Estes países dominam o mercado mundial deste<br />

produto, sendo responsáveis por mais de 90% da produção mundial.<br />

Atualmente a produção anual de fibras de coco é de aproximadamente 550.000<br />

toneladas métricas, produzidas principalmente pela Índia e Sri Lanka (Tabela 4).<br />

Tabela 4 - Produção mundial de fibra de coco entre 2000 e 2006.<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Milhares de toneladas<br />

Fibra Marrom<br />

Índia 244,0 247,6 241,7 248,0 252,0 285,0 314,0<br />

Sri Lanka 55,1 55,4 65,5 54,6 67,5 58,9 76,6<br />

Tailândia 8,7 14,7 22,3 36,9 53,6 41,1 41,1<br />

Outros Países 18,2<br />

Sub-Total 326,0<br />

Fibra Branca<br />

Índia 120,0<br />

19,3 19,0 17,7 16,7 16,8 17,0<br />

337,0 348,5 357,3 389,7 401,8 448,7<br />

121,8 112,0 112,0 112,0 100,0 96,0<br />

Total 446 458,8 460,5 469,3 501,7 501,8 544,7<br />

Fonte - FAO (2007)<br />

Historicamente o Sri Lanka tem sido o principal exportador de fibras e a Índia de<br />

produtos com maior valor agregado.<br />

As atividades relacionadas ao beneficiamento da fibra de coco empregam na<br />

Índia e Sri Lanka mais de 500.000 pessoas, principalmente mulheres na zona rural,<br />

sendo considerada uma atividade estratégica do ponto de vista social.<br />

Durante as décadas de 80 e 90 as exportações de fibra de coco declinaram<br />

fortemente, devido a sua substituição por espumas e fibras sintéticas. A partir da década<br />

de 90 o crescimento da demanda interna da Índia e das importações China, que em 2005<br />

já atingia os mesmos volumes da União Européia, reaqueceu o mercado internacional de<br />

fibra de coco e seus derivados. Como reflexo, outros países como as Filipinas, Tailândia<br />

e Vietnam, têm ingressado neste mercado expandindo sua produção e exportação de<br />

fibras.<br />

Tabela 5 – Principais importadores de fibra de coco no período de 2000 a 2005<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Milhares de toneladas<br />

União Européia 49,68 43,69 49,14 48,94 61,75 74,95<br />

EUA 12,99 9,90 10,07 11,97 19,44 22,00<br />

China 21,78 34,01 43,73 51,37 84,32 76,19<br />

Fonte - FAO (2007)<br />

12


No Brasil a tecnologia de aproveitamento da casca de coco seco já é conhecida e<br />

utilizada há algum tempo. As principais empresas que atuam no mercado de derivados<br />

da casca de coco seco têm entre 30 e 15 anos de existência. No entanto, a produção<br />

nacional ainda se destina principalmente ao mercado interno. As exportações só<br />

começam a ser observadas nos últimos cinco anos (Tabela 6), caracterizadas<br />

principalmente pela exportação de mantas geotêxteis. Tal fato também pode ser<br />

atribuído ao fato de que os preços internacionais para a fibra em 2004 se encontravam a<br />

US$/t 185,00 para a fibra bruta e US$/t 207,00 para o pó (FAO, 2006). Neste período<br />

estes produtos eram comercializados no Brasil em média a US$/t 360,00 e US$/t 220,00<br />

respectivamente, sendo que o substrato agrícola comercializado pela líder de mercado<br />

atingia os US$/t 360,00.<br />

Tabela 6 - Exportações brasileiras de fibra de coco e derivados no período de 2000 a<br />

2007.<br />

Mercadoria 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Quantidade (kg)<br />

Fibra de coco em bruto 52 159 734<br />

Revestimento para pavimentos 23.106 28.010 18.400<br />

Fibras de coco trabalhadas, não fiadas. 500 129.251 148.875 172.995 122.192<br />

Fonte - Ministério do desenvolvimento indústria e comércio exterior (2007)<br />

As fibras de coco verde apresentam-se como mais uma opção para este nicho do<br />

mercado e seu uso vem sendo atestado positivamente com resultados equivalentes aos<br />

obtidos com a fibra do coco maduro.<br />

A demanda crescente por fibras de coco se dá em razão do interesse por produtos<br />

ecologicamente corretos, por ser proveniente de uma fonte renovável, biodegradável e<br />

de baixo custo e por suas características oferecerem diversas possibilidades de<br />

utilização.<br />

A fibra de coco é adequada para exercer a função de reforço em materiais,<br />

graças a sua alta resistência e rigidez. De um modo geral, possui grande durabilidade,<br />

atribuída ao alto teor de lignina e polioses, baixo teor de celulose, elevado ângulo<br />

espiral quando comparada com outras fibras naturais, o que lhe confere um<br />

comportamento diferenciado. Possui baixa densidade, grande percentual de<br />

alongamento e valores pequenos de resistência à tração e de módulo de elasticidade.<br />

Utilizada há várias décadas como um produto isolante em diversas situações, a<br />

fibra de coco tem hoje uma diversidade de aplicações. A fibra em forma de manta<br />

geotêxtil é um excelente material para ser usado em superfícies sujeitas à erosão<br />

provocada pela ação de chuvas ou ventos, como em taludes nas margens de rodovias e<br />

ferrovias, em áreas de reflorestamento, em parques urbanos e em qualquer área de<br />

declive acentuado ou de ressecamento rápido.<br />

A sua utilização na elaboração de compósitos (novos materiais conjugados<br />

formados por pelo menos dois componentes, sendo um deles um componente de reforço, na<br />

forma de fibras) tende a diminuir a densidade do material com bom potencial de<br />

13


alongamento e capacidade de reforço mediana, porém com possibilidades de aumento<br />

de desempenho da interação fibra-matriz devido à ação aglutinante da lignina. A ação<br />

do calor na formação do compósito tende a aumentar tal capacidade de interação.<br />

Apesar do baixo teor de celulose, a estrutura da fibra é bem fechada, devendo ser esta a<br />

razão de sua melhor resistência à ação dos álcalis do que fibras de alto teor de celulose<br />

(REDDY; YANG, 2005; VAN <strong>DA</strong>M, 2004).<br />

Na indústria de embalagens existem projetos para a utilização da fibra de coco<br />

como carga para o Poli Tereftalato de Etila (PET), podendo gerar materiais plásticos<br />

com propriedades adequadas para aplicações práticas e resultando em contribuição para<br />

a resolução de problemas ambientais, ou seja, reduzindo o tempo de decomposição do<br />

plástico.<br />

A indústria da borracha é receptora também de grande número de projetos<br />

envolvendo produtos ecológicos diversos, desde a utilização da fibra do coco maduro e<br />

verde na confecção de solados de calçados, até encostos e bancos de carros.<br />

Estudo desenvolvido por Vale et al. (2006) sobre a viabilidade do uso de fibras<br />

de coco verde em misturas asfálticas detectou sua boa eficiência com relação ao<br />

escorrimento, apresentando resultados similares aos tradicionalmente obtidos com<br />

celulose.<br />

Além dos usos já citados, a fibra da casca de coco verde pode ser utilizada na<br />

confecção de vasos, placas e bastões para o cultivo de diversas espécies vegetais. Além<br />

de substituírem os produtos tradicionais a base de barro, cimento e plástico, também se<br />

apresentam como uma alternativa aos subprodutos extraídos da samambaiaçu<br />

(Dicksonia sellowiana), buscando a inserção no mercado ocupado hoje pelo xaxim, que<br />

é um produto de exploração cada vez mais restrita pela legislação brasileira.<br />

A confecção de artesanatos variados também representa uma importante forma<br />

de aproveitamento não apenas da fibra mas também do pó da casca de coco verde,<br />

podendo originar uma grande gama de itens, haja visto que o Brasil tem sido cada vez<br />

mais um importante destino para os turistas de outros países, grandes consumidores<br />

deste tipo de produto.<br />

3.3. Outros usos da casca de coco verde<br />

Cobertura morta<br />

A cobertura morta é uma prática agrícola que consiste em cobrir a superfície do<br />

solo, com uma camada de material orgânico. O material forma uma camada protetora<br />

sobre o solo, podendo influenciar nos processos físicos, químicos e microbiológicos do<br />

solo e proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura.<br />

A utilização da cobertura morta apresenta vantagens potencias, tais como<br />

reciclagem de nutrientes, redução das perdas de água por evaporação da superfície do<br />

solo e manutenção de níveis de umidade e temperatura, nas camadas superficiais do<br />

solo, adequados ao desenvolvimento de raízes e de microrganismos benéficos para as<br />

culturas (MIRAN<strong>DA</strong> et al., 2004).<br />

14


A casca do coco verde possui teores de potássio, cálcio e nitrogênio (ROSA et<br />

al., 2002) que podem contribuir de forma positiva para a adubação das culturas. Por<br />

outro lado, o material pode apresentar níveis tóxicos de tanino, de cloreto de potássio e<br />

de sódio (CARRIJO et al., 2002), cuja acumulação pode causar alterações das<br />

propriedades químicas e físicas do solo. O fato sugere que a aplicação da casca de coco<br />

verde em cobertura morta deve ser acompanhada do monitoramento contínuo da<br />

salinidade do solo, a fim de prevenir futuras alterações nas propriedades físicas e<br />

químicas do solo e danos para a cultura (MIRAN<strong>DA</strong> et al., 2007).<br />

Estudo realizado por Miranda et al. (2004) mostrou que o uso da casca de coco<br />

verde como cobertura morta em coqueiros alterou o regime térmico do solo, reduzindo a<br />

variação da temperatura ao longo do dia em relação ao solo sem cobertura, em todas as<br />

profundidades estudadas, principalmente próximo à superfície. A cobertura com a casca<br />

de coco verde funcionou como uma camada de isolamento térmico, reduzindo o<br />

aquecimento do solo durante o dia e a perda de calor para a atmosfera durante a noite,<br />

evidenciando ser tão efetiva na redução da temperatura máxima e da amplitude térmica<br />

do solo quanto outros materiais vegetais.<br />

Fonte alternativa de energia - Briquetes<br />

As cascas de coco verde podem ser transformadas em briquetes por meio de um<br />

processo de compactação a elevadas pressões. Os briquetes constam de pequenas toras,<br />

resultantes da compactação do resíduo. Mais densos, com formato padrão e com alto<br />

poder calorífico, seu uso tem atraído estabelecimentos que, para reduzir custos e<br />

aproveitar melhor seu espaço físico, estão aderindo a esta tecnologia. São considerados<br />

um “carvão ecológico” de alta qualidade e substituem com enormes vantagens a queima<br />

de óleo combustível e madeira em fornalhas, processos de gaseificação, lareiras etc.<br />

Outras potencialidades<br />

Características microscópicas fazem do pó de coco um excelente adsorvente,<br />

abrindo possibilidades de uso na área de bioremediação de solos e biosorção de metais<br />

pesados (SOUSA et al., 2007, PINO et al., 2006), e ainda, como substrato para cama de<br />

animais de laboratório (FARIAS et al., 2005).<br />

3.4. Potencialidades de aplicação do líquido da casca de coco verde (LCCV)<br />

O líquido gerado durante a prensagem da casca de coco verde (LCCV) apresenta<br />

em sua composição um conteúdo de polifenólicos, açúcares e potássio que vem<br />

estimulando pesquisas com o intuito de avaliar seu uso em aplicações de alto valor<br />

agregado.<br />

Os estudos atualmente em andamento versam sobre o potencial do LCCV como<br />

fonte de taninos para formulação de resinas fenólicas e para fins fitoterápicos; como<br />

fonte de açúcar em processos fermentativos e geração de biogás; e como fonte de<br />

potássio, na fertilização de cultivos agrícolas.<br />

Os resultados obtidos até o momento indicam que o LCCV tem teor de taninos<br />

condensados capaz de viabilizar a elaboração de adesivos; teor de açúcares que o torna<br />

15


factível de ser usado como meio de fermentação e conteúdo de potássio que possibilita<br />

seu uso na fertirrigação de culturas, sobretudo aquelas tolerantes a alta salinidade, em<br />

razão da sua alta condutividade elétrica.<br />

4. PROCESSAMENTO <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong><br />

A tecnologia de processamento das cascas de coco verde foi desenvolvida pela<br />

<strong>Embrapa</strong> Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FORTALMAG. Na<br />

Figura 9, pode-se observar o equipamento completo, que realiza as seguintes ações:<br />

• Trituração: as cascas inteiras ou cortadas são processadas por uma máquina<br />

que possui um rolo de facas fixas responsáveis pelo esmagamento da parte<br />

fibrosa do fruto.<br />

• Prensagem: o material triturado é transportado para uma prensa rotativa<br />

horizontal, que extrai o excesso de líquido do produto triturado.<br />

• Seleção: após a prensagem, as fibras, que correspondem a 30% do produto<br />

final são separadas do pó, equivalente a 70%, em uma máquina<br />

selecionadora, que utiliza marteletes fixos helicoidais e uma chapa perfurada.<br />

Nas etapas subseqüentes, o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento<br />

até a obtenção, respectivamente, do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco<br />

verde que, por processo apropriado, é convertida em uma grande variedade de produtos.<br />

O fluxograma, no anexo, apresenta as etapas do processo de obtenção de substrato<br />

agrícola inerte e fibra bruta.<br />

Figura 9 – Equipamento para processamento da casca de coco verde<br />

16


4.1. Produção de pó e fibra da casca de coco verde<br />

Figura 10 - Fluxograma operacional da etapa de produção de substrato agrícola e<br />

fibra de coco verde.<br />

Substrato<br />

Agrícola<br />

ÁGUA SALINA<br />

FIBRILAS E<br />

CASQUILHOS<br />

MATERIAL<br />

ESTRANHO<br />

LCCV<br />

LAVAGEM<br />

FERMENTAÇÃO<br />

MOAGEM<br />

PENEIRAMENTO<br />

FORMULAÇÃO<br />

ARMAZENAGEM<br />

EXPEDIÇÃO<br />

COLETA <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong><br />

ALIMENTAÇÃO<br />

TRITURAÇÃO<br />

PRENSAGEM<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

SECAGEM<br />

RECLASSIFICAÇÃO<br />

ENFAR<strong>DA</strong>MENTO<br />

ARMAZENAGEM<br />

EXPEDIÇÃO<br />

Fibra<br />

Bruta<br />

FIBRILAS E<br />

CASQUILHOS<br />

Etapas de processamento<br />

Subprodutos / Resíduos<br />

17


4.1.1. Coleta da Casca de Coco Verde e Transporte<br />

Ao chegarem à unidade de beneficiamento, os caminhões carregados de casca de<br />

coco verde (CCV), se possível, deverão ser pesados. No mercado existem vários<br />

modelos de balanças para caminhão, o tipo mais adequado deverá ser definido em<br />

função do tipo de veículo que fará o transporte das cascas. Neste momento também será<br />

realizada a identificação da origem do material, tipo (inteiro ou bandas), data de<br />

recepção e outras informações relevantes ao controle do fluxo de entrada de CCV na<br />

unidade de processamento. O controle permitirá obter informações úteis ao processo de<br />

planejamento, pois possibilita conhecer melhor a dinâmica de geração de casca nos<br />

pontos de fornecimento, dias da semana e meses do ano com maior volume de<br />

produção, possibilitando o planejamento da produção e da formação de estoques.<br />

Também possibilita verificar a produtividade da fábrica e eliminar possíveis fontes de<br />

desperdício.<br />

A casca de coco deve chegar à unidade de beneficiamento em até três dias após a<br />

extração da água. Esse procedimento visa elevar a qualidade dos produtos finais (pó e<br />

fibra), pois a desidratação da casca aumenta a sua densidade e prejudica as etapas<br />

seguintes do processamento, reduzindo a eficiência da retirada dos sais na etapa de<br />

prensagem e da separação das fibras na etapa de classificação.<br />

Após a pesagem o caminhão deverá despejar a carga na moega de recepção.<br />

A moega de recepção tem uma declividade que conduz a matéria prima para<br />

esteira de alimentação, que a elevará para a entrada da linha de processamento. Neste<br />

momento deve ser feita a retirada de material estranho ao processamento como,<br />

canudos, plásticos, pedras, cascas ressecadas podres etc. É importante também que seja<br />

mantido um fluxo uniforme de alimentação da linha de processamento para garantir a<br />

eficiência da etapa de prensagem.<br />

Figura 11. Descarga de cascas de coco.<br />

18


A alimentação da esteira deve obedecer à vazão obtida na etapa de prensagem.<br />

Caso o volume seja muito pequeno a prensagem se torna pouco eficiente e a retirada dos<br />

sais, bem como a etapa de classificação são prejudicadas. Se o volume de cascas é<br />

maior que a capacidade de prensagem, irá ocorrer um acúmulo de material triturado na<br />

entrada da prensa e ocorrerá o travamento da mesma ou “embuchamento”. Para<br />

controlar a velocidade de alimentação existem três formas:<br />

1. Manualmente controlar o número e tamanho de cascas que entram na máquina;<br />

2. Redução do número de pás/ganchos da esteira de alimentação; e<br />

3. Controle da velocidade da esteira de alimentação<br />

Os modelos de equipamentos mais novos permitem o controle de velocidade da<br />

esteira de alimentação, o que facilita sobremaneira este ajuste da alimentação. No<br />

entanto em casos de embuchamento constante podem ser retiradas pás/ganchos da<br />

esteira numa distribuição uniforme. Estas duas formas de controle do fluxo de<br />

alimentação não substituem a primeira. O monitoramento da esteira deve ser feito<br />

constantemente, tanto para evitar a entrada de materiais estranhos ao processamento,<br />

com dito anteriormente, como para retirar cascas muito grandes ou acumuladas nas pás<br />

da esteira.<br />

Figura 12. Alimentação da linha.<br />

4.1.2. Trituração<br />

Nesta etapa as cascas inteiras ou cortadas são processadas pela máquina<br />

trituradora de CCV, essa possui um rolo de facas fixas que trituram as cascas. Ao final<br />

dessa etapa se obtém a CCV desintegrada. A trituradora da com facas fixas minimiza o<br />

corte das fibras, viabilizando a separação e o aproveitamento posterior das fibras longas.<br />

Este procedimento possibilita a realização das etapas seguintes de prensagem e<br />

classificação.<br />

Existem no mercado outros equipamentos para triturar a casca de coco. Podemos<br />

agrupá-los segundo suas ferramentas de corte: Disco e facas, Discos de corte alternados,<br />

19


e moinhos universais. Estes equipamentos trituram integralmente a casca de coco verde<br />

e são úteis em sistemas onde o aproveitamento da fibra não é requerido.<br />

Figura 13. Máquina trituradora de casca de coco verde.<br />

4.1.3. Prensagem<br />

A casca de coco tem alta concentração de sais em níveis tóxicos para o cultivo<br />

de várias espécies vegetais. Segundo Prisco & Oleary (1970), os danos da salinidade na<br />

germinação de sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons.<br />

Porém, muitas espécies/variedades apresentam diferentes graus de<br />

tolerância/sensibilidade aos efeitos negativos dos sais durante o cultivo. Como um ponto<br />

de referência, uma CE de 3 dS/m limita o crescimento da maioria das plantas. Para o<br />

caso de culturas mais sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo<br />

de 1,0 dS/m (Ayers & Westcot, 1991).<br />

A casca de coco verde tem 80% de umidade e a maior parte dos sais se encontra<br />

em solução. A extração de parte desta umidade via compressão mecânica possibilita a<br />

redução da salinidade de 4,7 dS/m, observada na casca antes do beneficiamento, para<br />

próximo de 1,3 dS/m. Assim obtém-se uma redução na necessidade de água para o<br />

processo de lavagem que irá reduzir a salinidade para próximo de 0,3 dS/m.<br />

A CCV desintegrada é prensada num prensa de rolos horizontais. Ao final da<br />

prensagem são obtidas as cascas desintegradas com a umidade reduzida, e o líquido da<br />

casca de coco verde (LCCV), numa proporção de 30% do peso inicial de cascas<br />

processadas é extraído na forma de LCCV, cuja composição possui açúcares<br />

fermentescíveis, compostos fenólicos, cátions (cálcio, magnésio, potássio e sódio) e<br />

ânions (cloreto, bicarbonato e sulfato), além de elevados valores de DQO e DBO. Tais<br />

características indicam a necessidade de tratamento adequado para esta água residuária<br />

gerada no processo de beneficiamento da casca de coco verde.<br />

20


Na Tabela 1, observam-se os resultados de uma caracterização do líquido de<br />

casca de coco verde, proveniente do estado do Ceará.<br />

Tabela 1: Caracterização do líquido da casca de coco verde<br />

Variável Resultado Unidade<br />

Condutividade Elétrica 7,88 dS/m<br />

Cálcio (Ca) 5,22 mmol/L<br />

Magnésio (Mg) 6,15 mmol/L<br />

Potássio (K) 47,69 mmol/L<br />

Sódio (Na) 15,65 mmol/L<br />

Cloreto em água 83,00 mmol/L<br />

Carbonato em água


eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia no fim<br />

do percurso. É necessário que o operador, com um rodo de borracha ou vassoura,<br />

auxilie na descarga do pó, operação que deve ser procedida de 5 em cinco minutos,<br />

conforme os orifícios da tela comecem a ficar obstruído dificultando a saída do pó.<br />

O pó selecionado cai na base da máquina, podendo ser recepcionado em caixas<br />

plásticas, carrinhos adaptados ou mesmo no chão. Nos dois primeiros casos os<br />

recipientes são trocados sempre que os estejam cheios e trocados imediatamente por<br />

outros vazios. No terceiro caso de forma contínua o operador faz a raspagem do pó com<br />

um rodo, puxando o material para uma pilha de onde posteriormente será levado para a<br />

etapa de lavagem.<br />

Nas etapas subseqüentes o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento<br />

até a obtenção do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco verde em suas<br />

formas de apresentação comercial.<br />

Figura 15. Descarga de pó da casca de coco verde.<br />

22


4.2. PRODUÇÃO <strong>DE</strong> SUBSTRATO AGRÍCOLA<br />

4.2.1. Lavagem<br />

O pó da CCV obtido após a etapa de classificação tem condutividade elétrica<br />

entre 1,3 dS/m. Como citado anteriormente o substrato agrícola deve ter salinidade<br />

próxima a 1,0 dS/m, no entanto como ao pó de casca de coco ainda serão adicionadas<br />

fontes de nutrientes na forma de adubos químicos ou orgânicos, que irão aumentar<br />

novamente a salinidade do substrato, a condutividade elétrica do pó deve se situa em<br />

trono de 0,5 dS/m. Para atingir este nível de salinidade é necessária a realização de uma<br />

lavagem do pó com água limpa (com condutividade inferior a 0,3 dS/m) na proporção<br />

volumétrica de 1:1. Esta lavagem é feita em caixas d’água de fibra, ou de alvenaria, que<br />

são preenchidas com pó até a metade de seu volume, em seguida adiciona-se água até o<br />

enchimento por completo da caixa. Estando a caixa cheia com o pó e a água é feito um<br />

revolvimento do material, ou com o auxilio de uma haste de metal ou madeira. O pó<br />

deve ficar na água por cerca de 15 minutos. Depois retirado o tampão da saída de água<br />

da caixa, deixando-se escoar a mesma.<br />

A saída de água deve estar protegida por um elemento filtrante para evitar a<br />

perda de pó. Obtivemos bons resultados com a utilização de uma camada de 30 a 50cm<br />

de fibra da casca de coco, com forme a figura a seguir.<br />

Figura 16. Esquema do tanque de lavagem do pó da casca de coco.<br />

O pó retirado dos tanques e espalhado no pátio de secagem, em camadas de 5,0 a<br />

10cm de espessura, pelo período de um dia para a evaporação do excesso de umidade. O<br />

Efluente gerado nesta etapa é tratado juntamente com o LCCV.<br />

4.2.2. Fermentação<br />

O pó da casca de coco verde possui uma relação C / N elevada, o que confere ao<br />

substrato da casca de coco verde uma boa estabilidade. No entanto, nos primeiros dias<br />

após a sua produção ainda se observa atividade fermentativa no pó. Caso o pó seja<br />

utilizado neste período podem ser observados problemas com a imobilização de<br />

nutrientes e morte de raízes, devido às altas temperaturas observadas durante a<br />

fermentação. Para prevenir estes problemas o pó é acondicionado em baias de<br />

fermentação e revolvido semanalmente por 60 dias, ou até que a temperatura interna da<br />

pilha de pó se equilibre à temperatura ambiente (gráfico 1), o que pode ser medido com<br />

um termômetro de haste. As medições de temperatura devem ser feitas pelo menos três<br />

vezes por semana.<br />

23


Gráfico 1. Comportamento da temperatura de uma leira de compostagem.<br />

No momento de enchimento das baias o pó será misturado com uréia, na<br />

proporção de 2 gramas para cada quilo de pó. A forma mais fácil de fazer a distribuição<br />

é diluir a uréia em água e regar o pó enquanto o mesmo estiver espalhado no pátio. Essa<br />

operação deve ser feita utilizando-se o mínimo de água possível para distribuir<br />

uniformemente a uréia. Tão logo seja feita a aplicação da uréia o pó deve ser enleirado<br />

(figura 17), pois a exposição ao sol facilita a perda de nitrogênio por volatilização, o que<br />

não é desejável.<br />

Figura 17. Leiras de fermentação de pó de coco<br />

24


A etapa de fermentação ou compostagem do pó é fundamental para a qualidade<br />

do substrato. Desta forma, é de fundamental importância que os lotes de pó seja<br />

identificados com o número da leira onde se encontram no momento, dia de início da<br />

incubação, dosagem de uréia aplicada, evolução da temperatura da pilha e<br />

condutividade elétrica do pó ao ser incubado. Essas informações devem ser atualizadas,<br />

no mínimo, a cada revolvimento do material.<br />

Figura 18. Revolvimento das leiras de compostagem.<br />

4.2.3. Tratamento Térmico/Secagem<br />

A casca de coco verde beneficiada tem inúmeras origens, indústrias, bares,<br />

praias, etc., e não raro chegam à unidade de beneficiamento já com o ataque de<br />

microrganismos e insetos, que no campo são responsáveis pela degradação das cascas.<br />

No entanto, alguns destes podem ser considerados como pragas em culturas que irão<br />

utilizar o pó da casca como substrato agrícola. A forma recomendada de evitar que estes<br />

microrganismo e insetos venham a contaminar o substrato e causar prejuízos aos<br />

clientes da empresa é o uso do tratamento térmico.<br />

Outra vantagem do tratamento térmico é a remoção do excesso de umidade que<br />

ainda persiste no substrato, que, em geral, chega ao final do processo de fermentação<br />

com mais de 50% de umidade, quando o mercado deseja que o pó da casca de coco seja<br />

comercializado com cerca de 30% de umidade.<br />

Figura 19. Secador rotativo.<br />

Como já citado anteriormente, existem vários modelos de secadores no mercado<br />

que podem ser utilizados para o pó de coco. Suas temperaturas de operação variam, mas<br />

deve ser observado, para que se tenha eficiência na descontaminação, pelo menos a<br />

aplicação de 80ºC durante 20 minutos. Com o aumento da temperatura o tempo<br />

necessário reduz. Normalmente, as temperaturas e tempos utilizados para secar o pó até<br />

30% de umidade serão suficientes para a correta desinfecção do substrato.<br />

25


4.2.4. Moagem<br />

O pó obtido na etapa de classificação ainda traz uma parcela importante de fibras<br />

de diversos comprimentos. Essa desuniformidade do produto pode gerar vários<br />

problemas no momento de sua utilização. O pó tende a se separar das fibras mais<br />

longas, descendo no perfil dos vasos maiores, aumentando a densidade e reduzindo a<br />

aeração na porção inferior do mesmo, o que pode gerar problemas para o<br />

desenvolvimento das raízes das plantas.<br />

Uma forma de solucionar este problema é reduzir o comprimento das fibras,<br />

melhorando a estabilidade da mistura pó/fibra. Para tanto é utilizado um moinho de<br />

facas paralelas, que irá reduzir as fibras a menos que 2cm de comprimento.<br />

O moinho tem maior eficiência quanto é alimentado com o pó de coco com<br />

umidades inferiores a 50%, quanto mais seco melhor. Dessa forma pode ser necessária<br />

uma secagem ao sol após a etapa de compostagem.<br />

4.2.5. Peneiramento<br />

A granulometria exigida para o substrato agrícola de pó da casca de coco verde é<br />

variável de acordo com o tipo de cultivo realizado. No cultivo de mudas em pequenas<br />

células é necessário um substrato fino, composto apenas pelo pó. Em cultivos de plantas<br />

ornamentais ou hortaliças feitos em gandes vasos (também se aplica para sacos, calhas e<br />

bolsas de cultivo) o substrato deve ter uma granulometria mais grossa, sendo composto<br />

em parte por fibrilas, evitando assim problemas futuros com a aeração. Desta forma, a<br />

unidade de beneficiamento deve, segundo a demanda dos clientes, peneirar o substrato<br />

em diferentes malhas e realizar a mistura que resulte na granulometria demandada.<br />

Após a secagem este processo se<br />

torna mais eficiente e em escalas menores<br />

pode ser feito com peneiras manuais. No<br />

entanto, em unidade que atuem na capacidade<br />

de seu equipamento é recomendável a<br />

aquisição de peneiras vibratórias ou<br />

giratórias, com diâmetros de furos com as<br />

variações de 5, 10 e 20mm, que possibilitarão<br />

agilidade no beneficiamento, economia de<br />

mão de obra e o atendimento da maioria das<br />

demandas de granulometria dos substratos<br />

utilizados.<br />

Figura 20. Peneira rotativa.<br />

Algumas demandas podem exigir a mistura de material, que tenha passado por<br />

diferentes peneiras. Nesses casos é interessante que o cliente envie uma amostra do<br />

material de referência, para que este seja analisado em um laboratório de solos. De<br />

posse da caracterização granulométrica do material é possível realizar a formulação<br />

necessária.<br />

4.2.6. Formulação<br />

O substrato da casca de coco verde é considerado inerte pelos baixos níveis de<br />

nutrientes e sua alta relação C/N, que torna a degradação da matéria orgânica muito<br />

lenta. Desta forma, o substrato normalmente é utilizado em combinação com outras<br />

fontes de nutrientes, sejam elas orgânicas ou concentradas. Essa forma de uso faz com<br />

26


que parte do mercado demande substratos “formulados” na origem. A adição de<br />

nutrientes, ou formulação, pode ser feita em conformidade com a demanda do cliente<br />

após a etapa de peneiramento.<br />

Para proceder a formulação é necessário que o substrato seja enviado a um<br />

laboratório de análise de solo que esteja habituado a analisar substratos. O resultado das<br />

análises de fertilidade devem ser apresentados a um técnico especialista em fertilidade<br />

de solos para que o mesmo proceda os cálculos das necessidades de correção do<br />

substrato, fornecendo assim as proporções das fontes de nutrientes que irão ser<br />

utilizadas na formulação.<br />

As fontes de nutrientes podem ser misturadas ao substrato na forma sólida, para<br />

tanto é necessária a utilização de um misturador mecânico, do tipo utilizado em fábricas<br />

de ração animal. Outra forma, para menores quantidades é a utilização de fontes<br />

solúveis de nutrientes, como as utilizadas em fertirrigação. Os fertilizantes são<br />

dissolvidos em água, produzindo-se assim uma calda. O pó é disposto no pátio de<br />

secagem em uma camada uniforme de 5 a 8 cm de espessura, então é distribuída<br />

uniformemente a calda sobre o pó com o uso de um regador e feita a homogeneização<br />

do mesmo com uma enxada. Deve ser utilizado o mínimo possível de água para<br />

dissolução dos fertilizantes e para a distribuição uniforme sobre a camada de pó.<br />

4.2.7. Embalagem<br />

O substrato agrícola é comercializado usualmente em sacaria de ráfia ou sacos<br />

plásticos com espessura de 15 micras. O tamanho das embalagens varia conforme o<br />

mercado pretendido. O mercado de uso doméstico usualmente aceita melhor<br />

embalagens com até 5 litros de substrato e o mercado agrícola faz uso de embalagens de<br />

100 litros. O ensacamento será feito de forma manual com o auxílio de uma balança. O<br />

fechamento dos sacos de ráfia será feito com costura e as embalagens plásticas serão<br />

seladas em seladoras elétricas.<br />

4.2.8. Armazenamento<br />

Após embalados os produtos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets,<br />

evitando o contato com o piso, o que poderia transferir umidade ao material. Cada metro<br />

cúbico comporta 12 sacos empilhados e cada saco contém 30 kg de pó de coco a 30%<br />

de umidade, desta forma são necessários, aproximadamente 3m 3 para a armazenagem de<br />

1.000kg de pó. Considerando 4m de altura para o empilhamento, temos 0,75m2 de área<br />

útil para cada tonelada de pó armazenada.<br />

4.3. PRODUÇÃO <strong>DE</strong> FIBRA <strong>DA</strong> <strong>CASCA</strong> DO <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong><br />

4.3.1. Secagem<br />

A fibra que sai do classificador com umidade acima do desejado que é 18%.<br />

Desta forma é necessário que se proceda sua secagem ao sol. Nesta etapa é importante<br />

observar que a fibra não deve passar a noite exposta em céu aberto para que não seja<br />

reumidificada pelo orvalho.<br />

Em locais ou épocas com pouca disponibilidade de sol, pode ser necessário o<br />

uso do secador para realizar esta etapa. Para tanto pode ser utilizado o mesmo secador já<br />

dimensionado para o pó, mas é necessário que no momento de sua aquisição/construção<br />

27


seja previsto este caso, evitando assim alguns modelos específicos para pó, como os<br />

secadores de fluxo concorrente, comumente utilizados em fábricas de ração animal.<br />

4.3.2. Reclassificação<br />

A fibra que sai da classificadora ainda vem com alguns restos do endocarpo do<br />

coco e com um pouco de pó. Para conferir a qualidade final para a comercialização é<br />

necessário que seja feito um peneiramento da fibra, separando-a das impurezas. Para<br />

tanto será utilizada a própria máquina classificadora. É feita a desacoplagem da esteira<br />

de alimentação que a liga ao restante da linha de processamento e alimenta-se a<br />

classificadora com a fibra seca de forma manual. Como sub-produto deste processo<br />

obtêm-se fibrilas e casquilhos, que podem ser utilizador na composição de substratos<br />

agrícolas de granulometria mais grossa quando misturados ao pó da CCV.<br />

Para não ter de parar a linha principal de processamento pode ser necessária a<br />

aquisição de uma peneira rotativa específica para realizar a etapa de reclassificação da<br />

fibra.<br />

4.3.3. Enfardamento<br />

A fibra é muito pouco densa. Desta forma, para reduzir os custos com seu<br />

transporte é feita a compactação e o enfardamento do material. Existem diferentes<br />

modelos de prensa que podem realizar esta etapa, mas o mais comum é o uso de prensas<br />

hidráulicas verticais com carga no pistão de pelo menos 20 ton. A câmara da prensa é<br />

preenchida com a fibra, aciona-se o pistão da prensa, em seguida eleva-se novamente o<br />

pistão e repetem-se as etapas anteriores até que o fardo tenha as dimensões desejadas e a<br />

densidade próxima de 700 kg/m 3 . O amarrio é feito com arame grosso, a exemplo dos<br />

fardos de algodão.<br />

4.3.4. Armazenamento<br />

Os fardos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets, evitando o contato com o<br />

piso que poderia transferir umidade ao material. Cada metro cúbico de fibra enfardada<br />

em prensa de 10 toneladas representa 330 kg de fibra. Desta forma para armazenar uma<br />

tonelada de fibra de coco são necessários cerca de 3m3, com altura de empilhamento de<br />

4m seriam necessários 0,75m2.<br />

5. DIMENSIONAMENTO <strong>DE</strong> UMA UNI<strong>DA</strong><strong>DE</strong> <strong>DE</strong> <strong>BENEFICIAMENTO</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>CASCA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COCO</strong> VER<strong>DE</strong> PARA A PRODUÇÃO <strong>DE</strong> SUBSTRATO<br />

AGRÍCOLA E FIBRA BRUTA.<br />

Uma unidade de beneficiamento de casca de coco verde é composta pelos<br />

seguintes elementos: Área de recepção, Área de beneficiamento da casca, Área de<br />

lavagem, Pátio de secagem, Baias de fermentação, Área de beneficiamento da fibra,<br />

Área de beneficiamento do substrato, Secador e Área de armazenagem, Sistema de<br />

tratamento de efluentes.<br />

5.1. Recepção<br />

A moega de recepção deve ter dimensões suficientes para receber a carga de um<br />

caminhão por vez e ter seu piso em declive (10%) para facilitar o escoamento das cascas<br />

28


até a boca de saída da moega. A construção deve ser feita em alvenaria e concreto com<br />

o revestimento cimentado natural.<br />

A boca de descarga da moega deve estar localizada sobre a esteira de alimentação<br />

da trituradora de cascas possibilitando a alimentação automática da máquina.<br />

5.2. Área de beneficiamento da casca<br />

Na área de beneficiamento das cascas o piso será do tipo “corodur” industrial, ou<br />

cimentado natural (no entanto a aspereza desse prejudica a limpeza do local), com<br />

inclinação de 1% em direção ao esgotamento de águas residuais. Por ser área destinada<br />

a instalação de maquinário pesado o piso deverá ser feito em concreto armado para que<br />

tenha melhor resistência ao impacto.<br />

Nesta área o as cascas de coco verde serão trituradas, prensadas e serão separadas<br />

as fibras longas do pó e fibras curtas. Para tanto serão instalados os seguintes<br />

equipamentos:<br />

1. Elevador com esteira conduzida por moto redutor (mod moto via) de 1:60 e motor<br />

de 0,5 cv IV pólos. Dimensões: L:0,90 C:1,40 A:1,65 P:80 Kg. Produção 1500 a<br />

2000 cocos/hora<br />

2. Triturador de Coco Verde motor de 20 cv II pólos. Dimensões: L:0,91 C:1,20<br />

A:1,30 P:300 Kg. Produção 2500 a 3500 cocos/hora<br />

3. Prensa Rotativa Horizontal motor de 3 cv IV pólos moto redutor de 1:40.<br />

Dimensões: L: 0,70 C: 1,00 A: 1,20 P: 300 Kg. Produção 15000 a 18000 kg coco<br />

verde por dia.<br />

4. Classificador de Fibra e Pó motor de 10 cv II pólos. Dimensões: L: 0,60 C: 1,60 A:<br />

1,90 P:300 kg. Classifica 15000 a 18000 de Pó e Fibra por dia.<br />

A área necessária a instalação destes equipamentos deve ser coberta com<br />

dimensões de 9,00 x 6,00 m, para que seja possível a descarga dos produtos das<br />

máquinas e a circulação dos operadores. Caso a área não seja contígua a uma parede que<br />

possa servir de anteparo para a fibra que é expelida do classificador é necessária a<br />

construção de uma gaiola de tela.<br />

Na saída de líquido da prensa deve ser instalado um dreno para que o líquido seja<br />

conduzido à estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de<br />

efluentes ou para a rede de esgotamento sanitário. A entrada do dreno deve ser<br />

construída em desnível, possibilitando o encaixe de um quadro de tela de malha de<br />

1mm, preferencialmente metálica, mas pode ser utilizada com malha de nylon, com a<br />

desvantagem da constante danificação da mesma.<br />

5.3. Área de lavagem<br />

A área de lavagem deverá possuir tanques de alvenaria impermeabilizada, ou de<br />

fibra de vidro para a lavagem do pó da casca do coco. São necessários oito metros<br />

quadrados de área de tanques com profundidade de 1,2 m, para atender a cada 10.000<br />

cocos/dia, considerando quatro lavagens diárias de pó. O dreno deve ser protegido com<br />

tela fina para que o pó seja filtrado ao final da lavagem.<br />

Os tanques deverão estar localizados próximos ao pátio de secagem para facilitar<br />

o transporte do pó molhado.<br />

29


A água resultante do processo de lavagem do pó deve ser canalizada para a<br />

estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de efluentes ou para<br />

a rede de esgotamento sanitário.<br />

5.4. Pátio de secagem<br />

O pátio de secagem será feito de piso concretado com juntas de dilatação, ou<br />

asfaltado. Para a secagem de fibras e pó e fermentação/compostagem, são necessários a<br />

cada 1.000 cocos beneficiados diariamente, serão necessários 100 m 2 . Quanto maior a<br />

insolação no local menor a necessidade de pátio.<br />

5.5. Área de beneficiamento da fibra<br />

Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 9,00 x<br />

7,00m. Caso a área não seja contígua a uma parede que possa servir de anteparo para a<br />

fibra que é expelida do classificador é necessária a construção de uma gaiola de tela.<br />

Na área de beneficiamento da fibra serão instalados:<br />

1. Peneira Tipo Túnel de 5 M comprimento com malha de 30mm para Fibra.<br />

2. Prensa Hidráulica 20 T para Fibra do Coco. Dois cilindros hidráulicos, dupla ação.<br />

Haste de 2” x 0,90. Um comando dois elementos. Motor de 5cv II pólos.<br />

Dimensões: L:1,12 C:4,20 A:1,35 P:500 Kg. Produção estimada 20 a 24 fardos por<br />

dia de dimensão: 0,60x0,75x0,75 com peso de 40 a 60 kg.<br />

5.6. Área de beneficiamento do substrato<br />

Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 10,00 x<br />

4,00m. Localizada próximo às baias de fermentação, para facilitar o transporte do<br />

substrato.<br />

Nessa área estarão instalados:<br />

1. Peneira Vibratória com 3 crivos diferentes 2,5 – 5 – 7,5 mm. Motor 1,5 cv IV pólos<br />

com massa excêntrica de 800 gramas.<br />

2. Balança mecânica com capacidade para 500kg e precisão de 100g.<br />

3. Máquina de costura portátil para sacaria.<br />

5.7. Secador<br />

Existem no mercado diversos tipos de secadores para este tipo de material, aqui<br />

recomendamos secadores contínuos do tipo tubular ou secadores tipo barcaça. O<br />

primeiro oferece vantagens de produtividade e uniformidade do processo de secagem e<br />

o segundo tem vantagens de custo inferior de instalação. Ambos podem ter como fonte<br />

de aquecimento a lenha ou a queima de gás natural ou GLP. As especificações da área<br />

de construção destinada a cada um dos equipamentos variarão conforme o fornecedor.<br />

5.8. Área de armazenagem<br />

Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e 400m 2 . O pé direito<br />

deve ser de 5m.<br />

30


5.9. Sistema de tratamento de efluentes<br />

A elevada concentração de matéria orgânica torna o líquido da casca do coco<br />

verde (LCCV) adequado para o tratamento anaeróbio, onde pode ser utilizado sistemas<br />

de alta taxa como os reatores anaeróbios de fluxo ascendente (RAFA ou UASB), ou<br />

sistemas de baixa taxa como as lagoas anaeróbia, dependendo da disponibilidade de<br />

área e mão de obra especializada para operação do sistema de tratamento. Vale ressaltar<br />

que, embora reatores anaeróbios possam ser operados com elevadas cargas orgânicas,<br />

eles não conseguem produzir efluente com parâmetros adequados para ser dispostos no<br />

meio ambiente, necessitando de pós-tratamento. Para tanto, podem ser utilizados<br />

sistemas aeróbios (lagoas de facultativas, de maturação ou polimento, lodos ativados)<br />

ou processos como leitos de secagem e disposição no solo. Deve-se levar em conta que<br />

sistemas de tratamento têm custo elevado, sendo necessário um estudo caso a caso para<br />

a adoção da solução ótima.<br />

6. OPERANDO OS EQUIPAMENTOS<br />

As máquinas que fazem o beneficiamento inicial da casca de coco só devem<br />

ser acionadas para processar no mínimo 1500 cocos, ou seja, meia hora de<br />

funcionamento. Tal procedimento é necessário para evitar o desgaste do equipamento<br />

com acionamentos constantes e reduzir o consumo de energia elétrica.<br />

A ligação das máquinas é feita no quadro de comando e deve seguir a ordem<br />

inversa da entrada das cascas para evitar engasgues. Dessa forma a ordem de ligação é a<br />

seguinte:<br />

1. Classificadora<br />

2. Prensa<br />

3. Triturador<br />

4. Esteira<br />

Somente após todos os equipamentos estarem em funcionamento na rotação<br />

adequada é que se dá início à alimentação das máquinas. Esse procedimento também<br />

visa evitar engasgues no equipamento.<br />

O procedimento de desligamento é feito de forma inversa. Após interromper a<br />

alimentação da esteira o operador irá observar se todo o produto que estava dentro das<br />

máquina foi expelido, ou seja:<br />

• O triturador não deve estar alimentando a prensa;<br />

• A prensa não deve estar alimentando o classificador;<br />

• O classificador não deve estar expelindo fibras ou pó.<br />

Tendo sido confirmado que as máquinas não tem mais produto em seu interior o<br />

operador irá começar o desligamento na seguinte ordem:<br />

1. Esteira<br />

2. Triturador<br />

3. Prensa<br />

4. Classificador<br />

31


Tabela 5. Ordem de partida e desligamento das máquinas.<br />

Ordem de Máquina Ordem de<br />

Partida<br />

Desligamento<br />

1º A – Selecionadora 4º<br />

2º B - Prensa 3º<br />

3º C – Triturador 2º<br />

4º D - Esteira 1º<br />

6.1. Manutenção<br />

Os equipamentos de beneficiamento de casca de coco verde são robustos, mas<br />

operam em condições de grande esforço mecânico. Dessa forma a manutenção<br />

constante é fundamental para que se evite quebras e ampliando a vida útil dos<br />

equipamentos, reduzindo assim custos e evitando acidentes.<br />

Antes do Acionamento do Equipamento<br />

1. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, as tensões das correias de<br />

acionamento, proceder o esticamento da mesma, se necessário, ou ainda sua<br />

substituição em situação de desgaste excessivo.<br />

2. Antes de ligar o equipamento deve ser feita uma inspeção nas máquinas para<br />

verificar a presença de materiais estranhos ou animais no interior das mesma, o que<br />

poderia provocar acidentes, ou contaminação do produto.<br />

3. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, o estado de conservação<br />

das facas e o seu aperto. Uma faca que se solte no interior do triturador em pleno<br />

funcionamento pode atravessar facilmente a carenagem do equipamento e ferir seu<br />

operador.<br />

4. Também deve ser observado o estado de, rolos, engrenagens, esteiras e correntes.<br />

Rachaduras no equipamento ou o rompimento de peças podem provocar acidentes<br />

sérios.<br />

Após o Acionamento dos Equipamentos<br />

1. O operado deve observar barulhos ou ruídos estranhos e desligar o equipamento<br />

imediatamente quando eles ocorrerem, buscando identificar sua origem e corrigir o<br />

problema antes do novo acionamento da máquina.<br />

2. Observar se a prensa não está travada<br />

3. Observar se não há obstruções no triturado ou classificador.<br />

Após o desligamento dos equipamentos<br />

1. Caso seja o final do turno de trabalho o operador deverá lavar o triturador, ou seja,<br />

com a máquina em funcionamento, colocar 2 baldes de água na boca alimentadora,<br />

esperar a expulsão do excesso de água e proceder o desligamento na ordem<br />

estabelecida.<br />

32


2. Ao final de cada dia deverá ser feita a lubrificação dos mancais e correntes,<br />

observando o estado dos gracheiros, rolamentos, engrenagens e partes que<br />

necessitem reaperto.<br />

3. Verificar se ficou algum material acumulado no interior dos equipamentos.<br />

6.2. Considerações sobre segurança<br />

O pessoal que irá trabalhar no beneficiamento da casca de coco verde deverá<br />

usar os seguintes equipamentos de proteção individual:<br />

• Luvas;<br />

• Avental de raspa de couro;<br />

• Protetor auricular;<br />

• Óculos de segurança;<br />

• Botas de borracha.<br />

Não deve ser permitido o uso de colares, pulseiras ou camisas de manga que<br />

representem risco de enganchamento nas máquinas, o que pode causar sérios acidentes.<br />

Também não deve ser permitida a presença de pessoas não capacitadas para a<br />

operação das máquinas na área de processamento. Os equipamento são de alta potência<br />

e podem causar graves acidentes a qualquer deslize ou uso indevido.<br />

Extintores e mangueiras de incêndio devem estar sempre disponíveis,<br />

principalmente na área de armazenagem, onde se concentra o material com baixa<br />

umidade.<br />

33


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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