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as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...

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INTRODUÇÃO<br />

Ao fim <strong>da</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> um domingo <strong>de</strong> Primavera, 13 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1917, <strong>no</strong> lugar <strong>de</strong> Aljustrel, Jacinta,<br />

uma pequena p<strong>as</strong>tora <strong>de</strong> sete a<strong>no</strong>s, aguar<strong>da</strong>va impacientemente que os pais regress<strong>as</strong>sem <strong>da</strong> feira <strong>da</strong><br />

Batalha, on<strong>de</strong> tinham ido <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong> comprar gado. Mal os viu surgir na curva <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> poeirenta,<br />

correu para a mãe, abraçou-se-lhe às pern<strong>as</strong> e disse:<br />

- "Ó mãe! Eu vi hoje Nossa Senhora na Cova <strong>da</strong> Iria!"<br />

- "Credo, filha! Estás uma boa santinha para veres Nossa Senhora", respon<strong>de</strong>u-lhe a mãe.<br />

- "M<strong>as</strong> eu vi-a, minha mãe", insistiu Jacinta.<br />

- "És bem doidinha, rapariga. Nem que Nossa Senhora te fosse aparecer a ti" i , retorquiu a mãe,<br />

pondo um ponto final na conversa.<br />

Assim começou a história <strong>de</strong> Fátima e, naturalmente, uma longa polémica sobre o que teria<br />

acontecido nesse domingo e se <strong>iria</strong> repetir <strong>no</strong>s di<strong>as</strong> 13 dos cinco meses seguintes, excepto em Agosto.<br />

Estariam <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>, Jacinta, Lúcia e Francisco, pura e simplesmente a mentir, ou teriam, <strong>de</strong> facto, visto<br />

uma mulher em cima <strong>de</strong> uma carr<strong>as</strong>queira, vesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> branco? ii E quem seria a mulher ?<br />

- "Se os cachopos viram uma mulher vesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> branco, quem po<strong>de</strong>ria ser senão Nossa<br />

Senhora?" iii <strong>de</strong>cidiu o pai <strong>de</strong> Jacinta.<br />

Em breve a discussão transbordou do nível familiar para o regional e, pouco <strong>de</strong>pois, para o<br />

nacional, <strong>da</strong>ndo origem a um imenso cortejo <strong>de</strong> crentes, <strong>de</strong>screntes e, principalmente, <strong>de</strong> oportunist<strong>as</strong> que,<br />

mais ou me<strong>no</strong>s indiferentes ao cerne <strong>da</strong> questão, viram na Cova <strong>da</strong> Iria uma segun<strong>da</strong> Lur<strong>de</strong>s, ou seja, uma<br />

<strong>no</strong>va fonte <strong>de</strong> rendimentos.<br />

Fosse qual fosse a sua natureza, o que aconteceu na Cova <strong>da</strong> Iria em 1917 é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente<br />

extraordinário e merece a melhor d<strong>as</strong> atenções.<br />

Se, como preten<strong>de</strong>u o senhor Marto - e a Igreja Católica <strong>iria</strong> corroborar alguns a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois com<br />

um fervor religioso tão exaltado quanto tardio – ali apareceu Nossa Senhora, é um acontecimento<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente extraordinário, mesmo consi<strong>de</strong>rando a frequência com que há dois mil a<strong>no</strong>s a Virgem<br />

vem aparecendo por todo o mundo, como crêem os fieis.<br />

Se, como querem alguns espírit<strong>as</strong>, <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> eram médiuns e o que viram foi uma alma<br />

<strong>de</strong>sencarna<strong>da</strong>, continua a ser um acontecimento ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente extraordinário, pese embora a<br />

frequência com que se diz que tais alm<strong>as</strong> visitam os inúmeros centros espírit<strong>as</strong> <strong>de</strong> todo o mundo.<br />

Se, como entretanto afirmam os ovnilogist<strong>as</strong>, o que se p<strong>as</strong>sou foi um contacto imediato do<br />

terceiro grau, continua a ser um acontecimento ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente extraordinário, mesmo consi<strong>de</strong>rando a<br />

frequência com que estes contactos têm ocorrido por todo o mundo, conforme afirmam os apaixonados<br />

por discos voadores e o cinema, a televisão e <strong>de</strong>mais media vêm documentando.<br />

M<strong>as</strong> se, como garantem alguns críticos, tudo não p<strong>as</strong>sou <strong>de</strong> um colossal embuste arquitectado por<br />

alguns padres e que, treze a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois, a Igreja teve <strong>de</strong> aceitar e <strong>de</strong>clarar como milagre, nem por isso<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um acontecimento ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente extraordinário, não <strong>as</strong> teofani<strong>as</strong>, é claro, m<strong>as</strong> o<br />

in<strong>de</strong>smentível facto, que os críticos se esforçam por ig<strong>no</strong>rar, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50.000 pesso<strong>as</strong> estarem<br />

convict<strong>as</strong> <strong>de</strong> que, <strong>no</strong> dia 13 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1917, viram o sol rodopiar três vezes e precipitar-se sobre a<br />

terra para se <strong>de</strong>ter a curta distância d<strong>as</strong> cop<strong>as</strong> d<strong>as</strong> árvores, o que, para eventual <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong>sses críticos,<br />

é pouco frequente, embora não inédito, ao contrário dos embustes <strong>da</strong> Igreja que, para <strong>de</strong>leite dos mesmos,<br />

são prática vulgar.<br />

Fosse Nossa Senhora, fosse um espírito <strong>de</strong> luz, fosse um extraterrestre, fosse um embuste, o facto<br />

é que a Igreja Católica viu ali um excelente pretexto para eleger Fátima como símbolo vivo do<br />

restabelecimento em Portugal do seu po<strong>de</strong>r e do triunfo <strong>da</strong> fé sobre <strong>as</strong> forç<strong>as</strong> anticlericais que, durante<br />

mais <strong>de</strong> um século e meio, se tinham esforçado por <strong>de</strong>struir.<br />

M<strong>as</strong> essa eleição fez-se <strong>de</strong> forma tosca, ridícula, por vezes bl<strong>as</strong>fema até, inventando <strong>no</strong>v<strong>as</strong><br />

<strong>aparições</strong> e atribuindo a Nossa Senhora intenções que <strong>de</strong> forma alguma se coadunam com a i<strong>de</strong>ia que se<br />

faz <strong>da</strong> principal figura feminina do Cristianismo; refiro-me, concretamente, aos sacrifícios <strong>de</strong> extrema<br />

cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> que, diz a Igreja, os pobres vi<strong>de</strong>ntes suportaram, alegremente, em troca d<strong>as</strong> graç<strong>as</strong> que Deus<br />

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