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as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...

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IV<br />

OS ACONTECIMENTOS,<br />

SEGUNDO OUTRAS VERSÕES<br />

Vejamos, agora, outr<strong>as</strong> versões que sobre estes acontecimentos têm vindo a lume.<br />

A VERSÃO DO EMBUSTE<br />

Tudo não p<strong>as</strong>sou <strong>de</strong> um colossal embuste ensaiado por padres que, inspirados <strong>no</strong>s c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> La<br />

Salette e <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, quiseram fazer fortuna, foi a versão que imediatamente foi posta a correr m<strong>as</strong> que,<br />

em boa ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouco eco encontrou na maioria dos portugueses, mesmo dos pouco crédulos.<br />

Tomáz <strong>da</strong> Fonseca cxcii preten<strong>de</strong> que três sacerdotes, Manuel Marques Ferreira, pároco <strong>de</strong> Fátima,<br />

um tal Benevenuto <strong>de</strong> Sousa, que cl<strong>as</strong>sifica <strong>de</strong> fanático, <strong>as</strong>tuto e gran<strong>de</strong> empresário <strong>de</strong> santuários, e Abel<br />

Ventura do Céu Faria, prior <strong>de</strong> Seiça, <strong>de</strong>cidiram promover um<strong>as</strong> <strong>aparições</strong> com intuitos meramente<br />

lucrativos. "Como, porém, rebent<strong>as</strong>se a gran<strong>de</strong> guerra <strong>de</strong> 1914, os trabalhos <strong>da</strong> empresa foram<br />

suspensos até 1917 ", diz o autor cxciii , m<strong>as</strong> sem explicar porquê, como se impunha, já que um<strong>as</strong><br />

<strong>aparições</strong> divin<strong>as</strong> num país em guerra po<strong>de</strong>riam ser benéfic<strong>as</strong> para o moral d<strong>as</strong> trop<strong>as</strong> e os bolsos dos três<br />

padres. Entretanto, terão escolhido um local, <strong>no</strong> Chão d<strong>as</strong> Mai<strong>as</strong>, concelho <strong>de</strong> Tomar, para palco d<strong>as</strong><br />

<strong>aparições</strong> <strong>da</strong> que <strong>iria</strong> ser a Senhora dos Catorze, o dia escolhido para a primeira teofania, m<strong>as</strong> o<br />

proprietário dos terre<strong>no</strong>s correu com eles e interditou-lhes a entra<strong>da</strong>. Decidiram-se, então, pela Cova <strong>da</strong><br />

Iria.<br />

O pároco <strong>de</strong> Fátima foi encarregado <strong>de</strong> escolher três crianç<strong>as</strong> e <strong>de</strong> <strong>as</strong> preparar para representarem<br />

o papel <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ntes, servindo-se, para tal, <strong>da</strong> força persu<strong>as</strong>iva <strong>da</strong> confissão, <strong>da</strong> catequese e do livro <strong>de</strong><br />

terror já citado anteriormente, Missão Abrevia<strong>da</strong> cxciv , tendo a escolha recaído sobre três peque<strong>no</strong>s<br />

p<strong>as</strong>tores, Lúcia, Jacinta e Francisco. Quanto ao momento propício para <strong>as</strong> <strong>aparições</strong>, diz o autor que os<br />

sacerdotes tiveram <strong>de</strong> esperar que a guerra <strong>de</strong>sse sinais <strong>de</strong> acabar, o que se verificou <strong>no</strong> início <strong>de</strong> 1917<br />

cxcv .<br />

Tomaz <strong>da</strong> Fonseca afirma que a "pessoa que os p<strong>as</strong>tores viram, junto à Cova <strong>da</strong> Iria, não era a<br />

mãe <strong>de</strong> Deus" m<strong>as</strong> sim a "esposa do coronel Genipro", um oficial do Exército que, na altura, an<strong>da</strong>va na<br />

região em trabalhos <strong>de</strong> cartografia cxcvi .<br />

Em 1971, João Ilharco, outro crítico <strong>de</strong> Fátima, publicou um livro on<strong>de</strong> retoma esta tese, m<strong>as</strong><br />

preferiu substituir a esposa do militar por uma imagem <strong>da</strong> igreja <strong>da</strong> freguesia, cuja voz era simula<strong>da</strong> por<br />

um padre; afirma que os relâmpagos eram provocados por espelhos, o milagre do sol um fenóme<strong>no</strong><br />

natural aumentado pela sugestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do lugar e <strong>da</strong> multidão, e os outros fenóme<strong>no</strong>s pura invenção <strong>de</strong><br />

pesso<strong>as</strong> cren<strong>de</strong>ir<strong>as</strong> cxcvii .<br />

A versão <strong>da</strong> imagem será igualmente perfilha<strong>da</strong> por Frei Bento Domingues, que acrescenta que a<br />

mesma foi feita pelo santeiro <strong>de</strong> Braga. É, pelo me<strong>no</strong>s, o que <strong>no</strong>s diz o Padre Mário <strong>de</strong> Oliveira cxcviii , que,<br />

<strong>no</strong> entanto, não crê em mulheres <strong>de</strong> militares, nem em figur<strong>as</strong> <strong>de</strong> santos, nem, naturalmente, em Nossa<br />

Senhora, m<strong>as</strong> sim … em fant<strong>as</strong>m<strong>as</strong>; em sua opinião, "<strong>as</strong> três crianç<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sustad<strong>as</strong>, quer por catequeses<br />

terrorist<strong>as</strong> que os pregadores <strong>da</strong> Missão Abrevia<strong>da</strong> se fartavam <strong>de</strong> produzir <strong>no</strong>s púlpitos (…) quer pel<strong>as</strong><br />

terríveis <strong>no</strong>tíci<strong>as</strong> que chegavam <strong>da</strong> Primeira Guerra Mundial (…) viram e ouviram (…) os fant<strong>as</strong>m<strong>as</strong><br />

que o seu inconsciente e o inconsciente d<strong>as</strong> populações católic<strong>as</strong> e não católic<strong>as</strong> portugues<strong>as</strong><br />

carregavam" cxcix .<br />

Quanto ao milagre do sol, diz este padre progressista ser "uma narrativa em tudo idêntica às<br />

narrativ<strong>as</strong> <strong>de</strong> milagres que os fanáticos dos cultos em honra d<strong>as</strong> <strong>de</strong>us<strong>as</strong> d<strong>as</strong> religiões agrári<strong>as</strong> e précristãs<br />

do Paganismo [é, na sua opinião, o c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> Senhora <strong>de</strong> Fátima] não se cansavam <strong>de</strong> proclamar<br />

aos quatro ventos, na esperança <strong>de</strong> <strong>as</strong>sim conseguirem <strong>no</strong>vos a<strong>de</strong>ptos" cc .<br />

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