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as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...

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A Igreja não fez alterações significativ<strong>as</strong> na imagem inicial <strong>da</strong> Senhora, à excepção <strong>da</strong> saia, ou<br />

vestido, que os vi<strong>de</strong>ntes tinham dito <strong>da</strong>r-lhe pelos joelhos, m<strong>as</strong> ao qual o Dr. Formigão, muito<br />

pudicamente, achou por bem … <strong>de</strong>itar a bainha abaixo cxiv . De facto, este cónego, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> interrogar <strong>as</strong><br />

crianç<strong>as</strong> em 27 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1917, p<strong>as</strong>sou a escrito <strong>as</strong> pergunt<strong>as</strong> e respost<strong>as</strong> e termi<strong>no</strong>u o texto com <strong>as</strong><br />

su<strong>as</strong> impressões sobre o <strong>as</strong>sunto, uma d<strong>as</strong> quais refere, textualmente, que “Nossa Senhora não po<strong>de</strong>,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, apparecer senão o mais <strong>de</strong>cente e mo<strong>de</strong>stamente vesti<strong>da</strong>. O vestido [<strong>de</strong>veria] <strong>de</strong>scer até<br />

perto dos pés” cxv .<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, a Igreja sempre silenciou o intrigante facto <strong>da</strong> Senhora aparentar, apen<strong>as</strong>,<br />

quinze a<strong>no</strong>s e não medir mais <strong>de</strong> um metro e <strong>de</strong>z <strong>de</strong> altura, o que, em boa ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, faz <strong>de</strong>la uma<br />

adolescente afecta<strong>da</strong> por grave na<strong>no</strong>ssomia.<br />

Lúcia<br />

Relativamente à principal vi<strong>de</strong>nte, a Igreja achou por bem fazer remontar o prenúncio do seu<br />

<strong>de</strong>sti<strong>no</strong> místico à primeira comunhão, tinha ela seis a<strong>no</strong>s.<br />

Na véspera, a criança foi rezar a Nossa Senhora do Rosário e quando lhe pediu que guard<strong>as</strong>se,<br />

para Deus, o seu coração, pareceu-lhe que a imagem “se sorria e que, com um olhar e gesto <strong>de</strong> bon<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(…) dizia que sim”. Alguns a<strong>no</strong>s mais tar<strong>de</strong>, um piedoso jesuíta, o padre Fernando Leite, terá achado<br />

pouco e afirmou: “Ao faze-lo [consagrar-se à Virgem Santíssima] a imagem <strong>da</strong> Senhora do Rosário (…)<br />

ganhou vi<strong>da</strong> e sorriu-lhe docemente” cxvi .<br />

No dia seguinte, após a comunhão, Lúcia pediu a Deus que fizesse <strong>de</strong>la uma santa e que guard<strong>as</strong>se<br />

só para si o seu coração sempre puro. “Aqui, escreve ela, pareceu-me que o <strong>no</strong>sso bom Deus me disse (…)<br />

est<strong>as</strong> distint<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>: A graça que hoje te é concedi<strong>da</strong> permanecerá viva em tua alma, produzindo<br />

frutos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> eterna “ cxvii , uma expressão perfeitamente compreensível para uma pobre garota <strong>de</strong> seis<br />

a<strong>no</strong>s, rural e analfabeta …<br />

Depois <strong>de</strong>ste episódio maravilhoso, a criança iniciou a sua vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> p<strong>as</strong>tora e <strong>de</strong> santa. Diz ela ter<br />

perdido o gosto pel<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> do mundo e só se sentir bem em lugares solitários on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse recor<strong>da</strong>r <strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>líci<strong>as</strong> <strong>da</strong> primeira comunhão cxviii ; porém, mais adiante, contradiz-se ao afirmar que ninguém acreditava<br />

que fosse capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>as</strong> fest<strong>as</strong> <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Junho, que <strong>de</strong>corriam em Fátima em honra <strong>de</strong> Santo António,<br />

para ir até à Cova <strong>da</strong> Iria aguar<strong>da</strong>r a segun<strong>da</strong> aparição <strong>da</strong> Senhora! cxix<br />

Até a família <strong>da</strong> crianç<strong>as</strong> se santificou. Diz a Irmã Lúcia que, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> ceia seguia-se a reza<br />

entoa<strong>da</strong> pelo pai cxx , que ela própria diz, mais à frente, ter "caido <strong>no</strong>s laços <strong>de</strong> uma triste paixão" cxxi , o<br />

que está <strong>de</strong> acordo com o Cónego Formigão, segundo o qual o Abóbora rar<strong>as</strong> vezes ia à igreja e<br />

costumava embriagar-se cxxii . M<strong>as</strong> não foi só o pai que recebeu dons celestiais: um irmão <strong>de</strong> Lúcia, apesar<br />

<strong>de</strong> ser um saudável mancebo e <strong>de</strong> Portugal estar em guerra, ficou livre <strong>da</strong> tropa graç<strong>as</strong> … ao bom<br />

Deus! cxxiii<br />

No meio <strong>de</strong>st<strong>as</strong> contradições surgem algum<strong>as</strong> incorrecções e falsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Diz a Irmã Lúcia que foi<br />

ouvi<strong>da</strong> pela primeira vez, pelo Pároco <strong>de</strong> Fátima, em 11 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1917 cxxiv , quando <strong>de</strong> facto o foi em<br />

Maio <strong>de</strong>sse a<strong>no</strong> cxxv ; diz que a mãe a mandou para a escola cxxvi ; não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>; na época, a única escola<br />

que a garota po<strong>de</strong>ria ter frequentado apen<strong>as</strong> admitia crianç<strong>as</strong> do sexo m<strong>as</strong>culi<strong>no</strong>.<br />

Diz a Irmã Lúcia que, obe<strong>de</strong>cendo aos imperativos <strong>da</strong> Senhora, ela e os outros dois vi<strong>de</strong>ntes<br />

p<strong>as</strong>saram a fazer inúmeros sacrifícios em reparação dos pecados com que Deus era ofendido. Embora os<br />

<strong>de</strong>screva mais em relação aos seus primos do que ao seu miserável ser, como gosta <strong>de</strong> se referir, conta<br />

que um <strong>de</strong>sses sacrifícios consistia <strong>no</strong> uso permanente <strong>de</strong> uma cor<strong>da</strong> com nós, aperta<strong>da</strong> em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong><br />

cintura cxxvii ; outro, era flagelarem-se n<strong>as</strong> pern<strong>as</strong> com urtig<strong>as</strong> cxxviii ; outro ain<strong>da</strong>, sem dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

eficácia para a reparação dos pecados, era apanharem borbolet<strong>as</strong> e, <strong>de</strong>pois, fazerem o sacrifício <strong>de</strong> <strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>ixar fugir! cxxix<br />

Em A Vi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Fátima Dialoga e Respon<strong>de</strong> pel<strong>as</strong> Aparições, Seb<strong>as</strong>tião Martins dos Reis, a<br />

propósito <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>nte recor<strong>da</strong>r, a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pois, algum<strong>as</strong> <strong>da</strong>t<strong>as</strong> relativ<strong>as</strong> à sua vi<strong>da</strong>, escreve, arrebata<strong>da</strong>mente:<br />

“sempre triunfante e firme a memória <strong>de</strong> Lúcia” cxxx . De facto, a Irmã Lúcia <strong>de</strong>ve ter sido dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma<br />

excelente memória, pois que na sua obra consegue recor<strong>da</strong>r tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> letr<strong>as</strong> d<strong>as</strong> canções que, vinte e seis<br />

a<strong>no</strong>s antes, era ain<strong>da</strong> analfabeta, ela e os primos costumavam cantar. M<strong>as</strong> aqui contou com a aju<strong>da</strong> dos<br />

céus, conforme ela mesma confessa ao dizer, qual evangelista dos tempos mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>s, que agra<strong>de</strong>ce “a<br />

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