as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...
as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...
as aparições da cova da iria - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Jacinta <strong>de</strong> Jesus Marto era prima <strong>de</strong> Lúcia e n<strong>as</strong>ceu em 11 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1910, também em<br />
Aljustrel, filha <strong>de</strong> Manuel Pedro Marto, homem “<strong>de</strong>m<strong>as</strong>ia<strong>da</strong>mente crente – se não alucinado”, na opinião<br />
do Pároco <strong>de</strong> Fátima xxi , e <strong>de</strong> Olímpia <strong>de</strong> Jesus.<br />
Era uma criança bonita, tími<strong>da</strong>, <strong>de</strong> feições <strong>de</strong>licad<strong>as</strong>, alegre, folgazã, e que, tal como a prima, cedo<br />
começou a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> p<strong>as</strong>tora. Nos interrogatórios a que foi sujeita revelou uma fraca e confusa memória, já<br />
que esquecia e confundia muito do que a Senhora dizia a Lúcia.<br />
Em Outubro <strong>de</strong> 1918, uma broncopneumonia, <strong>de</strong>pois a tuberculose, prostrou-a na cama, m<strong>as</strong>,<br />
incompreensivelmente, só <strong>no</strong> Verão do a<strong>no</strong> seguinte foi interna<strong>da</strong> <strong>no</strong> hospital <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Ourém.<br />
Em 21 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1920 foi para Lisboa e alguns di<strong>as</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>u entra<strong>da</strong> <strong>no</strong> Hospital <strong>de</strong> D. Estefânia,<br />
on<strong>de</strong> faleceu em 20 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong>sse a<strong>no</strong>.<br />
Francisco<br />
O único protagonista do sexo m<strong>as</strong>culi<strong>no</strong>, irmão <strong>da</strong> Jacinta, também p<strong>as</strong>tor, n<strong>as</strong>ceu em Aljustrel em<br />
11 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1908. Francisco dos Santos Marto era um garoto tacitur<strong>no</strong>, olhos parados e tão apagado<br />
que <strong>no</strong> célebre dia 13 <strong>de</strong> Outubro p<strong>as</strong>sou <strong>de</strong>spercebido <strong>da</strong> maior parte dos jornalist<strong>as</strong> xxii . O seu contributo<br />
para a história <strong>de</strong> Fátima foi praticamente nulo.<br />
Por ser rapaz e a escola <strong>da</strong> região, na época, apen<strong>as</strong> admitir alu<strong>no</strong>s do sexo m<strong>as</strong>culi<strong>no</strong>, foi o<br />
primeiro dos vi<strong>de</strong>ntes que começou a apren<strong>de</strong>r a ler e escrever, seguindo, <strong>as</strong>sim, <strong>as</strong> instruções <strong>da</strong> Senhora;<br />
porém, adoeceu na mesma altura <strong>da</strong> irmã e faleceu, ain<strong>da</strong> antes <strong>de</strong>sta, em Aljustrel, em 4 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong><br />
1919.<br />
* * *<br />
No seu Estudo apologético sobre os vi<strong>de</strong>ntes, <strong>da</strong>tado <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1917, o Dr. Formigão diz<br />
estar certo <strong>da</strong> sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong> d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>, que, em sua opinião, eram perfeitamente <strong>no</strong>rmais, em na<strong>da</strong><br />
diferindo d<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> <strong>da</strong>quele meio rural, nem em inteligência, nem em religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não mostravam<br />
sinais <strong>de</strong> perturbação mental, nem <strong>de</strong> exaltação religiosa, nem a mínima inclinação para o misticismo;<br />
Jacinta e Francisco ain<strong>da</strong> nem tinham feito a primeira comunhão e a sua prática religiosa limitava-se às<br />
miss<strong>as</strong> dominicais e ao terço, que costumavam rezar m<strong>as</strong> sem qualquer recolhimento, antes com<br />
frequentes distracções, como é próprio <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> <strong>no</strong>rmais. Muito embora a mãe <strong>de</strong> Lúcia costum<strong>as</strong>se<br />
ler-lhe a Missão Abrevia<strong>da</strong> xxiii e contar a história <strong>da</strong> aparição <strong>de</strong> La Salette, a criança nunca se mostrou<br />
minimamente impressiona<strong>da</strong> com esses relatos xxiv . E até o ar beato que mostram em algum<strong>as</strong> fotografi<strong>as</strong>,<br />
afinal não p<strong>as</strong>sava <strong>de</strong> pose estu<strong>da</strong><strong>da</strong> xxv .<br />
Por outro lado, nem <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> nem os seus familiares tiraram qualquer proveito material dos<br />
acontecimentos; não aceitavam dinheiro nem ofert<strong>as</strong> valios<strong>as</strong> e os vi<strong>de</strong>ntes, sempre que podiam,<br />
escondiam-se d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que os queriam interrogar; e quando tinham <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, faziam-<strong>no</strong> com<br />
candura, singeleza e sem consciência nem vai<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> importância que os fieis lhes atribuíam xxvi .<br />
PRIMEIRA APARIÇÃO<br />
No dia 13 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1917, <strong>as</strong> três crianç<strong>as</strong> an<strong>da</strong>vam pela Cova <strong>da</strong> Iria a guar<strong>da</strong>r <strong>as</strong> ovelh<strong>as</strong><br />
quando, por volta d<strong>as</strong> 13 hor<strong>as</strong><br />
11<br />
xxvii e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem rezado o terço, foram surpreendid<strong>as</strong> por um<br />
relâmpago; embora o céu estivesse limpo, recearam que chovesse, pelo que começaram a reunir o<br />
rebanho a fim <strong>de</strong> regressarem a c<strong>as</strong>a.<br />
Novo relâmpago e, subitamente, Lúcia e Jacinta viram uma mulher em cima <strong>de</strong> uma<br />
carr<strong>as</strong>queira xxviii ; <strong>as</strong>sustad<strong>as</strong>, começaram a correr. Francisco, porém, na<strong>da</strong> viu e quando a prima o alertou<br />
para o que se p<strong>as</strong>sava, disse para atirar uma pedra à aparição xxix , o que Lúcia não fez talvez porque,<br />
entretanto, a Senhora <strong>as</strong> tinha tranquilizado, dizendo:<br />
- "Não tenham medo que eu não vos faço mal" xxx .