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GEOMORFOLOGIA - seplan - Governo do Estado do Tocantins

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Zoneamento Ecológico-Econômico Geomorfologia - SB.22-Z-B (Xambioá)<br />

3.1 – Unidades morfoclimáticas<br />

3<br />

Unidades Morfoclimáticas e Evolução <strong>do</strong> Relevo<br />

Não se dispõem de da<strong>do</strong>s suficientes para se<br />

compartimentar a área em questão em unidades<br />

morfoclimáticas, já que tal compartimentação implica<br />

em regiões maiores e na disponibilidade de grande<br />

quantidade de da<strong>do</strong>s meteorológicos. Entretanto, faz-<br />

se uma análise geral da atuação <strong>do</strong>s paleoclimas por<br />

meio das evidências deixadas no relevo e uma<br />

caracterização <strong>do</strong> clima atual <strong>do</strong>minante na região.<br />

CASSETI (1994) afirma que a evolução <strong>do</strong> relevo,<br />

analisada ao longo <strong>do</strong> tempo geológico, necessariamente<br />

incorpora o antagonismo determina<strong>do</strong> pela forças<br />

endógenas, comandadas pelas atividades tectônicas, e<br />

exógenas, relativas aos processos morfoclimáticos.<br />

O estu<strong>do</strong> da evolução <strong>do</strong> relevo tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong><br />

por estu<strong>do</strong>s relativos aos paleoclimas. Salienta CASSETI<br />

(1994), que as extensas superfícies horizontalizadas ou<br />

aplainadas, constatadas em maior extensividade na<br />

região central <strong>do</strong> Brasil, não estão associadas ao clima<br />

subúmi<strong>do</strong> atual. As suas formações superficiais,<br />

caracterizadas por seqüências concrecionais,<br />

denominadas de bancadas ferruginosas ou detríticas,<br />

encontram-se vinculadas a efeitos paleoclimáticos.<br />

Afirma ainda o autor que tanto a fisionomia <strong>do</strong> relevo<br />

quanto os depósitos correlativos são justifica<strong>do</strong>s por<br />

processos morfoclimáticos pretétritos, cujo material<br />

desagrega<strong>do</strong> que capeia tais aplainamentos resultou de<br />

um clima agressivo, ou mais especificamente, um clima<br />

seco, ári<strong>do</strong> ou semi-ári<strong>do</strong>.<br />

Na área recoberta pela Folha Xambioá, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Tocantins</strong>, tem-se evidências <strong>do</strong>s efeitos paleoclimáticos<br />

em todas as Unidades geomorfológicas mapeadas. Na<br />

Depressão <strong>do</strong> Araguaia e nas Chapadas <strong>do</strong> Meio Norte<br />

17<br />

a horizontalidade das extensas superfícies atestam que<br />

estas foram elaboradas durante um clima seco, com<br />

pre<strong>do</strong>mínio da desagregação mecânica das rochas, cujos<br />

detritos, em épocas de chuvas torrenciais características<br />

de climas semi-ári<strong>do</strong>s, teriam preenchi<strong>do</strong> as depressões<br />

<strong>do</strong> terreno, elaboran<strong>do</strong> os pediplanos ou as grandes<br />

superfícies de aplainamento. As partes elevadas <strong>do</strong>s<br />

Planaltos Residuais <strong>do</strong> Araguaia, embora mais<br />

resistentes aos processos erosivos mais agressivos,<br />

devi<strong>do</strong> a resistência litológica, apresentam em seus topos<br />

feições aplainadas, que atestam a atuação desses<br />

paleoclimas.<br />

A dissecação, embora incipiente na maior parte da área<br />

pediplanada, demonstra os efeitos <strong>do</strong> clima subúmi<strong>do</strong><br />

atual, responsável por maior entalhamento <strong>do</strong>s talvegues<br />

e pela presença de interflúvios de menores dimensões <strong>do</strong><br />

que nas áreas mais conservadas das superfícies de<br />

aplainamento. No capítulo referente à evolução <strong>do</strong> relevo<br />

serão considera<strong>do</strong>s, de forma mais específica, os efeitos<br />

<strong>do</strong>s paleoclimas na elaboração e na evolução <strong>do</strong> relevo<br />

da área.<br />

Para MOREIRA (1977), “a influência combinada da<br />

temperatura-umidade sobre a pe<strong>do</strong>gênese constitui<br />

aspecto a ser considera<strong>do</strong>, pois, nos Cerra<strong>do</strong>s, a<br />

decomposição da matéria orgânica e sua acumulação<br />

podem exercer influência sobre o escoamento, reduzin<strong>do</strong>-<br />

o ou intensifican<strong>do</strong>-o através <strong>do</strong> poder de alteração <strong>do</strong><br />

húmus sobre as formações subjacentes e como<br />

absorvente das águas caídas no solo”.<br />

Observa-se que no Cerra<strong>do</strong> o processo de humificação<br />

é prejudica<strong>do</strong> pelas elevadas temperaturas durante a<br />

estação seca, momento em que o solo encontra-se<br />

exposto e ressequi<strong>do</strong>.

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