GEOMORFOLOGIA - seplan - Governo do Estado do Tocantins

Projeto de Gestão Ambiental Integrada - Bico do Papagaio
De modo geral, a drenagem encontra-se caracterizada
por cursos intermitentes, no período de execução do
trabalho de campo (novembro), desprovidos de água. Nas
depressões em que ocorre acúmulo de argila constata-
se presença de água.
Nas imediações da localidade de Trecho Seco, no
extremo norte da área em questão, próximo ao ribeirão
Ronca, mantêm-se o predomínio de formas suavemente
convexizadas (c1.7) em arenitos da Formação Motuca.
Verifica-se presença freqüente de níveis de pedimentação
e bajadas. A cobertura vegetal é exuberante,
correspondendo a Floresta Ombrófila Aberta Submontana
(TOCANTINS, 2002a). Registra-se em diversos locais o
processo de desmatamento e queimadas, em alguns
locais com a presença de carvoeiras, conforme pode
ser visto na Foto 12.
Conforme se observou na introdução da presente Folha,
a tipologia da vegetação apresenta uma certa
correspondência com os aspectos morfopedológicos da
área. Desse modo, constata-se a presença do Cerrado
Típico no domínio das Areias Quartzosas e de manchas
de Floresta Ombrófila Aberta Submontana no domínio
dos Podzólicos Vermelho-escuro e Podzólicos Vermelho-
amarelos.
2.4.4 - Planícies e Terraços Fluviais
A denominação da Unidade guarda relação ao fato de
predominarem feições associadas a processos de
acumulação recente em áreas planas, sujeitas a
inundações periódicas, correspondendo às várzeas
atuais, denominadas planícies. Vinculam-se também às
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feições ligadas a acumulação fluvial de forma plana,
levemente inclinada, apresentando ruptura de declive em
relação ao leito do rio e às várzeas recentes situadas
em nível inferior, entalhada devido às mudanças de
condições de escoamento e conseqüente retomada de
erosão, os denominados terraços.
Representa a Unidade azonal registrada em alguns
trechos do rio Araguaia, como ao longo de suas inflexões
tecto-estruturais (confluências com o ribeirão Curicacas
ou Sucupira, rio Corda, ribeirão Xambioazinho e
principalmente entre a ilha Barreira Branca e a foz do rio
Muricizal).
Pela disposição geomorfológica entende-se que tais
planícies representam antigas margens côncavas do rio
Araguaia determinadas por angularidades tectônicas, que
foram gradativamente retilinizadas pelo processo natural
da meandração. O estrangulamento de pedúnculos
implicou na formação de meandros abandonados, os
quais gradativamente foram sendo inumados por
seqüências aluvionares associadas aos períodos de
cheias. A maior evidência nesse sentido pode ser sentida
no trecho entre a ilha Barreira Branca e a confluência
com o ribeirão Muricizal onde, além da significativa
extensão da disposição aluvial atual, constata-se a
presença de considerável terraço, cuja origem
provavelmente encontra-se vinculada a última fase
interglacial (Mindel-Riss). Observa-se que a formação
de lagos semi-circulares associados à disposição dos
sedimentos (cordões arenosos) comprova tais relações
com os meandros abandonados, ainda não totalmente
inumados.