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Sem título-10 - Arquivo Nacional

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R V O<br />

Uma vez terminado o tráfico intercontinental<br />

de escravos, a<br />

reposição dessa mão-de-obra<br />

estava comprometida, ou melhor,<br />

eliminada. Seu preço subiu com rapidez,<br />

e nas províncias do sul, Rio de Janeiro –<br />

Vale do Paraíba – e São Paulo – região<br />

oeste –, a expansão do café exigia dos<br />

senhores maior quantidade de<br />

trabalhadores, de modo a produzir mais<br />

para ganhar mais, sendo o produto<br />

perecível e de cultivo delicado.<br />

Rapidamente o tráfico inter-regional de<br />

escravos tornou-se grande negócio, tanto<br />

para quem vendia – pequenos<br />

proprietários em decadência –, quanto<br />

para quem comprava – donos de grandes<br />

faixas de terras e escravarias, que<br />

precisavam de mais trabalhadores para<br />

Luiz Luiz Alberto Alberto Couceiro Couceiro<br />

Couceiro<br />

Mestrando de Pós-Graduação em Sociologia<br />

e Antropologia – IFCS/UFRJ.<br />

Reinventando o Cativeiro,<br />

Construindo a Emancipação<br />

Escravos, senhores e lógicas de sociabilidade<br />

em fazendas de café (Sudeste, 1860-1888)<br />

aumentar a sua produção.<br />

A cada ano aumentava o número de<br />

escravos nascidos no Brasil, em relação<br />

aos nascidos na África, e os cafeicultores<br />

conseguiam cada vez maiores<br />

empréstimos, sobretudo de acordo com<br />

o número de escravos que possuíam,<br />

dando a escravaria como garantia aos<br />

bancos, que teriam, assim, maior<br />

probabilidade de retorno financeiro.<br />

Desse modo, os bancos emprestavam<br />

dinheiro a prazos longos – 15 anos – e<br />

sob condições bem favoráveis aos<br />

senhores de escravos cafeicultores do<br />

sudeste. A partir de 1870, iniciou-se uma<br />

intensa movimentação de compra e<br />

venda de escravos, pois vários<br />

cafeicultores acreditavam na queda dos<br />

Acervo, Rio de Janeiro, v. 15, nº 2, p. 17-32, jul/dez 2002 - pág.17

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