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f i n a n c i a m E n t o Apostando no Uruguai BNDES abre escritório no Uruguai e representante do banco fala sobre a importância do país para as empresas brasileiras Chefe de Departamento do futuro escritório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Uruguai, Leonardo Botelho Ferreira afirma que o Uruguai é um dos principais destinos de financiamentos do banco para as empresas brasileiras. Ao todo, foram destinados, na última década, US$ 85 bilhões, mas, tudo indica que esse volume subirá para os próximos anos, sobretudo em razão da demanda por investimentos em infra-estrutura no país. Botelho Ferreira conversou com a Revista da <strong>FCCE</strong> sobre as atividades do banco no país. O escrito do BNDES em Montevidéu será o primeiro do banco fora do Brasil. Por que a escolha do Uruguai? Botelho Ferreira - Isso se dá em razão de ser a sede do Mercosul e da Aladi, além de vários outros organismos com sede por lá. Tudo isso facilitará o desenvolvimento das relações institucionais do banco com organismos públicos e privados. O escritório será aberto no início de 2009. 44 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • U r U g U a i Então essa iniciativa é estratégica? Botelho Ferreira - Sim, com certeza. A partir deste escritório, a gente vai desenvolver com todos os países da região. Em que consistirá o plano de ações desse escritório do BNDES no país? Botelho Ferreira - Na realidade, a gente vai alavancar, a exemplo de outros bancos de desenvolvimento do mundo, a presença das empresas brasileiras no país e na região do entorno. Lá estaremos
acompanhando e proporcionando facilidades para os contatos das empresas com os clientes do Uruguai, seja por intermédio de serviços, seja por intermédio do comércio, dentro das linhas de exportação de bens e serviços brasileiros e também de financiamento ao investimento direto no exterior. Estes são os dois produtos do BNDES mais adequados para a atuação das nossas empresas no exterior. Quantas empresas já receberam financiamentos do BNDES para atuarem no Uruguai? Botelho Ferreira - Muitas. O BNDES já apoiou, no Uruguai, as exportações de produtos de empresas brasileiras de grande porte, como a Marco Pólo, operações de infra-estrutura de construtoras brasileiras, como a OAS e a Odebrecht. O setor de engenharia civil é muito competitivo no Uruguai e as nossas construtoras têm aproveitado as oportunidades de expansão dos investimentos em infra-estrutura que estão ocorrendo no Uruguai. Como vão os investimentos brasileiros no setor de construção no Uruguai? Botelho Ferreira - Como eu falei, o Uruguai demanda investimentos em infraestrutura, em setores como o elétrico, de saneamento, de transporte e construção de rodovias, além do abastecimento de água e o banco está pronto para atender as necessidades exportadoras brasileiras. O BNDES já apoiou a construção de uma nova linha termelétrica do Uruguai, e, neste ano, o banco está apoiando a OAS na renovação da infra-estrutura de distribuição de gás residencial em Montevidéu, onde toda a tubulação existente na cidade está sendo trocada. Em cifras, quanto o BNDES já desembolsou para investimentos de empresas brasileiras no Uruguai? Botelho Ferreira - Nos últimos dez anos, o BNDES disponibilizou, em financiamentos, cerca de US$ 85 milhões em investimentos no Uruguai. É um volume expressivo. O Uruguai se tornou, nos últimos anos, um dos principais destinos das exportações do BNDES. Em termos absolutos, esse valor é pequeno em comparação a outros países, mas os financiamentos se dão Integração latino-americana em proporção ao tamanho do país. Dentro da sua proporcionalidade, o Uruguai recebe mais investimentos do que o Chile e a Venezuela, por exemplo, o que demonstra a importância que este país tem tido nos últimos anos para as empresas brasileiras de exportação de bens e serviços. O presidente Luciano Coutinho defendeu que os países da América Latina intensifiquem seus esforços de integração como forma de ajudar a mitigar os efeitos da crise financeira internacional sobre suas economias. “A preservação do crescimento na América Latina é importante para o equilíbrio da economia mundial”, afirmou durante apresentação na reunião anual do Idea, entidade que reúne os principais representantes do empresariado e do sistema financeiro argentino. “É preciso mais solidariedade e mais integração na América Latina”, disse Coutinho durante o encontro realizado no mês de outubro na cidade de Mar del Plata, na Argentina. Ao longo de sua exposição, o presidente do BNDES apresentou dados sobre a situação da economia brasileira e o Banco. Ele afirmou que, apesar da crise, os bancos públicos brasileiros vem conseguindo atuar de maneira anticíclica para assegurar a disponibilidade de crédito e garantir a realização de investimentos. Para Coutinho, o êxito do leilão de rodovias realizado em outubro é exemplo do resultado dos trabalhos pela integração. Segundo ele, o sucesso da iniciativa é uma “demonstração inequívoca de que o suporte das instituições públicas viabiliza a realização de investimentos”. Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • U r U g U a i 45
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