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P a i n E l ii Energia em pauta Expositores debatem o papel do setor energético nas relações Brasil-Uruguai Da esquerda para direita: German Riet, José Augusto de Castro, embaixador Ernesto Rubarth, Evandro Daltro e Clóvis Corrêa de Queirós O Painel II do Seminário teve como tema: As relações Brasil – Uruguai nos setores de: construção civil, petróleo, e fontes alternativas de energia.Investimentos de empresas uruguaias no Brasil. O presidente do painel foi o embaixador Ernesto Rubarth, secretário de Estado de Assuntos Internacionais do Rio de Janeiro, e teve como moderado, José Augusto de Castro, vicepresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Para fazer as exposições, estiveram presentes: Clóvis Corrêa de Quei- rós, gerente-Geral da Petrobras– Uruguai; German Riet, vice-presidente da ANCAP (Administración Nacional de Combustibles, Alcohol y Portland); e Evandro Daltro, gerente-geral da Construtora OAS no Uruguai. O presidente do painel, embaixador Ernesto Rubarth, iniciou os trabalhos do painel fazendo comentários gerais sobre o tema proposto para a sessão. Para ele, há uma tendência, dentro do relacionamento econômico-social para o intercâmbio Brasil-Uruguai, ao desequilíbrio em favor do lado brasileiro. Contudo, 26 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • U r U g U a i ele afirmou que há um compromisso e entendimento no sentido de se tentar reverter essa tendência. “Com o objetivo de promover esse equilíbrio comercial, há mecanismos novos de incentivos, tanto na parte comercial quanto na parte de investimentos. Segundo dados do MRE (Ministério das Relações Exteriores), cresce a presença de investimentos brasileiros no Uruguai, sobretudo nas áreas de energia (derivados de petróleo, distribuição de gás), bebidas, tecidos, frigoríficos e metalurgia. E, com este objetivo de estimular este equilíbrio comercial maior, foram assinados entre Brasil e Uruguai, no ano passado, cinco acordos voltados para investimentos brasileiros nas áreas de indústrias têxtil, auto-peças, biocombustíveis, mineração e energia”, detalhou Rubarth.
Ele lembrou que um dos principais setores de investimentos brasileiros no Uruguai está na área de gás natural. “A BR Distribuidora (empresa de distribuição de combustíveis subsidiária da Petrobras) adquiriu duas outras empresas uruguaias ao longo dos últimos anos. Há, também, grandes perspectivas de novas jazidas e reservas na área de gás natural no Uruguai. Na área de biocombustíveis, há algumas informações que indicam que a possibilidade de se plantar uma variedade de cana-de-açúcar para climas temperados, e na área de energia elétrica, há estudos e conversações de se estabelecer uma nova linha de transmissão de energia elétrica entre Brasil e Uruguai”, disse o diplomata, acrescentando que existe um bom clima de entendimento e um conjunto de medidas práticas que favorecem o relacionamento mais harmônico, sobretudo nos setores de energia. Após a sua breve exposição, Rubarth passou a palavra para o gerente Geral da Petrobras no Uruguai, Clóvis Corrêa de Queirós. Petrobras De início, Queirós fez uma apresentação do perfil da Petrobras, informando que a estatal é, hoje, uma empresa integrada de energia e com uma atuação definida no setor de petróleo, tanto na área produção e exploração em terra como em offshore. “A Petrobras tem 14 refinarias, com a capacidade instalada de produção de refino de 2 milhões de barris de petróleo por dia. Transportamos petróleo e derivados numa frota de 150 navios. Temos cerca de sete mil postos de gasolina e também atuamos na área de petroquímica. No gás natural, nós atuamos em toda a cadeia (exploração, produção e transporte), e mais recentemente, entramos no setor de gás liquefeito, com a instalação e inauguração de um terminal de regaseificação no porto de Pecém, no Ceará, nordeste do Brasil. E, na área de renováveis, a empresa exerce com eficácia a política de energia alternativa capitaneada pelo governo brasileiro”, disse o gerente da Petrobras. Para o setor de infra-estrutura, principalmente na área de dutos, Queirós afirmou que a companhia tem instalados nove mil quilômetros de dutos, transportando, principalmente, etanol. “A Petrobras é uma empresa de energia que busca atuar não só no Brasil, mas em âmbito mundial e, como é uma empresa da América do Sul, busca a integração regional através da energia que eu creio que é fundamental para o desenvolvimento do continente”. A Petrobras tem atuação em 27 países, onde atua nas áreas comercial, de exploração e pesquisa. “A Petrobras é uma empresa de energia que busca atuar não só no Brasil, mas em âmbito mundial e, como é uma empresa da América do Sul, busca a integração regional através da energia que eu creio que é fundamental para o desenvolvimento do continente” Clóvis Corrêa de Queirós Petrobras no Uruguai A presença da Petrobras no Uruguai se dá, conforme informou Queirós, pelas vantagens apresentadas pelo país vizinho no campo da estabilidade política e social, pela seguridade jurídica, pelo potencial de crescimento com inflação controlada. “São dados que favorecem a entrada de investimentos”, classificou. Outro fator de destaque no Uruguai, apontado pelo palestrante, é a parte de infra-estrutura de telecomunicações e transportes. Além José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB, presidiu o Painel II disso, o gerente da Petrobras disse que o país vizinho tem uma malha rodoviária bastante eficiente. “A qualidade das rodovias uruguaias é realmente muito boa, principalmente se comparadas às nossas”. A Petrobras tem três empresas no Uruguai: uma empresa de distribuição de combustíveis, que foi comprado da Ancap, empresa estatal de energia uruguaia, e que trata da distribuição de combustíveis de avião e de navios, e, também, lubrificantes. A estatal brasileira também marca presença, por intermédio de duas empresas, no setor de distribuição de gás natural, que é proveniente da Argentina. Queirós revelou que a Petrobras investe na modernização das estações de serviços e infra-estrutura de logística, com o objetivo de garantir o suprimento de fertilizantes. Ainda no setor de infra-estrutura, ele informou que a empresa está fazendo a modernização da rede de tubulação de gás são 260 km dentro da cidade de Montevidéu. “Estamos investindo, também, na ampliação e na modernização da rede de gás natural em Montevidéu. Essa rede é bastante antiga, com mais de 60 anos”, avaliou o gerente da Petrobras. Dentro desse projeto, a Petrobras buscou contatos com Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • U r U g U a i 27
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