Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
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fazer mais amável, mais caro aos nossos corações: “Quanto<br />
mais Ele se humilha por mim, diz ainda S. Bernardo, tanto mais<br />
eu o amo”.<br />
Lá encontramos enfim um mo<strong>de</strong>lo a seguir. O Altíssimo, o<br />
Rei do céu reduzido ao estado mais humil<strong>de</strong>! uma criancinha<br />
em extrema indigência; nessa gruta em que acaba <strong>de</strong> nascer<br />
quer começar a ensinar-nos com seu exemplo, continua o<br />
mesmo Santo, aquilo que mais tar<strong>de</strong> nos ensinará dizendo:<br />
Apren<strong>de</strong>i <strong>de</strong> mim que sou manso e humil<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração. Peçamos<br />
a <strong>Jesus</strong> e Maria nos iluminem.<br />
Quem não sabe que Deus é incomparavelmente o primeiro,<br />
o mais nobre <strong>de</strong> todos os seres, do qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> toda a<br />
nobreza? Ele é <strong>de</strong> infinita gran<strong>de</strong>za. E in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte; não recebeu<br />
<strong>de</strong> ninguém a sua gran<strong>de</strong>za, mas a possui em si mesmo. É<br />
o Senhor do universo; todas as criaturas lhe obe<strong>de</strong>cem. O Apóstolo<br />
tinha pois razão <strong>de</strong> dizer: A Deus pertence toa a honra<br />
e glória. Para curar o homem do vício do orgulho e remediar a<br />
<strong>de</strong>sgraça em que o orgulho o havia precipitado, esse gran<strong>de</strong><br />
Deus dignou-se dar-lhe o exemplo da humilda<strong>de</strong>, assim como<br />
para <strong>de</strong>sapegá-lo dos bens terrenos lhe <strong>de</strong>u, como vimos na<br />
consi<strong>de</strong>ração prece<strong>de</strong>nte, o exemplo da pobreza.<br />
O primeiro e o maior exemplo <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> da parte do<br />
Verbo eterno foi <strong>de</strong> se fazer homem e revestir-se da nossa natureza<br />
e <strong>de</strong> nossas misérias. “Quem veste roupa <strong>de</strong> outrem, diz<br />
Cassiano, oculta-se sob essa roupa; assim <strong>Jesus</strong> Cristo ocultou<br />
sua natureza divina sob a humil<strong>de</strong> veste da carne humana”. “Ó<br />
maravilha, exclama S. Bernardo, a Majesta<strong>de</strong> se uniu à lama, o<br />
po<strong>de</strong>r à fraqueza, o que há <strong>de</strong> mais sublime ao que há <strong>de</strong> mais<br />
baixo! E maravilha mais estupenda ainda, não contente <strong>de</strong> se<br />
fazer criatura, esse Deus quis ainda parecer pecador revestin-<br />
I.<br />
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