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Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus

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mais longe: “Sofrer, dizia ela, e não morrer!” isto é: Meu <strong>Jesus</strong>,<br />

<strong>de</strong>sejo o paraíso para vos amar com mais perfeição; porém<br />

<strong>de</strong>sejo ainda mais sofrer para compensar em parte o amor que<br />

me <strong>de</strong>monstrastes pa<strong>de</strong>cendo tanto por mim! — A venerável<br />

irmã Maria Crucificada da Sicília amava igualmente os sofrimentos<br />

a tal ponto que costumava dizer: “É belo o paraíso;<br />

mas lá falta uma coisa: a dor”. O exemplo <strong>de</strong> S. João da Cruz<br />

não é menos admirável: Quando <strong>Jesus</strong> lhe pareceu com a cruz<br />

às costas e lhe disse: “João, pe<strong>de</strong>-me o que quiseres”; o Santo<br />

só pediu sofrimentos e <strong>de</strong>sprezos: “Senhor, respon<strong>de</strong>u ele, pa<strong>de</strong>cer<br />

e ser vilipendiado por vós!” Domine, pati et contemni pro<br />

te.<br />

Se não temos coragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejar e pedir sofrimentos,<br />

procuremos ao menos aceitar com resignação os que Deus nos<br />

envia para o nosso bem: “On<strong>de</strong> está Deus, diz Tertuliano, está<br />

também a paciência”. Dai-me uma alma que sofre com resignação,<br />

que eu lá encontrarei certamente Deus. O Salmista <strong>de</strong>clarou<br />

que o Senhor se apraz em estar perto das almas aflitas;<br />

mas isso enten<strong>de</strong>-se somente daquelas que suportam suas<br />

penas com paciência e sabem resignar-se à vonta<strong>de</strong> divina. E<br />

a essas almas que Deus faz gozar a verda<strong>de</strong>ira paz, que consiste<br />

unicamente, como ensina S. Leão, em unir a nossa vonta<strong>de</strong><br />

à <strong>de</strong> Deus. A conformida<strong>de</strong> à vonta<strong>de</strong> divina, observa S.<br />

Boaventura, é como o mel que torna doces e amáveis também<br />

as coisas amargas. A razão disso é que, quem obtém tudo o<br />

que quer, nada mais tem a <strong>de</strong>sejar, e por isso, diz S. Agostinho,<br />

<strong>de</strong>ve ser feliz. Assim, quem não quer senão o que Deus<br />

quer, está sempre contente, porque então obtém tudo o que<br />

<strong>de</strong>seja, pois que nada acontece que não seja querido por Deus.<br />

E quando Deus nos envia cruzes <strong>de</strong>vemos não só resignar-nos<br />

à vonta<strong>de</strong> divina, mas também agra<strong>de</strong>cer-lhe; pois é<br />

isso um sinal <strong>de</strong> que Ele nos quer perdoar os nossos pecados<br />

e salvar-nos do inferno que temos merecido. Quem ofen<strong>de</strong>u a<br />

Deus <strong>de</strong>ve ser castigado mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>; peçamos-<br />

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