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Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus

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gon <strong>de</strong> Ostia, em toda a vossa vida só vos posso encontrar na<br />

cruz. A cruz em que <strong>Jesus</strong> morreu esteve sempre presente a<br />

seu espírito para atormentá-lo. Nem o sono, diz Belarmino, livrava<br />

o seu coração <strong>de</strong>ssa terrível visão.<br />

Porém o que encheu <strong>de</strong> amarguras a vida <strong>de</strong> nosso Re<strong>de</strong>ntor,<br />

bem mais do que as dores <strong>de</strong> sua Paixão, foi a vista<br />

dos pecados que os homens cometeriam mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua<br />

morte. Os nossos pecados foram outros tantos carrascos que o<br />

fizeram viver em contínua agonia e sob o peso <strong>de</strong> terrível tristeza<br />

que seria suficiente por si só a fazê-lo morrer a cada instante.<br />

Esse é também o pensamento <strong>de</strong> Léssio: a vista da ingratidão<br />

dos homens, diz ele, causava <strong>de</strong> per si a <strong>Jesus</strong> uma<br />

dor capaz <strong>de</strong> fazê-lo morrer mil vezes.<br />

Os flagelos, a cruz, a morte, não eram, aos olhos <strong>de</strong> nosso<br />

Salvador, objetos odiosos; ao contrário, eram-lhe caros e Ele<br />

os queria e <strong>de</strong>sejava. Ele mesmo espontaneamente se ofereceu<br />

a sofrê-los, dizia Isaías; Ele não <strong>de</strong>u a vida contra a vonta<strong>de</strong>,<br />

mas por própria escolha, como no-lo dá a enten<strong>de</strong>r com as<br />

palavras: Eu dou a minha vida por minhas ovelhas. Que digo?<br />

o seu mais ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo no e curso <strong>de</strong> sua vida, foi <strong>de</strong> ver<br />

chegar o tempo <strong>de</strong> sua Paixão, em que <strong>de</strong>via cumprir-se a re<strong>de</strong>nção<br />

dos homens; daí o que Ele disse na véspera <strong>de</strong> sua<br />

morte: Desejei ar<strong>de</strong>ntemente comer esta páscoa convosco. Daí<br />

ainda aquele suspiro com que procurava, ao que parece, aliviar<br />

seu coração da espera <strong>de</strong>masiado longa: “Devo ser batizado<br />

com um batismo; e quão gran<strong>de</strong> é a minha ansieda<strong>de</strong>, até que<br />

ele se conclua!” É preciso que eu seja mergulhado no batismo<br />

<strong>de</strong> meu próprio sangue, não para lavar a minha alma, mas para<br />

purificar minhas ovelhas das manchas <strong>de</strong> seus pecados; e<br />

quanto me sinto tomado do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ver chegada a hora <strong>de</strong><br />

ver-me exangue e morto sobre a cruz! — O que afligia <strong>Jesus</strong><br />

não era o temor da morte, diz S. Ambrósio; era a <strong>de</strong>mora do<br />

nosso resgate.<br />

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