Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
sei; se no passado desprezei a vossa graça, agora a aprecio mais do que todos os reinos da terra. Amo-vos de toda a minha alma, ó Deus digno de amor infinito, e desejo viver unicamente para amar-vos. Dai-me mais chamas, dai-me mais amor. Lembrai-me sempre o amor que me tivestes, a fim que meu coração arda sem cessar de amor por vós, como o vosso arde de amor por mim. — Ó Coração de Maria, abrasai de santo amor o meu pobre coração. MEDITAÇÃO VIII. TRÊS FONTES DE GRAÇAS QUE TEMOS EM JESUS CRISTO. Haurietis aquas in gaudio de fontibus Salvatoris. Hauríreis com alegria das fontes do Salvador (Is 12,3). Temos em Jesus Cristo três fontes de graças. A primeira é uma fonte de misericórdia, na qual podemos purificar-nos de todas as manchas dos nossos pecados; essa feliz fonte o nosso amantíssimo Salvador a formou com seu próprio sangue: Ele nos amou, diz S. João, e nos purificou de nossos pecados no seu sangue. Meu caro Salvador, quanto vos devo! fizestes por mim o que um servo não teria feito por seu senhor, nem um filho por seu pai. Ah! não posso viver sem vos amar, pois, por vosso amor, me pusestes na doce necessidade de amar-vos. I. II. 234
A segunda fonte e uma fonte de amor. A quem medita os sofrimentos e as humilhações suportadas por Jesus Cristo desde o seu nascimento até a sua morte por amor de nós, é impossível não se sentir abrasado desse belo fogo que o Filho de Deus veio acender sobre a terra nos corações dos homens. Assim as águas dessa fonte salutar lavam as nossas almas e as inflamam. Fazei, pois, ó meu Jesus, que o sangue que derramastes por mim não só me lave de todas as faltas com que vos ofendi, mas ainda me inflame de santo ardor por vós; fazei que tudo esqueça para pensar unicamente em amar a vós, meu Deus, que sois digno de amor infinito! A terceira fonte é uma fonte de paz; é o que significam as palavras do Salvador: Se alguém tem sede, venha a mim. Se alguém deseja a paz, venha a mim que sou o Deus da paz. — A paz que Nosso Senhor dá às almas que o amam não é a que o mundo promete oferecendo-lhes os prazeres dos sentidos ou os bens temporais, coisas que não podem contentar o coração do homem; a paz que Deus dá a seus servos é uma paz verdadeira, plena, que enche o coração, e que excede a todos os gozos, de que as criaturas possam ser fontes: Quem beber da água que eu lhe der, já não terá sede. São palavras do Salvador. Quem ama verdadeiramente a Deus, renuncia a tudo, despreza tudo, e não procura outra coisa senão Deus. Sim, meu Deus, quero só a vós e nada mais. Houve um tempo em que eu procurava outros bens fora de vós: mas quando penso na injúria que vos fiz, preferindo a vós bens vis e passageiros, quisera morrer de dor. Reconheço o meu erro, e arrependo-me de todo o coração. Reconheço também que mereceis todo o meu amor; repito e espero repetir sempre nesta vida e na outra: Meu Deus! meu Deus, só a vós quero e nada III. 235
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A segunda fonte e uma fonte <strong>de</strong> amor. A quem medita os<br />
sofrimentos e as humilhações suportadas por <strong>Jesus</strong> Cristo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu nascimento até a sua morte por amor <strong>de</strong> nós, é<br />
impossível não se sentir abrasado <strong>de</strong>sse belo fogo que o Filho<br />
<strong>de</strong> Deus veio acen<strong>de</strong>r sobre a terra nos corações dos homens.<br />
Assim as águas <strong>de</strong>ssa fonte salutar lavam as nossas almas e<br />
as inflamam.<br />
Fazei, pois, ó meu <strong>Jesus</strong>, que o sangue que <strong>de</strong>rramastes<br />
por mim não só me lave <strong>de</strong> todas as faltas com que vos ofendi,<br />
mas ainda me inflame <strong>de</strong> santo ardor por vós; fazei que tudo<br />
esqueça para pensar unicamente em amar a vós, meu Deus,<br />
que sois digno <strong>de</strong> amor infinito!<br />
A terceira fonte é uma fonte <strong>de</strong> paz; é o que significam as<br />
palavras do Salvador: Se alguém tem se<strong>de</strong>, venha a mim. Se<br />
alguém <strong>de</strong>seja a paz, venha a mim que sou o Deus da paz. —<br />
A paz que Nosso Senhor dá às almas que o amam não é a que<br />
o mundo promete oferecendo-lhes os prazeres dos sentidos ou<br />
os bens temporais, coisas que não po<strong>de</strong>m contentar o coração<br />
do homem; a paz que Deus dá a seus servos é uma paz verda<strong>de</strong>ira,<br />
plena, que enche o coração, e que exce<strong>de</strong> a todos os<br />
gozos, <strong>de</strong> que as criaturas possam ser fontes: Quem beber da<br />
água que eu lhe <strong>de</strong>r, já não terá se<strong>de</strong>. São palavras do Salvador.<br />
Quem ama verda<strong>de</strong>iramente a Deus, renuncia a tudo,<br />
<strong>de</strong>spreza tudo, e não procura outra coisa senão Deus.<br />
Sim, meu Deus, quero só a vós e nada mais. Houve um<br />
tempo em que eu procurava outros bens fora <strong>de</strong> vós: mas<br />
quando penso na injúria que vos fiz, preferindo a vós bens vis e<br />
passageiros, quisera morrer <strong>de</strong> dor. Reconheço o meu erro, e<br />
arrependo-me <strong>de</strong> todo o coração. Reconheço também que mereceis<br />
todo o meu amor; repito e espero repetir sempre nesta<br />
vida e na outra: Meu Deus! meu Deus, só a vós quero e nada<br />
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