Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
pecadores, e revestido dessa carne aparecer no mundo sob as aparências dum pecador como todos os outros? Ah! meu Jesus, quando vos somos obrigados! e eu mais do que os outros, eu que vos ofendi mais do que os outros! Se meu não viésseis salvar, que seria de mim eternamente? Quem poderia livrar-me das penas que mereço? Sêde para sempre bendito e louvado por tão grande caridade! O Filho de Deus vem pois do céu para unir-se à natureza humana, vem levar uma vida de penas, vem morrer na cruz por amor dos homens; e os homens que nisso crêem, poderiam amar um outro objeto fora desse Deus encarnado? Ó Jesus, meu Salvador, quero amar unicamente a vós. Só vós me amastes, só a vós quero amar. Renuncio a todos os bens criados; vós só me bastais, ó Bem imenso, infinito! Se no passado vos desgostei, sinto agora viva dor, para compensar de certo modo a pena que vos causei. Ah! não permitais que no futuro eu corresponda com ingratidão ao amor com que me tendes amado. Não, meu Jesus, fazei que vos ame, e depois tratai-me como vos aprouver. Ó bondade infinita! ó amor infinito! não quero mais viver sem vos amar. — Ó Maria, Mãe de misericórdia, peço-vos só uma graça: fazei que eu ame sempre o meu Deus. 224
MEDITAÇÃO III. MOTIVOS DE CONFIANÇA QUE NOS DÁ A ENCARNAÇÃO DO VERBO Quomodo non etiam cum illo omnia nobis donavit? Como não nos deu, com seu Filho, todas as coisas? Considera, minha alma, como o Pai eterno, dando-nos seu dileto Filho para ser nosso Redentor, não podia proporcionarnos mais poderosos motivos de confiança em sua misericórdia e de amor à sua infinita bondade: não podia com efeito dar-nos uma prova mais certa do desejo que tem do nosso bem, e do amor imenso que nos consagra, pois que dando-nos seu unigênito Filho, nada mais tem a dar. Ó Deus eterno, que todos os homens louvem vossa caridade sem limites! Como não nos deu também com ele todas as coisas? Tendo-nos Deus dado o seu Filho, que ama como a si próprio, podemos acaso temer nos recuse ele qualquer bem que lhe peçamos? Depois de nos dar seu unigênito Filho, Deus não recusará o perdão das nossas culpas, se as detestarmos; não nos recusará a graça de resistir às tentações, se lha pedirmos; não nos recusará seu santo amor, se o desejarmos; finalmente não nos recusará o paraíso, contanto que não nos tornemos indignos dele pelo pecado. Jesus mesmo no-lo garante com as palavras: Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele vo-la dará. I. II. 225
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pecadores, e revestido <strong>de</strong>ssa carne aparecer no mundo sob as<br />
aparências dum pecador como todos os outros?<br />
Ah! meu <strong>Jesus</strong>, quando vos somos obrigados! e eu mais<br />
do que os outros, eu que vos ofendi mais do que os outros! Se<br />
meu não viésseis salvar, que seria <strong>de</strong> mim eternamente? Quem<br />
po<strong>de</strong>ria livrar-me das penas que mereço? Sê<strong>de</strong> para sempre<br />
bendito e louvado por tão gran<strong>de</strong> carida<strong>de</strong>!<br />
O Filho <strong>de</strong> Deus vem pois do céu para unir-se à natureza<br />
humana, vem levar uma vida <strong>de</strong> penas, vem morrer na cruz por<br />
amor dos homens; e os homens que nisso crêem, po<strong>de</strong>riam<br />
amar um outro objeto fora <strong>de</strong>sse Deus encarnado?<br />
Ó <strong>Jesus</strong>, meu Salvador, quero amar unicamente a vós. Só<br />
vós me amastes, só a vós quero amar. Renuncio a todos os<br />
bens criados; vós só me bastais, ó Bem imenso, infinito! Se no<br />
passado vos <strong>de</strong>sgostei, sinto agora viva dor, para compensar<br />
<strong>de</strong> certo modo a pena que vos causei. Ah! não permitais que no<br />
futuro eu corresponda com ingratidão ao amor com que me<br />
ten<strong>de</strong>s amado. Não, meu <strong>Jesus</strong>, fazei que vos ame, e <strong>de</strong>pois<br />
tratai-me como vos aprouver. Ó bonda<strong>de</strong> infinita! ó amor infinito!<br />
não quero mais viver sem vos amar. — Ó Maria, Mãe <strong>de</strong><br />
misericórdia, peço-vos só uma graça: fazei que eu ame sempre<br />
o meu Deus.<br />
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