Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
mais para si mesmos, mas para aquele que morreu por eles. Não é justo que Jesus Cristo seja o único Senhor de nosso coração, Ele que deu seu sangue e sua vida para conquistá-lo? O Cristo morreu e ressuscitou, ajunta o mesmo, a fim de reinar sobre os mortos e os vivos. Oh! Deus, qual seria o ingrato e o infeliz que, crendo pela fé que um Deus morreu para obter o seu amor, recusaria amá-lo e, renunciando a sua amizade, quereria tornar-se voluntariamente escravo do inferno? Afetos e Súplicas. Ó meu Jesus, se não tivésseis aceito e sofrido a morte por mim, eu permaneceria na morte do pecado, sem esperança de salvar-me nem de poder jamais amar-vos. Por vossa morte me restituístes a vida; mas eu a perdi depois voluntariamente e muitas vezes, tornando a pecar. Morrestes para ganhar o meu coração, e eu, com minhas rebeliões, o fiz escravo do demônio; eu vos tenho desprezado e recusado reconhecer-vos por meu Senhor. Tudo isso é verdade, mas é verdade também que não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva, e morrestes para dar-nos a vida. Arrependo-me de vos haver ofendido, meu caro Redentor; perdoai-me pelos méritos de vossa Paixão. Dai-me a vossa graça, dai-me a preciosa vida que me adquiristes com a vossa morte e reinai de hoje em diante plenamente em meu coração. Não quero mais estar sob o poder do demônio: ele não é o meu Deus, ele não me ama, ele nada sofreu por mim. O demônio nunca foi o legítimo possuidor do meu coração, ele o roubou; vós só, meu Jesus, vós só sois o seu verdadeiro dono, vós que me criastes e me resgatastes com o vosso sangue; só vós me tendes amado, e a que ponto! É pois justo que vos consagre sem reserva o resto de minha vida. Dizei o que quereis de mim, quero satisfazer-vos em tudo. Castigai-me como vos aprouver, submeto-me a tudo; poupai- 136
me somente o castigo de viver sem o vosso amor: fazei que vos ame e disponde de mim como vos aprouver. Ó Maria, meu refúgio e minha consolação, recomendai-me a vosso divino Filho: a sua morte e a vossa intercessão são todas as minhas esperanças. MEDITAÇÃO IX. Dilexit nos et tradidit semetipsum pro nobis. Ele nos amou e se entrou por nós (Ef 5,2). Considera que o Verbo eterno é Deus, o Ser infinitamente feliz em si mesmo, de sorte que não podia ser maior a sua felicidade: a salvação de todos os homens não podia aumentá-la nem diminuí-la; e não obstante Ele tanto fez e padeceu para salvar a nós, miseráveis vermes, que não podia fazer nem padecer mais, diz S. Tomás, se a sua felicidade dependesse da do homem. E de fato, se Jesus Cristo não tivesse podido ser feliz sem remir-nos, como poderia humilhar-se mais do que se humilhou, chegando a tomar sobre si as nossas enfermidades, os abaixamentos da infância, as misérias da vida humana, e uma morte tão cruel e ignominiosa? Só um Deus era capaz de amar-nos com tal excesso, a nós miseráveis pecadores, tão indignos de amor. Se Jesus Cristo, diz um piedoso autor, nos permitisse pedir-lhe as maiores provas de seu amor, quem jamais ousaria pedir-lhe que se fizesse criança como nós, se revestisse de todas as nossas misérias, se tornasse o mais pobre, o mais desprezado e o mais maltratado de todos os homens, até a morrer pela mão dos carrascos e à força de tormentos num patíbulo infame, amaldiçoado e abandonado por todos, mesmo por seu Pai eterno que abandonou o Filho para não nos abandonar em nossa ruína? 137
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mais para si mesmos, mas para aquele que morreu por eles.<br />
Não é justo que <strong>Jesus</strong> Cristo seja o único Senhor <strong>de</strong> nosso coração,<br />
Ele que <strong>de</strong>u seu sangue e sua vida para conquistá-lo? O<br />
Cristo morreu e ressuscitou, ajunta o mesmo, a fim <strong>de</strong> reinar<br />
sobre os mortos e os vivos. Oh! Deus, qual seria o ingrato e o<br />
infeliz que, crendo pela fé que um Deus morreu para obter o<br />
seu amor, recusaria amá-lo e, renunciando a sua amiza<strong>de</strong>,<br />
quereria tornar-se voluntariamente escravo do inferno?<br />
Afetos e Súplicas.<br />
Ó meu <strong>Jesus</strong>, se não tivésseis aceito e sofrido a morte por<br />
mim, eu permaneceria na morte do pecado, sem esperança <strong>de</strong><br />
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restituístes a vida; mas eu a perdi <strong>de</strong>pois voluntariamente e<br />
muitas vezes, tornando a pecar. Morrestes para ganhar o meu<br />
coração, e eu, com minhas rebeliões, o fiz escravo do <strong>de</strong>mônio;<br />
eu vos tenho <strong>de</strong>sprezado e recusado reconhecer-vos por meu<br />
Senhor. Tudo isso é verda<strong>de</strong>, mas é verda<strong>de</strong> também que não<br />
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morrestes para dar-nos a vida. Arrependo-me <strong>de</strong> vos haver ofendido,<br />
meu caro Re<strong>de</strong>ntor; perdoai-me pelos méritos <strong>de</strong> vossa<br />
Paixão. Dai-me a vossa graça, dai-me a preciosa vida que<br />
me adquiristes com a vossa morte e reinai <strong>de</strong> hoje em diante<br />
plenamente em meu coração. Não quero mais estar sob o po<strong>de</strong>r<br />
do <strong>de</strong>mônio: ele não é o meu Deus, ele não me ama, ele<br />
nada sofreu por mim. O <strong>de</strong>mônio nunca foi o legítimo possuidor<br />
do meu coração, ele o roubou; vós só, meu <strong>Jesus</strong>, vós só sois<br />
o seu verda<strong>de</strong>iro dono, vós que me criastes e me resgatastes<br />
com o vosso sangue; só vós me ten<strong>de</strong>s amado, e a que ponto!<br />
É pois justo que vos consagre sem reserva o resto <strong>de</strong> minha<br />
vida. Dizei o que quereis <strong>de</strong> mim, quero satisfazer-vos em tudo.<br />
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