Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
Encarnação, Infância e Nascimento de Jesus
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inferno, para ser nossa justiça, e nos permitir aspirar ao paraíso;<br />
a nós, pecadores, para ser nossa santificação, e nos conduzir<br />
à santida<strong>de</strong>; a nós, enfim, escravos do <strong>de</strong>mônio, para ser<br />
nossa re<strong>de</strong>nção, e nos restituir a liberda<strong>de</strong> dos filhos <strong>de</strong> Deus.<br />
Numa palavra, em <strong>Jesus</strong> Cristo fomos enriquecidos <strong>de</strong> todos os<br />
bens e <strong>de</strong> todas as graças; basta que as peçamos por seus<br />
méritos. Em todas as coisas fostes enriquecidos nele... <strong>de</strong> maneira<br />
que nada falta em graça alguma a vós.<br />
E esse dom que Deus nos fez <strong>de</strong> seu Filho, é um dom feito<br />
a cada um <strong>de</strong> nós, pois que ele o <strong>de</strong>u todo inteiro a cada um,<br />
como se tivesse dado a ele só; <strong>de</strong> sorte que cada um <strong>de</strong> nós<br />
po<strong>de</strong> dizer: <strong>Jesus</strong> Cristo é todo meu; o seu corpo e o seu sangue<br />
são meus; a sua vida, as suas dores, a sua morte, todos<br />
os seus méritos são meus. Eis por que S. Paulo dizia: Ele me<br />
amou e entregou-se por mim; e cada um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> dizer o<br />
mesmo: O meu Re<strong>de</strong>ntor me amou e levou esse seu amor até<br />
se dar todo a mim.<br />
Afetos e Súplicas.<br />
Ó Deus eterno, quem nos po<strong>de</strong>ria jamais ter feito esse<br />
dom <strong>de</strong> valor infinito, senão vós que sois um Deus <strong>de</strong> amor infinito?<br />
E que mais po<strong>de</strong>reis fazer, ó meu Criador, para inspirarnos<br />
confiança em vossa misericórdia, e obrigar-nos a amarvos?<br />
Senhor, tenho-vos pago com ingratidão; mas dissestes,<br />
pelo Apóstolo, “que tudo contribui em benefício dos que vos<br />
amam”. Sejam pois quais forem o número e a enormida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
meus pecados, não quero que <strong>de</strong>struam a minha confiança em<br />
vossa bonda<strong>de</strong>, mas quero que me sirvam para mais me humilhar<br />
quando receber alguma afronta ; ah! bem merece outras<br />
afrontas e outros <strong>de</strong>sprezos quem teve o atrevimento <strong>de</strong> ofen<strong>de</strong>r-vos,<br />
Majesta<strong>de</strong> infinita! Quero que me sirvam para suportar<br />
com mais paciência as cruzes que me enviar<strong>de</strong>s, para vos servir<br />
e honrar com mais zelo, a fim <strong>de</strong> reparar as injúrias que vos<br />
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