PEDRAS NIA BOTINA - Nosso Tempo Digital

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Nosso Tempo é uma Publicação da Editora Liberação Ltda Redaço e administração. Rua Edmundo de Barros, 830 Fone 72.1863 Foz do lguaçú- PR. Diretores proprietários: Juvêncio Mazzarollo AIu(zio Palmar J. Adelino de Souza Editor: Fábio Campana Representante emCuritiba: G. CADAMURÓ - Praça Zacarias 80 7° andar- Ci 708 Telefone 223-9524 4 SUCU Do NFERNO A sucessão de rebeliões nas penitenciárias de diversos Estados do Brasil é o clamor desesperado e fatalista que se levanta dos redutos onde a condição humana está reduzida à degradação mais horrorsa e completa. A mais enérgica entre todas as sublevações ocorridas nos últimos meses foi a da Penitenciária Central do Estado (PCE), do Paraná, localizada a 25 quilômetros de Curitiba , 4 quilômetros adiante da cidadezinha de Pira quara. Mas, onde quer que tenham ocorrido ou venham a ocorrer, as rebeliões dos presidiários constituem um mesmo e uníssono gri - to de desespero vomitado com ódio contra o barbarismo da situação em que são jogados os presos para expiarem suas culpas. Execrados pela sociedade, os criminosos são jogados às penitenciárias onde a vida vai quase que invariavelmente para a ruína total. Dessas sucursais do inferno ninguém sai ileso, e quem sai melhor do que entrou (fala-se em "recuperado para a sociedade"), é uma outra exceção. As cadeias, especialmente as que abrigam enormes concentrações de presos, constituem laboratórios de degradação e aviltamento da pessoa; são cursos de pósgraduação em criminalidade; são a feira permanente da bestialidade que contamina e se espalha como o gás, sem poupar ninguém. Não há pessoa que resista à ruptura, à desintegração do que lhe resta de equiibrio da personalidade quando submetida a anos e anos de massacrante rotina, de ódio, falta de espaço, maus tratos, condições de vida degradantes, riscos de vida permanentes, terror continuado ou ocasional... Esse ambiente só pode gerar monstros, loucos e seres inúteis para o resto da vida. O diretor da série "Bandidos da Falange' levada ao ar pela Rede Globo de Televisão, Luís Antônio Piá, confessou à "Folha de S. Pau/o" que ficou muito impressionado quando começou a pesquisar o ambiente carcerário: "Não pela violência - explicou -, mas pela fragilidade dos presidiários. Na verdade, são pobres-diabos sem alternativa, sem possibilidades de reali - zação. A violência é apenas a única resposta que encontram para sua situação" A sociedade, através do sistema penitenciário, não se limita a fazer justiça com os que cometem qualquer delito, e sim vinga -se deles com requintes de sadismo. Ao invés de simplesmente privar o delituoso da liberdade, como forma de penalização e proteção da segurança social, ele é levado ao aniquilamento de si mesmo. A prática de punir para corrigir e confinar para proteger a sociedade contra o crime, cometem-se contra a maioria dos presos crimes maiores que os cometidos por eles. O roubo de qualquer objeto, por exemplo, leva o ladrão a esses infernos que dificilmente o poupam da ruína pessoal definitiva. Desse modo, fica evidente que se dá mais valor ao objeto (furtado) do que á pessoa (o ladrão). As variações das penas estão unicamente no peri'odo de condenação, não havendo as mínimas diferenças de tratamento aos detentos. O debate que surge a luz das re- centes rebeliões nos carceres, e as solu- ções que começam a ser propostas têm infinitos pontos a analisar e, nisso, o ponto de partida deve necessariamente ser o reconhecimento de que o atual sistema penitenciário nada apresenta de correto a não ser alguns detalhes. Nem mesmo é capaz de desempenhar a contento a função de isolar o delituoso da sociedade, em primeiro lugar porque os grandes criminosos não vão ou não ficam no cárcere. Prisão é para pobre e ignorante, antes de qualquer coisa. frm segundo lugar, porque, se isolado por um tempo na prisão, o criminoso é devolvido ao meio social, que o recusa, muito mais perigoso ainda, Dat as penitenciárias não serem apenas ineficientes, mas contraproducentes O problema nunca foi levado a sério no Brasil. Nunca se pensou que valeria a pena investir maciça e seriamente no sistema penitenciário. Não temos pena de morte. Que Deus nos livre dela para sempre. Não será pela lei que se justificarão - atos que a própria lei proibe. É apenas uma questão de coerência - se não bastar a comprovação histórica do efeito negativo dessa prática. Em que pese haver condenações seculares, que ultrapassam o tempo de vida dos condenados, o Direito brasileiro adota a tese de que o criminoso é indistintamente alguém passível e possível de recuperação, e disso o sistema penal está encarregado. Se os resultados que o sistema penal alcança são, quase que invariavelmente, opostos aos objetivados, não significa que a tese esteja errada. É evidente que um tratamento como o dispensado pela Poli'cia Militar aos presos da PCE do Paraná (veja reportagem nesta edição) torna irrefutável a conclusão de que, no rumo da recuperação do presidiário, as autoridades e a polícia carcerária estão querendo chegar ao Pólo Norte pelo caminho do Pólo Sul. Seguramente, grande parte dos presos da PCE estão lá por crimes menores que os cometidos contra eles pela Polícia ao dominar a situação naquele caldeirão do diabo. Os presos estão pagando por seus erros sob um regime desumano e cruel, mas, e os policiais sádicos que espalharam tanto horror naquela operação, cumprirão alguma pena um dia? E não se pode esquecer que as tentativas de fuga e as rebeliões enfurecidas dos presos não são apenas justificáveis e perdoáveis, mas são indiscutivelmente, atitudes corretíssimas, pois em qualquer circunstância, todo ser vivo tem o direito de defender-se e contra-atacar quando é agredido. Muito bem! A PCE voltou ao cotttrole da Polícia Militar e da autoridade carcerária. Mas, a que custo? E agora? Até quando as armas, as chaves e as grades fortes manterão "tudo sob controle" - corno declaram os sádicos carrascos ? Nada mais haverá a fazer? Ou irão investir mais e mais em masmorras, em açougues humanos e cam- - pos de extermínio das multidões de delituosos que a sociedade em crise apenas começou a gerar? Um magistrado, que visitou este que vos fala aqui do cárcere nestes dias, disse que está faltando esta ins- crição na entrada da PCE: "Lasciatte ogni speranza voi ch 'intrate" - "deixai toda a esperança vós que entrais", frase que Dante "viu" escrita à entrada do Inferno, em sua epopéia "A Divina Comédia" O objetivo das penitenciárias é a diminuição da criminalidade. Ou não é esse o objetivo? Se é, então é preciso que se diga que as penitenciárias são um dos principais fatores de incremento ao crime. São universidades, com curso de pós-graduação e tudo, uma competência rara. Wo momento em que a sociedade brasileira vive uma verdadeira guerra civil não declarada, imposta pela criminalidade, quando a sociedade está em pânico por isso, é o momento de investir com coragem e na mais absoluta seriedade no sistema penitenciário. Qualquer iniciativa nesse sentido não pode fugir de alguns objetivos claros.' Cada presídio deve abrigar o menor número possível de detentos; cada casa deve ser especializada no tratamento de apenas um tipo de criminoso,, os presos devem ser separados por, categorias que levam em conta o tipo de crime, o grau de periculosidade do elemento, idade, grau de instrução e experiência de vida; o sis tema celular deve ser abolido e deve ser dado amplo espaço físico ao preso; a elíminação da ociosidade é essencialíssima; além de ocupação e trabalho (para o próprio sustento), os presos devem fazer cursos regulares e especializados, com psicólogos e professores, dentro do próprio presídio,' na volta à sociedade, o preso deve ter asseguradas alternativas seguras de viver digna e honestamente, merecendo acompanhamento e certa vigilância por determinado período; em geral, as penas impostas devem ser mais breves. A solução está nesse caminho. De outra forma, continuará eternamente atual a frase de Dostoievskí: "O famo 4 so sistema celular atinge, estou disto convencido, um fim enganador, aparente. Suga a seiva vital do indivíduo, enfraquece-lhe a alma, amesquinha-o, aterroriza-o, p, no fim, apresenta-no-lo como modelo de correção, de arrependimento, uma múmia moralmente dissecada e semi-louca." (Recordação da Casa dos Mortos). (Ju vêncio Mazzarollo) PRECISA-SE Estamos admitindo pessoas de qualquer sexo para exercer atividade no campo de vendas de publicidade em Foz do Iguaçu e região. Otima comissão. No se exige tempo integral. Interessados (as) tratar no jornal Nossa Tempo, sito à rua Edmundo de Barros, 830 Bairro Boicy, em Foz do Iguaçu. Horário: Apartir das 18 horas.
1 - ri AI IDEAL PARA LUA DE MEL Uma nova alternativa em termos de Hotel está surgindo em todo o país, exatamente para atender os gostos mais refinados, servindo como opção de fuga da sociedade de consumo. É/es estão numa situação oposta aos motéis de alta rotatividade, porquanto são mais para o descanso ou lazer. Esta nova versão de Hotel são lugares aprazíveis, dignos, descendentes de uma nova linhagem de centros de recreio habilitados a fazer bem ao corpo e a mente de quem os procura. O Hotel Bunga/ows, situado na saída de Foz do Iguaçu, logo depois da Polícia Rodoviária, possui todos os atributos desta última versão de hotéis alto estilo, que são: posicifo, espaço, intimidade, elegância e serviço. É uma síntese da exigência americana de acomodação e do gosto europeu quanto ao serviço. Um paradisíaco local de sonhos, composto por 25 apartamentos localizados em 40 mil metros quadrados de bosque, com uma vegetação tropical desenvolvida com muito bom gosto. Mal pode-se acreditar que tudo isso seja verdade. Seus apartamentos estão espalhados em pontos estudados previamente, mantendo uma razoável distância entre um e outro. Os chateaus possuem uma decoração de complexidade estonteante. A decoração é personalizada ou seja os apartamentos são decorados de forma diferente um do outro. Possuem sistema hidráulico frio-quente, telefone, ar condicionado de 12 mil BTUs, geladeira e circuito fechado de televisão, dando a possibilidade de escolher seu filme preferido. No Paraná, o Bungalows á o único hotel a possu7r tais características. É mais do que uma mudança de ambiente. Suas instalações são apropriadas para casais que querem um local de distinção, diferente, onde possam passar horas agradáveis e acordar com o canto de sabiás e outros pássaros típicos da região. Depois do amor ainda há o café da manhã servido na cama, pois o Sunga fows possui serviço de restaurante com cozinha internacional. uII •1..• i!1
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