Ensino Tamanduateí Utopia de um Rio Urbano tfg Danilo Zamboni ...

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a uma possível relação de distância. E esta busca pelo oposto do habitual é que nos faz reparar muito mais na volumetria do lugar quando sentados, é curioso isso; quanto mais baixo estamos, mais tentados a olhar para cima. E, novamente, neste desenho fica gritante a diferença de densidade construtiva entre as duas margens do rio. Os edifícios Mercúrio e São Vito despontam demais na paisagem por serem realmente os dois (um) únicos edifícios deste lado do rio. O Tamanduateí constituiu e ainda constitui de fato uma barreira na ocupação do território, pois são justamente estes dois edifícios que detêm um dos maiores dilemas de demolição ou readequação da cidade. Desenho 22: Poucos metros separam este desenho do anterior. Eu achei que não precisava necessariamente respeitar de forma ortodoxa regra dos 150 metros entre desenhos, mas sim que eles deveriam pegar os pontos mais significativos da paisagem. Levantei então de onde estava e atravessei a ponte, apoiando a prancheta no parapeito do lado oposto; impressionante como tão pouca distância pode alterar a paisagem desta forma. O rio apareceu novamente 59 na paisagem, marcante, determinante. É a estrutura da região que o nega com toda sua força, só falta enterrar, eliminar este estorvo fedorento. Bem à direita do desenho aparece nada menos que a foz do rio Anhangabaú, que até alguns anos atrás eu nem sabia que existia. Aliás, isso é bem comum na cidade, ruas e mais ruas, avenidas com nomes de rios, aparentemente deslocados de contexto mas que na verdade substituíram os rios, roubaram sua identidade. O edifício sobre ele ficou muito gravado na minha cabeça por causa disso, desde que voltou a aparecer na paisagem, depois de ter

Desenho 21 | 30 - Visita 06 - 03 de junho de 2010 Avenida do Estado, sentado no começo da ponte da Rua Paula Sousa. 60

a <strong>um</strong>a possível relação <strong>de</strong> distância.<br />

E esta busca pelo oposto do habitual é<br />

que nos faz reparar muito mais na vol<strong>um</strong>etria<br />

do lugar quando sentados, é<br />

curioso isso; quanto mais baixo estamos,<br />

mais tentados a olhar para cima.<br />

E, novamente, neste <strong>de</strong>senho fica<br />

gritante a diferença <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> construtiva<br />

entre as duas margens do rio.<br />

Os edifícios Mercúrio e São Vito <strong>de</strong>spontam<br />

<strong>de</strong>mais na paisagem por serem<br />

realmente os dois (<strong>um</strong>) únicos edifícios<br />

<strong>de</strong>ste lado do rio. O <strong>Tamanduateí</strong> constituiu<br />

e ainda constitui <strong>de</strong> fato <strong>um</strong>a<br />

barreira na ocupação do território,<br />

pois são justamente estes dois edifícios<br />

que <strong>de</strong>têm <strong>um</strong> dos maiores dilemas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>molição ou rea<strong>de</strong>quação da cida<strong>de</strong>.<br />

Desenho 22:<br />

Poucos metros separam este <strong>de</strong>senho<br />

do anterior. Eu achei que não precisava<br />

necessariamente respeitar <strong>de</strong> forma<br />

ortodoxa regra dos 150 metros entre<br />

<strong>de</strong>senhos, mas sim que eles <strong>de</strong>veriam<br />

pegar os pontos mais significativos da<br />

paisagem. Levantei então <strong>de</strong> on<strong>de</strong> estava<br />

e atravessei a ponte, apoiando a<br />

prancheta no parapeito do lado oposto;<br />

impressionante como tão pouca<br />

distância po<strong>de</strong> alterar a paisagem <strong>de</strong>sta<br />

forma. O rio apareceu novamente<br />

59<br />

na paisagem, marcante, <strong>de</strong>terminante.<br />

É a estrutura da região que o nega<br />

com toda sua força, só falta enterrar,<br />

eliminar este estorvo fedorento. Bem<br />

à direita do <strong>de</strong>senho aparece nada<br />

menos que a foz do rio Anhangabaú,<br />

que até alguns anos atrás eu nem sabia<br />

que existia. Aliás, isso é bem com<strong>um</strong><br />

na cida<strong>de</strong>, ruas e mais ruas, avenidas<br />

com nomes <strong>de</strong> rios, aparentemente<br />

<strong>de</strong>slocados <strong>de</strong> contexto mas que na<br />

verda<strong>de</strong> substituíram os rios, roubaram<br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. O edifício sobre<br />

ele ficou muito gravado na minha cabeça<br />

por causa disso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que voltou<br />

a aparecer na paisagem, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter

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