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Ensino Tamanduateí Utopia de um Rio Urbano tfg Danilo Zamboni ...

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N<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> área cercada pela<br />

cida<strong>de</strong>, a principal questão que surge<br />

são os acessos e a permeabilida<strong>de</strong> em<br />

relação ao restante do tecido. Tentei<br />

dar especial cuidado a esta questão,<br />

resgatando passagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres<br />

que remontavam do período <strong>de</strong> colonização,<br />

como as estradas para Santos<br />

e para o <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro. Os viadutos<br />

acabaram com estas travessias a ponto<br />

<strong>de</strong> muitos preferirem tomar <strong>um</strong> ônibus<br />

a atravessar o parque. Imaginei então<br />

que, da mesma forma como se <strong>de</strong>u com<br />

o rio nos trechos citados anteriormente,<br />

as ruas <strong>de</strong> cada lado do parque <strong>de</strong>veriam<br />

se encontrar, literalmente dando<br />

o máximo <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> possível<br />

ao tecido. A travessia não <strong>de</strong>ve ser impecilho,<br />

pelo contrário, <strong>de</strong>ve ser motivada<br />

por aquilo que apresenta ao transeunte,<br />

criar interesse para não ser só<br />

mas também passagem. As principais<br />

e mais longas travessias do parque <strong>de</strong>vem<br />

ser largas, <strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro passeio<br />

público, e tenham <strong>um</strong>a parte coberta<br />

por <strong>um</strong>a marquise, a fim <strong>de</strong> sombrear e<br />

proteger das chuvas esta parte mais exposta<br />

do percurso. E mais que apenas<br />

atravessar, os caminhos comunicam,<br />

<strong>de</strong> forma que ao longo <strong>de</strong>les <strong>de</strong>senvolvem-se<br />

<strong>um</strong>a série <strong>de</strong> outros equipamentos<br />

<strong>de</strong> interesse do usuário, sejam<br />

eles banheiros e banhos públicos, restaurantes<br />

e lanchonetes, bares, museus,<br />

quadras esportivas, locais <strong>de</strong> exposição,<br />

pista <strong>de</strong> skate, estacionamentos<br />

<strong>de</strong> bicicleta, lojas, centros <strong>de</strong> apoio ao<br />

morador <strong>de</strong> rua, vestiários, ginásio <strong>de</strong><br />

esportes, pedalinho, piscinas, escola,<br />

etc. A idéia é que haja vida e movimentação<br />

por toda a extensão do parque,<br />

que se torne ele também <strong>um</strong> ponto <strong>de</strong><br />

interesse, não apenas algo a se cruzar.<br />

Aliás, este gran<strong>de</strong> caminho sombreado<br />

pela marquise que conecta a<br />

rua General Carneiro à casa das Retortas<br />

teria continuida<strong>de</strong> na Galeria<br />

Prestes Maia, como no projeto para o<br />

Museu da Cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Pablo Hereñú e<br />

Eduardo Ferroni (1999), levando até a<br />

Praça do Patriarca, Avenida São João<br />

ou Largo <strong>de</strong> São Bento n<strong>um</strong> percurso<br />

que <strong>de</strong>safie a topografia da colina<br />

conectando diretamente os dois<br />

vales. Esta conexão terminaria por<br />

romper a barreira que a diferença<br />

<strong>de</strong> cotas impõe ao <strong>de</strong>slocamento das<br />

pessoas, além <strong>de</strong> permitir a integração<br />

<strong>de</strong> outros tantos equipamentos<br />

culturais n<strong>um</strong>a malha mais <strong>de</strong>nsa.<br />

O alargamento da rua Carlos<br />

Sousa Nazaré, que atualmente ocupa<br />

o leito do rio Anhangabaú, e o <strong>de</strong>stamponamento<br />

do rio neste trecho<br />

também indicaria <strong>um</strong>a rota alternativa<br />

entre as duas partes da cida<strong>de</strong>. Não sei<br />

se é claro para todo mundo, para mim<br />

não era, que o largo do Pari era a foz<br />

do Anhangabaú e que subindo por ali<br />

cairíamos justamente no vale. Pois é<br />

este trajeto que quero <strong>de</strong>stacar também,<br />

tendo como ponto <strong>de</strong> partida <strong>um</strong><br />

lago no encontro das águas dos dois<br />

rios, ao lado do Mercado Municipal,<br />

ramificar esta intervenção no <strong>Tamanduateí</strong><br />

para seus afluentes, tecer <strong>um</strong>a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> córregos hoje ocultos tão <strong>de</strong>nsa<br />

e presente como o são as ruas. Alguém<br />

vindo da rua Oriente teria toda esta série<br />

<strong>de</strong> caminhos disponíveis e óbvios;<br />

ao Parque D. Pedro, Vale do Anhangabaú,<br />

rua Mauá e Luz, São Caetano<br />

e João Teodoro e todo o restante do<br />

parque linear até a foz. O mesmo vale<br />

para as outras chegadas ao complexo,<br />

que conecta todas estas chegadas<br />

n<strong>um</strong> gran<strong>de</strong> local <strong>de</strong> encontro e lazer.<br />

No extremo oposto do parque,<br />

outro lago marcaria a foz do córrego<br />

que vem pelo Glicério, formando<br />

<strong>um</strong> porto próximo à estação Pedro II<br />

do metrô. Junto a ela estaria relocado<br />

o terminal <strong>de</strong> ônibus da região que<br />

estaria melhor integrado à malha <strong>de</strong><br />

transportes metropolitanos. Ao lado<br />

<strong>de</strong>les o Museu das antigas instalações<br />

do Gasômetro e o quartel reformado<br />

servindo <strong>de</strong> instalações para o porto.<br />

Esta chegada ao parque pela zona leste<br />

segue os mesmos princípios da foz,<br />

166<br />

o parque linear se <strong>de</strong>senvolvendo ao<br />

longo da <strong>Tamanduateí</strong> e seus afluentes,<br />

como capilares conectando toda<br />

a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> córregos e rios da metrópole<br />

e aproximando as áreas hoje absolutamente<br />

segregadas da cida<strong>de</strong>. Confesso<br />

que não tive tempo <strong>de</strong> estudar esta<br />

chegada ao centro da cida<strong>de</strong>, gostaria<br />

<strong>de</strong> tê-lo feito, quem sabe n<strong>um</strong> outro<br />

trabalho, ir levantando cada <strong>um</strong>a das<br />

antigas chegadas da cida<strong>de</strong>, tratandoas<br />

com a <strong>de</strong>vida atenção e cuidado para<br />

criar este panorama do que po<strong>de</strong>riam<br />

ser. É trabalho para <strong>um</strong>a vida inteira.<br />

Tenho consciência <strong>de</strong> que o glicério<br />

é outro bairro interessantíssimo<br />

mais próximo que o Brás da zona<br />

central, aliás, estão na mesma colina,<br />

só que voltado para o outro lado e<br />

também em condições bastante precárias.<br />

O potencial habitacional <strong>de</strong>sta<br />

região é enorme e <strong>de</strong>veria ser tão incentivado<br />

quanto os entornos do Pari<br />

e Brás que venho citando. Se no lugar<br />

da Interligação Leste-Oeste o rio fosse<br />

também tratado como proponho que<br />

seja o Tamanduatéi, e mesmo a 23 <strong>de</strong><br />

Março, e assim por diante, esta re<strong>de</strong><br />

iria se formando <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong>nsa<br />

e completa, a<strong>um</strong>entando consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços públicos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>.<br />

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