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15.04.2013 Views

couber nos ônibus para então revender. É um comércio atacadista poderoso que merecia instalações e apoio melhores, bem como a feira que ocupa os galpões do outro lado do pátio. Não só por já serem tombados, mas também por suas qualidades arquitetônicas e implantação, pretendo manter os galpões da RSJ na nova conformação do pátio do Pari. Se a Avenida do Estado for devidamente enterrada, os trens e principalmente os de carga, que já não deveriam passar tão por dentro do tecido da cidade, merecem também um lugar no subterrâneo, deixando de uma vez por to- das de interferir tão fortemente como segregadores de áreas urbanas adjascentes. O trilho ou a estrada de ferro sempre representou um problema na integração do tecido ao seu redor, tornando-se uma cicatriz insolúvel para o amadurecimento das relações urbanas do entorno imediato, dificilmente transposta de forma adequada, deixando resquícios por gerações inteiras. Quando pensamos em custos, em economia, viabilidade, pode parecer completamente exorbitante um projeto destas dimensões. Mas fica a pergunta, até onde vale a pena? Qual o custo real, não apenas econômico, da qualidade 151 urbana, da qualidade de vida? É uma questão concreta esta avaliação do que vale a pena ser feito, papel do Estado como grande intermediador dos interesses da sociedade. Se depender exclusivamento do capital, ou da coação do capital dentro do próprio Estado, apenas projetos como a Nova Luz, que a ninguém interessa, nem mesmo aos supostos beneficiados, serão aprovados. Remoção de um comércio popular, varejista, através de uma associação errônea de compatibilidade de interesses (comércio e varejo de computadores com grandes multinacionais desenvolvedoras de softwares) e tentativa

Desenho 37 | 40 - No Pari, o abastecimento das feiras é feito pelo subterrâneo, em contato direto com a Avenida do Estado. À esquerda, os antigos galpões da RSJ restaurados para abrigar a feira do mini-Ceasa. Em frente, ao centro, o Complexo Paula Sousa e a subida suave da rua Mauá, ligada por uma praça contínua á Rua 25 de Janeiro, dão continuidade como os galhos de um tronco ao Parque e Estação da Luz. 152

couber nos ônibus para então reven<strong>de</strong>r.<br />

É <strong>um</strong> comércio atacadista po<strong>de</strong>roso<br />

que merecia instalações e apoio<br />

melhores, bem como a feira que ocupa<br />

os galpões do outro lado do pátio.<br />

Não só por já serem tombados,<br />

mas também por suas qualida<strong>de</strong>s arquitetônicas<br />

e implantação, pretendo<br />

manter os galpões da RSJ na nova<br />

conformação do pátio do Pari. Se a<br />

Avenida do Estado for <strong>de</strong>vidamente<br />

enterrada, os trens e principalmente<br />

os <strong>de</strong> carga, que já não <strong>de</strong>veriam passar<br />

tão por <strong>de</strong>ntro do tecido da cida<strong>de</strong>,<br />

merecem também <strong>um</strong> lugar no subterrâneo,<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> <strong>um</strong>a vez por to-<br />

das <strong>de</strong> interferir tão fortemente como<br />

segregadores <strong>de</strong> áreas urbanas adjascentes.<br />

O trilho ou a estrada <strong>de</strong> ferro<br />

sempre representou <strong>um</strong> problema na<br />

integração do tecido ao seu redor, tornando-se<br />

<strong>um</strong>a cicatriz insolúvel para<br />

o amadurecimento das relações urbanas<br />

do entorno imediato, dificilmente<br />

transposta <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ixando<br />

resquícios por gerações inteiras.<br />

Quando pensamos em custos, em<br />

economia, viabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> parecer<br />

completamente exorbitante <strong>um</strong> projeto<br />

<strong>de</strong>stas dimensões. Mas fica a pergunta,<br />

até on<strong>de</strong> vale a pena? Qual o custo real,<br />

não apenas econômico, da qualida<strong>de</strong><br />

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urbana, da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida? É <strong>um</strong>a<br />

questão concreta esta avaliação do que<br />

vale a pena ser feito, papel do Estado<br />

como gran<strong>de</strong> intermediador dos interesses<br />

da socieda<strong>de</strong>. Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r exclusivamento<br />

do capital, ou da coação<br />

do capital <strong>de</strong>ntro do próprio Estado,<br />

apenas projetos como a Nova Luz, que<br />

a ninguém interessa, nem mesmo aos<br />

supostos beneficiados, serão aprovados.<br />

Remoção <strong>de</strong> <strong>um</strong> comércio popular,<br />

varejista, através <strong>de</strong> <strong>um</strong>a associação<br />

errônea <strong>de</strong> compatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses<br />

(comércio e varejo <strong>de</strong> computadores<br />

com gran<strong>de</strong>s multinacionais <strong>de</strong>senvolvedoras<br />

<strong>de</strong> softwares) e tentativa

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