Psicofisiologia social

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15.04.2013 Views

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL DEFINIÇÃO Estudo psicofisiológico das características dos indivíduos que podem afectar as interacções sociais. Aplicação dos princípios da psicofisiologia às interacções humanas, quer directamente quer através dos seus efeitos no indivíduo A Psicofisiologia social representa uma orientação meta-teórica na qual existe uma consideração conjunta da natureza biopsicossocial dos processos mentais, emocionais e comportamentais, bem como uma formulação integrativa destes fenómenos (Cacioppo e Petty, 1983)

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

DEFINIÇÃO<br />

Estudo psicofisiológico das características<br />

dos indivíduos que podem afectar as interacções<br />

sociais.<br />

Aplicação dos princípios da psicofisiologia às interacções<br />

humanas, quer directamente quer através dos seus efeitos no<br />

indivíduo<br />

A <strong>Psicofisiologia</strong> <strong>social</strong> representa uma orientação meta-teórica<br />

na qual existe uma consideração conjunta da natureza biopsicos<strong>social</strong><br />

dos processos mentais, emocionais e comportamentais, bem como<br />

uma formulação integrativa destes fenómenos (Cacioppo e Petty, 1983)


PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Qualquer coisa que sugere a presença ou existência de<br />

um facto, condição ou qualidade (Soukanov, 1992)<br />

TRANSMISSÃO DE SIGNOS – Acto de comunicar um<br />

estado de ânimo, uma atitude, uma opinião ou<br />

outra mensagem através da contracção dos músculos<br />

da face<br />

Transmissão de informação por signos, sinais, pistas<br />

ou palavras de um ser vivo a outro


A face define a nossa<br />

identidade, exprime as<br />

nossas atitudes, opiniões<br />

e sentimentos e mostra<br />

como nos relacionamos<br />

com os outros<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

SISTEMA FACIAL DE RESPOSTA<br />

A face é vista como um sistema de resposta de multisinais/multi-mensagens<br />

(Tomkins, 1962; Izard, 1971; Ekman e Friesen, 1975)<br />

As expressões faciais evoluíram a partir de movimentos<br />

originariamente designados para:<br />

• protecção de áreas vulneráveis;<br />

• movimentos respiratórios vigorosos;<br />

• catar (Andrew 1963)


PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Sinais faciais não verbais:<br />

Emblemas - comunicação simbólica - e.g. pestanejar<br />

Manipuladores - acções auto-manipulativas<br />

associadas aos movimentos - e.g. mordiscar o lábio<br />

Ilustradores - acções que aumentam o poder de<br />

comunicação da fala - e.g. elevação das sobrancelhas<br />

Reguladores - modulares não verbais da comunicação,<br />

e.g. aceno de cabeça<br />

Diferentes emoções


Protusão do lábio<br />

inferior sobre o superior<br />

Protusão momentânea da<br />

língua entre os lábios<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

• Usado como sinal de submissão em surdos-mudos (Eibl-Eibesfeldt 1973, 1975);<br />

• Usado como sinal de vergonha em adultos (Izard 1971)<br />

• Se for breve, indica dúvida ou incerteza (Morris 1994)<br />

1. Em gorilas e humanos como um sinal negativo de aversão e de stress <strong>social</strong><br />

(Smith et al. 1974)<br />

2. Fragmento da pista emocional de desgosto em primatas (Smith et al. 1974).<br />

3. Sinal defensivo em crianças face a adultos estranhos (Stern and Bender 1974).


Franzir o sobrolho<br />

Contacto ocular<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Expressão facial da raiva, concentração, desprazer ou pensar.<br />

". . .many kinds of monkeys, especially baboons, when angered or in any<br />

way excited, rapidly and incessantly move their eyebrows up and down. . ."<br />

(Darwin 1872:138).<br />

• Primatas mostram um estado acentuado de alerta para onde os outros<br />

estão a olhar.<br />

• Sentem-se compelidos a olhar para objectos e partes do corpo que o<br />

cérebro primitivo acha interessante (p. ex., faces, mãos e árvores) ou desviar<br />

o olhar do que esse cérebro acha desinteressante.


Compressão dos lábios<br />

Linguagem falada<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

• Lábios são as partes da face mais expressivas.<br />

• A tensão dos lábios e da mandíbula reflectem claramente os sentimentos de<br />

ansiedade, de nervosismo e de preocupações emocionais.<br />

• Nos macacos do velho mundo as expressões de compressão dos lábios<br />

sinalizam ameaça e dominância (Van Hooff 1967)<br />

• Os macacos assumem esta expressão antes de um ataque (Givens 1976)<br />

• Esta expressão é um sinal de agressão nos primatas não humanos (Waal<br />

1997).<br />

• Meios verbais e vocais de comunicar emoções, percepções e pensamentos<br />

articulando palavras;<br />

• Organização dos sistemas de som em linguagem que permitiu ao Homo<br />

sapiens transcender os limites da memória individual e armazenar grandes<br />

quantidades de informação<br />

• Requer 140.000 acontecimentos neuromusculares por segundo<br />

coordenados pela acção conjunta dos lábios, mandíbula, língua,<br />

faringe, centros da fala, gânglios basais, cerebelo, emoções e


Gesto<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Há gestos, comuns a todos os humanos, que têm origem<br />

primática ou nos mamíferos: sinais de intimidação ou<br />

submissão.<br />

• Movimento corporal ou postura que codifica ou influencia um<br />

conceito, uma motivação ou uma atitude.<br />

• Um sinal usado para comunicar em associação com palavras ou<br />

isoladamente<br />

• Os gestos incluem expressões faciais, movimentos corporais e<br />

posturas.<br />

Posição protectora original na qual os membros anteriores<br />

se vergam e a coluna faz uma curvatura.


PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Papel do SISTEMA FACIAL DE RESPOSTA<br />

Noção de ACTIVAÇÃO


Frontalis<br />

Temporalis<br />

Orbicularis oculi<br />

Nasalis<br />

Quadratus labii<br />

superioris<br />

Zygomaticus<br />

Buccinator<br />

Masseter<br />

Triangularis<br />

Quadratus labii inferioris<br />

Mentalis<br />

BONES AND MUSCLES OF THE HEAD<br />

PSICOFISIOLOGIA SOCIAL<br />

Frontal<br />

Temporal<br />

Nasal<br />

Zygomatic<br />

Maxilla<br />

Mandible<br />

SISTEMA FACIAL DE RESPOSTA<br />

Os músculos da expressão facial constituem<br />

um sistema de comunicação:<br />

1. Estão ligados ao tecido conjuntivo e não a<br />

estruturas esqueléticas<br />

2. A sua influência no ambiente <strong>social</strong> é mediada<br />

pela construção de configurações faciais e não<br />

por por acções directas através do movimento<br />

da estrutura esquelética


Estado<br />

emocional<br />

A<br />

Estado<br />

emocional<br />

B<br />

Estado<br />

emocional<br />

C<br />

SISTEMA FACIAL DE RESPOSTA<br />

Expressões faciais Resposta do interlocutor


SISTEMA FACIAL DE RESPOSTA<br />

Estados<br />

emocionais<br />

Experiências emocionais funcionam como o principal veículo<br />

de interacção humano, com uma forte determinação biológica.<br />

Sujeito A<br />

Pré-determinação biológica<br />

Expressões<br />

faciais<br />

Respostas<br />

comportamentais<br />

Sujeito B


Whalen et al., 1998<br />

DADOS EMPÍRICOS<br />

Expressões faciais tristes vs alegres<br />

Sujeitos que referiram não terem notado<br />

diferenças nas expressões faciais<br />

Só a amígdala foi activada<br />

Papel da amígdala na descodificação não<br />

consciente dos estímulos faciais<br />

Preferência pela descodificação de estímulos<br />

faciais aversivos


Blair et al., 1999<br />

neutras Tristeza/irritação<br />

Conjunto de estímulos expressivos faciais<br />

Activação da amígdala esquerda e pólo<br />

temporal como resposta ao aumento da<br />

expressão triste<br />

DADOS EMPÍRICOS<br />

As expressões faciais de tristeza e de medo<br />

activam a amígdala esquerda, o pólo anterior<br />

do lobo cingulado e o pólo temporal direito.<br />

A expressão facial de irritação activa o córtice<br />

orbito-frontal direito.<br />

Sistemas de resposta aos estímulos<br />

aversivos:<br />

1. Responde a estímulos faciais (tristeza,<br />

medo) envolvidos em condições<br />

sociais aversivas;<br />

2. Responde à irritação e a estímulos<br />

semelhantes que encorajam a<br />

extinção do comportamento.<br />

Córtice orbito-frontal direito e cingulado anterior são<br />

gradualmente mais activados em resposta ao aumento da<br />

expressão de irritação


Adolphs et al., 1996<br />

Lesões esq.<br />

Sem alterações no<br />

reconhecimento<br />

facial<br />

Reconhecimento<br />

de expressões<br />

faciais em<br />

indivíduos com<br />

lesões hemisféricas<br />

esquerdas (a) e<br />

direitas (b)<br />

Lesões dir.<br />

Alterações no<br />

reconhecimento<br />

facial<br />

Lesões do córtice<br />

temporal anteroinferior<br />

não alteram o<br />

reconhecimento das<br />

expressões faciais (azul<br />

e verde)<br />

DADOS EMPÍRICOS<br />

Papel cortical importante:<br />

Lateralização e espacialização das<br />

funções de reconhecimento<br />

Lesões nas regiões temporoparieto-occipitais<br />

alteram<br />

muito o reconhecimento<br />

das expressões faciais


Sectores corticais envolvidos no<br />

reconhecimento das expressões faciais<br />

Adolphs et al., 1996<br />

Reconhecimento das expressões faciais<br />

mais alterado nas lesões do hemisfério<br />

direito<br />

Córtice parietal inferior<br />

(gyrus supramarginal)<br />

Córtice infracalcarino<br />

SÍNTESE EMPÍRICA


CO-VARIAÇÃO FISIOLÓGICA REFLECTE A CO-VARIAÇÃO EMOCIONAL<br />

estados<br />

emocionais<br />

respostas<br />

fisiológicas<br />

empatia<br />

Fisiologia partilhada<br />

estados<br />

emocionais<br />

respostas<br />

fisiológicas


Emoções<br />

MECANISMOS<br />

Ao serviço de um propósito -- adaptação às<br />

mudanças contextuais (reais ou imaginadas)<br />

Sequência predizível de componentes periféricos<br />

de resposta<br />

Mecanismos de acção do sistema emocional/facial<br />

Activação sub-liminar de regiões musculares<br />

faciais específicas<br />

Activação visceral excede os limiares<br />

Expressões emocionais reconhecíveis<br />

Diferenciação vegetativa de algumas emoções

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