Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
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<strong>Biologia</strong> e <strong>Fisiologia</strong> <strong>Celular</strong><br />
1000 cópias em uma única célula. O processo de replicação do DNA, transcrição do DNA, e<br />
síntese protéica realizada a partir do DNAmt é feito na própria organela; no entanto, esse<br />
processo é controlado por proteínas codificadas pelo DNA nuclear.<br />
O genoma mitocondrial apresenta um número variado de pares de bases nucléicas de<br />
acordo com a espécie. Em humanos, o DNAmt é constituído por 16.569 pares de base, ao passo<br />
que em algumas plantas superiores, o DNAmt chega a ter até 2.500.000 pares de base. Não é<br />
somente no número de nucleotídeos que o DNAmt varia entre as espécies. O próprio código<br />
genético mitocondrial apresenta algumas diferenças entre organismos distintos. Por exemplo, a<br />
sequência de nucleotídeos AUA, que codifica o aminoácido isoleucina, no DNA nuclear, codifica o<br />
aminoácido metionina em mamíferos; o aminoácido serina, em Drosophila; e o aminoácido<br />
arginina em fungos e vegetais superiores. O código genético mitocondrial também se apresenta<br />
bastante variado entre as espécies com relação à sua capacidade de codificar proteínas. O DNA<br />
mitocondrial da Reclinomonas americana é capaz de codificar 67 proteínas, enquanto que o<br />
genoma mitocondrial do Plasmodium falciparum responde por apenas 3 proteínas. Entretanto,<br />
independentemente da sua capacidade de codificação, o genoma mitocondrial codifica,<br />
essencialmente, componentes envolvidos na conversão de energia pela célula. Durante a<br />
evolução, algumas espécies, como Saccharomyces cerevisiae perderam parte do conteúdo do<br />
genoma mitocondrial, uma vez que nem o DNA mitocondrial, nem o DNA nuclear, contêm o gene<br />
que codifica o complexo I da cadeia respiratória.<br />
4. TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA<br />
As primeiras idéias sobre uma origem simbiótica para uma organela surgiram no final do<br />
século XIX, nos trabalhos do botânico alemão Andreas Franz Wilhelm Schimper, ao estudar a<br />
divisão dos cloroplastos em plantas verdes. No entanto, foi o cientista russo Konstantin<br />
Mereschkowsky o primeiro a conceber a teoria simbiótica, ao publicar, em 1905, um artigo onde<br />
discorria sobre a natureza e a origem dos cromatóforos (plastídeos) no Reino Plantae.<br />
Mereschkowsky expos com extrema clareza a hipótese de que os plastídeos seriam derivados de<br />
uma cianobactéria endossimbiótica. Nos ano de 1923 e 1927, o cientista norte-americano Ivan<br />
Emanuel Wallin publica dois trabalhos fundamentais: “The Mitochondria Problem” e<br />
“Symbionticism and the origin of species”; onde sugere uma origem simbiótica bacteriana para a<br />
mitocôndria, em contrapartida para uma origem citosólica proposta por alguns pesquisadores da<br />
época. Mais ainda, Wallin sugeria que o surgimento de novas espécies poderiam estar associado<br />
à infecções repetidas de um protoplasma primitivo por uma bactéria e que esta teria se tornado<br />
parte do próprio protoplama com um simbionte. As propostas simbióticas de Mereschkowsky e<br />
Wallin foram fortemente criticadas na época. Sem bases moleculares para darem suporte à teoria<br />
proposta por estes brilhantes cientistas, a simbiose ficar esquecida por algumas décadas, até que<br />
a pesquisadora norte-americana Lynn Margulis ressuscita a idéia da simbiose no ano de 1967, ao<br />
também propor que a mitocôndria teria se originado de uma bactéria ancestral de vida livre. As<br />
idéias de Margulis sobre a teoria simbiótica foram amadurecendo e culminaram com a publicação<br />
do livro ““Symbiosis in Cell Evolution”, no ano de 1981, onde a cientista expõe definitivamente as<br />
bases celulares e moleculares que suportam a teoria endossimbiótica.<br />
A teoria endossimbiótica postula que a mitocondria teria se originado da endocitose de<br />
procariotos heterotróficos por células eucarióticas. Tais procariotos seriam organismos aeróbicos,<br />
que utilizam o oxigênio para a conversão energética a partir de substratos orgânicos. A teoria