Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
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3.4. MATRIZ MITOCONDRIAL<br />
:: SAIBA MAIS... ::<br />
53<br />
<strong>Biologia</strong> e <strong>Fisiologia</strong> <strong>Celular</strong><br />
A matriz mitocondrial é bastante rica em enzimas solúveis. Enzimas-chave do metabolismo<br />
oxidativo estão localizadas na matriz mitocondrial, entre as quais podemos destacar: enzimas<br />
envolvidas na oxidação do piruvato (piruvato desidrogenase) e dos ácidos graxos; enzimas<br />
constituintes do ciclo do ácido cítrico (com exceção da succinato-desidrogenase, que se localiza<br />
na MMI); e algumas enzimas do ciclo da uréia (carbamoil-fosfato-sintetase e ornitinatranscarbamoilase).<br />
Enzimas envolvidas na depuração de espécies reativas de oxigênio, tais<br />
como a catalase, a superóxido dismutase, a glutationa peroxidase e a glutationa redutase também<br />
são encontradas na matriz mitocondrial. Estas enzimas são fundamentais por prevenirem danos<br />
estruturais e funcionais em lipídeos e proteínas mitocondriais.<br />
3.4.1. DNA MITOCONDRIAL<br />
Outra classe de proteínas presente na MMI é representada pelas proteínas<br />
desacopladoras (UCP, do inglês uncoupling protein). Essas proteínas, ao<br />
promoverem o influxo de prótons através da MMI, por uma via alternativa a da ATPsintase,<br />
levam ao desacoplamento da cadeia respiratória, dissociando o transporte<br />
de elétrons, na MMI, da fosforilação do ADP. Desta forma, parte da energia gerada<br />
pelo influxo de prótons para a matriz é convertida em calor. Ou seja, estas proteínas<br />
são termogênicas. Cinco proteínas desta família já foram descritas: UCP1, expressa<br />
no tecido adiposo marrom e relacionada à termogênese; UCP2, de ampla expressão<br />
fisiológica; UCP3, expressa na tecido adiposo marrom e na musculatura esquelética,<br />
e também relacionada à termogênese; e UCP4 e UCP5, expressas no cérebro, e<br />
associadas tanto à termogênese quanto à regulação de espécies reativas de<br />
oxigênio. A UCP3 tem ganhado algum destaque na literatura pela suspeita de seu<br />
envolvimento no mecanismo de ação do hormônio tireoidiano T3 na elevação da<br />
taxa metabólica basal.<br />
As mitocôndrias, juntamente com os cloroplastos, são as únicas organelas que contêm um<br />
genoma próprio. Entretanto, a grande maioria das proteínas mitocondriais (aproximadamente<br />
1000) é codificada pelo genoma nuclear. O DNAmt é responsável pela síntese de apenas 13<br />
cadeias polipeptídicas, além de conter dois genes codificadores para rRNA (12S e 16S) e 22<br />
genes para tRNA. As proteínas codificadas pelo DNA mitocondrial são: sete subunidades da<br />
NADH-ubiquinona-oxiredutase; uma subunidade da ubiquinona-citocromo c-oxiredutase<br />
(complexo III); três subunidades da citocromo-oxidase (complexo IV) e duas subunidades da ATPsintase<br />
(Complexo V). Todas estas proteínas são proteínas integrais da MMI, que em associação<br />
com outras subunidades, codificadas pelo genoma nuclear, constituem a cadeia de transporte de<br />
elétrons.<br />
O DNAmt humano foi completamente seqüenciado em 1981. Exceto para o genoma de<br />
algumas algas e protozoários, o DNAmt é circular, e se assemelha, estruturalmente, ao DNA<br />
bacteriano. Cada mitocôndria possui múltiplas cópias de DNA em sua matriz. Em células de<br />
mamíferos, o DNAmt representa menos de 1% do DNA celular total, podendo ser encontradas até