Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
52<br />
<strong>Biologia</strong> e <strong>Fisiologia</strong> <strong>Celular</strong><br />
muitas das quais ligadas ao metabolismo celular, tais como a colina-fosfotransferase, a<br />
glicerofosfato-acil-transferase, a acil-CoA-graxo-sintase, a monoamino oxidase e a fosfolipase A;<br />
proteínas envolvidas na importação de proteínas mitocondriais, como as que compõem o<br />
complexo TOM; e proteínas envolvidas na apoptose, como as proteínas BCL-2 e BCL-XL.<br />
3.2 ESPAÇO INTERMEMBRANA<br />
O espaço intermembrana, como o próprio termo sugere, é delimitado pelas duas<br />
membranas mitocondriais (MME e MMI). Neste espaço são encontradas algumas proteínas<br />
associadas à apoptose, como as caspases 2, 3, 8 e 9, a Smac/DIABLO, a HtrA2/Omi, a AIF, a<br />
Endo G, e o citocromo c, este último também associado à cadeia de transporte de elétrons e à<br />
síntese de ATP. Além destas, também estão localizadas no espaço intermembrana, a adenilato<br />
cinase, a nucleosídeo-difosfocinase, e a creatina-cinase.<br />
3.3 MEMBRANA MITOCONDRIAL INTERNA<br />
A membrana mitocondrial interna, vista pela microscopia eletrônica, se caracteriza por<br />
apresentar uma série de dobras ou invaginações sobre a matriz mitocondrial. Essas invaginações<br />
recebem o nome de cristas mitocondriais e refletem a atividade respiratória da célula, uma vez<br />
que as proteínas que participam do transporte de elétrons e da fosforilação oxidativa encontramse<br />
localizadas na MMI. A membrana interna encontra-se justaposta à MME, criando diversos<br />
pontos de contato com esta. As cristas têm sido vistas não apenas como simples convoluções da<br />
membrana interna, mas como um compartimento distinto, de formato lamelar ou tubular, e<br />
conectado à membrana interna por estruturas especializadas, denominadas cristae junction.<br />
A MMI é impermeável a íons, sendo o transporte destes regulado por diversos canais, tais<br />
como: o antiporte K + /H + , o canal de K + sensível à ATP (mitoKATP), o antiporte Na + /H+, o uniporte<br />
de Ca 2+ sensível ao vermelho de rutênio, o antiporte 3 Na + /Ca 2+ , e o uniporte 3 H + /Ca 2+ . Além<br />
destes transportadores seletivos de íons, encontramos na MMI o translocador de ADP-ATP,<br />
denominado ANT, que catalisa a troca de ADP 3- citosólico por ATP 4- matricial, e que constitui a<br />
proteína mais abundante da MMI. São encontradas, ainda, proteínas especializadas no transporte<br />
de carboxilatos, como o malato, succinato e citrato; e aminoácidos, como o aspartato e glutamato.<br />
A reduzida permeabilidade da MMI aos íons ou moléculas carregadas é à presença da<br />
cardiolipina, um difosfatidil-glicerol formado por 4 cadeias de ácidos graxos de 18 carbonos<br />
(normalmente, o ácido linoléico), e que pode corresponder a até 20% dos fosfolipídios da<br />
membrana mitocondrial interna. A ocorrência da cardiolipina em animais e plantas superiores é<br />
restrita à MMI, uma vez que a expressão da cardiolipina-sintase, enzima responsável pela síntese<br />
da cardiolipina, é exclusivamente mitocondrial. Estudos mais recentes têm atribuído um papel<br />
importante para a cardiolipina na manutenção estrutural e funcional de proteínas envolvidas na<br />
fosforilação oxidativa, tais como o ANT, a ATP-sintase e a citocromo oxidase, entre outras.<br />
A maioria das proteínas que constituem a cadeia de transporte de elétrons, e que estão<br />
associadas à fosforilação oxidativa e síntese de ATP, também está expressa na membrana<br />
mitocondrial interna.