Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
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4.1. TRANSPORTE MEDIADO<br />
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<strong>Biologia</strong> e <strong>Fisiologia</strong> <strong>Celular</strong><br />
No transporte mediado, as proteínas que apresentam sequência de localização nuclear<br />
(SLN) são endereçadas ao nucleoplasma através do complexo de poros nucleares. Esse<br />
transporte é mediado por proteínas especializadas, denominadas importinas, que se ligam<br />
especificamente às SLNs, que, ao interagirem com proteínas fibrilares do complexo de poros<br />
nucleares, realizam o transporte das proteínas para o interior do núcleo. Algumas proteínas, como<br />
determinados fatores de transcrição, apresentam tanto SLN como um sinal de exportação nuclear,<br />
circulando, assim, entre o citosol e o nucleoplasma, de acordo com o estado fisiológico da célula.<br />
4.2. TRANSPORTE TRANSMEMBRANAR<br />
O transporte transmembranar é mediado por proteínas integrais transmembranares<br />
presentes nas membranas de determinados compartimentos celulares. Estas proteínas atuam<br />
como translocadores protéicos, formando poros, através dos quais as proteínas são inseridas nos<br />
compartimentos. Neste caso, as sequências sinais das proteínas interagem diretamente com os<br />
translocadores protéicos sem a necessidade de uma proteína mediadora (como a importina, por<br />
exemplo). No transporte para as mitocôndrias, por exemplo, complexos protéicos presentes na<br />
membrana mitocondrial externa (TOM) e na membrana mitocondrial interna (TIM), além de<br />
proteínas solúveis do espaço intermembrana, são responsáveis pela importação das proteínas<br />
mitocôndrias. Estas proteínas são enoveladas após a importação para a organela, por intermédio<br />
de chaperonas mitocondriais e as suas sequências sinais, de localização amino-terminal, são<br />
clivadas por peptidases presentes na organela. De forma diferente, as SLN não são clivadas das<br />
cadeias polipeptídicas após a importação das proteínas nucleares. A única exceção no transporte<br />
transmembranar de proteínas é o direcionamento para o retículo endoplasmático, uma vez que o<br />
transporte ocorre de forma simultânea à síntese protéica na maioria das células eucariontes.<br />
Vamos, agora, analisar, com mais detalhamento, como ocorre o transporte para o retículo<br />
endoplasmático. Uma vez iniciada a síntese protéica no citosol, caso a proteína apresente uma<br />
sequência sinal de localização reticular, uma proteína citosólica solúvel, denominada Partícula de<br />
Reconhecimento de Sinal (PRS), se liga à sequência sinal do peptídeo nascente e interrompe a<br />
síntese protéica (figura 3.3 – passo 1). O complexo ribossomo/RNAm/peptídeo nascente/PRS é,<br />
então, direcionado à face citosólica da membrana do retículo endoplasmático, onde a PRS<br />
interage com um receptor presente nesta membrana (receptor da PRS), ancorando todo o<br />
complexo traducional na superfície do retículo endoplasmático (figura 3.3 – passo 2). Em seguida,<br />
a PRS se desliga do complexo traducional e do receptor da PRS, e o complexo traducional passa<br />
a interagir com o translocador da membrana do REG. A síntese protéica, então, se reinicia, com a<br />
cadeia polipeptídica sendo inserida para o lúmen do retículo, caracterizando o transporte<br />
simultâneo à tradução (figura 3.3 – passo 3). Após o término da síntese, o complexo traducional é<br />
desfeito, sendo liberado no citosol, e o translocador sofre mudanças conformacionais que levam<br />
ao fechamento do poro na membrana reticular.<br />
As proteínas que são sintetizadas nos ribossomos aderidos à membrana do REG podem<br />
ter destinos diferentes. Algumas destas proteínas são proteínas solúveis, liberadas no lúmen do<br />
REG, e podem ser direcionadas para o complexo golgiense (numa rota conhecida como via de<br />
exportação ou via de secreção), sendo, em seguida, endereçadas aos endossomos tardios, às<br />
vesículas secretoras ou para a membrana plasmática, onde serão liberadas no meio extracelular.