Biologia e Fisiologia Celular - UFPB Virtual - Universidade Federal ...
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<strong>Biologia</strong> e <strong>Fisiologia</strong> <strong>Celular</strong><br />
necessário para promover a dissociação de uma proteína da membrana. Proteínas integrais só se<br />
dissociam da membrana através do uso de detergentes, tais como o dodecil sulfato de sódio ou o<br />
Triton-X-100, ao passo que proteínas periféricas podem ser dissociadas da membrana na<br />
presença de soluções hipersalinas ou soluções de pH extremos.<br />
As proteínas periféricas se associam à membrana mediante interações iônicas com<br />
proteínas integrais ou com os fosfolipídeos da membrana. Por outro lado, as proteínas integrais da<br />
membrana se associam com estas mediante interações hidrofóbicas fortes com os lipídeos da<br />
membrana e podem ser subdivididas em três tipos:<br />
a) Proteínas Transmembrana. São proteínas que atravessam completamente a bicamada lipídica,<br />
apresentando, pelo menos, três regiões bem definidas: domínio extracelular, domínio<br />
transmembrana (TM) e domínio citosólico. Tais proteínas podem cruzar a bicamada lipídica uma<br />
única vez (Proteína Integral Unipasso) ou diversas vezes (Proteína Integral Multipasso). A<br />
estrutura secundária do domínio TM das proteínas unipasso é sempre α-hélice, sendo este<br />
domínio constituído por 20 a 23 resíduos de aminoácidos. As proteínas integrais multipasso<br />
podem apresentar domínios TM com estrutura secundária organizada em α-hélice ou folha-β. Nas<br />
proteínas multipasso com domínio TM em estrutura α-hélice, é comum observarmos uma ligação<br />
covalente à lipídeos do folheto interno, o que promove uma maior estabilidade e interação da<br />
proteína com a membrana. Já os domínios TM com estrutura folha-β das proteínas multipasso são<br />
constituídos por cerca de 10 resíduos de aminoácidos. Estas proteínas apresentam normalmente<br />
de 8 a 22 domínios TM e são encontradas somente em bactérias e nas membranas externas da<br />
mitocôndria e de cloroplastos. A interação das proteínas transmembrana com as biomembranas<br />
se dá por meio de interações hidrofóbicas entre as cadeias laterais dos resíduos de aminoácidos<br />
dos domínios TM das proteínas e a cauda dos ácidos graxos dos fosfolipídeos da membrana.<br />
b) Proteínas Ancoradas por Lipídeos. São quatro tipos de âncoras de lipídeos que promovem a<br />
interação destas proteínas com a membrana plasmática: âncora de glicosilfosfatidilinositol (GPI),<br />
âncora de miristato, âncora de palmitato e âncora de prenilato. A ancoragem por GPI só ocorre no<br />
domínio extracelular da membrana plasmática, enquanto que a ancoragem pelos ácidos graxos é<br />
restrita à face citosólica da membrana plasmática. A interação destas proteínas com as<br />
membranas se dá pela interação hidrofóbica dos lipídeos ligados covalentemente às proteínas<br />
com a cauda dos ácidos graxos dos fosfolipídeos da membrana.<br />
c) Proteínas Ancoradas por α-Hélice. Tais proteínas são ancoradas na membrana plasmática a<br />
partir da interação dos fosfolipídeos da membrana com um domínio lateral hidrofóbico em α-hélice<br />
da proteína. Estas proteínas são encontradas somente na face citosólica da membrana<br />
plasmática.<br />
As proteínas de membrana estão envolvidas em uma série de processos biológicos<br />
fundamentais para a fisiologia celular, tais como: transporte de moléculas, atividade enzimática,<br />
adesão celular, comunicação celular, reconhecimento celular e formação das junções celulares.<br />
4. TRANSPORTE ATRAVÉS DAS BIOMEMBRANAS<br />
Uma das características mais marcantes das biomembranas é a sua permeabilidade<br />
seletiva. Somente pequenas moléculas não carregadas podem se difundir livremente pela