Relatório de Sustentabilidade 2007 - Carris

MENSAGEM DO PRESIDENTE
A sustentabilidade é, cada vez mais, uma preocupação transversal
nas sociedades modernas, que orienta e condiciona a
actividade económica.
Se é certo que criar riqueza é o que determina as empresas,
porque viabiliza o desenvolvimento económico e o bem estar
social é, igualmente, certo que a mesma só é viável, no
futuro, se for sustentável, isto é, se não continuar a conduzir
ao desperdício de recursos, muitos dos quais são naturais e
escassos ou, mesmo, finitos, o que levaria ao aumento da degradação,
a prazo, das condições de vida no nosso planeta.
As mudanças climáticas que têm ocorrido e que assumem
uma visibilidade crescente, provocando danos e, tantas vezes,
destruição, têm sido a face mais visível de que o paradigma
do modelo económico das últimas décadas não é
mais sustentável, exigindo mudança, não apenas económica,
mas, também, social e cultural.
Por isso, todos, mas especialmente as empresas, têm de
assumir, de forma visível e com empenho, as suas responsabilidades,
alterando comportamentos e modelos de organização,
de modo a melhor compatibilizar os recursos e as
necessidades, promovendo formas efectivas de desenvolvimento
e crescimento sustentáveis.
A CARRIS, como empresa responsável com 135 anos de actuação
no mercado da mobilidade urbana, quer estar na linha
da frente na adopção de novas soluções capazes de,
efectivamente, promoverem um novo modelo de desenvolvimento
numa área tão importante como é a da sua actuação.
O relatório que a seguir apresentamos é um testemunho objectivo
e claro do contributo que a CARRIS tem dado para a criação
de uma sociedade mais desenvolvida, mais coesa, mais
responsável e, por isso mesmo, mais sustentável, o que, aliás,
tem sido reconhecido por vários dos nossos “stakeholders”.
Revelando o caminho que temos vindo a percorrer nos últimos
anos e permitindo avaliar e quantificar o contributo que
temos dado neste domínio, este relatório consolida, também,
a consciência que temos, na Empresa, de que a mudança tem
de prosseguir.
Lisboa, 25 de Fevereiro de 2008
J. Manuel Silva Rodrigues
Presidente do Conselho de Administração

8 • ENQUADRAMENTO DA EMPRESA • Carris
1. ENQUADRAMENTO DA EMPRESA
1.1. HISTÓRIA DA EMPRESA
1872
Em 18 de Setembro, é fundada no Rio de Janeiro a Companhia
Carris de Ferro de Lisboa, a qual pretendia implantar
na capital portuguesa um sistema de transporte do tipo
americano (carruagens movidas por tracção animal e deslocando-se
sobre carris).
1873
Em 23 de Janeiro, o escritor Luciano Cordeiro de Sousa e
seu irmão obtêm os direitos para o lançamento, na cidade
de Lisboa, de um sistema de transporte, do tipo americano,
de tracção animal.
Em 14 de Fevereiro a Câmara Municipal de Lisboa aprova
o trespasse daquela concessão para a empresa Companhia
Carris de Ferro de Lisboa.
Em 17 de Novembro é inaugurada a primeira linha de
“Americanos”.
1876
Em 31 de Maio, a CARRIS torna-se exclusivamente portuguesa
e é legalmente reconhecida como Sociedade Anónima.
1897
Em 5 de Junho, é assinado um contrato entre a Câmara Municipal
de Lisboa e a CARRIS, com vista à substituição do sistema
de tracção animal, então utilizado, pela tracção eléctrica.
Em 27 de Julho a firma Wernher, Beit & Co. cede à Lisbon
Electric Tramways Limited (L.E.T.L.) todos os direitos e obrigações
assumidos por aquele contrato. Foi acordado entre as
duas Companhias que os corpos gerentes da CARRIS continuariam
a ocupar-se da exploração das linhas por conta da L.E.T.L.
1901
Em 31 de Agosto é inaugurado o serviço de eléctricos.
1912
A CARRIS inicia o transporte em autocarros com uma frota
de 5 unidades. No dia 14 de Novembro foi inaugurada a
primeira ligação entre Sete Rios e Carnide. Este serviço terá
cessado em 1915.
1944
Em 9 de Abril, utilizando veículos adquiridos em 1940 para
a Exposição do Mundo Português, é inaugurado oficialmente
o serviço de autocarros.
1973
Em 21 de Dezembro, pelo Decreto-Lei nº. 688/73, é rescindido
o contrato de arrendamento à L.E.T.L..
Simultaneamente, efectua-se com a Câmara Municipal de
Lisboa um contrato de renovação da concessão, pelo prazo
de 50 anos, de exploração do serviço público de autocarros,
eléctricos e ascensores.
1975
Grande renovação da frota de autocarros, com a aquisição
de 200 veículos “standard” de nova geração, equipados
com caixa de velocidades automática, direcção assistida e
suspensão integralmente pneumática.
1991
Em Julho, no âmbito de um plano de modernização da frota da
Empresa, entraram ao serviço os primeiros autocarros articulados.
1995
No primeiro trimestre, entram em exploração 10 eléctricos
articulados, de nova geração, os primeiros com esta característica
a integrarem a frota da Empresa. Procede-se à reconstrução
de 45 Eléctricos históricos.
1996
Procede-se à renovação da imagem da empresa, traduzida
em diversas formas de comunicação, designadamente na
imagem exterior dos veículos, adoptando o “amarelo” como
cor dominante no material circulante.
2000
Lançamento do Sistema de Ajuda à Exploração e Informação
aos Passageiros em Tempo Real (SAEIP).
Em Maio, inicia-se o processo de instalação dos primeiros
Sistemas de Videovigilância.
2001
Reflectindo a preocupação da Empresa com a melhoria da
qualidade ambiental e com o aprovisionamento e diversificação
de energia, entram ao serviço os primeiros autocarros
movidos a gás natural, combustível que constitui uma alternativa
energética ao petróleo.

2003
Início de um processo de reestruturação global e de modernização
da Empresa, destacando-se a renovação de mais
de metade da frota de autocarros. Este processo é projectado
a 3 anos, com a aquisição de 408 novos veículos, a fornecer
a partir de 2004.
Início do fornecimento do Sistema de Bilhética sem contacto.
2004
Optimização do Sistema de Bilhética sem contacto com o
lançamento dos novos suportes electrónicos para os títulos
de transporte, cartão “Lisboa Viva” e cartão “7 Colinas”.
2006
No dia 18 Janeiro, é oficialmente certificado o Sistema de
Gestão da Qualidade da CARRIS, de acordo com a norma
NP EN ISO 9001:2000, aprovado pela APCER – Associação
Portuguesa da Certificação.
Foi, também, iniciado o processo de certificação de Serviços,
tendo a CARRIS obtido, no dia 22 de Fevereiro, a certificação
das primeiras 4 carreiras (15E, 56, 60, 83). Este
reconhecimento foi concedido pelo CERTIF – Associação
para a Certificação de Produtos através da norma NP EN
13816:2003.
A 9 de Setembro é lançada a primeira fase da “Rede 7”, reflectindo
uma renovação global da rede, caracterizada por
menor sobreposição e maior articulação com as linhas de
Metropolitano, bem como maiores níveis de frequência. A
20 de Outubro é assinada, em Bilbau, a Carta de Compromisso
da UITP – União Internacional de Transportes Públicos
- com o Desenvolvimento Sustentável como “Pledge
Charter Signatory”.
2007
Em Fevereiro, a CARRIS subscreve a Carta Europeia de Segurança
Rodoviária.
Continuação do processo de certificação de serviços com a
certificação de mais 18 carreiras a 31 de Maio, segundo a
norma NP EN 13816:2003.
No concurso promovido pela revista Exame/Heidrick &
Struggles a CARRIS é considerada a 27.ª Melhor Empresa
para se trabalhar em Portugal.
A 18 de Setembro, em Lisboa, é assinada a Carta de Compromisso
com o Desenvolvimento Sustentável da UITP como
“Full Charter Signatory”.
1.2. VISÃO, MISSÃO E ESTRATÉGIA
A CARRIS, ao longo dos seus 135 anos de existência, tem
assumido em cada momento uma consciência permanente
da sua função social de mobilidade das pessoas e de factor
de desenvolvimento do tecido urbano da área da grande
Lisboa, ajustando a sua actividade às necessidades da mobilidade
e do mercado, optimizando a utilização dos recursos
para o aumento da sua eficácia e melhoria da qualidade.
Ciente da necessidade de fomentar a utilização do Transporte
Colectivo, a CARRIS responde às exigências da mobilidade,
disponibilizando:
• Uma rede de Autocarros que engloba 86 carreiras com
uma extensão de 667 km;
• Uma rede de Eléctricos, composta por 5 carreiras com a
extensão de 48 km;
• Uma Rede que, no total, tem a extensão de 674 km;
• Um elevador e três ascensores.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 9
Em 2007 transportou cerca de 236,4 milhões de passageiros.

10 • ENQUADRAMENTO DA EMPRESA • Carris
A função da CARRIS não se esgota na prestação do serviço
público de transportes urbanos de superfície em Lisboa. Assumindo-se
como uma empresa moderna, a sua actividade
desenvolve-se enquadrada numa estratégia e orientação
que têm por objectivos, a par de uma melhor mobilidade,
atingir o equilíbrio entre as vertentes económica, ambiental
e social, dando, ainda, especial atenção aos aspectos culturais
da vida da Cidade.
Missão
A missão da CARRIS é a prestação do serviço de transporte
público urbano de superfície de passageiros, orientada por
critérios de Sustentabilidade, contribuindo para um desenvolvimento
que atenda às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem
as suas próprias necessidades.
Compromissos para com o Cliente
A CARRIS assume na sua missão, perante o Cliente, os compromissos
de:
• Desenvolver a Rede, de forma a que qualquer ponto da
Cidade tenha uma paragem a uma distância aceitável;
• Definir os horários de forma ajustada à procura, adoptando
rapidamente medidas correctivas que se revelem necessárias;
• Disponibilizar uma informação clara e correcta;
• Promover acções que garantam a segurança do Cliente;
• Adoptar medidas que assegurem a regularidade, em colaboração
com as entidades gestoras da via pública;
• Desenvolver a Rede de Vendas e concretizar as melhores
formas para facilitar a aquisição de títulos de transporte;
• Manter os veículos em bom estado de conservação e
limpeza;
• Assegurar a qualidade dos Recursos Humanos da Empresa;
• Cumprir os requisitos legais quanto a emissões poluentes,
contribuindo para a protecção do meio ambiente;
• Avaliar periodicamente, através de inquérito específico,
o grau de satisfação do Cliente;
• Atender às reclamações e sugestões do Cliente como
fonte de informação para a melhoria contínua do serviço.
Princípios Estruturantes e Valores
A CARRIS tem como princípios estruturantes da sua missão,
o desenvolvimento sustentável, os valores e compromissos
do Pacto Mundial das Nações Unidas, “Global Compact”,
nomeadamente:
• Respeito e protecção dos direitos humanos;
• Respeito pelos direitos dos trabalhadores;
• Erradicação de todas as formas de exploração (trabalho
forçado e trabalho infantil);
• Erradicação de todas as práticas discriminatórias;
• Responsabilidade na defesa e protecção do meio ambiente;
• Luta contra todas as formas de corrupção.
A CARRIS na sua actividade tem como valores estruturantes:
• Seriedade;
• Rigor;
• Credibilidade;
• Responsabilidade;
• Procura da excelência.

1.3. ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA
Durante o ano de 2007, a CARRIS introduziu alguns ajustamentos
ao nível da sua estrutura organizacional, para melhor
responder aos desafios com que está confrontada, de-
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO •
Assessorias •
Directores Gerais Assessores • Provedor do Cliente
Directores Assessores
Assessores
• Secretaria Geral
Direcção Comercial e de Marketing • Documentação e Arquivo
Comunicação e Imagem Museu
Tarifário e Mercado Relações Públicas
Vendas
Direcção Financeira •
Contabilidade
Operações Financeiras e Tesouraria
Direcção de Logística •
Actividades Gerais
Aprovisionamento
Tecnologias de Informação
Direcção Recursos Humanos •
Apoio, Orçamentação e Auditoria
Desenvolvimento e Relações no Trabalho
Gestão de Aplicações de Recursos Humanos
Movimentação e Condições de Trabalho
Gab. Apoio Jurídico e Contencioso •
Gab. Inovação e Desenvolvimento •
Gab. Plan. Controlo Gestão e Auditoria •
Gab. Ambiente Qualidade e Segurança •
Gab. Relações Internacionais •
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 11
signadamente o de contribuir, de forma activa, para o aumento
da quota do transporte público. Apresenta-se de seguida
o Organograma da Empresa encontrando-se a descrição
funcional de cada um dos Órgãos no Manual de Organização
Funcional.
• Unid. Controlo Operacional e
Planeamento da Rede
Controlo de Tráfego
Fiscalização
Planeamento Operacional
• Unid. Negócios de Exploração
de Autocarros
Estação Miraflores
Estação Musgueira
Estação Pontinha
Engenharia e Gestão da Manutenção
Oficinas Centrais
• Unid. Negócios Modo Eléctrico
Estação de Santo Amaro
Manutenção e Engenharia

12 • ENQUADRAMENTO DA EMPRESA • Carris
1.4. ESTRUTURA DA REDE
Autocarros
A frota de autocarros é composta por 745 veículos. A rede
de autocarros é composta por 86 carreiras (61 urbanas e
16 suburbanas) regulares e 8 carreiras da “Rede da Madrugada”
(4 urbanas e 4 suburbanas). A Rede estende-se num
total de 667 km, sendo 72,8 km em corredores reservados
a transportes públicos (faixas BUS).
No final do ano de 2007, os 745 autocarros estavam agrupados
da seguinte forma:
• 615 autocarros “Standard”, 37 dos quais movidos a
gás natural (73 a 87 lugares);
• 40 autocarros do segmento “Mini” (27 lugares);
• 90 “Articulados” (155 lugares).
Relativamente a 2006, a principal diferença diz respeito ao
abate de 13 autocarros.
A CARRIS transportou, na frota de autocarros, 217,9 milhões
de passageiros, evidenciando uma taxa de ocupação
de 21% (22% no ano anterior).
Durante 2007, inverteu-se a tendência de perda de passageiros,
que se vinha verificando em anos anteriores, tendo
a Procura, na rede de autocarros, aumentado cerca de
0,8%. Admite-se que este aumento possa estar relacionado
com as melhorias do serviço, introduzidas com a 1ª. fase da
“Rede 7”.
Eléctricos
A rede de eléctricos é composta por 5 carreiras de eléctricos.
Esta rede utiliza uma frota de 57 eléctricos, sendo 10
articulados e 47 ligeiros, dos quais 39 são históricos. A rede
de eléctricos estende-se ao longo da cidade de Lisboa
num total de 48 km, 14 dos quais em sítio próprio reservado.
A taxa de ocupação dos carros eléctricos foi, em 2007, de
29%, tendo a CARRIS transportado 16,4 milhões de passageiros,
valor semelhante ao ano anterior.
Ascensores e Elevador
A CARRIS tem ainda um serviço de 3 ascensores (Glória,
Bica e Lavra) e de 1 elevador (Santa Justa), que assegurou
o transporte de 2,1 milhões de passageiros em 2007 (assim,

em termos globais, o modo eléctrico transportou 18,5 milhões
de passageiros em 2007).
Serviço para Deficientes
No âmbito da prestação do serviço público, a CARRIS dispõe,
ainda, de um serviço especial de Transporte de Deficientes.
A exploração de autocarros para Deficientes, da
responsabilidade da CARRIS desde Fevereiro de 1982, é
assegurada por 4 autocarros.
Este serviço destina-se a pessoas que, pelas suas dificuldades
de locomoção não possam utilizar os veículos da Frota
da CARRIS, exigindo veículos especialmente adaptados, podendo
fazer-se acompanhar de uma pessoa, quando necessário.
Trata-se de um serviço que actua num sistema de porta
a porta, dentro da rede de exploração da CARRIS, exclusivamente
no concelho de Lisboa, sendo utilizado preferencialmente
em deslocações regulares entre a residência e o
emprego, a escola e os serviços de saúde ou equipamentos
de lazer.
Durante o ano de 2007, foram percorridos mais de 160 000 km,
no âmbito deste serviço e transportados cerca de 22 000 passageiros.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 13
1.5. CARACTERIZAÇÃO E RELAÇÃO COM OS
“STAKEHOLDERS”
Os “Stakeholders” são entidades colectivas ou singulares
que condicionam os pressupostos de valor para a Empresa
a qual procurará responder-lhes, no âmbito do seu desempenho,
de forma a valorizar a marca CARRIS, fortalecendo-a.
Consciente deste facto, a CARRIS tem desenvolvido, nos últimos
anos, um processo interno para bem identificar e conhecer
os seus “Stakeholders”, com vista a criar, com os
mesmos, uma relação de maior transparência e confiança,
visando a melhoria do seu desempenho.

14 • ENQUADRAMENTO DA EMPRESA • Carris
Clientes
Regulares
Ocasionais
Comunidade Local
Associações de Moradores
Escolas
Colectividades
Associações de Jovens e Idosos
Associações Religiosas
Associações de Turismo
Transeunte
Colaboradores
Tripulantes
Enquadramento
Quadros Técnicos
Administrativos e Apoio
Manutenção
Meios de Comunicação Social
Locais
Rádio
TV
Distribuição Gratuita
Mantêm-se ainda actuais os valores que os diferentes “Stakeholders” desejam ver preservados e que se apresentam no quadro seguinte:
RELAÇÃO DA CARRIS COM OS SEUS “STAKEHOLDERS”
Fornecedores - Bens e Serviços
Prestação de Serviços
Fabricantes de Equipamento
Suporte de Negócio
Matérias-Primas; Energia
Manutenção de Veículos
Banca
Organizações não
Governamentais
Associações de Consumidores
Ambientalistas
Organização Representativa
de Trabalhadores
Outros
Restantes Operadores de Transporte, numa óptica
de complementaridade e de não concorrência,
encontrando-se divididos por três blocos:
Rodoviários;
Ferroviàrios;
Fluviais/Marítimos.
Entidades Institucionais
Ministério das Finanças e da
Administração Pública;
Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações;
Câmaras Municipais;
Instituto da Mobilidade e dos
Transportes Terrestres;
Ministério da Administração
Interna;
Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações;
Ministério do Ambiente,
do Ordenamento do Território e
do Desenvolvimento Regional;
Autoridade Metropolitana de
Transportes;
Associação Nacional de
Transportadores Pesados de
Passageiros;
Instituto de Estradas de Portugal;
Instituto Nacional do Transporte
Ferroviàrio;
Polícia Municipal;
PSP, GNR;
Bombeiros.
“Stakeholders” Valores de Interesse
Eficiência, Qualidade, Acessibilidade, condições de prestação de serviço,
Clientes Segurança, Conforto, minimização do transbordo.
Comunidades Locais Melhorias de serviço, intervenção na rede viària, ajustamento de serviço.
Colaboradores Formação, estratégia da Empresa, instruções e condições de trabalho.
Meios de Comunicação Social Informação privilegiada, institucional e de serviços para Clientes.
Indicadores especializados, prazos, encargos,
Fornecedores cumprimento das especificações do contrato.
Entidades Institucionais Intermodalidade, Eficiência, cumprimento de metas.
ONG’s Cuidado com Deficientes, necessidades especiais, melhoria de serviço.
Outros (Operadores de Transporte) Intermodalidade.

Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 15

18 • ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE • Carris
2. ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade é uma filosofia e um modelo de funcionamento
integrante da missão de serviço público da Empresa,
sempre presente na cultura da CARRIS, que tem como
objectivo atingir o equilíbrio entre as vertentes económica,
ambiental e social, de modo a contribuir para a Sustentabilidade
da sociedade e garantir às gerações futuras melhores
oportunidades do que as que são dadas às gerações
actuais.
2.1. POLITICAS-CHAVE E INICIATIVAS PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL
A Qualidade é um desafio diário, assumido como um ponto
de partida para a satisfação das exigências dos Clientes e
para o bem-estar social. Neste âmbito, a CARRIS definiu os
seguintes princípios gerais da política de qualidade da
Empresa:
• Contribuir para a melhoria do Sistema de Transportes
na Área Metropolitana de Lisboa, assegurando a mobilidade
dos Clientes, em função das suas necessidades e expectativas;
• Aumentar a eficácia e eficiência do Serviço de Transporte
Público de Passageiros através da adequação da oferta à
procura e da racionalização dos recursos e métodos utilizados;
• Cumprir permanentemente os requisitos e compromissos
assumidos e expressos na Carta do Cliente, de forma a obter
a sua confiança e preferência relativamente ao serviço
prestado;
• Aumentar progressivamente o grau de satisfação dos
Clientes, medindo as suas opiniões através de inquéritos periódicos
de avaliação;
• Melhorar continuamente a qualidade do serviço oferecido,
com base na permanente adequação da oferta à
procura, na regularidade, na fiabilidade, no conforto e segurança
do transporte, na renovação e modernização da
frota e na selecção e formação adequadas dos recursos humanos.
2.2. ANÁLISE DO ANO 2007
Apresentam-se, a seguir, as realizações mais importantes da
CARRIS levadas a efeito no ano de 2007.
Carta de Compromisso de
Desenvolvimento Sustentável
Em Setembro de 2007, aquando do 135.º Aniversário da
CARRIS, foi assinada entre a CARRIS e a UITP – União Internacional
de Transportes Públicos, a Carta de Compromisso
com o Desenvolvimento Sustentável para a CARRIS, cerimónia
que contou com a presença da Secretária de Estado dos
Transportes e do Secretário-Geral da UITP.
Na sequência da assinatura desta Carta, com o estatuto de
“Full Charter Signatory” a CARRIS comprometeu-se publicamente
com os princípios do desenvolvimento sustentável,
responsabilizando-se pelo cumprimento quer de acções que
estimulem e desenvolvam boas práticas no sector dos transportes
públicos para a Sustentabilidade, quer em elaborar,
regularmente, relatórios sobre as acções concretizadas, envolvendo
as três vertentes da sustentabilidade: a social, a
ambiental e a económica.

Adesão ao Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável
A CARRIS aderiu, no primeiro trimestre de 2007, ao BCSD
(Portugal) – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável.
Este Conselho, de que fazem parte mais de 80 empresas de
primeira linha da economia nacional, tem a missão de transpor,
para o plano nacional, os princípios orientadores do
WBCSD – Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável.
Com esta adesão, a CARRIS passa a dispor de informação
muito importante, tendo em conta a missão do BCSD cujos
principais objectivos são:
• Difundir e divulgar os princípios do desenvolvimento sustentável;
• Promover a articulação entre empresas, governo e sociedade
civil com vista à promoção do desenvolvimento sustentável;
• Desenvolver actividades de formação que conduzam à
comunicação eficaz dos princípios do desenvolvimento sustentável;
• Definir projectos e recolha de estudos de casos que
ilustrem e estimulem o desenvolvimento sustentável e participar
e promover actividades específicas das empresas
portuguesas relacionadas com o desenvolvimento sustentável.
CARRIS atinge 73% no Barómetro
da Sustentabilidade
A CARRIS participou, em 2007, na primeira edição do estudo
sobre o “Estado de Arte das Práticas de Sustentabilidade
em Portugal”, promovido pelo Banco Espírito Santo, pelo Jornal
Expresso e em parceria com a Heidrick & Struggles,
tendo atingido os 73%, no Barómetro da Sustentabilidade,
ficando posicionada acima da média nacional (65%) excluindo
as Autarquias.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 19
Da análise dos resultados globais do estudo, a CARRIS destaca-se
na Dimensão Ambiental, nos critérios de “Reporting”
Ambiental, de Política e Gestão Ambiental e de “Performance”
Ambiental (eco – eficiência), na Dimensão de Gestão, no critério
Gestão da Relação com os Clientes e na Dimensão
Social, nos critérios da Responsabilidade Social, da Gestão
da Relação com os “Stakeholders” e da Atracção e Retenção
de Talento.
Este estudo teve como objectivo conhecer o “Estado de Arte
das Práticas de Sustentabilidade em Portugal”, bem como o
posicionamento de cada uma das 47 empresas participantes
em relação às “Best-Practice” e ao “Best-in-Class” do mercado.
Segundo informação dos promotores, para este estudo foram
convidadas 200 instituições em Portugal (Empresas cotadas
e não cotadas, Empresas Públicas e Autarquias), aceitaram
o convite 100 Empresas e destas, 47 tiveram condições
para participar no estudo.
Em termos da metodologia utilizada para este estudo, foram
adoptados critérios de valorização quantitativa pela
Heidrick & Struggles, tendo em conta que as análises efectuadas
teriam de ser comparáveis com as melhores práticas
internacionais, tendo por base a análise da Sustentabilidade
ao nível das três Dimensões – Económica, Ambiental e Social.
Com este estudo os seus promotores pretenderam colocar a
Sustentabilidade no centro das atenções dos portugueses.
As empresas participantes receberam os resultados globais
do estudo, o que lhes permite identificar os pontos fortes e
as áreas de aposta para o futuro, em comparação com as
melhores práticas de gestão empresarial no domínio da sustentabilidade.
Campanha de Sustentabilidade
Com o objectivo de estimular comportamentos ambientalmente
correctos, junto dos seus colaboradores e clientes, a
CARRIS desenvolveu, em Julho de 2007, a Campanha “Sustentabilidade.
Agir Hoje… Preservar o Amanhã”, através da
afixação de cartazes no interior e no exterior dos veículos e
nas suas instalações.

20 • ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE • Carris
Renovação da Frota
Após o processo de renovação de mais de metade da frota,
iniciado em Março de 2004 e concluído em Julho de 2006,
que envolveu a aquisição de 408 autocarros, a CARRIS vai
prosseguir com o processo de renovação da frota, embora
a ritmo moderado. Com efeito, em 2007 foram lançados
mais dois Concursos Públicos Internacionais, tendo sido
adjudicados, no final do ano, 40 veículos, 20 autocarros
Médios (introduzindo, de novo, esta tipologia de veículos na
empresa) e 20 autocarros Articulados, com entrega no 2º
semestre de 2008.
Todos os 408 veículos, já em circulação, cumprem plenamente
a Directiva Comunitária sobre emissões de gases
poluentes – Limite Euro 3, em vigor na altura. Os 40 novos
autocarros Médios e Articulados cumprirão os Limites Euro 4
(actualmente em vigor) e Euro 5, respectivamente .
Importa referir que este esforço de investimento, que atinge
quase 70 milhões de Euros para os 408 + 40 = 448 autocarros,
teve como objectivos:
• Reduzir os custos de manutenção;
• Dotar a empresa com veículos tecnicamente mais evoluídos,
nomeadamente na comodidade e segurança no transporte
dos passageiros;
• Diminuir as emissões poluentes e de dióxido de carbono
(CO2), assegurando melhor desempenho ambiental;
• Diminuir a idade média da frota que passou de 16,4
anos em 2003 para 6 anos em 2006 e para 7 anos, actualmente.
Manutenção
Dando continuação à política de externalização das actividades
de manutenção do material circulante, a CarrisBus
assegurou de forma crescente a manutenção da frota de
autocarros, processo concluindo no final de 2007, cabendo-lhe
cerca de dois terços da manutenção do modo autocarro.
Nas Estações de Miraflores e da Pontinha, a Hydraplan
(Concessionário MAN) tem vindo a assegurar a manutenção
de 248 autocarros “Standard” (148 MAN 18.310 HOCL e
100 MAN 18.280 HOCL).
Assim neste momento a CarrisBus e a Hydraplan asseguram
a manutenção da totalidade da frota de autocarros.
“Rede 7”
O processo de renovação da Rede – “Rede 7” – iniciou-se
em Setembro de 2006, com a entrada em exploração da
sua 1.ª fase. Trata-se de um projecto que pretende optimizar
o serviço oferecido, melhorando a oferta de serviço nos locais
onde a mesma se encontre deficitária, racionalizando-a,
onde se justifique, procurando ainda adaptar a Rede à realidade
urbanística e aos pólos de emprego actuais, não esquecendo
os equipamentos escolares e de saúde.
Durante 2007, procedeu-se à consolidação da 1ª. fase deste
projecto, tendo sido efectuados alguns ajustamentos na rede,
de modo a resolver alguns problemas detectados durante
a fase de monitorização. Deste modo, foram efectuados
5 ajustamentos em 2007 (tinham já sido efectuados 9 ajustamentos
no 4.º Trimestre de 2006). Tais ajustamentos foram
os seguintes:
8 Janeiro: Reforço da frequência aos dias úteis e fins de semana
da carreira 718, respondendo às irregularidades detectadas;
22 Janeiro: Prolongamento da carreira 742, na zona do Pólo
Universitário da Ajuda, de modo a melhorar o acesso a
todos os estabelecimentos de ensino daquele núcleo, assim
como melhorar a ligação às restantes carreiras que ali circulam
(723 e 729);
22 Janeiro: Estabelecimento de uma nova paragem para a
carreira 773, na Calçada da Estrela, sentido Alcântara, respondendo
a diversas solicitações de clientes;
16 Julho: Prolongamento da carreira 64, do Colégio Militar,
à Cidade Universitária, melhorando as ligações de Benfica
ao Hospital de Santa Maria e à Universidade;

11 Outubro: Estabelecimento de uma nova paragem, para
a carreira 773, na Rua Rodrigo da Fonseca, sentido Alcântara,
respondendo a diversas solicitações de clientes.
Durante 2007, concluíram-se os estudos relativamente à 2.ª
fase deste projecto. De referir que esta fase se encontra ligada
ao prolongamento do serviço do Metropolitano a Santa
Apolónia, com a inauguração de duas novas estações, respectivamente,
Terreiro do Paço e Santa Apolónia.
Assim, como principal linha orientadora desta nova fase, a
CARRIS irá reduzir ligeiramente o seu serviço, principalmente,
nas ligações directas que o Metropolitano passa a proporcionar,
reforçando a frequência de outras carreiras, em
particular, onde não existe a opção por aquele modo de
transporte.
Deste modo, o estudo concluiu pela alteração do serviço em
14 carreiras, da forma seguinte:
• 3 carreiras são encurtadas (em particular, sobre o eixo
servido pela Linha Azul do Metropolitano);
• 2 carreiras são prolongadas;
• 1 carreira passa a oferecer serviço nocturno, melhorando
a cobertura numa zona até então não servida;
• 11 carreiras passam a oferecer um melhor intervalo de
passagem;
• 3 carreiras alteram o seu percurso e terminais;
• 1 carreira deixa de funcionar, dado que o seu serviço
passa a ser assegurado por outra carreira (que entretanto é
alterada) e, cumulativamente, pelo Metropolitano.
Melhoria das Condições de Circulação
Em 2007, a CARRIS continuou a fazer a fiscalização dos
corredores BUS, reforçando as acções das equipas conjuntas
constituídas por um inspector da CARRIS e por um agente
da Polícia Municipal. A acção destas equipas foi, entretanto,
alargada à fiscalização do estacionamento indevido
junto das paragens. Mais do que sancionar, pretendeu-se
sensibilizar as pessoas para o cumprimento de regras de
civismo e de boa conduta, consciencializando os cidadãos
para a necessidade de respeitar os “Corredores BUS” e as
regras de estacionamento. Apesar disso, na sua acção, du-
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 21
rante o referido ano, registaram-se 5.645 autuações, que
correspondem a 3.485 advertências, 208 pedidos de reboque
e 2 pedidos de bloqueamento.
Continuou, igualmente, o processo de colaboração entre a
CARRIS e a Câmara Municipal de Lisboa, com o objectivo
de melhorar as condições de circulação dos autocarros e
eléctricos, através da pintura/repintura de sinalização horizontal
e colocação de pilaretes de protecção, dissuasores
do estacionamento desordenado. Neste processo, a equipa
de pintura é composta por trabalhadores da CARRIS, devidamente
acompanhados por fiscais da Câmara.
NOVOS CORREDORES BUS INSTALADOS NA REDE DA CARRIS
Corredor Acréscimo (m)
Estrada da Correia, troço entre o Lg. do Malvar, antes
da paragem “Carnide-Metro” e a Av. Cidade de
Praga, sentido Pontinha 150
Alameda das Linhas de Torres, torço entre a R. Silva
Tavares e a R. Ladislau Patrício 80
Av. Engº. Duarte Pacheco, entre o nº. 15 e a
R. Artilharia Um, no sentido Marquês de Pombal 250
Av. Duque de Loulé, troço entre a Rua Eça de Queiroz
e a R. Camilo Castelo Branco 60
R. Alexandre Herculano, entre a R. Rodrigo da Fonseca
e Lg. do Rato, sentido Lg. do Rato 170
Acréscimo TOTAL 710
No seu conjunto, todas as acções referidas contribuíram
para a redução de 59,1% do número de quilómetros perdidos
por engarrafamentos e outros problemas de trânsito, por
milhar de quilómetros percorridos, entre 2006 e 2007, o
que contribuiu para a melhoria da regularidade do serviço
prestado e para a redução de custos de exploração.
Sistema de Gestão Integrado da
Qualidade e Ambiente
Conforme já referido a CARRIS obteve a certificação do
SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade, englobando toda
a Empresa, concedida pela APCER, em 18.01.2006, tendo
como referência a norma NP EN ISO 9001:2000.
Em 21.02.2006 obteve a certificação das primeiras 4 Linhas/Carreiras,
concedida pela CERTIF e em Julho de 2007

22 • ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE • Carris
a certificação de mais 18 Linhas/Carreiras, também concedida
por aquela entidade. Decorrem, entretanto, os trabalhos
para a certificação de mais 18 linhas/carreiras, cujo
processo de candidatura à CERTIF será concretizado no início
de 2008.
A certificação das Linhas/Carreiras tem como referência a
norma NP EN 13816:2003 e as Especificações Técnicas da
CERTIF: ET.STP.01-1:2005 – Serviço de Transporte Público
de Passageiros – Linha de Autocarros Urbanos, Características
do Serviço e a e ET.STP.01-2:2005 – Serviço de Transporte
Público de Passageiros – Linha de Autocarros Urbanos, Fornecimento
do Serviço, bem como a ET.STP.02:2005 – Serviço
de Transporte Público de Passageiros – Linha de Eléctricos
Urbanos, Características e Fornecimento do Serviço.
Entretanto, a CARRIS decidiu avançar, com o processo de
implementação e desenvolvimento do SGA - Sistema de Gestão
Ambiental, segundo a Norma NP EN ISO 14001:2004
+ Emenda 1: 2006 – Sistema de Gestão Ambiental, Requisitos
e Linhas de Orientação para a sua utilização e obtenção
da respectiva certificação.
Para o efeito adjudicou à empresa Q-Consultores, em Junho
de 2006, uma proposta para o fornecimento do apoio necessário
ao desenvolvimento e implementação dum Sistema
de Gestão Ambiental, de modo a ser integrado no Sistema
de Gestão da Qualidade.
Os Processos considerados no âmbito da Certificação do
Sistema de Gestão Integrado da Qualidade e Ambiente
(SGI), são os que se indicam respectivamente:
• Processo de Gestão Integrado da Qualidade e Ambiente
• Processos Operacionais:
• Planeamento do Serviço;
• Prestação e Controlo do Serviço;
• Comunicação, Vendas e Apoio ao Cliente.
• Processos de Suporte:
• Aprovisionamentos;
• Gestão da Manutenção de Autocarros;
• Gestão da Manutenção do Modo Eléctrico;
• Grandes Reparações de Veículos e Órgãos;
• Gestão de Recursos Humanos.
Os Processos são os mesmos que os considerados para o
Sistema de Gestão da Qualidade.
Na sequência da definição dos Processos, as fases mais importantes
do desenvolvimento e implementação do SGI corresponderam
a:
• Definição da estrutura do SGI;
• Definição da metodologia de identificação e avaliação
dos aspectos ambientais e impactes ambientais significativos;
• Definição dos objectivos e metas ambientais;
• Elaboração do programa do SGI;
• Implementação/revisão dos procedimentos ambientais;
• Implementação de acções para assegurar a conformidade
legal;
• Revisão do normativo comum (NG’s, NE’s e IT’s) necessário
à implementação do SGI que consta das Listas de Controlo
de Documentos de Origem Interna referida no Manual
da Qualidade e Ambiente;
Cabe aqui referir, em especial, o desenvolvimento da documentação
necessária à definição e implementação do
Sistema de Gestão Ambiental, nomeadamente o Plano de
Monitorização e Medição Ambiental, Verificação da Conformidade
Legal, Identificação e Avaliação dos Aspectos
Ambientais, Gestão de Resíduos, Requisitos Ambientais de
Compra de Materiais e de Serviços, Preparação e Capacidade
de Resposta a Emergências Ambientais, bem como
procedimentos internos de controlo operacional:
• Elaboração e publicação da Política da Qualidade e
Ambiente, enviada por carta de 26 de Junho de 2007, a
todos os Colaboradores e divulgada e afixada em todos os
Órgãos da CARRIS, bem como afixada, durante o mês de
Novembro de 2007, em todos os veículos de serviço público
da Empresa;
• Implementação de procedimentos em função da nova
documentação elaborada e do Normativo revisto;

• Formalização do Manual da Qualidade e Ambiente;
• Revisão do Manual de Organização Funcional;
• Acompanhamento das Acções Programadas na sequência
do Programa do Sistema de Gestão Integrada da Qualidade
e Ambiente;
• Acompanhamento dos indicadores de desempenho dos
Processos;
• Monitorização do serviço, de acordo com o Plano de
Monitorização e Medição do Serviço;
• Monitorização ambiental, de acordo com o Plano de
Monitorização e Medição Ambiental;
• Visitas a todas as Estações/Complexos para acompanhamento
das acções necessárias para assegurar a conformidade
legal, nomeadamente o tratamento das Não Conformidades
e as Acções de Melhoria assinaladas na Auditoria
de Diagnóstico Ambiental.
• Continuação da divulgação interna do SGI e do Processo
de Certificação das Linhas (Carreiras);
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 23
• Realização da Auditoria Interna ao SGI e Linhas (Carreiras)
Certificadas, concretizadas nos dias 22, 24, 25, 26
e 30 de Outubro e 2 de Novembro de 2007;
• Análise e Tratamento de Dados;
• Implementação de Acções Correctivas e Acções Preventivas;
• Elaboração do Relatório de Acompanhamento do SGI
de suporte à Revisão do Sistema de Gestão Integrado da
Qualidade e Ambiente.
A auditoria anual de acompanhamento ao SGQ e a auditoria
de 1.ª fase do SGA, tiveram lugar, respectivamente, nos
dias 17 e 18 e nos dias 19, 20 e 21 de Dezembro de
2007.
As 22 Linhas (Carreiras) que dispõem da “Marca Serviço
Certificado” são: 5, 15E, 16, 17, 24, 37, 47, 48, 56, 60,
76, 83, 708, 718, 723, 726, 729, 738, 751, 755, 759 e
781.
A auditoria de 2.ª fase da certificação do SGA terá lugar no
final de Março de 2008.

24 • ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE • Carris
Com a sua Política da Qualidade e Ambiente, a CARRIS
deixa expresso que pretende reduzir progressivamente o
consumo dos recursos naturais e de energia, bem como proceder
à valorização dos resíduos, a fim de minimizar os
impactes e efeitos globais, contribuindo para a preservação
do meio ambiente.
Redução do “Deficit” Operacional
O resultado operacional da CARRIS, que em 2006 tinha revelado
uma melhoria de cerca de 1,3 milhões de euros (-3%)
relativamente ao ano de 2005, acentuou em 2007 essa tendência,
verificando-se uma diminuição do “deficit” operacional
em cerca de 20,0 milhões de euros (-46,6%) relativamente
ao ano de 2006.
Tal resultado vem na esteira da reestruturação interna encetada
em 2003 e é fruto do desenvolvimento conjugado de
várias acções cujas medidas têm conduzido à redução sustentada
do “deficit” operacional da Empresa, “deficit” esse
que, quando comparado com o ano de 2002, revela uma
redução de cerca de 21,2 milhões de euros (-35,0%), o que
em termos reais corresponde a uma redução de 28,2 milhões
de euros.
Inovação e Desenvolvimento
• SAEIP – Sistema de Ajuda à Exploração e
Informação aos Passageiros em Tempo Real
No âmbito deste projecto, iniciaram-se os trabalhos
destinados à instalação de mais 150 painéis electrónicos
de informação ao público, em paragens. Com esta
instalação, passarão a existir 350 painéis informativos,
o que, complementado com o serviço SMS Carris, permite
dotar os clientes com informação do tempo de chegada
do próximo veículo de cada carreira, em tempo
real.
Um aspecto importante, consiste no alargamento deste tipo
de equipamento urbano a outros concelhos, para além do
de Lisboa. Assim, nesta 4.ª fase, será abrangido o Concelho
da Amadora, sendo ali instalados 6 painéis.
• CBI – Projecto Corredor Bus Intermitente
Concluiu-se, já em 2006, a experiência relacionada com
este projecto, o qual tem como objectivo proporcionar uma
via reservada ao transporte público, somente quando as
condições de trânsito o exijam, em contraponto com o que
sucede com os “corredores Bus” clássicos, os quais reservam,
em permanência, parte da via, mesmo quando as
condições de fluidez não justificam.
Este sistema destina-se a proporcionar uma optimização da
capacidade de uma via, apenas reservando o “corredor
Bus” quando existe congestionamento.
Para tal, este sistema, desenvolvido em parceria com a
Câmara Municipal de Lisboa e com o Instituto Superior
Técnico, articula-se com o SAEIP, analisando em tempo
real o escoamento geral da via, com a previsão do
instante de chegada dos autocarros. Em caso de necessidade,
os “led’s” existentes no pavimento piscam, substituindo
a sinalização horizontal habitual nos “corredores Bus”
estáticos.
Este sistema foi objecto de uma fase experimental na Alameda
da Universidade, no sentido Campo Grande, tendo-se
conseguido ganhos na velocidade comercial nas carreiras
abrangidas.
É intenção da CARRIS alargar a experiência a outro local,
com vista a apurar com maior rigor as vantagens deste sistema.
No entanto, durante 2007, este sistema não sofreu
evolução, aguardando-se a disponibilidade da Câmara Municipal
de Lisboa, para o alargamento a outros locais da
cidade, designadamente, na Estrada da Luz.
• Sistema de Videovigilância
A CARRIS foi pioneira, em Portugal, na aplicação de Sistemas
de Videovigilância, em veículos para transporte de passageiros,
tendo os primeiros sistemas sido instalados em 2000.
Em finais de 2007, encontravam-se equipados com este sistema
639 veículos (589 autocarros e 50 eléctricos). Durante
o ano de 2008, ficará equipada toda a frota de Serviço Público
da CARRIS.

A CARRIS faz o controlo e monitorização das imagens. Sempre
que se justifique (ocorrência de uma emergência, alarme
real nos veículos ou a pedido das Entidades competentes) o
disco é retirado do veículo em causa e entregue no Gabinete
de Qualidade e Segurança, onde é visualizado em
equipa-mento próprio. É da competência deste Gabinete assegurar
o cumprimento das disposições legais no que se refere
à visualização, guarda, entrega às autoridades competentes
e eliminação das gravações.
A CARRIS cumpre rigorosamente as disposições legais relativamente
à protecção de dados pessoais, no âmbito da utilização
dos Sistemas de Videovigilância instalados nos veículos
da Frota de Serviço Público, para efeitos do incremento
da segurança de pessoas e bens.
• Sistema de Bilhética – Lançamento do “Zapping”
Em Dezembro de 2007, foi lançado um novo “Bilhete Multimodal”
electrónico, válido na Carris e no Metropolitano,
denominado por “Zapping”, cujo principal objectivo consiste
em conferir versatilidade e simplicidade na utilização
dos Transportes Públicos.
O “Zapping” é particularmente vocacionado para o cliente
menos frequente, que numas deslocações utiliza a CARRIS e
noutras o Metropolitano, evitando assim a necessidade de
ter de utilizar dois cartões 7 Colinas, um para cada Operador,
como acontecia até então.
Este novo “Bilhete Multimodal”, verdadeiramente inovador,
baseia-se num novo conceito em que o cliente passa a carregar
dinheiro num único cartão 7 Colinas, sem ser obrigado
a definir previamente o Operador ou Operadores que
necessita utilizar.
A Carris e o Metropolitano são os primeiros aderentes a este
novo título, prevendo-se que, num futuro próximo, todos os
Operadores de Transporte da Região de Lisboa integrem o
novo ”Bilhete Multimodal”.
O “Zapping” pode ser adquirido/carregado nos Postos de
Venda e Concessionários da CARRIS, Estações dos CTT e
Agentes “Payshop” e ainda nos Postos e Máquinas Automáticas
de Venda do Metropolitano.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 25
O carregamento mínimo do “Zapping” é de 1,50 euros e o
máximo de 10 euros, sendo que o saldo acumulado no cartão
nunca poderá exceder os 15 euros.
Os clientes beneficiam de bónus, para carregamentos iguais
ou superiores a 5 euros, que serão acrescentados ao valor
carregado:
Escalões Bónus
1,50 € a 4,95 € 0 €
5,00 € a 6,95 € 0,15 €
7,00 € a 9,95 € 0,35 €
10,00 € 0,75 €
Na CARRIS, a utilização do “Zapping” é feita por aproximação
do cartão 7 Colinas ao validador, sendo que:
• Para deslocações de 1 Zona, é descontado o preço de
75 cêntimos, permitindo efectuar os transbordos que o cliente
necessitar no período de 1 hora;
• Para deslocações de 2 Zonas, o cliente carrega na tecla
2 do validador, sendo descontado o valor de 1,50 euros,
permitindo viajar durante 2 horas.
• Sistema de Informação ao Passageiro – SMS Carris
Em complemento da informação em tempo real, sobre o destino
e tempo em falta para a passagem dos próximos veículos
de cada uma das carreiras, proporcionada pelos painéis
electrónicos, este sistema permite a qualquer Cliente conhecer,
para uma determinada paragem, a mesma informação,
mesmo naquelas que não dispõem daquele tipo de equipamento.
Para tal, basta o envio de um SMS, a partir de um telemóvel,
contendo o código da paragem pretendida, podendo
ser associada, ou não, uma carreira. O sistema responde,
através do envio de um SMS para o Cliente, com informação
relativa a cada uma das carreiras que efectua ali paragem.
Caso seja acrescentada a carreira, então o sistema
devolve informação relativa às próximas passagens de veículos
da carreira especificada.

26 • ENQUADRAMENTO DA SUSTENTABILIDADE • Carris
Seja qual for o tipo de pedido, a informação prestada compreende
sempre a carreira, destino e minutos previstos para
a passagem no local.
Este sistema funciona em estreita ligação com o SAEIP.
Para uma maior divulgação deste sistema, em todas as paragens
da Rede, renovadas no âmbito da 2.ª fase da “Rede 7”,
foi dado particular destaque à inscrição do respectivo código
e do número de destino do SMS. Do mesmo modo, no
sítio da CARRIS, da Internet, os Clientes podem consultar
qual o código da paragem pretendida.
• Emissão de Facturas por Via Electrónica
Este projecto foi concretizado este ano. O sistema está aplicado
e a funcionar, recebendo e emitindo facturas de fornecedores
e para clientes aderentes ao sistema.
• Contratação Electrónica
Visando a desmaterialização de procedimentos, a CARRIS está
numa fase de avaliação dos processos de contratação electrónica,
para posterior tomada de decisão quanto à sua aplicação.
Entretanto, em 2007, procedeu aos concursos de aquisição
de fardamentos e de papel, através da plataforma electrónica
disponibilizada pela Vortal.
• Bus Européen Du Futur (BeDF)
A CARRIS tem acompanhado e participado, à escala europeia,
num projecto que visa demonstrar as potencialidades do autocarro
do futuro, valorizando a sua eficácia em termos de custos de exploração.
Destina-se também a esclarecer, junto dos construtores, a necessidade
de acompanhar a evolução de procedimentos e técnicas
no domínio da construção, respondendo às exigências comerciais.
• Projecto Starbus
O Starbus é um projecto que pretende ser uma ferramenta
de apoio à decisão no caso específico de opções de propul-
são/combustíveis de substituição em autocarros (Diesel, Gás
Natural Comprimido, GPL, Híbridos e outros). Antes de qualquer
decisão, terá de ser naturalmente ponderado o investimento
previsto e avaliado o conjunto de factores externos
inerentes, como o impacte ambiental, a diversificação de
energia, a eficiência energética e os custos, entre outros.
A CARRIS está a dar apoio técnico à Lisboa - E - Nova (parceiro
nacional neste projecto), estando previstos testes em serviço
num autocarro “standard” de nova geração, em 3 linhas da Rede
da CARRIS, com equipamento específico (Março de 2008).
• Projecto de Concepção de um Autocarro Médio Urbano
A CARRIS concretizou um estudo, em parceria com outros
Operadores de Transporte nacionais (STCP, TUB, Horários
do Funchal e outros) e com fabricantes de chassis/carroçaria
(MAN/Irmãos Mota), definindo as características e as especificações
e correspondente acompanhamento de fabrico
de um autocarro Médio urbano. Este projecto inclui também
a sua experimentação nas Redes de transporte da CARRIS
(já efectuada) e dos restantes Operadores envolvidos.
Esta análise foi complementada com a experimentação de
um autocarro de outro fabricante (M. Benz/EvoBus), na Rede
da CARRIS.
Estas acções constituíram importantes contributos para o
processo de aquisição de 20 autocarros Médios desencadeado
em 2007 através de Concurso Público Internacional,
os quais serão recepcionados no 2º semestre de 2008, conforme
já referido.
• Estratégia Energético – Ambiental para Lisboa
A CARRIS participa num projecto de cooperação entre vários
parceiros – CML, EDP, GALP ENERGIA, LISBOAGÁS,
EPAL, LISBOA E-NOVA – para definição de uma estratégia
energético - ambiental para a Cidade de Lisboa, no âmbito
das estratégias e políticas da Comissão Europeia.
Código de Ética e de Conduta
A Empresa publicou em 2006 o seu Código de Ética e Conduta.
Trata-se de um documento de referência de âmbito social, institu-

cional e ambiental que envolve e regula as actividades entre a
empresa e os seus “Stakeholders”. Traduz um forte compromisso
da empresa em incentivar e investir em comportamentos eticamente
correctos como nucleares, não só no seu desenvolvimento,
como também no tecido empresarial e social envolventes.
Tem como objectivo fazer emergir os seus Princípios e Valores
Estruturantes num conjunto de regras éticas como modelo
comportamental, inserido no sistema de melhoria contínua
do Processo de Certificação.
Do conjunto de Valores que integram as práticas da Empresa
podem ser evidenciadas: Seriedade, Credibilidade, Responsabilidade,
Rigor e Procura de Excelência.
Do conjunto de Princípios adoptados podem-se destacar os
seguintes: Princípios relacionados com Factores Comportamentais,
Igualdade de Tratamento e não discriminação, Legalidade
e Boa-fé, Verdade e Transparência, Integridade,
Responsabilidade e Equidade.
Destaque ainda para a preocupação da Empresa de não
pactuação com práticas que configurem “Dumping” Social.
Por fim, no que diz respeito à área ambiental, a Empresa
subscreve os compromissos decorrentes do Protocolo de
Quioto, privilegiando a aplicação de técnicas pró – ambientais
e a racionalização do consumo de energia, contribuindo,
assim, para o Desenvolvimento Sustentável.
2.3. PROJECTOS FUTUROS
Os próximos anos serão marcados por grandes desafios de
que se destacam:
• Renovação da Rede, prosseguindo e concretizando as
fases seguintes da “Rede 7” até 2010;
• A concretização de acções que concorram para o aumento
da Procura;
• Obtenção de melhorias inerentes à gestão do tráfego e
às condições de circulação:
• Criação de novos corredores BUS.
• Expansão do sistema Gertrude;
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 27
• Continuação do processo de renovação da frota de autocarros;
• Consolidação do processo de externalização da manutenção
dos veículos da frota;
• Aprofundamento das questões relacionadas com a Utilização
Racional de Energia e com a melhoria da Eficiência Energética,
nos Edifícios/Instalações da empresa e na Actividade de
Transporte, adoptando as melhores práticas com este objectivo;
• Continuação do redimensionamento, do rejuvenescimento
e da formação dos colaboradores, designadamente do
pessoal tripulante;
• Melhoria contínua do desempenho da Empresa, compromisso
decorrente da Certificação da Qualidade, obtida
a 18 de Janeiro de 2006;
• Melhoria da articulação da CARRIS com os “Stakeholders”;
• Incremento do combate à fraude e à utilização do transporte
sem validação do respectivo título;
• Alargamento da Certificação da Qualidade do Serviço,
através do aumento do número de linhas certificadas;
• Conclusão do processo de Certificação do Sistema de
Gestão Ambiental.

30 • RESPONSABILIDADES • Carris
3. RESPONSABILIDADES
O presente capítulo desenvolve os vários indicadores dos
três pilares da Sustentabilidade: o económico, o social e o ambiental.
Para os quantificar, a CARRIS recorreu ao “Global
Reporting Initiative” (GRI), versão 3 reconhecido internacionalmente.
3.1. RESPONSABILIDADE ECONÓMICA
No respeitante ao pilar económico, o mesmo encontra-se
bem documentado no Relatório e Contas de 2007 da Empresa,
explicitando-se seguidamente alguns dos valores mais
representativos:
• Proveitos: em termos de vendas líquidas, no ano de 2007,
atingiu-se o valor de 83,5 milhões euros, sendo de destacar
o montante do Serviço Público: 75,4 milhões de euros.
• Fornecedores: os custos atingiram 48,3 milhões de euros,
sendo que 40,2% diz respeito a energia - custos com
gasóleo, gás natural e electricidade de tracção (19,4 milhões
de euros).
• Colaboradores: os custos com pessoal atingiram a verba
de 87,7 milhões de euros, sendo 55,8 milhões de euros as
remunerações, e os encargos sociais e os complementos de
pensões de reforma 18,8 milhões de euros e 13 milhões de
euros, respectivamente.
• Sector Público: em impostos, directos e indirectos, foram
gastos 478 mil euros. Os subsídios recebidos atingiram o
valor de 46 milhões de euros.
3.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL
3.2.1. Clientes
A CARRIS, detentora da exclusividade do direito de exploração
do Transporte Público Urbano de Passageiros de Superfície
na cidade de Lisboa, com uma experiência centenária,
assume como sua razão de ser a satisfação das necessidades
e expectativas dos seus Clientes.
Este envolvimento e identificação da CARRIS com a Cidade
de Lisboa está patente nas estatísticas da Empresa, nomeadamente
em termos de passageiros transportados e de quilómetros
percorridos, números que atestam a sua importância como
um dos agentes privilegiados na mobilidade da Cidade.
Saúde e Segurança do Cliente
2007
Passageiros Transportados km percorridos
Autocarros 217 872 043 38 692 625
Eléctricos+Asc.+Elev. 18 483 658 1 917 664
TOTAL 236 355 701 40 610 288
A actividade de transporte da CARRIS norteia-se por uma preocupação
constante pela comodidade, conforto e segurança
dos seus Clientes e pelo reduzido impacte ambiental, concretizada
através da criação de condições que promovem a qualidade
do serviço, disponibilizando uma frota de veículos moderna,
utilizando sistemas/equipamentos de segurança, pessoal
tripulante qualificado e atencioso e oferecendo adequadas condições
de acesso a pessoas idosas e de mobilidade reduzida.
Para prevenir e combater a delinquência e o vandalismo na
Rede da Empresa, a CARRIS tem realizado diversas acções,
nomeadamente:
• O reforço das acções de ligação privilegiada com o Comando
Metropolitano de Lisboa e com os Comandos das
Divisões e das Esquadras da PSP, situadas nas áreas de influência
das Estações;
• A utilização de Agentes da PSP, em serviço gratificado,
quer para acompanhamento dos Controladores da Fiscalização
Comercial (em acções de fiscalização nas carreiras/locais
mais problemáticos, inclusive carreiras da Rede da Madrugada),
quer para controlo e identificação de grupos de carteiristas
em determinadas carreiras de Eléctricos e de Autocarros;
• A elaboração de informação estatística, nomeadamente,
para o Ministério da Administração Interna e para a PSP,
visando a análise da problemática da segurança nos trans-

portes públicos e a proposta/concretização de medidas de
reforço da segurança;
• A instalação de Sistemas de Videovigilância, com vista
à protecção dos passageiros, do pessoal tripulante e do material
circulante, face a eventuais actos de delinquência e
vandalismo verificados na Rede de Exploração da Empresa.
Acidentes
Em 2007, verificou-se uma redução do número total de acidentes
(-4,6%), em comparação com o ano anterior, tendo-se
registado 1.992 ocorrências, repartidas por choques (1 605),
quedas (321), atropelamentos (41) e entalamentos (25). A taxa
de acidentes que, igualmente, teve uma redução significativa,
continua a ser uma das melhores em termos europeus.
Esta redução revela uma maior adaptação dos tripulantes à
condução dos novos autocarros, a qual foi conseguida através
do cumprimento do plano de formação previsto para 2007,
bem como através de acções de formação realizadas nas próprias
Estações e ministradas pelos Inspectores das mesmas.
Continuaram a ser realizadas as acções de formação “Qualidade
+ no Serviço ao Cliente”, cada uma com a duração de
5 dias (40h.), as quais, até 2008, irão abranger todos os tripulantes,
sendo ministrados, entre outros, módulos de técnicas
de condução e de boas práticas de condução defensiva,
assim como de segurança pessoal do Tripulante e do Cliente.
Natureza dos Acidentes 2006 2007
Choques 1 685 1 605
Quedas 348 321
Atropelamentos 43 41
Entalamentos 13 25
TOTAL 2 089 1 992
N.º Acidentes Taxa de Acidentes
(N.º Acidentes * 10 6 /Veicxkm ST)
2006 2007 2006 2007
Modo Autocarro 1 888 1 828 48,92 46,03
Modo Eléctrico 201 164 104,97 83,15
TOTAL 2 089 1 992 51,58 47,79
Incidentes
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 31
Os incidentes verificados na Rede de Exploração da Empresa,
incluem, entre outros, interrupções de trânsito, actos de
vandalismo e de delinquência, tendo-se registado, em 2007,
um acréscimo, na ordem dos 2%, no número total de incidentes.
Contudo, verificou-se uma descida do valor da taxa
de incidentes, para 9,77%.
Apesar de serem ainda em número elevado, as interrupções
de trânsito apresentam uma redução significativa, face a
2006. Para tal, tem contribuído a fiscalização diária dos
“Corredores Bus”, através de três viaturas da Carris – “Vigilantes”
com intervenção dos nossos Inspectores em colaboração
com a Polícia Municipal.
Simultaneamente, com a colaboração da CML, têm sido implementados
novos Corredores Bus e Corredores Intermitentes
e colocados Separadores Físicos para a Delimitação
de Corredores e Pilaretes de Protecção ao estacionamento
indevido.
Em relação ao vandalismo na nossa Rede de Exploração,
em 2007, a totalidade dos actos de vandalismo aumentou,
como consequência do acréscimo dos actos de vandalismo
contra os vidros dos nossos veículos. Os actos de
vandalismo traduzem-se em quebra de vidros e de bancos
nos veículos e de “graffitis”, no exterior destes. Das 146
ocorrências de vandalismo, 85% devem-se a quebra de vidros.
A delinquência reporta-se a distúrbios, injúrias e agressões,
normalmente correlacionados com problemas de toxicodependência,
alcoolismo, passageiros que não querem
pagar bilhete (factos que ocorrem mais nas carreiras da
madrugada), bem como a furtos e roubos praticados por
carteiristas ou por grupos de jovens delinquentes. O acréscimo
verificado, de cerca de 21%, deveu-se ao aumento
quer do número de distúrbios no interior dos veículos, quer
do número de injúrias a tripulantes e de furtos a estes e a
clientes.
É de referir que a CARRIS desconhece muitos dos furtos efectuados
a clientes, pelo facto das queixas serem directamente
apresentadas às autoridades policiais.

32 • RESPONSABILIDADES • Carris
Natureza dos Incidentes 2006 2007
Interrupções de Trânsito 1 487 1 380
Actos de Vandalismo 141 146
Actos de Delinquência 299 361
Outros Incidentes 943 1 040
TOTAL 2 870 2 927
Passageiros com Mobilidade
Reduzida
2006 2007
Taxa de Incidentes (N.º Incidentes * 10 4 /Veicxh ST) 10,03 9,77
A CARRIS desde sempre manifestou preocupações com os
seus Clientes com mobilidade reduzida. Assim, foi pioneira,
em 1982, tendo então criado um serviço especial para
Deficientes, com autocarros adaptados a cadeiras de rodas,
entre outros aspectos (ver ponto 1.4), serviço que se
mantém.
No entanto, outros aspectos têm sido tomados em consideração,
em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa,
tais como a sobre elevação de alguns passeios junto a paragens,
reduzindo assim o desnível no acesso dos passageiros
aos veículos.
De referir que, desde 1998, todos os autocarros standard
adquiridos possuem piso rebaixado (integral ou entre portas).
Os adquiridos, desde finais de 2004, têm ainda a possibilidade
de “ajoelhamento”, permitindo uma melhor acessibilidade
aos passageiros com maiores dificuldades de mobilidade.
Por outro lado, 220 autocarros (e os novos que, a
partir de agora, forem adquiridos) possuem, ainda, uma rampa
com o objectivo de facilitar o acesso a cadeiras de rodas
(o transporte de carrinhos de bebé passou, também a ser
mais facilitado).
Neste contexto, 6 carreiras passaram a estar equipadas, exclusivamente,
com este tipo de autocarros disponibilizando
transporte de cadeiras de rodas, de modo regular (carreiras
16,47, 83, 701, 720 e 767).
Satisfação do Cliente
A CARRIS definiu como ferramenta para monitorizar a informação
relativa à satisfação do cliente, o Índice da Satisfação
do Cliente (ISC), segundo o modelo de satisfação ECSI –
– European Consumer Satisfaction Índex.
O último inquérito realizado durante os meses de Maio e
Junho de 2007 concluiu que a generalidade dos clientes da
CARRIS está satisfeita com o serviço prestado.
Este estudo assentou numa sondagem telefónica, feita por estudantes
universitários com formação para o efeito, baseada
num inquérito concebido pela Q-Consultores/CESOP com a
colaboração da CARRIS, tendo como universo os residentes
na Área Metropolitana de Lisboa (13 Concelhos), com idade
igual ou superior a 14 anos, com lares com telefone fixo.
A amostra pretendida era de 1200 inquéritos. Foram obtidos
1219 inquéritos válidos, com um erro máximo de ± 2,8%
e um grau de confiança de 95%.
Em complemento, o inquérito foi também aplicado a pessoas
que, vivendo na Área da Grande Lisboa, não utilizam
o serviço da CARRIS (não clientes). Esta amostra é constituída
por 836 pessoas. O erro máximo da amostra é de ± 3,4%
com um grau de confiança de 95%.
Os resultados deste inquérito confirmam um desempenho
ascendente da CARRIS com base nos indicadores já considerados
em anteriores sondagens (2002, 2005 e 2006).
É visível uma subida dos níveis de satisfação global ao longo
dos anos atingindo este ano o valor médio de 62,4 em
100 pontos possíveis. (54,2 em 2005 e 60 em 2006).
Dos inquiridos, 78% afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos
com o serviço prestado e 70% afirmaram que a qualidade
do serviço vai ao encontro das suas expectativas.
Quase 70% concordou com a frase “A Carris está muito próxima
daquilo que eu considero o serviço ideal de transporte
terrestre urbano”.
Enquanto a contribuição positiva para a sociedade se mantém
como o elemento principal e mais positivo da imagem

que a Empresa transmite, referido por 84% dos Clientes inquiridos,
para a sua grande totalidade (88%) é “provável” ou
“muito provável” continuar a utilizar os serviços da CARRIS,
classificada como uma Empresa “de confiança” (78%).
Aos clientes da CARRIS foi perguntado, pela primeira vez,
se vêem a CARRIS como uma Empresa que se preocupa com
o meio ambiente, tendo três em cada quatro respondido afirmativamente.
A avaliação da qualidade da Empresa, apreciada em seis
dimensões, também continuou a subir este ano, sendo os
indicadores que receberam melhor pontuação os ligados ao
“desempenho dos recursos humanos” da Empresa.
Cerca de 83% dos inquiridos fez uma avaliação positiva da
segurança da condução, enquanto 73% da amostra considerou
também positivamente o tempo de duração da viagem.
A limpeza e higiene dos veículos, a localização dos pontos
de venda, o conforto geral dos veículos a qualidade e utilidade
da informação dispensada pela Empresa aos seus Clientes,
e a adequação destes às necessidades inerentes às funções
que cumprem, são outros aspectos “claramente positivos”.
A dimensão da qualidade de serviço, conforto, é aquela
que mais tem subido em relação aos anos anteriores. Este
indicador que pela primeira vez tinha atingido mais de 50%
de avaliações positivas no ano anterior, encontra-se agora
com 63,5% de avaliações positivas, i.e., quase duas em
cada três clientes.
Apurou-se também que os clientes homens e mulheres estão
igualmente satisfeitos com o serviço prestado pela Empresa.
Quanto à idade, os clientes com 61 ou mais anos apresentam
níveis de satisfação superiores aos restantes.
Relativamente aos “não - Clientes”, pessoas que, vivendo na
área da Grande Lisboa, não utilizam os serviços da CARRIS,
a maioria (60,2%) respondeu não se deslocar a/em Lisboa,
ou fazê-lo apenas com muita raridade.
Dos 19,8% que se deslocam a Lisboa, mais de duas vezes
por semana, disseram que utilizam autocarros ou eléctricos
muito raramente.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 33
Clientes e “não – Clientes”, referiram que os aspectos que, caso
fossem melhorados, os levariam a utilizar os serviços da
CARRIS com maior frequência, são os ligados à rapidez da
deslocação (que implica um menor tempo de espera nas paragens,
assim como a redução do tempo efectivo de viagem).
Neste contexto, têm sido desenvolvidas diversas acções correctivas
e de melhoria que contribuirão, certamente, para a
melhoria continuada do Índice de Satisfação do Cliente.
Com a aquisição prevista, no decorrer de 2008, de mais 20
autocarros Médios e 20 autocarros Articulados, no decurso
de Concursos públicos internacionais, será reforçada também
a melhoria do serviço oferecido e, consequentemente,
deverá continuar a melhorar a satisfação do cliente.
Passes Sociais
A CARRIS continua a sua política de discriminação positiva,
promovendo a utilização do Transporte Público para determinados
grupos de cidadãos, aos quais se pretende assegurar
as melhores condições de acessibilidade ao nosso serviço e
que, na grande maioria dos casos, as não teriam, tanto por
questões de ordem social e económica como por questões que
se prendem com as restrições de mobilidade de muitos deles.
A Empresa assume, por um lado, os custos de exploração
relativos à renovação da frota caracterizada pela ergonomia
do interior dos veículos com menores barreiras, piso
rebaixado, plataformas para cadeiras de rodas, etc. e por
outro, suporta o menor encaixe de receita decorrente da
existência de passes com preços bonificados (L, L1, L12 e
L123 e CARRIS/ML Rede), nos seguintes termos:
• As crianças entre os 4 e os 12 anos inclusivé, beneficiam
de um desconto que varia entre 25% e os 29%;
• No caso dos Clientes com idade igual ou superior a 65
anos o desconto varia entre 50% e 54%. Os descontos
atribuídos à terceira idade aplicam-se também a reformados
ou pensionistas cujo rendimento do agregado familiar seja
igual ou inferior ao rendimento mínimo nacional.
Com vista a ilustrar a relevância social da intervenção da
Empresa é de referir que, cerca de 26% dos nossos clientes

34 • RESPONSABILIDADES • Carris
de passe utilizam um passe com preço bonificado, sendo
que a grande maioria dos clientes (23%) usufrui do maior
desconto, superior a 50%, concedido a todos que tenham
idade igual ou superior a 65 anos.
Provedor do Cliente
O Provedor do Cliente tem a incumbência de analisar as
reclamações, queixas e sugestões dos Clientes, assegurar as
respostas adequadas em tempo útil e oportuno, e recomendar
soluções tendentes à melhoria da qualidade do serviço.
Em 2007, foram recepcionadas 4.648 comunicações por
parte dos Clientes.
Registaram-se 2 213 reclamações direccionadas ao serviço
prestado e 968 à atitude profissional dos trabalhadores da
empresa.
No presente ano, a irregularidade, as questões relacionadas
com a bilhética e a informação deficiente foram as reclamações
que obtiveram, por parte dos clientes, maior incidência.
As queixas, referentes a pessoal, que obtiveram maior expressão
incidiram sobre a relação estabelecida entre Motorista/Cliente,
a condução praticada e o facto de os condutores
não respeitarem o sinal de paragem por parte dos Clientes.
Os contactos dos Clientes visaram ainda a apresentação de
sugestões e elogios, assim como de pedidos diversos.
Do total de 1.376 comunicações, 939 referiram-se a pedidos
de anulação de multas, 176 a pedidos de esclarecimentos
de diversa índole e 80 a pedidos de troca de senhas e/
ou BUC’s (Bilhetes pré-comprados).
Dos 91 elogios recebidos, 19 foram dirigidos ao serviço
prestado e 72 a trabalhadores da Empresa.
A utilização do e-mail, como o meio preferencial de comunicação,
continuou a manter-se obtendo 56% do total de comunicações
recebidas. Seguiram-se as cartas/faxes (22%), o
contacto telefónico (12%) e o contacto pessoal e directo (10%).
De destacar o aumento do número de comunicações apresentadas
nos Livros de Reclamações, que ficou a dever-se à
disponibilização destes nos Postos de Venda e de Informação
ao Público desde Julho de 2007, à semelhança do
que já sucedia nas Portarias das Estações, no Gabinete de
Apoio ao Cliente, nas Relações Públicas e no Provedor do
Cliente desde Janeiro de 2006.
Por último, de registar que, em 2007, as comunicações recebidas
no Provedor do Cliente tiveram um prazo médio de
resposta de 4,60 dias.
3.2.2. Colaboradores
O quantitativo de colaboradores com vínculo laboral à Empresa
durante o ano de 2007 teve um acréscimo de 3,6%.
No final do ano, o efectivo registado foi de 2.778 colaboradores
(2.555 homens e 223 mulheres).
Salienta-se que se manteve uma elevada taxa de sindicalização,
que ascendia a 89,8% do total de trabalhadores no
final do ano.
Aos trabalhadores da CARRIS, para além dos benefícios
legalmente instituídos, são contratualmente concedidos
complementos de subsídio de doença, comparticipação em
despesas com medicamentos e exames complementares de
diagnóstico, bem como em assistência médica e cuidados
de enfermagem por serviços próprios da Empresa. Os
encargos associados a estes benefícios sem custos de funcionamento
dos referidos serviços próprios, ascenderam em
2007 a 0,9 milhões de euros, tendo como retorno uma
moderada e aceitável taxa de absentismo por doença de
2,7%.
Os reformados ao serviço da Empresa, beneficiam contratualmente
de complementos de pensões de reforma e os
respectivos sobreviventes, cônjuges, descendentes dependentes
e equiparados, de complementos de pensão de sobrevivência,
que no conjunto representaram, em 2007, um
encargo de cerca de 13,0 milhões de euros. Associado ainda
a este regime acresce referir uma contribuição adicional
em TSU, por parte da Empresa, de 1,3 milhões de euros em
2007.

Todo o efectivo de colaboradores e reformados, seus cônjuges,
dependentes e sobreviventes, usufruem de transporte
na rede da CARRIS, através de atribuição gratuita do título
“Lisboa VIVA”, num total que ascende a 17.500 cartões, os
quais valorizados a tarifário de 2007, constituem uma não
receita de 5,6 milhões de euros.
No plano das Actividades Recreativas e Acção Social, a
Empresa apoia diversas iniciativas ao alcance dos seus trabalhadores
e reformados, designadamente a Banda de Música
da Carris, o seu Grupo Coral e sua Orquestra Ligeira,
o Grupo Desportivo, a Colónia de Férias, o Fundo de Auxílio
e o funcionamento dos Refeitórios e Bares internos. O
esforço dispendido nestes apoios em 2007 ascendeu a 240
milhares de euros.
Algumas das datas mais significativas, como o Natal e o
Aniversário da CARRIS, são assinaladas com iniciativas comemorativas,
destinadas aos colaboradores e seus familiares.
A CARRIS é uma das Melhores Empresas
para Trabalhar
No decurso da adesão da CARRIS ao Estudo de Clima Organizacional
promovido, em 2007, pela revista Exame/
Heidrick & Struggles, aberto a todas as empresas estabelecidas
em Portugal, a nossa Empresa ficou classificada em
31.º Lugar, entre as 37 seleccionadas como melhores empresas
para se trabalhar em Portugal, num total de 250 empresas
candidatas.
A CARRIS, pelo segundo ano consecutivo, faz parte do Grupo
das “Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal”.
É, aliás, a única Empresa do Sector Empresarial do Estado
que o integra, tendo sido referida, na Cerimónia de entrega
do Prémio, como uma das Empresas que mais melhorou o
seu desempenho em relação à avaliação realista no anterior.
Este reconhecimento, que só pode ser motivo de orgulho e de
estímulo, reflecte o trabalho sério, empenhado e competente
que a CARRIS e as empresas suas participadas, CARRISTUR e
CARRISBUS, têm realizado e que têm visto reconhecido pelos
seus “stakeholders”, designadamente pelo mercado.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 35
Este estudo teve por base o Inquérito sobre o grau de satisfação
dos trabalhadores e o levantamento das melhores práticas
desenvolvidas pela Empresa, nomeadamente, sobre selecção,
retenção e motivação dos recursos humanos.
Os resultados foram publicados na revista “Exame” nº. 286,
de Fevereiro de 2007.
Prémios de Desempenho
A dedicação efectiva dos trabalhadores da CARRIS é reconhecida
e assinalada com a atribuição periódica de prémios
de desempenho. Faz parte da política de actuação da
Empresa incentivar os seus trabalhadores a desempenharem
as suas funções da forma mais correcta possível. Aos
Prémios de Produtividade, de Assiduidade e de Condução
Defensiva que desde há muitos anos estão regulamentados
e instituídos na Empresa, acresceu em 2007 a criação de
um incentivo dirigido ao reconhecimento do desempenho de
excelência do pessoal tripulante, designado por Desempenho
+, do qual se espera um retorno importante. Na globalidade,
o esforço dispendido com a globalidade destes incentivos,
em 2007, ascendeu a cerca de 1 milhão de euros.
Prémio “Inovação CARRIS”
A CARRIS tem como uma das principais preocupações, a
valorização e desenvolvimento das competências dos seus
colaboradores, incentivando-os a participar na gestão através
da apresentação de estudos ou trabalhos realizados.
Por ocasião das comemorações do 135.º Aniversário da Empresa,
em Setembro de 2007, foram atribuídos os prémios “Inovação
CARRIS” a colaboradores que se distinguiram por trabalhos
sobre a eficiência energética (1.º prémio), cálculo dos
tempos de percurso por carreira (2.º prémio) e acções de formação
profissional no período e local de trabalho (3.º prémio).
Este Prémio visa incentivar, premiando, os colaboradores
que, de uma forma inovadora, tenham contribuído ou possam
contribuir para a melhoria da qualidade do serviço,
redução de custos e/ou aumento dos proveitos ou para a eficiência
dos processos a ela associados.
Com a finalidade de incentivar a participação dos trabalhadores,
o Conselho de Administração da CARRIS introduziu,
em 2007, alterações no regulamento deste prémio, tendo re-

36 • RESPONSABILIDADES • Carris
visto alguns dos seus objectivos, estendendo a área de abrangência
às empresas associadas, CARRISTUR e CARRISBUS e
alargando as categorias contempladas e o valor pecuniário
dos prémios.
Renovação do Efectivo
O recrutamento de pessoal qualificado é uma das prioridades
da CARRIS, tendo sido admitidos, no decorrer de 2007,
224 novos colaboradores, na sua totalidade com destino à
função de tripulantes.
A política de admissões, em particular a de pessoal tripulante,
tem como principal objectivo a manutenção da qualidade
e da segurança do serviço prestado, procurando também
garantir o número adequado de efectivos para um desempenho
eficiente da actividade.
Formação
Em 2007 prestaram-se 105.533 horas de formação assistida,
abrangendo um total de 1.350 colaboradores, tendo-se
privilegiado os que na Empresa têm uma relação directa
com os Clientes.
O investimento em formação traduziu-se num elevado esforço
financeiro (1,04 milhões de euros), constituindo uma
aposta na qualidade do desempenho das funções que contribuem
decisivamente para a consolidação da relação entre
a Empresa e os seus Clientes.
As acções de formação incidiram na formação inicial de
tripulantes, tendo como objectivo a aquisição e o desenvolvimento
de competências, com vista a um padrão elevado de
desempenho, bem como na formação contínua, em conjugação
com os projectos de modernização da frota, reconversão
tecnológica e melhoria da imagem da Empresa, fazendo
face a necessidades emergentes nos domínios tecnológicos,
de comunicação e de reforço da atitude comercial
no relacionamento com os clientes.
Higiene e Segurança no Trabalho
A CARRIS tem uma atenção cuidada com a saúde e segurança
do seu pessoal tripulante e restantes colaboradores.
Neste sentido, é de destacar que qualquer acidente de trabalho
implica necessariamente a realização de um inquérito
dirigido pelos Serviços de Saúde, Higiene e Segurança
no Trabalho.
Confrontando com o ano de 2006, registou-se em 2007
uma redução consolidada de 20% do número de acidentes
de trabalho, sendo as lesões predominantemente de natureza
músculo-esquelética. Estes valores, quando comparados
com os de 2004, evidenciam uma diminuição de 75%.
Neste âmbito, é, ainda, de destacar a contínua redução do volume
de trabalho suplementar, em conformidade com as orientações
definidas para o cumprimento das disposições legais,
assegurando padrões elevados de qualidade e de segurança.
3.2.3. Comunidade Local
Museu
Aberto desde 12 de Janeiro de 1999, o Museu da CARRIS é
um testemunho do contributo que a Empresa tem dado à ci-

dade de Lisboa, sendo, igualmente, um marco cultural na história
e na vida da Cidade e de todos os que a visitam, tendo
vindo a consolidar-se como um Museu de referência em Lisboa.
No ano de 2007, o Museu continuou a aumentar o seu número
de visitantes, quer nacionais, quer estrangeiros, de várias faixas
etárias, que puderam, assim, relembrar ou ficarem a conhecer
a importância da história da CARRIS na cidade de Lisboa.
Importa realçar que, durante o ano de 2007, se verificou um
aumento do público escolar, o que contribui para fomentar,
juntos dos mais novos, o gosto pela “sua” história, associando-a
ao transporte público e, ao mesmo tempo, sensibilizando
para a necessidade da utilização e valorização do transporte
público na Mobilidade Urbana. Os Serviços Educativos,
criados em Outubro de 2005, têm respondido positivamente
à procura, tendo como objectivo tornar as colecções
do Museu mais acessíveis e atractivas através de uma abordagem
sensorial e experimental, sem descurar a componente
pedagógica. O Museu, através dos serviços educativos,
no ano de 2007, promoveu, ainda, nas suas instalações, a
realização de festas de aniversário, proporcionando às crianças
uma forma diferente de celebrarem esta data marcante.
São duas as áreas do Museu da CARRIS:
• A 1.ª onde está patente um espólio essencialmente composto
por documentos e pequenos objectos, que totalizam
24.551 registos, desde plantas, desenhos, fotografias, peças
de colecção, biblioteca e documentos avulso, muitos deles
já disponíveis informaticamente no “Museu On-line”, permitindo
aos visitantes uma consulta a esta base de dados.
Também nesta área e desde 2006 encontram-se em exposição
as áreas Museológicas, Administrativa e o Centro Médico,
onde se encontram expostos objectos antigos, que representam
a história da Empresa nestes domínios e que enriquecem
o espólio museológico.
• A 2.ª é composta pelos antigos veículos de tracção animal
e eléctricos, a subestação de tracção eléctrica, autocarros,
Núcleo de Tipografia e Núcleo Histórico da Banda de
Música dos Empregados da CARRIS.
Desde Abril de 2007 que o Salão Nobre passou a integrar
o espaço do Museu da CARRIS, albergando uma exposição
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 37
permanente - “Os amarelos da CARRIS na Imprensa Europeia”,
elucidativa do interesse que os eléctricos, ascensores
e elevador de Santa Justa despertam junto da comunicação
social estrangeira e dos turistas em geral.
Como uma das singularidades deste Museu, destaca-se a
viagem, feita entre as duas áreas, efectuada num eléctrico
do início do século XX (1901), que permite aos visitantes
recuarem no tempo e fazerem uma viagem na história, viagem
que integra o percurso expositivo e que está incluindo
no bilhete de ingresso.
Todos os que visitam o Museu da CARRIS, podem conhecer
detalhadamente a história de cada uma dos objectos expostos
e a sua função, através de monofolhas informativas, disponíveis
em cada uma das salas, bem como podem recorrer
aos áudio guias existentes.
Em 2007, o Museu da CARRIS também celebrou protocolos
com várias entidades concedendo um desconto de 10% nos
bilhetes aos beneficiários, para além de continuar a praticar
descontos de 30% nos bilhetes normais e aos portadores do
cartão “Lisboa Card” e de meio bilhete para crianças até
aos 12 anos e terceira idade e a quem pretende apenas visitar
o Museu.
Revista “Lisboa Carris”
A revista “Lisboa Carris” é o veículo de comunicação interna
mais importante da CARRIS, sendo através dela que a maioria
dos colaboradores, reformados e suas famílias, tomam conhecimento
de grande parte das actividades da Empresa, bem
como dos principais projectos em que esta está envolvida.
Com uma edição periódica trimestral e uma tiragem de 10 000
exemplares, esta revista é entregue no domicílio.
No ano 2007, os principais temas abordados na revista
foram:
• 1º Trimestre – CARRIS e a cooperação internacional;
• 2º Trimestre – CARRIS assina contrato de gestão;
• 3º Trimestre – CARRIS comemora 135.º aniversário”;
• 4º Trimestre – 2.º Fase da Rede 7 “mais próximo, mais
fácil e mais rápido”.

38 • RESPONSABILIDADES • Carris
Apoio a Entidades Externas
Consciente da importância que o pilar da responsabilidade
social representa no domínio da sustentabilidade, a CARRIS,
na área de intervenção que lhe compete, apoiou ou associou-se,
no ano de 2007, a um conjunto de iniciativas promovidas
por entidades externas, das mais diversas formas,
através da atribuição de patrocínios, do estabelecimento de
apoios mecenáticos e de parcerias, bem como através da
concretização de outras iniciativas que visaram fomentar a
utilização dos seus serviços de transporte público e contribuir
para a melhoria da sua imagem.
Relativamente ao ano de 2007, destacam-se diversas iniciativas
apoiadas pela CARRIS:
• Patrocínios e Mecenatos
No ano de 2007, estes apoios consubstanciaram-se na disponibilização
de condições e de meios que permitiram fomentar
a utilização da Rede de Transportes da CARRIS, através
das mais variadas formas:
• Cedência de espaços disponíveis no interior dos seus
veículos para divulgação de iniciativas, espectáculos e
exposições.
• Organização de eventos de qualidade e relevância cultural
reconhecida, na qualidade de patrocinadora ou mecenas,
designadamente:
• 2.º Congresso Nacional dos Economistas – A CARRIS
foi um dos patrocinadores deste congresso, que decorreu
no Centro de Congressos de Lisboa.
• Projecto educativo “Mobilidade Sustentável 2020” -
Decorrerá ao longo do ano lectivo 2007/2008 e será dirigido
a cerca de 100 escolas do 2.º e 3.º ciclo da região de
Sintra e de Lisboa e Vale do Tejo; a CARRIS apoiou a iniciativa
como Patrocinador “Prata”, mediante a atribuição de
uma verba de 15 000 Euros.
• 9.º Congresso Nacional de Manutenção, que decorreu
na EXPONOR – A CARRIS apoiou a iniciativa como
Patrocinador “Prata”, mediante atribuição de uma verba de
1.500,00 Euros.
• Ano Internacional do Planeta Terra – AIPT (2007-
2009), organização da Comissão Nacional da UNESCO –
A CARRIS patrocinou a edição, em língua portuguesa, de
doze brochuras alusivas a este tema, bem como promoveu
no dia do lançamento da iniciativa, uma acção no Pavilhão
do Conhecimento, através de um “Stand” da Empresa onde
estavam os Serviços Educativos do Museu e, ao longo do
dia, com a actuação da Orquestra Ligeira da Carris.
• Conferência de Encerramento do Ano Europeu da
Igualdade de Oportunidades para Todos, organização da
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género - A
CARRIS cedeu um autocarro para transporte dos participantes
e cedência de títulos de transporte com desconto.
• Congresso Internacional para as Migrações, organizado
pela Federação Internacional dos Direitos do Homem e
pela Civitas Portugal - A CARRIS assegurou a mobilidade
dos cerca de 300 congressistas durante os dias em que decorreu
o congresso.
• Cultura e Entretenimento
Nesta área, os apoios da CARRIS em 2007 foram bastante
diversificados, por forma a garantir condições para a realização
de acções de âmbito cultural na cidade de Lisboa,
designadamente:
• Divulgação da Exposição “O Brilho das Imagens –
Pintura e Escultura Medieval do Museu Nacional de Varsóvia”,
que esteve patente no Museu Nacional de Arte Antiga.
(afixação de cartazes A4 em toda a frota de Autocarros…
• Apoio à edição de uma publicação alusiva às comemorações
dos 10 Anos da CPLP - Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa;
• Apoio para o projecto “Condomínio na Terra – Alterações
Climáticas” promovido pela QUERCUS - Associação
Nacional de Conservação da Natureza - Criação de um
sitio na Internet para divulgação de informação sobre o te-

ma Alterações Climáticas e do lançamento do livro “Condomínio
da Terra – das Alterações Climáticas a uma Nova
Concepção Jurídica do Planeta”;
• Apoio à Associação CAIS - Cedência das instalações
do Museu da CARRIS para a apresentação da Selecção
Nacional de Futebol de Rua 2007, que representou Portugal
no V Homelless World Cup, que se realizou na Dinamarca;
• Associação às acções integradas nas comemorações
do Dia Mundial da Criança - A CARRIS levou a cabo uma
campanha que permitiu às crianças com idade até aos 12
anos, o transporte gratuito nas carreiras regulares durante
os dias 1, 2 e 3 de Junho. Tendo em conta a data, a CARRIS
apadrinhou, ainda, um tigre fêmea no Jardim zoológico de
Lisboa, a que chamou Glória, onde, também, decorreram
diversas acções destinadas às crianças;
• O “Fado no Eléctrico”, integrado nas Festas de Lisboa
- A CARRIS em colaboração com a EGEAC, disponibilizando
os eléctricos da carreira nº. 28, para palco desta iniciativa,
que decorreu no mês de Junho de 2007, de quinta-feira
a domingo das 18:00h às 21:00h e contou com a participação
de 73 fadistas e 32 músicos;
• Jornadas Europeias do Património - A CARRIS associou-se
às jornadas promovidas pelo IGES-PAR (Instituto de
Gestão do Património Arqueológico e Arquitectónico) sob o
tema “Património em Diálogo”, através da cedência de um
eléctrico que efectuou o percurso entre o Largo do Carmo e
o Panteão Nacional, num passeio emblemático, no qual viajou
uma delegação presidida pelo Senhor Secretário de
Estado da Cultura;
• Apoio na dinamização da acção desenvolvida pela
Câmara Municipal de Lisboa, denominada “Aos Domingos
o Terreiro do Paço é das Pessoas” - A CARRIS associou-se a
esta iniciativa, através da cedência de um carro eléctrico e
de dois autocarros do Museu que estiveram expostos no
Terreiro do Paço. A Banda da Carris também esteve presente,
tendo efectuado várias actuações frente ao eléctrico
atrás referido. No dia de apresentação e do lançamento
desta iniciativa, a CARRIS transportou, gratuitamente todas
as pessoas que utilizaram as carreiras que servem o Terreiro
do Paço.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 39
• Divulgação de Exposição alusiva ao Museu Hermitage
em Lisboa – no Palácio da Ajuda, no âmbito do Protocolo
assinado com o Ministério da Cultura para a divulgação da
oferta cultural nas empresas de transportes públicos, tendo
sido realizada uma viagem com a Senhora Ministra da Cultura,
para assinalar o início da campanha.
• Solicitações de Organizações Institucionais e Privadas
Durante o ano de 2007, foram várias as personalidades e
entidades que visitaram a CARRIS, tendo sido concretizados
vários pedidos de transporte para várias comitivas e realizados
vários passeios ou visítas turísticas, integrados nos respectivos
programas oficiais, destacando-se:
• Visita da delegação do Bus Benchmarking Group, às
instalações da CARRIS, no dia 08 de Janeiro de 2007 – apresentação,
ao BBG, da empresa e dos projectos em curso;
• Visita de trabalho às instalações da CARRIS dos Presidentes
dos Conselhos de Administração das Empresas de
Transportes Públicos de Maputo e Beira, que decorreu de 15
a 19 de Janeiro de 2007;
• Visita no dia 23 de Março de 2003, do Konhef, organismo
holandês de inspecção de elevadores e aparelhos de
elevação, bem como de certificação de Produtos e Sistemas
para as Directivas Europeias de Máquinas e Elevadores e
viagem no Elevador de Santa Justa;
• Visita no dia 30 de Março de 2007, às instalações da CARRIS
do Senhor Hans Rat, Secretário-Geral da UITP, tendo efectuado
uma comunicação sobre os desafios do sector dos transportes;
• Visita do Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros
da Dinamarca a Lisboa no dia 10 de Julho de 2007, tendo
realizado um passeio no eléctrico 28 “As Sete colinas”, no
percurso entre Campo de Ourique e o Martim Moniz;
• Visita no dia 11 de Julho de 2007, da delegação do
Nihon Bus Association do Japão, às instalações da CARRIS;
• Visita no dia 24 de Setembro de 2007, da delegação
da Empresa Hungra NOÉ Lda., às instalações da CARRIS;

40 • RESPONSABILIDADES • Carris
• Por ocasião da Cerimónia de assinatura do Tratado de
Lisboa, a CARRIS organizou o transporte dos Chefes de Estado
e de Governo dos 27 Estados membros da União Europeia,
num eléctrico articulado, no percurso entre o Mosteiro
dos Jerónimos e o Museu dos Coches, percurso integrado
no programa oficial respectivo.
• Educação
O apoio concedido pela CARRIS, ao nível da educação,
visou, por um lado, garantir o transporte de participantes em
vários eventos promovidos por instituições de ensino e, por
outro lado, responder às acções destinadas à aprendizagem
e à formação de crianças e jovens, nomeadamente:
• Apoio à organização do evento “Young Voices –
Meeting Diversity in Education”, promovido pelo Ministério
da Educação – uma Audição de Jovens com necessidades
educativas especiais no Parlamento, através da cedência de
17 autocarros adaptados para o transporte de pessoas com
mobilidade reduzida;
• Apoio ao BEST – Board European Student of Technology,
promovido pelo Instituto Superior Técnico – na deslocação
dos participantes no curso de Verão BEST-IST, que decorreu
no Instituto Superior Técnico, de 29 de Julho a 13 de
Agosto de 2007, tendo a CARRIS concedido condições
especiais para aquisição de títulos de transporte, desconto
de 10%.
• Apoio ao programa ERASMUS, através de elaboração
de “Welcome Kit” para distribuição aos estudantes estrangeiros
que se deslocaram a Lisboa, no mês de Julho de 2007,
através da cedência de 2.000 bilhetes “7 Colinas” carregados
com 2 bilhetes de 1 zona.
• Saúde e Solidariedade
A CARRIS, ao longo do ano de 2007, apoiou várias iniciativas
de índole social, associando-se a eventos organizados
por entidades exteriores, que visaram promover, alertar e
desenvolver os objectivos solidários a que se propunham,
designadamente:
• Visita de estudo às instalações da CARRIS, no âmbito
da Saúde do Adulto e no Trabalho, efectuada pela
• Escola Superior de Enfermagem da Universidade Católica;
• Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches.
• 2.ª Jornadas Ibéricas de Toxicologia Ibérica, realizadas
pela Faculdade de Medicina Veterinária, tendo a
CARRIS concedido um desconto de 10% na aquisição de
títulos de transporte.
• Apoio aos utentes da Associação ABRAÇO, através da
cedência de 15 passes para utilização na rede da CARRIS,
nas deslocações às consultas hospitalares, entre outras.
• Cedência de um autocarro adaptado para o transporte
de pessoas com mobilidade reduzida, para o transporte de
30 atletas, no âmbito da 17.ª Maratona para deficientes em
cadeiras de rodas, organizada pela ANDDEMOT – Associação
Nacional Para Deficientes Motores;
• Cedência de três autocarros adaptados para o transporte
de pessoas de mobilidade reduzida, para a iniciativa
“Pedalada… só com a tua energia”, promovida pela SPORTIS
e pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência;
• Cedência de transporte para os participantes no âmbito
da acção “Walk the World” – Marcha e Corrida Contra
a Fome, uma iniciativa internacional de angariação de fundos
para o combate à fome;
• Cedência de 500 títulos de transporte à Comunidade
Vida e Paz, para apoio das acções que desenvolveram na
época natalícia de 2007, facilitando a deslocação dos “Sem
Abrigo” à festa de Natal;
• Concessão de 10% de desconto na aquisição dos passes,
mensais, entre Janeiro e Agosto de 2008, para apoio
na organização das Selecções Nacionais e da Missão Paralímpica
que irá representar Portugal nos Jogos Paraolímpicos
de Pequim;
• Cedência gratuita de títulos de transporte à Delegação
de Lisboa da Cruz Vermelha Portuguesa – para sete crianças
e quatro acompanhantes voluntários, no período de 17 a 21

e 27 e 28 de Dezembro de 2007, tendo-se estimado as deslocações
em cerca de 80 viagens de ida e volta.
• Desporto
Sempre que Lisboa recebe um evento desportivo, a CARRIS
sendo um interveniente activo na vida da cidade, vê-se
envolvida no processo, uma vez que, directa ou indirectamente,
é solicitada à Empresa a concretização de um conjunto
de reajustamentos temporários nas suas carreiras, assumindo,
nalgumas dessas iniciativas, a qualidade de “Transportador
Oficial” do evento, designadamente:
• Prova “Lisboa a Mulher e a Vida – 5km EDP”.
A CARRIS assumiu a função de “Transportador Oficial da
Prova” através da organização de uma “navette” entre a Rocha
do Conde de Óbidos e a Torre de Belém;
• “Lisboa Gold Maraton 2007”.
A CARRIS garantiu a deslocação gratuita dos participantes
na rede de transportes da Empresa, mediante a apresentação
do respectivo “dorsal”.
• Outras Iniciativas Relevantes
A CARRIS, esteve, ainda, presente ou associou-se a outras
iniciativas relevantes, relacionadas com a sua área de actividade,
enquanto empresa que presta um serviço de transporte
de interesse geral, designadamente:
• EURONATURA ACGE – Centro para o Direito Ambiental
e Desenvolvimento Sustentado - Apoio para o projecto
”Responsabilidade Climática em Portugal: Índice ACGE Sectorial
2006”;
• A CARRIS cedeu 400 cartões “Lisboa Viva” de um dia,
gratuitos, para distribuir aos participante na Conferência
para demonstração da tecnologia RFID – Rádio Frequency
Identification, no âmbito da Presidência da União Europeia;
• A CARRIS cedeu gratuitamente 20 títulos de transporte
aos participantes, válidos para dois dias e disponibilizou um
autocarro para a realização de um mini “City Tour”, apoian-
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 41
do a sessão de lançamento do Projecto “Trendy Travel –
– Emotion for Sustainable Transport”, co-financiado pela
Agência Europeia de Energia.
Banda de Música
Desde a sua fundação, por um grupo de empregados da
CARRIS em Abril de 1929, que a “Banda de Música dos
Empregados da CARRIS” tem desenvolvido as suas actividades
no âmbito dos seus estatutos, sendo hoje uma referência
na cidade de Lisboa e no País. Não se limitando a ser apenas
uma Banda, tem em funcionamento também a Escola de
Música, o Grupo Coral, tendo, em 2007, lançado, a título
experimental, uma Orquestra Ligeira. A Banda está aberta
a todos os colaboradores e ex-colaboradores do Grupo
CARRIS, bem como a todos os seus familiares, que pretendam
participar nas suas actividades.
A Banda granjeou, ao longo de todos estes anos de actividade,
junto dos seus associados e do público em geral um
capital de conhecimento e respeito, fruto do seu trabalho e
do contributo para o desenvolvimento cultural, musical e
social.
Actualmente, a Banda é constituída por 38 elementos, na
parte instrumental, e um elemento como porta-estandarte. O
Grupo Coral é composto por 16 elementos. Frequentam a
escola de música 14 alunos, de ambos os sexos e de diferentes
faixas etárias. De salientar o papel que a Escola de
Música tem tido na formação e na divulgação da música
junto dos mais jovens, procurando ao mesmo tempo captar
novos elementos que pretendam ingressar na Banda, após
processo de selecção.
Ao longo da sua história, a Banda tem deixado uma marca
na vida de todos aqueles que directa ou indirectamente têm
estado mais próximos, tendo também respondido aos anseios
e às solicitações dos seus associados, tendo, para o
efeito, criado um mecanismo de comunicação com os seus
Associados, o Boletim Informativo, o “MUSICAL”. Mas tem
procurado, também, deixar uma marca na história, tendo já
editado 4 trabalhos discográficos, para além de ter criado
o seu Núcleo Museológico no Museu da CARRIS, onde se
encontra exposta uma boa parte do seu vasto espólio.

42 • RESPONSABILIDADES • Carris
Desde a sua existência que a Banda da Carris tem marcado
presença em vários eventos de destaque na vida de Empresa.
Ao longo dos anos, tem estado presente nas comemorações
do aniversário da Empresa, na realização dos
Concertos de Natal e de Ano Novo. Tem, ainda, participado
em vários programas de Rádio e Televisão, bem como
em importantes momentos da vida da cidade de Lisboa.
Sempre com o apoio da Empresa, tem efectuado actuações
em vários pontos do País, com um enorme envolvimento em
actividades de carácter social.
A Banda da Carris, ao abrigo de um Protocolo realizado
com a EGEAC, promoveu vários espectáculos em espaços
públicos geridos por aquela entidade, durante o ano de
2007, nomeadamente no Castelo de São Jorge e, ainda, no
Jardim da Estrela, tendo ai promovido o tradicional concerto
da Primavera.
Destaca-se, no ano de 2007, a actuação da Banda da Carris
no Castelo de São Jorge, a convite do Parlamento Europeu
no âmbito das comemorações do 50º aniversário do Tratado
de Roma e, ainda, a participação no musical “7 Maravilhas
do Mundo”.
Grupo Desportivo
A CARRIS possui um Grupo Desportivo, destinado a proporcionar
uma prática desportiva e de lazer aos seus colaboradores.
Neste contexto, é proporcionada a prática desportiva
em 10 modalidades, envolvendo um total de cerca de
240 praticantes, incluindo filhos de colaboradores. A actividade
desportiva centra-se nas competições do INATEL, embora
algumas modalidades possuam atletas e equipas inscritas
nas competições oficiais promovidas pelas Federações
respectivas.
O Grupo Desportivo organiza eventos desportivos, designadamente,
na modalidade de Xadrez, sempre com grande
adesão da comunidade de jogadores filiados na Federação
da modalidade, inscritos em diversos Clubes. Neste
contexto, o Grupo Desportivo, durante 2007, organizou
dois importantes torneios, contando, para tal, com o necessário
e importante apoio da Empresa, sem o qual não
teria sido possível a respectiva realização. Destaca-se,
assim, a realização da edição anual de um torneio de Xa-
drez clássico, inserido no circuito da Associação de Xadrez
de Lisboa, torneio que tem contado com enorme adesão
da comunidade filiada. Este torneio realizou a sua
quinta edição. De igual modo, foi realizada a segunda
edição do torneio “CARRIS – CIDADE EM MOVIMENTO”.
Este torneio, organizado em exclusivo pelo Grupo Desportivo,
realiza-se no magnífico espaço do Núcleo de
veículos do Museu, espaço que proporciona um cenário
único para a realização de um evento desta modalidade.
Em ambos os casos, tratam-se dos maiores eventos, em
número de participantes, excluindo os torneios oficiais
(Campeonato Distrital Individual), que se realizam em
Lisboa.
O Grupo Desportivo assegura, ainda, algumas componentes
logísticas relacionadas com a Colónia de Férias que a
CARRIS proporciona aos filhos dos seus colaboradores.
Eléctrico de Natal
A CARRIS realizou, pelo 27º ano consecutivo, a campanha
“Eléctrico de Natal”, que decorreu entre os dias 03 a 21 de
Dezembro de 2007. Ao longo de três semanas, circularam
entre Santo Amaro e a Praça da Figueira os dois eléctricos
devidamente decorados, conduzidos por um “Pai Natal” e
com animação de palhaços, que ajudaram a preencher o
imaginário das cerca de 8000 crianças, com idades entre
os 4 e os 12 anos, que tiveram oportunidade de viajar gratuitamente.
Estas viagens tiveram inicio em Santo Amaro, onde era feita
a recepção das crianças, maioritariamente provenientes de
Escolas da Área Metropolitana de Lisboa, no Museu da
CARRIS, também, decorado com motivos natalícios. As crianças
eram convidadas a fazer um desenho de grupo sobre
o tema “O Transporte Público é nosso Amigo”, recebendo
lembranças e iniciando, depois, o percurso da viagem no
“Eléctrico de Natal”.
Para além das viagens semanais, realizaram-se, também, aos
sábados viagens no percurso Praça da Figueira/Santo Amaro,
acessíveis a todas as crianças que pretendessem participar.
O último dia de campanha foi reservado aos filhos dos
trabalhadores.

Projectos/Grupos de Trabalho
• “International Bus Benchmarking Group” - IBBG
O Grupo “International Bus Benchmarking” foi criado em
2004, para constituir um fórum entre empresas de autocarros,
de diferentes partes do mundo, para partilhar experiências,
comparar desempenhos, identificar boas práticas e
aprender com as diferentes Organizações.
Com a adesão da CARRIS, em Novembro de 2006, dando resposta
a um convite do Grupo “International Bus Benchmarking”
passou a ser constituído pelos seguintes membros:
• Transport Metropolitans de Barcelona (TMB, Barcelona);
• Berliner Verkehrsbetribe (BVG, Berlin);
• Dublin Bus (Dublin);
• London Buses (LBSL, London);
• Empresa Municipal de Transportes de Madrid (EMT,
Madrid);
• Societé de Transport de Montréal (STM, Montréal);
• Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP, Paris);
• State Transit Authority (Sydney);
• Companhia Carris de Ferro de Lisboa (CARRIS, Lisboa).
Este Grupo é apoiado e coordenado pelo RTSC, um Centro
de Pesquisa de Transportes do “Imperial College” de Londres
e conta com o apoio formal do Secretário Geral da UITP.
Os principais objectivos deste Grupo são os seguintes:
• Definir um conjunto “standard” de indicadores de “performance”
que possam apoiar a gestão de cada Organiza
ção, KPI’s (“Key Performance Indicators”);
• Usar este conjunto de indicadores para identificar as
melhores práticas;
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 43
• Suportar as decisões dentro das organizações;
• Fornecer informação para a gestão de alto nível e para
a Tutela (desde que não viole o Acordo de confidencialidade
firmado entre os participantes).
Acresce que a diferenciação dos KPI’s, entre os diversos
membros, poderá constituir um elemento motivador e mobilizador
em cada organização de forma a optimizar o seu
desempenho.
3.3. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E
POLITICA ENERGÉTICA
3.3.1. CARRIS em 1.º Lugar no ranking
“Índice ACGE Sectorial 2006”
A melhoria do Ambiente exige, entre outros, uma mobilidade
sustentável, que responda à diversificação e intensificação
da procura pelo transporte público qualificado, invertendo
a actual situação em que mais de 50% das deslocações
são realizadas através do transporte individual.
Dado que os transportes são a principal fonte de poluição
atmosférica na cidade (NOx, CO, HC e PT) e um dos principais
responsáveis pela emissão de CO2 – gás com efeito
de estufa, com graves repercussões nas alterações climáticas,
os Operadores de Transporte, no âmbito do conceito e
paradigma da Sustentabilidade, têm o dever de preservar
os recursos energéticos e minimizar o impacte ambiental da
sua actividade.
É neste contexto que, em 2007, a CARRIS participou, pela
2.ª vez consecutiva, no projecto “Responsabilidade Climática
em Portugal: Índice ACGE (Alterações Climáticas e Gestão
de Empresas) Sectorial 2006” promovido pela Euronatura
– Centro para o Direito Ambiental e Desenvolvimento
Sustentado.
Com base nas avaliações feitas a 40 empresas dos sectores
dos transportes, banca e seguros, ao nível das vertentes: Estrutura
Administrativa e Supervisão das Questões Ambientais;
Gestão de Empresas e Preocupações Ambientais; Divul-

44 • RESPONSABILIDADES • Carris
gação da Preocupação das Empresas Perante as Alterações
Climáticas e Inventários de Gases com Efeito de Estufa, a
Organização Não Governamental – Euronatura concluiu
que, na análise restrita ao Sector dos Transportes, a CARRIS
obteve a melhor classificação, tendo sido, também, a melhor
classificada, ex - aequo com o BES, na análise abrangendo
os referidos três sectores.
A liderança da CARRIS na lista de empresas mais responsáveis
no combate às alterações climáticas, é o resultado de
uma preocupação permanente com a mobilidade sustentável
e de um trabalho contínuo e persistente, assente nas melhores
práticas e sua transparência/divulgação, em prol do
Desenvolvimento Sustentável.
3.3.2. Programa “Buying Green!”
A CARRIS, na aquisição de bens e serviços, nomeadamente
de veículos, tem vindo a incluir critérios e considerações ambientais
nos clausulados dos Cadernos de Encargos. Estas
exigências têm contribuído, junto dos fornecedores, para a
adopção generalizada destas práticas nas suas cadeias de
produção/fornecimento.
Esta preocupação da empresa já foi premiada, há um ano,
com a atribuição de um Certificado de Boas Práticas em
Compras Ambientalmente Orientadas, aquando da sua participação
no 1.º “Workshop” Internacional “Buying Green”,
realizado em Lisboa e patrocinado pela Comissão Europeia
(organizado pelo ICLEI – “International Council for Local
Environmental Initiatives”, em parceria com o CENDES –
Centro para o Desenvolvimento Empresarial Sustentável).
3.3.3. Gestão de Energia
Instalações
A CARRIS tem vindo a conferir uma particular atenção à
conservação do seu património edificado, constituído por
um vasto e diversificado conjunto de infra-estruturas e instalações,
geograficamente dispersas, de que se realçam os
edifícios das suas Sedes Social e Executiva, das Áreas Oficinais
e das Estações de Serviço.
Tais intervenções estão em sintonia com os objectivos fixados
nos Regulamentos relativos às características do Comportamento
Térmico dos Edifícios (Dec.-Lei nº. 80/2006), ao
funcionamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização
dos Edifícios (Dec.-Lei nº. 79/2006), bem como à Certificação
Energética e à Qualidade do Ar no Interior dos Edifícios
(Dec.-Lei nº. 78/2006), resultantes da transposição da
Directiva 2002/91/CE.
Para o efeito, foi constituída uma Comissão Técnica para a
Gestão de Energia nas Instalações, que tem por objectivo
principal estudar e propor medidas tendentes a promover a
utilização racional de energia e a melhoria da eficiência
energética e consequente redução da factura energética.
Esta Comissão Técnica conta com a colaboração e o empenho
dos diferentes Órgãos da Empresa para levar à prática
as medidas preconizadas.
No âmbito do Plano de Acção, oportunamente delineado e aprovado
superiormente pelo Conselho de Administração da empresa,
foram concretizadas diversas acções, como por exemplo:
• Campanha de sensibilização para esta temática, com a
distribuição de folhetos, gentilmente cedidos pelo Fornecedor
de energia eléctrica (EDP) e pelo Instituto Nacional da
Água (INAG), a todos os colaboradores da CARRIS;
• Melhoria dos sistemas de iluminação, com a substituição
de determinadas lâmpadas e luminárias, por outras de
maior eficiência energética;
• Instalação de contadores parciais de energia eléctrica, no
Complexo de Miraflores, por edifício/área de actividade (oficinal
ou de serviços), abrindo, desde já, o caminho para a criação
de um sistema integrado de gestão de consumos de energia;
• Efectuada uma Auditoria Energética ao Complexo de
Miraflores, levada a cabo pela EDP Corporate, em estreita
colaboração com a CARRIS, com o objectivo de caracterizar
os consumos energéticos e identificar possibilidades de
aumentar o nível de eficiência de sistemas e equipamentos
e propor a aplicação de medidas de Utilização Racional de
Energia Eléctrica.
O Relatório da Auditoria Energética, com as medidas preconizadas,
constituirá a base da actividade da Comissão
Técnica, ao longo do ano de 2008.

A CARRIS procura, assim, responder, adequadamente, às
exigências legais (nacionais e comunitárias) relativas ao desempenho
energético das suas Instalações. Este facto, aliás,
foi comprovado pela CE – Comissão Europeia, no final de
2006, ao aceitar a candidatura do Edifício A do Complexo
de Miraflores (alvo de recentes obras de Reabilitação), ao
Programa Comunitário “GreenBuilding”, conferindo à CARRIS
o estatuto de Parceiro GreenBuilding, o qual constitui o reconhecimento
público e formal, por parte da CE das acções
da CARRIS em prol da promoção da eficiência energética e
das boas práticas neste domínio.
É intenção da empresa manter o estatuto de Parceiro Green-
Building, alargando-o inclusivamente a outros Edifícios do
Complexo de Miraflores, através da concretização das medidas
incluídas no Relatório da Auditoria Energética efectuada
e da comprovação subsequente das melhorias introduzidas,
relativamente ao projecto inicial ou à situação anterior.
Uma das medidas essenciais para a prossecução do objectivo
global, atrás enunciado, e particularmente do Programa
GreenBuilding, é a adopção de um Sistema Integrado de
Gestão de Consumos de energia eléctrica (e de gás e água) -
- uma das prioridades em 2008.
O consumo de energia eléctrica, nas Instalações da CARRIS,
passou de 5 976 664 kWh, em 2006, para 5 671 212 kWh,
em 2007. Ocorreu, assim, uma importante redução do consumo
de energia e das emissões de CO2 (-5% versus 2006),
em especial no Complexo de Miraflores (-11%).
Material Circulante/Actividade de Transporte
1. Desde o 2º semestre de 2006 que a CARRIS tem vindo a
relançar esta temática da Gestão de Energia na Actividade de
Transporte, com uma abordagem multidisciplinar, transversal à
empresa, promovendo a utilização racional de energia, com
particular ênfase na melhoria da eficiência energética, e a
redução da factura energética - acções relativas à Selecção criteriosa
dos Veículos, à Manutenção da Frota, à Condução dos
Veículos, à Gestão de Tráfego e às Condições de Exploração.
A eficiência energética é um factor de competitividade económica
e de desenvolvimento sustentável, proclamada pela
UE, em fins de 2005, como uma prioridade para os sectores
da produção de Energia, Edifícios e Transportes.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 45
Durante 2007, foi desencadeado um Plano de Acção que
sistematizou e operacionalizou internamente esta questão,
tendo-se obtido reduções no consumo específico de combustível/energia
eléctrica de tracção. Constituiu, por outro
lado, um instrumento de gestão eficaz para o cumprimento
da Portaria nº. 228/90 de 27 de Março, relativa ao "Regulamento
da Gestão do Consumo de Energia para o Sector
dos Transportes“.
As acções mais importantes realizadas em 2007, foram:
• Melhoria dos conteúdos de formação e Acções de Formação
e Reciclagem do pessoal tripulante, visando a condução
económica;
• Reavaliação de situações de afectação dos diversos
segmentos de frota aos serviços;
• Avaliação do estado de condição/optimização da cadeia
cinemática dos veículos;
• Elaboração de normativo e sensibilização, dos tripulantes,
para a utilização do sistema de climatização dos veículos
(ar condicionado) e para a paragem do motor nos términus
das linhas/carreiras;

46 • RESPONSABILIDADES • Carris
•Desenvolvimento e teste de um Sistema de Recolha e
Gestão de Dados de Operação dos Veículos, que inclui registo
e análise de parâmetros de condução, o qual irá permitir,
entre outros, a monitorização do desempenho dos tripulantes;
•Renegociação de Contratos de Fornecimento de Combustíveis.
2. Consumos de Energia em 2007:
• Autocarros
O consumo de gasóleo foi de 21 029 817 litros, +1,2% do
que em 2006 (20 780 951 L). Por outro lado, é de salientar
que ocorreu uma redução de 2,6% no consumo específico
de gasóleo: 56,5 L/100 km em 2007, enquanto que, em
2006, se registou 58 L/100 km, reflectindo um melhor nível
de eficiência energética.
O consumo de gás natural atingiu 1 685 267 (N) m3, ou seja,
-4,7% do que em 2006 (1 767 961 (N) m3), sendo o consumo
específico de 71,6 (N) m3/100 km.
O consumo de combustíveis (gasóleo + gás natural )aumentou
muito pouco versus 2006 (+0,7%, em equivalente de
energia), tendo a Oferta, em lugares x km, aumentado 2,3%.
A Procura deu indícios de recuperação, invertendo a tendência
de descida acentuada nos últimos anos (+0,8% em passageiros
transportados).
O montante global anual com combustíveis foi de cerca de
18 milhões de euros (+2% do que no ano anterior), reflectindo,
em simultâneo, o já referido aumento de eficiência energético,
o acentuado aumento dos preços do petróleo, a melhoria
das condições comerciais negociadas pela CARRIS, com os
fornecedores e o aumento da actividade medida em VKm.
• Carros Eléctricos
O consumo de energia eléctrica (tracção + perdas) foi de
4 384 184 kWh, tendo tido um ligeiro acréscimo (+1%) relativamente
a 2006 (4 341 968 kWh).
Porém, como houve um acréscimo importante na Procura,
em passageiros x km transportados (+11,5%), ocorreu uma
melhoria do consumo específico de energia (0,097 kWh/
PK, enquanto que em 2006 tinha sido de 0,107 kWh/PK).
A idade média da frota de eléctricos é de 12 anos, apresentando,
em 2007, um consumo de energia eléctrica de
208,8 kWh/100 km.
É de referir que o custo anual de aquisição da energia eléctrica
se cifrou em cerca de 373 milhares de euros (+1% do
que no ano anterior).
3. Difusão/Experimentação e Utilização de Propulsões/
Combustíveis Alternativos, nomeadamente Renováveis, de
acordo com os objectivos estratégicos estabelecidos em termos
nacionais e comunitários.
A CARRIS tem vindo a diversificar as fontes de energia com
a utilização de Biodiesel e a aquisição de autocarros movidos
a Gás Natural Comprimido. Dentro da responsabilidade
social que lhe cabe e que assume, continuará a desempenhar
um papel importante nesta matéria:
• Autocarros movidos a gás natural comprimido (GNC)
A CARRIS tem 40 autocarros movidos a GNC, tendo sido
adquiridos 20 em 2001 e os restantes 20 em 2005. Possui,
também, uma Instalação de Compressão e Enchimento de
Gás Natural, no Complexo de Cabo Ruivo, que foi remodelada
e ampliada para permitir o abastecimento a mais veículos
e com menor tempo de enchimento.
Por via de um Protocolo que envolve a CARRIS, a Secretaria
de Estado dos Transportes, a GalpEnergia e a APVGN (Associação
Portuguesa de Veículos a Gás Natural), e na ausência
de uma Rede Pública de Abastecimento de gás natural,
a CARRIS tem vindo a assegurar o abastecimento de
diversos veículos privados (ligeiros e pesados).
• Autocarros com misturas gasóleo/biodiesel – propulsão
térmica de Ciclo Diesel
A CARRIS operou, entre Maio de1998 e o início de 2006,
com 18 autocarros a biodiesel (importado) em mistura com
gasóleo (10% e 5%).
Com a legislação saída recentemente (Dec.-Lei nº.62/2006)
e com o início da produção nacional de biodiesel, os For-

necedores de combustíveis ultimaram as medidas e os processos
logísticos que permitiram, a partir de Jun. 2006, a
incorporação de 2 a 4% de biodiesel no gasóleo na Rede
Pública de Abastecimento.
A CARRIS está presentemente a testar misturas gasóleo/biodiesel
de 15% (B15) e de 30% (B30), com biodiesel de produção
nacional (em conformidade com o Art.º 8.º - Dec-Lei
nº. 62/2006 e mediante Protocolo Carris/Petrogal).
A curto prazo, o uso de misturas gasóleo/biodiesel está dependente
da disponibilidade de biodiesel no mercado nacional
e da publicação de regulamentação específica que
defina, entre outros, o(s) preço(s) da(s) mistura(s).
• Autocarros híbridos de nova geração – propulsão térmica
de Ciclo Diesel/tracção eléctrica
A CARRIS está a par do lançamento recente de autocarros
protótipos de várias marcas, sendo expectável que alguns
deles passem à fase de comercialização a partir de 2009/
2010.
A realização de um teste, em Lisboa, com um destes protótipos,
é uma possibilidade que a empresa irá tentar concretizar
em 2008.
• Autocarros a célula de combustível – tracção eléctrica
(hidrogénio - H2, como combustível).
A CARRIS está também a acompanhar os projectos em
curso, a nível europeu, respeitantes ao desenvolvimento e
experimentação de autocarros propulsionados a célula de
combustível.
3.3.4. Gestão da Água
A CARRIS tem vindo a definir acções de forma a optimizar
a gestão do recurso água, com base nas exigências reais
das quantidades e da sua qualidade para os diferentes
usos. Assim, tem tentado maximizar a utilização de água
proveniente de captações subterrâneas bem como a reutilização
desta, sempre que possível, controlando a sua qualidade
adequadamente e escolhendo as tecnologias de tratamento
apropriadas.
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 47
De entre as diversas acções que decorreram em 2007 são
de salientar:
• Distribuição do panfleto “Água: poupe hoje para ter
amanhã”, a todos os trabalhadores;
• Colocação de autocolantes alusivos à poupança de água
nas casas de banho das instalações – acção inserida no âmbito
da Campanha de Sustentabilidade;
• Aplicação de limitadores de caudal nos chuveiros dos
balneários do Complexo de Miraflores e nas Estações da
Pontinha e da Musgueira;
• Manutenção da rede armada (incêndios) concluída no
Complexo de Santo Amaro e iniciada na Estação da Musgueira;
• Pedido, à entidade licenciadora, o aumento do volume máximo
autorizado de captação do furo da Estação da Pontinha;
• Expansão da rede proveniente das captações subterrâneas
nas oficinas da Estação da Pontinha e nas oficinas da
estação de serviço do Complexo de Miraflores;
• Detecção remota de fugas de água, quando se observam
consumos anormais.
A comprovar, em parte, a eficácia de algumas das acções
efectuadas, está a redução significativa do consumo de
água da rede nos Complexos/Estações observada desde
2004, ver Gráfico seguinte.
(Consumo 10 3 m 3)
150
100
50
0
2004 2005 2006 2007
O consumo total de água em 2007, incluindo todas as fontes
utilizadas, foi cerca de 182.000 m3, a que corresponde
um peso do consumo de água proveniente de captações
subterrâneas face ao consumo total de cerca de 42%.

48 • RESPONSABILIDADES • Carris
O total de efluentes líquidos descarregados nos colectores
municipais, excluindo as águas pluviais, foi em 2007 cerca
de 174.000 m3. 3.3.5. Qualidade do Ar
Frota
Conforme já referido, o processo de renovação da frota,
que decorreu entre 2004 e 2006, correspondeu à aquisição
de 408 novos autocarros, com motores de especificação
EURO 3, e o correspondente abate de alguns tipos de frota
mais antigos, permitindo que a idade média da frota passasse
de 16,4 anos (em 2003) para 5,6 anos (em 2006).
Durante o ano de 2007, não estando prevista a aquisição
de novos veículos, a CARRIS está empenhada e comprometida
com a redução do impacte provocado pela emissão de
poluentes atmosféricos e de gases com efeito de estufa
provenientes da sua frota, consubstanciado na redução do
consumo específico de gasóleo.
A redução observada nas emissões poluentes e de CO2, ver
Gráficos seguintes, é a prova de que o investimento realizado
pela CARRIS, trouxe benefícios para a qualidade do ar
na cidade de Lisboa.
VARIAÇÃO DAS EMISSÕES MÉDIAS DE POLUENTES
DA FROTA DE AUTOCARROS
Emissões (g/km)
30
20
10
0
23,15
14,29
Assim, em média, por cada km percorrido, um autocarro em
2007 emite, relativamente a 2006, -7% de NOx, -16% de
HC, -17% de CO, -24% de PT e -5% de CO2 e relativamente
a 2003, -42% de NOx, -72% de HC, -64% de CO, -79% de
PT e -5% de CO2. Fontes Fixas
13,33
2,86
NOx HC CO PT
VARIAÇÃO DAS EMISSÕES MÉDIAS DE CO 2
DA FROTA DE AUTOCARROS
Emissões (g/km)
1500
1480
1460
1440
1420
1400
1380
1360
1493
0,36
0,81
1490
2003 2006 2007
2003 2006 2007
As emissões de poluentes para a atmosfera provenientes de fontes
fixas estão, praticamente, associadas na CARRIS à existência
de cabinas de pintura, onde se utilizam solventes, e ao funcionamento
de caldeiras para produção de vapor e água quente.
Durante o ano de 2007 concluiu-se, como previsto, a substituição
da caldeira a fuelóleo, ainda existente no Complexo
3,47
1,53
1,27
1,60
0,45
1414
0,34

de Miraflores, por caldeiras a gás natural de menores
potências, para produção de vapor e água quente. A utilização
de gás natural apresenta quer vantagens económicas,
quer vantagens tecnológicas, como maior rendimento real
médio, abastecimento através de gasoduto evitando a necessidade
de depósitos de armazenamento e redução até 20%
nas emissões de CO2 em relação ao fuelóleo e emissões
praticamente nulas de partículas e de óxidos de enxofre.
Relativamente ao controlo das emissões, provenientes da utilização
de solventes orgânicos, a CARRIS incluiu nos Cadernos
de Encargos, relativos à aquisição para 2008 de 40
novos autocarros, a exigência da pintura da carroçaria exterior
ser efectuada com tintas de base aquosa, reduzindo-se
assim o teor total de compostos orgânicos voláteis (COV) libertados
para a atmosfera, na actividade de pintura.
3.3.6. Gestão dos Resíduos
A CARRIS é responsável pelos resíduos que as suas actividades
produzem e pelo seu adequado encaminhamento, de
acordo com as boas práticas ambientais e os requisitos legais
em vigor.
A gestão dos resíduos assenta numa política cuja primeira prioridade
consiste em evitar ou reduzir as fontes mais significativas
de produção de resíduos, que é concretizada desde logo
na aquisição de produtos e serviços. Como segunda prioridade,
a CARRIS privilegia como destino final do resíduo, operações
que visem a sua valorização como reutilização, reciclagem
ou valorização energética, tendo em atenção qual a
mais adequada a cada tipo de resíduo, as possibilidades locais
e os custos associados. Só em último recurso se adopta a
operação de eliminação do resíduo (deposição em aterro).
Durante o ano de 2007 é de salientar a construção de parques
de armazenagem de resíduos, com zonas e contentores
distintos para a segregação adequada destes, nas Estações
da Pontinha e Musgueira e no Complexo de Santo
Amaro, bem como a colocação de recipientes específicos
para papel/cartão e embalagens de plástico e metal nas
áreas administrativas de todas as Estações/Complexos.
Foi igualmente concebido um procedimento para a gestão
de resíduos, que inclui todos os requisitos legais sobre esta
matéria, que entraram em vigor em 2007.
3.3.7. Gestão dos Efluentes Líquidos
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 49
Existe uma política de recolha selectiva dos resíduos gerados
nas instalações da CARRIS, independentemente de terem
proveniência de actividades subcontratadas ou não.
Após acções importantes desencadeadas em 2006, não ocorreram
acções relevantes nesta matéria, durante 2007, para
além da consolidação de procedimentos e rotinas oportunamente
definidos.
3.3.8. Ruído
O descritor ruído deverá ser analisado, no âmbito da actividade
da CARRIS, segundo duas vertentes distintas:
• Ruído produzido pela frota aquando da circulação;
• Ruído produzido nas várias instalações.
Relativamente à frota, é de referir que o referido processo de
renovação, permitiu obter uma redução considerável tanto
do nível de ruído exterior como interior dos autocarros. O
nível de ruído exterior da frota antiga era em média de
85dB (A), sendo o da frota de nova geração de 76dB (A).
O valor limite, definido na Directiva 92/97/CEE, é de 80dB
(A).
No que diz respeito ao ruído produzido pela laboração das
instalações, realizou-se em 2007, a medição dos níveis
sonoros, na envolvente das instalações, para avaliação das
emissões sonoras para o exterior. A avaliação teve como
objectivo a verificação de conformidade pelos critérios dos
Acréscimos Sonoros e da Exposição Sonora Máxima no
Exterior, de acordo com o Regulamento Geral de Ruído,
aprovado pelo Decreto-Lei nº. 9/2007, de 17 de Janeiro.
Os resultados obtidos comprovam que a actividade e funcionamento
de todas as instalações cumprem os requisitos
legais aplicáveis ao ruído ambiente, tendo-se verificado que
nalgumas instalações os limites de exposição máxima são
excedidos, tal se devendo apenas à forte influência de trânsito
local.

CONCLUSÃO
Ao longo dos anos, a CARRIS tem vindo a dar uma particular
atenção às questões da Sustentabilidade e, em particular,
da Mobilidade Sustentável e tem estado fortemente empenhada
na melhoria contínua do serviço de transporte que presta
à cidade de Lisboa.
Por outro lado, é comummente aceite que a opção pelo
Transporte Colectivo de Passageiros tem de ser cada vez
mais incentivada, por ser a resposta mais adequada às
necessidades crescentes de mobilidade e um factor de sustentabilidade
na vida das cidades.
A CARRIS assume a sua responsabilidade social nesta
matéria e é com grande determinação que prossegue na
concretização de um profundo plano de reestruturação interna,
iniciado em 2003, que tem tornado a empresa cada vez
mais sustentável, por via da modernização, da optimização
dos recursos disponíveis/redução dos seus custos operacionais
e da minimização do impacte energético - ambiental
inerente à sua actividade.
As acções, projectos e decisões, explicitados no presente
Relatório de Sustentabilidade, como por exemplo:
• Sistema de Gestão da Qualidade - já objecto de certificação,
assim como o Serviço de transporte público de passageiros,
num número crescente de linhas/carreiras;
• Sistema de Gestão Ambiental - cuja certificação será
concluída muito em breve;
• Gestão de Energia - Instalações e Actividade de Transporte;
• Renovação da Frota de autocarros;
• Renovação da Rede - “Rede 7”;
• Consolidação e expansão dos Sistema Telemáticos;
• Qualificação e Formação dos Recursos Humanos;
evidenciam claramente como a Sustentabilidade é assumida
e valorizada na CARRIS . Esta prática, aliás, tem sido reconhecida
e destacada por vários dos nossos Stakeholders,
fazendo da CARRIS, também nesta perspectiva, uma referência
incontornável no Sector dos Transportes e um actor
indispensável para a construção de um novo paradigma de
uma mobilidade urbana sustentável.

52 • GRELHA DE INDICADORES GRI E SIDS • Carris
GRELHA DE INDICADORES GRI
VISÃO E ESTRATÉGIA
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI 1.1.
Declaração da Visão e da Estratégia da organização
no que se refere à sua contribuição para o
Desenvolvimento Sustentável 3 e 10
GRI 1.2. Mensagem do Presidente
PERFIL
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI 2.1. Nome da organização 1 Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S.A.
GRI 2.2. Principais produtos e/ou serviços 3, 13 e 14 Transporte Público Urbano
GRI 2.3. Estrutura operacional
GRI 2.4. Localização da Sede Rua 1.º de Maio 103-1100 Lisboa
GRI 2.5. Países em que está presente 4
GRI 2.6. Tipo e natureza legal de propriedade Sociedade Anónima com capitais públicos
GRI 2.7. Mercados servidos 4
GRI 2.8. Dimensão e organização 7, 23, 24 e 30
GRI 2.9. Mudanças, no período, da estrutura e participação accionista 6
GRI 2.10. Prémios recebidos no período 12, 31 e 42
PARÃMETROS PARA O RELATÓRIO
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI 3.1. Período coberto pelo Relatório __ Ano fiscal de 2007
GRI 3.2. Data do Relatório anterior mais recente Ano fiscal de 2007
GRI 3.3. Ciclo de Emissão de Relatórios __ Anual
Provedor do Cliente
GRI 3.4. Contacto para esclarecimento sobre o Relatório E-mail: provedor.cliente@carris.pt

ESTRUTURA DE GOVERNAÇÃO E SISTEMAS DE GESTÃO
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 53
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI 4.1. Estrutura de Governação
Indicação caso o Presidente da Administração seja
6
GRI 4.2. também Director Executivo __ n.d.
GRI 4.3. Percentagem de Administração Independente e Não-Executivos __ n.d.
GRI 4.4. Mecanismos de recomendações do Conselho de Administração
Relação entre remuneração da Administração e o
__ n.d.
GRI 4.5. desempenho da organização __ n.d.
GRI 4.6. Processos em vigor para evitar conflito de interesses n.d.
GRI 4.7. Processos do Conselho de Administração n.d.
GRI 4.8. Missão e Valores. Códigos Internos de Conduta
Procedimentos da Administração para avaliar
4, 22
GRI 4.9. o desempenho de sustentabilidade n.d.
Processos para avaliação ao desempenho 10, 11, 12, 15,
GRI 4.10. económico, ambiental e social
Explicação sobre o Princípio da Precaução
27, 29, 31 e 42
GRI 4.11. (Gestão do risco no planeamento de novos produtos p/ex.) n.d.
GRI 4.12. Cartas de Princípios Internacionais 10
GRI 4.13. Principais Adesões a Associações Industriais e Empresariais 11 e 41
A CARRIS é, também, membro da U.I.T.P. -
União Internacional do Transporte Público e do C.E.E.P. -
Centro Europeu de Empresas Públicas, entre outros.
GRI 4.14. Relação de “stakeholders” 9
GRI 4.15. Base para identificação e selecção de “stakeholders” n.d.
GRI 4.16. Formas de consulta aos “stakeholders”
Principais questões levantadas pelos “stakeholders”
n.d.
GRI 4.17. e medidas adoptadas n.d.
INDICADORES DE DESEMPENHO ECONÓMICO
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados 2006 Resultados 2007
GRI EC1 Valor Económico directo gerado Vendas Líquidas 23 77 618 148,00 83 533 574,66
Disponível no Relatório e Disponível no Relatório e
GRI EC2 Implicações financeiras devido a alterações climáticas
Cobertura das obrigações em matéria de plano de
Contas 2006 da CARRIS Contas 2007 da CARRIS
GRI EC3 benefícios da organização n.d. n.d.
GRI EC4 Benefícios financeiros significativos dados pelo governo
Política, práticas e proporção das despesas
23 43 433 749,00 46 353 101,50
GRI EC6 em fornecedores locais n.d. n.d.
Desenvolvimento e impacto de investimentos em infra-estruturas Disponível no Relatório Disponível no Relatório e
GRI EC8 e serviços essenciais para benefício público Contas 2006 da CARRIS Contas 2007 da CARRIS
Legenda: GRI: Global Reporting Initiative • n.d.: não disponível/não definido

54 • GRELHA DE INDICADORES GRI E SIDS • Carris
INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados 2006 Resultados 2007
GRI EN1 Consumo total de materiais por tipo (excepto àgua) _ n.d. n.d.
GRI EN2 Percentagem de materiais utilizados que são resíduos
Consumo directo d energia, segmento por fonte primária
_ n.d. n.d.
GRI EN3 • Energia Eléctrica (instalações) 5 976 664 KWh 5 671 212 KWh
• Energia Eléctrica (modo eléctrico) 4 341 968 KWh 4 384 184 KWh
• Gasóleo 21 141 867 litros 21 029 817 litros
• Gás Natural 44, 45 e 46 1 767 961 m3 1 685 267 m3 GRI EN4 Consumo indirecto de energia n.d. n.d.
GRI EN5 Poupança de Energia
Fornecimento de produtos e serviços energeticamente
44 e 46 n.d. n.d.
GRI EN6 eficientes ou baseados em enegia renovável
Iniciativas para redução do consumo indirecto
46 e 47 n.d. n.d.
GRI EN7 de energia e a redução alcançada
Consumo total de Água segmentado por fonte
n.d. n.d.
Rede Pública – 110 711 m3 105 560 m3 GRI EN8 Captações Subterrâneas – 47 18 053 m3 76 440 m3 Emissões de gases com efeito de estufa Total: -5%
Total – 57103 t CO2 Autocarros – Gasóleo 53931 t CO2 GRI EN16 Autocarros – Gás Natural 49 3172 t CO2 Iniciativas de redução das emissões de gases Instalações: -5%
GRI EN18 com efeito de estufa
Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozono,
43, 44 e 45 n.d. Mat. Circulante: -5%
GRI EN19 por peso (COV)
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas,
por tipo (emissões médias por autocarro)
49 44 t 32 t
• Óxidos de azoto (NOx) 15,44 g/km 13,33 g/km
• Monóxido de Carbono (CO) 1,72 g/km 1,27 g/km
• Hidrocarbonetos (HC) 1,15 g/km 0,81 g/km
GRI EN20 • Partículas (PT) 49 0,58 g/km 0,34 g/km
GRI EN21 Total de efluentes líquidos 48 128 764 m3 174 000 m3 Total de resíduos por tipo e por método de tratamento
• Resíduos perigosos n/hospitalares
• Acumuladores 395 un 18,04 t
• Águas e lamas oleosas 341 t 501 t
• Trapos e serraduras contaminados,
filtros de gasóleo e de óleo
8 881 kg 14819 kg
• Fluido anticongelante 3 440 kg 3308 kg
• Lâmpadas fluorescentes 1 116 kg 1194
• Óleos usados 64 m3 112 m3 • Solventes 1 520 kg 8384 kg
• Veículos em fim de vida 1 240 t 0 t
• Resíduos não perigosos
• Sucata de ferro/folhanga 42 t 40 t
• Vidro 5 683 kg 21555* kg
• Calços de travão 4 255 kg 7370 kg
• Borrachas 5 150 kg 13660 kg
GRI EN22 • Papel e cartão 49, 50 5 370 kg 65*t
* Incluem resíduos recolhidos pelos Serviços Municipalizados.

Legenda: GRI: Global Reporting Initiative • n.d.: não disponível/não definido
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 55
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados 2006 Resultados 2007
GRI EN26 Iniciativas de mitigação dos impactes ambientais
Incidentes ou multas pelo não-cumprimento das declarações,
convenções, tratados internacionais, legislação nacional,
n.d. n.d.
GRI EN28 regional e local sobre assuntos ambientais n.d.
Quanto ao ruído no
interior dos veículos,
a CARRIS tem tido uma
forte preocupação em
n.d.
aumentar a insonorização O nível de ruído exterior da
para oferecer mais conforto frota antiga era em média
aos seus clientes. Esta de 85dB (A), sendo o
preocupção tem sido uma da frota de nova geração
constante nos Cadernos de 76dB (A). O valor limite,
Encargos para aquisição definido na Directiva
GRI EN29 Impactes ambientais significativos do transporte 50,51 de nova frota. 92/97CEE, é de 80dB (A).
Total de gastos e investimentos ambientais por tipo
GRI EN30 Despesa na gestão de resíduos 84 486 € 202 000 €
INDICADORES DE DESEMPENHO SOCIAL
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados 2006 Resultados 2007
No final do ano de 2006 No final do ano de 2007
o efectivo da CARRIS era o efectivo da CARRIS er
Mão-de-Obra total, por tipo de emprego, constituído por um total de constituído por um total de
GRI LA1 tipo de contrato de trabalho 30 2681 colaboradores 2778 colaboradores
Criação de empregos e taxa de rotatividade,
A política de admissões, em particular a de pessoal
tripulante, tem como principal objectivo a manutenção
da qualidade e da segurança do serviço prestado,
procurando também garantir um adequado número de
GRI LA2 por faixa etária, género e região
Benefícios para os colaboradores a tempo integral,
que não são atribuídos aos colaboradores
32 efectivos para um eficiente exercício da actividade.
GRI LA3 temporários ou a tempo parcial
Percentagem de empregados
30
GRI LA4 representados por organizações sindicais 30 90,9% 89,8%
6,6% - Informação mais 5,9% - Informação mais
detalhada no detalhada no
GRI LA7 Taxa de absentismo Relatório e Contas Relatório e Contas
102 372 horas de 105 533 horas de
formação, abrangendo formação, abrangendo
Média de horas de formação por ano, um total de 1 521 um total de 1 350
GRI LA10 por empregado e por categoria
Percentagem de colaboradores que recebem avaliação
32 colaboradores colaboradores
GRI LA12 periódica de desempenho e de progressão na carreira 84%
Proporção homem/mulher e outros indicadores de 2 476/205 (92% 2555/223 (92%
GRI LA13 diversidade culturalmente apropriados 30 masculino/8% feminino) masculino/8% feminino)

56 • GRELHA DE INDICADORES GRI E SIDS • Carris
INDICADORES DE DESEMPENHO SOCIAL: Direitos Humanos
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI HR1 Impactes sobre os Direitos Humanos
Percentagem de fornecedores e empresas contratadas
22 Código de Ética e de Conduta
GRI HR2 submetidas a avaliações relativas a direitos humanos
Política global e procedimentos ou programas que
n.d.
GRI HR4 previnam formas de Não-Discriminação n.d.
Os colaboradores da CARRIS têm direito à liberdade de
associação, sendo a percentagem de sindicalização,
GRI HR5 Política de liberdade de associação 30 no final de 2007 de 89,8%
INDICADORES DE DESEMPENHO SOCIAL: Sociedade
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI SO1 Impactes sobre as comunidades
Percentagem e número total de unidades de negócio
24 à 41
Ao longo de mais de um século de existência,
CARRIS contribuiu de forma decisiva para o
fomento da cultura na cidade de Lisboa e para o
desenvolvimento de uma memória colectiva
comum a todos os lisboetas mas também,
aos que passam pela capital e usufruem da rede de
transportes disponível.
GRI SO2 alvo de análise de risco à corrupção
Percentagem de trabalhadores que efectuaram formação
n.d.
GRI SO3 em políticas e práticas anti-corrupção n.d.
GRI SO4 Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção
Montantes das coimas e número total de sanções não
monetárias por incumprimento de leis e
n.d.
GRI SO8 regulamentos ambientais n.d.

INDICADORES DE DESEMPENHO SOCIAL: Responsabilidade sobre o Produto
Legenda: GRI: Global Reporting Initiative • n.d.: não disponível/não definido
Carris • RELATÓRIO de SUSTENTABILIDADE • 57
Código (GRI) Descrição Nº. de Páginas Resultados/Comentários
GRI PR1 Políticas para perservar a Saúde e a Segurança do cliente 24
A melhoria das condições de acesso,
segurança e conforto dos clientes foram reforçadas
com a renovação da frota e com a instalação de
sistemas de videovigilância.
As informações sobre o funcionamento do serviço
prestado estão disponíveis nas paragens,
incluindo o SAEIP e SIP, e no interior dos veículos
GRI PR3 Informações sobre o produto e sua rotulagem 18 à 20 de serviço público.
A CARRIS definiu como ferramenta para monitorizar
a informação relativa à satisfação do cliente, o Índice
GRI PR5 Satisfação do cliente 27 da Satisfação do Cliente.
Carta do Cliente e a Política de Qualidade
Observância das leis, normas e códigos voluntários são exemplos; a CARRIS é também membro
relacionados com comunicações de marketing, da União Internacional de Transportes Públicos,
GRI PR6 incluindo publicidade, promoção e patrocínio 4, 10, 11, 22 entre outras associações.
A CARRIS cumpre rigorosamente as disposições legais
relativamente à protecção de dados pessoais,
Reclamações registadas relativas à violação da no âmbito da utilização dos Sistemas de vídeovigilância
GRI PR8 privacidade de clientes
Montante de coimas por incumprimento de leis e
regulamentos relativos ao fornecimento e
19 e em todos os serviços que presta.
GRI PR9 utilização de produtos e serviços n.d.

58 • GRELHA DE INDICADORES GRI E SIDS • Carris
INDICADORES OPERACIONAIS
Descrição Nº. de Páginas Resultados 2006 Resultados 2007
CARRIS Idade média dos veículos:
Autocarros 13 6,01 anos 7,01 anos
Carros Eléctricos 46 11 anos 12 anos
CARRIS Veículos em circulação (tipificação):
• Autocarros 7
• Minis 40 40
• Médios __ __
• Standard
Gasóleo 588 578
Gasóleo + Biodiesel Teste com misturas B15 e B30
Gás Natural 40 37
• Articulados 90 90
• Serviço Especial (pessoas com mobilidade reduzida) 7 4 4
• Carros Eléctricos 7
• Ligeiros Históricos 40 39
• Articulados 10 10
• Reserva 8 8
• Turismo 9 10
• Ascensores 6 6
• Elevadores 2 2
CARRIS Passageiros transportados no modo autocarro 7 e 24 216 233 425 passageiros 217 872 043 passageiros
CARRIS Passageiros transportados no modo eléctrico 7 e 24 18 661 908 passageiros 18 483 658 passageiros
CARRIS Intensidade de tráfego autocarros (Veículo*km) 24 37 806 070 km 38 692 625 km
CARRIS Intensidade de tráfego eléctricos (Veículo*km) 24 1 181 760 km 1 917 664 km
CARRIS Estrutura da rede de autocarros (ida e volta) 7 662 km 667 km
CARRIS Estrutura da rede de carros eléctricos
N.º de Incidentes - como actos de vandalismo
7 48 km 48 km
CARRIS e de delinquência
N.º de Acidentes - relacionados com exploração
26 2870 2927
CARRIS e circulação 25 2089 1992
4 213 reclamações de 2 213 reclamações de
serviço e 1 168 queixas serviço e 968 queixas
CARRIS Número reclamações de clientes 29, 30 sobre o pessoal sobre o pessoal
CARRIS Tempo médio de resposta a clientes 30 7,4 dias 4,6 dias
CARRIS Taxa de ocupação: 7
• Autocarros 22% 21%
• Eléctricos 27% 29%
72km do total da rede 72,8km do total da rede
CARRIS Peso kms de corredores BUS 7 de autocarros (10,9%) de autocarros (10,9%)
CARRIS ISC - Índice da Satisfação do Cliente 27 60% 62,4%
Legenda: GRI: Global Reporting Initiative • n.d.: não disponível/não definido