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Edição 39 - Memorial da América Latina

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Figura 2 - Configuração<br />

<strong>da</strong> superfície <strong>da</strong> Terra<br />

com a denominação<br />

e a delimitação <strong>da</strong>s<br />

placas tectônicas mais<br />

importantes.<br />

por Ferro e Níquel, a temperatura atinge<br />

por volta de 5500ºC. O calor interno, produzido<br />

principalmente através <strong>da</strong> desintegração<br />

dos elementos radioativos de meiavi<strong>da</strong><br />

longa existentes no manto, tais como<br />

Urânio, Tório, Potássio e outros, é transportado<br />

para a superfície, para em segui<strong>da</strong><br />

ser dissipado para fora do planeta. Consequentemente,<br />

com a diminuição progressiva<br />

e inexorável dos elementos radioativos,<br />

o planeta vai lentamente resfriando.<br />

O transporte do calor interno pode ser<br />

por condução ou por convecção, e este<br />

último modo consiste <strong>da</strong> movimentação<br />

de massa <strong>da</strong>s zonas mais quentes para as<br />

mais frias. No entender de muitos geofísicos,<br />

as principais fontes de energia interna<br />

<strong>da</strong> Terra localizam-se na zona limite entre<br />

o manto e o núcleo, onde existe uma cama<strong>da</strong><br />

de alta temperatura, cerca de 1000ºC<br />

mais eleva<strong>da</strong> do que as rochas mantélicas<br />

adjacentes. As correntes de convecção no<br />

manto, embora muito lentas, são o motor<br />

<strong>da</strong> dinâmica interna do planeta, responsáveis<br />

pelo fluxo térmico observado na<br />

superfície e pelos movimentos <strong>da</strong>s placas<br />

tectônicas, que serão descritos a seguir.<br />

FIGURA 2. A litosfera é dividi<strong>da</strong><br />

em cerca de uma dúzia de placas tectônicas<br />

grandes e muitas placas menores. Essas<br />

placas se movimentam tangencialmente<br />

à superfície do planeta, com veloci<strong>da</strong>des<br />

distintas que podem variar de menos de<br />

40<br />

um centímetro por ano a uma dezena de<br />

centímetros por ano. Esse movimento depende<br />

<strong>da</strong>s correntes de convecção mantélicas<br />

subjacentes, que originam-se nas<br />

zonas mais quentes do manto, onde o material<br />

inicia uma ascensão para níveis superiores.<br />

Ao mesmo tempo, para compensar<br />

essa ascensão, rochas mais frias e por isso<br />

mesmo mais densas descem e preenchem<br />

o espaço deixado pelo material que subiu,<br />

completando o movimento circular <strong>da</strong>s<br />

células de convecção. As placas tectônicas,<br />

constituí<strong>da</strong>s de porções <strong>da</strong> litosfera rígi<strong>da</strong>,<br />

se movimentam sobre o material mais<br />

plástico <strong>da</strong> astenosfera, e os limites entre<br />

elas constituem o sítio ideal para a ocorrência<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des que caracterizam a<br />

dinâmica interna <strong>da</strong> Terra. As figuras 2 e 3<br />

mostram que esses limites não correspondem<br />

àqueles entre continentes e oceanos.<br />

Nos limites entre placas tectônicas<br />

contíguas concentram-se, praticamente,<br />

todos os terremotos de grande intensi<strong>da</strong>de<br />

e a grande maioria dos vulcões ativos<br />

do planeta. Eles podem ser convergentes,<br />

divergentes, ou conservativos.<br />

Nos limites convergentes ocorre<br />

o choque entre duas placas que se aproximam.<br />

As feições geológicas cria<strong>da</strong>s e as<br />

modificações produzi<strong>da</strong>s na crosta irão<br />

depender <strong>da</strong> natureza de sua litosfera.<br />

No caso de choque de uma placa oceânica<br />

com outra <strong>da</strong> mesma natureza, uma<br />

delas mergulhará por debaixo <strong>da</strong> outra,<br />

voltando para o manto, e criando o que<br />

se denomina “zona de subducção”. Se<br />

as duas placas tiverem litosfera continental,<br />

haverá um processo colisional, com<br />

a geração de cordilheiras de montanhas,<br />

como os Alpes e os Himalaias. Por fim,<br />

se o limite convergente envolver uma placa<br />

continental e uma placa oceânica, esta<br />

mergulhará em subducção, e na placa vizinha<br />

haverá magmatismo intenso, como<br />

ocorre na Cordilheira Andina. No caso de<br />

limites divergentes entre placas tectônicas<br />

aparecem aberturas na crosta, ao longo de<br />

grandes sistemas de fraturamento, associa-<br />

ilUsTraÇões: insTiTUTO de geOCiênCias - UsP

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