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Edição 39 - Memorial da América Latina

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Os dois polos <strong>da</strong> carreira de Piñeyro: seu<br />

último filme As Viúvas <strong>da</strong>s Quintas-feiras e o<br />

inaugural Tango Feroz, de 1973.<br />

R.N.A. – Você hoje, praticamente, só participa<br />

de coproduções. Isso não limita sua criativi<strong>da</strong>de?<br />

Até que ponto os parceiros estrangeiros interferem em<br />

seu cinema, que tem fortes características de seus país?<br />

M.P. – Hoje, recorremos muito às parcerias<br />

internacionais, assim os filmes não são<br />

mais decididos só na Argentina. Temos que<br />

nos conciliar com os coprodutores, Não tem<br />

jeito, mas posso dizer que tenho liber<strong>da</strong>de.<br />

Até o ano 2000 ain<strong>da</strong> se podia fazer filmes<br />

como Patagônia Rebelde, hoje não mais. Nem<br />

mesmo A História Oficial ou O Beijo <strong>da</strong> Mulher<br />

Aranha, por exemplo. De certa forma, sempre<br />

há interferência <strong>da</strong> coprodução.<br />

R.N.A. – Até que ponto você acha importante<br />

festivais de cinema ? Quanto ao do <strong>Memorial</strong>,<br />

o que você tem a comentar?<br />

M.P. – Primeiro eu acho importante<br />

que existam festivais para conhecermos<br />

outras produções, diretores mais jovens,<br />

depois, o importante também são as trocas<br />

de ideias, que muitas vezes podem surgir de<br />

um encontro como este. O <strong>Memorial</strong> está<br />

organizando um bom festival, bem diversificado<br />

e organizado.<br />

R.N.A. – Em uma <strong>da</strong>s mesas deste festival<br />

alguns diretores desconstruíram a forma de se fazer<br />

cinema. Primeiro questionaram as tradicionais duas<br />

horas de duração e depois a presença de um diretor, de<br />

um fotógrafo e de roteristas. Qual sua opinião sobre o<br />

modelo de como se fazer cinema depois de mais de cem<br />

anos que ele foi inventado?<br />

M.P. – Faço cinema <strong>da</strong> forma tradicional,<br />

mantenho todos esses profissionais des-<br />

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cartados acima e às vezes tenho uma equipe<br />

mais numerosa do que gostaria de ter. Filmo<br />

o suficiente para ter uma projeção de duas<br />

horas, em sala particular. Não posso imaginar<br />

meus filmes projetados fora de uma sala<br />

tradicional.<br />

R.N.A. – Como você escolhe o roteiro? Você<br />

planeja e desenvolve uma ideia antes ou acontece ao<br />

acaso?<br />

M.P. – Na reali<strong>da</strong>de, não tenho um plano<br />

específico, meus filmes são resultados de<br />

histórias que me dão vontade de contar. Só<br />

isso.<br />

R.N.A. – Qual a sua opinião sobre a cinematografia<br />

brasileira?<br />

M.P. – O cinema brasileiro é muito<br />

potente. Vocês têm uma reali<strong>da</strong>de diferente<br />

<strong>da</strong> nossa, o que inspira também<br />

um cinema diferente. Considero Ci<strong>da</strong>de de<br />

Deus e Lavoura Arcaica dois grandes filmes.<br />

Leonor Amarante é editora <strong>da</strong> Revista<br />

Nossa <strong>América</strong>.

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