You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
MARCELO PIÑEyRO<br />
ícone do cinema arGentino<br />
REVISTA NOSSA AMÉRICA – O<br />
que faz com que o cinema argentino tenha uma narrativa<br />
mais centra<strong>da</strong> na classe média, sem cair na técnica<br />
de telenovela? Até que ponto vocês são influenciados<br />
pela literatura?<br />
MARCELO PIÑEYRO – Como<br />
não poderia deixar de ser, a cultura argentina<br />
tem o aporte <strong>da</strong> literatura, que é bastante<br />
expressiva. Temos excelentes escritores,<br />
ótimos contistas como Jorge Luis Borges,<br />
Julio Cortázar, Bioy Casares, Manuel Puig<br />
e tantos outros. Recebemos uma influência<br />
natural <strong>da</strong> literatura.<br />
R.N.A. – Na Argentina os diretores contam<br />
com o Instituto de Cinema. Uma vez que no país<br />
O cineasta argentino<br />
que, ao lado de João<br />
Batista de Andrade,<br />
foi o homenageado<br />
do festival deste ano,<br />
concedeu entrevista à<br />
Nossa <strong>América</strong>.<br />
não há leis de incentivo fiscal, como vocês conseguem<br />
fazer 50 filmes por ano? Há muitas estratégias para<br />
se realizar as coproduções?<br />
M.P. – Eu tenho a sorte de fazer parte<br />
do reduzido grupo que não necessita de<br />
apoio governamental, não faço parte de<br />
suas instituições, na ver<strong>da</strong>de eu trabalho<br />
à margem e, por isso mesmo, às vezes tenho<br />
problemas com o Instituto de Cinema.<br />
Tenho muita liber<strong>da</strong>de para dizer o que eu<br />
quero porque não dependo <strong>da</strong> verba do<br />
governo. Mas já aconteceu de eu ser convi<strong>da</strong>do<br />
para um festival internacional e o<br />
Instituto de Cinema enviar uma carta à organização<br />
dizendo que meu filme não representa<br />
a Argentina.<br />
33