Edição 39 - Memorial da América Latina
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FOTO: rePrOdUÇÃO Pois bem, a história não registra se Hernán realmente se casou com Carmencita, mas sabemos que o Atlético de Madri foi tetracampeão de 1493 a 96 graças à dupla Caycos e Lucayo, que depois foi jogar no Liverpool. O interessante é ver que continuamos com esta tradição, com esta vocação, com este triste destino de exportar matéria-prima. Se há algo que une o futebol sul-americano, é o fato de que nossos melhores jogadores vão embora para a Europa e para a Ásia mal lhe crescem pelos na cara. Alguns até antes, como é o caso de Messi, que foi para a Espanha aos 11 anos. No Brasil, este número é assustador. Jogador de futebol já é um dos principais produtos de exportação do país, ultrapassando produtos como banana, maçã e uva. Desde 1993, as exportações já somam dois bilhões de dólares. Em 2008, 1.776 futebolistas saíram do Brasil. Isso daria para formar 80 equipes, com 22 atletas cada. Ou seja, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro é, na verdade, a quinta. Essa perda dos nossos jogadores é também uma perda de alegria. Vemos jogos piores, menos gols, menos dribles. E, nos fins das contas, perdemos até dinheiro, pois vendemos os jogadores mas pagamos para ver os jogos dos campeonatos da Europa. Como diz Sócrates (o jogador, não o filósofo), é como se vendêssemos Michelângelo em vez de vender suas obras. É claro que a culpa não é dos jogadores, que têm todo o direito de ir atrás de melhores salários. A culpa é dos nossos dirigentes, dos clubes e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que não souberam se modernizar, que não souberam, ou não quiseram, industrializar nossa matéria-prima. Caycos e Lucayo foram os primeiros de milhares. Éramos uma colônia. E, no futebol, ainda não deixamos de ser. José Roberto Torero é jornalista, escritor e comentarista de futebol 13
14 DEBATE comUm? Há UM PONTO Fórum Social Mundial e Fórum Econômico Mundial Celso de Souza Machado em praticamente todos os encontros do Fórum Social Mundial e do Fórum Econômico Mundial têm havido intervenções defendendo o fortalecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Já no Fórum Econômico Mundial de 1995, a Comissão sobre o Governo Global apresentou um relatório propondo “globalizar também a democracia, por uma revolução nas estruturas das Nações Unidas” – proposta encampada pelo então secretário-geral da ONU, Boutros Ghali, no discurso de inauguração do Fórum. No Fórum Social Mundial de 2003, um conjunto de intervenções foi dedicado à “necessidade da construção de um sistema de governança democrático global”. Discutiu-se “como refundar e revitalizar a ONU”, a necessidade de “estudar um sistema de financiamento independente” para ela (imposto sobre as transações financeiras internacionais, loteria internacional etc.) e colocou-se que a “democratização da ONU deve
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DEBATE<br />
comUm?<br />
Há UM PONTO<br />
Fórum Social Mundial e<br />
Fórum Econômico Mundial<br />
Celso de Souza Machado<br />
em praticamente todos os encontros do Fórum<br />
Social Mundial e do Fórum Econômico<br />
Mundial têm havido intervenções defendendo<br />
o fortalecimento <strong>da</strong> Organização <strong>da</strong>s<br />
Nações Uni<strong>da</strong>s (ONU). Já no Fórum Econômico<br />
Mundial de 1995, a Comissão sobre<br />
o Governo Global apresentou um relatório propondo “globalizar<br />
também a democracia, por uma revolução nas estruturas<br />
<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s” – proposta encampa<strong>da</strong> pelo então secretário-geral<br />
<strong>da</strong> ONU, Boutros Ghali, no discurso de inauguração<br />
do Fórum. No Fórum Social Mundial de 2003, um conjunto<br />
de intervenções foi dedicado à “necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> construção de<br />
um sistema de governança democrático global”. Discutiu-se<br />
“como refun<strong>da</strong>r e revitalizar a ONU”, a necessi<strong>da</strong>de de “estu<strong>da</strong>r<br />
um sistema de financiamento independente” para ela (imposto<br />
sobre as transações financeiras internacionais, loteria internacional<br />
etc.) e colocou-se que a “democratização <strong>da</strong> ONU deve