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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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com os dispositivos que lhe regulamentavam inicialmente, o governo federal concedia<br />

incentivos fiscais para as empresas <strong>na</strong> qualidade de investi<strong>do</strong>ras, ou seja, ao patroci<strong>na</strong><strong>do</strong>r,<br />

além <strong>do</strong> abatimento <strong>do</strong> Imposto de Renda, cabia-lhe também o lucro auferi<strong>do</strong> com a<br />

comercialização da produção audiovisual incentivada. Nesses termos, o incentivo fiscal<br />

concedi<strong>do</strong> chegava a 100% <strong>do</strong> valor investi<strong>do</strong>. Além desse generoso beneficio, a lei ainda<br />

previa a possibilidade de a empresa lançar os gastos com patrocínio como despesa<br />

operacio<strong>na</strong>l, fato que proporcionou, segun<strong>do</strong> a expressão de Sarkovas (2003a, p.3), o<br />

surgimento da “surreal” alíquota de dedução de 125%, tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong>-se, assim, um lucrativo<br />

negócio para as empresas investi<strong>do</strong>ras. Suas vantagens foram ainda mais incrementadas<br />

quan<strong>do</strong> em 1996, <strong>na</strong> gestão Weffort, o governo aumentou o limite <strong>do</strong> beneficio de 1% para<br />

3% <strong>do</strong> Imposto de Renda. Dessa forma, estimulou-se um sistema em que não se exigia<br />

qualquer contrapartida <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>, muito pelo contrário. Além de não contribuir com<br />

recursos próprios, a iniciativa privada pôde auferir lucros oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s filmes (já que se<br />

constituía como sócia <strong>do</strong> negócio) bem como potencializar seu investimento através da<br />

publicidade gerada pela comercialização da produção audiovisual.<br />

É inegável que o aperfeiçoamento das leis federais de incentivo à cultura injetou um<br />

maior ânimo no panorama <strong>cultural</strong> brasileiro a partir de 1995, atrain<strong>do</strong> um maior número de<br />

investi<strong>do</strong>res para o sistema de mece<strong>na</strong>to priva<strong>do</strong>. A implementação dessa política coincide<br />

também com um perío<strong>do</strong> em que a ferramenta de marketing <strong>cultural</strong> começou a ser utilizada<br />

mais sistematicamente pelas organizações como alter<strong>na</strong>tiva aos instrumentos convencio<strong>na</strong>is<br />

de publicidade e promoção. O patrocínio <strong>cultural</strong> tem se tor<strong>na</strong><strong>do</strong>, desde a última década, uma<br />

das estratégias mais eficazes de comunicação que as empresas tem lança<strong>do</strong> mão para atingir<br />

seus objetivos institucio<strong>na</strong>is, promocio<strong>na</strong>is e de relacio<strong>na</strong>mento com seu público alvo. Essa<br />

técnica movimenta hoje boa parte <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> artístico e provavelmente já se constitui em sua<br />

principal fonte de fi<strong>na</strong>nciamento (SARKOVAS, 1994).<br />

Essa é uma tendência que se confirma, por exemplo, através da pesquisa elaborada pela<br />

Fundação João Pinheiro, intitulada Diagnóstico <strong>do</strong>s Investimentos em Cultura no Brasil<br />

(Vol.2), encomendada pelo Ministério da Cultura. Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s desse estu<strong>do</strong>, 50% das<br />

empresas preferem ca<strong>na</strong>lizar seus esforços de comunicação e marketing para a área <strong>cultural</strong>.<br />

Das diversas áreas de investimento em ação de comunicação, estipuladas pela pesquisa, a área<br />

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