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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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vez ainda em 1972, somente em 1986 a lei é então promulgada, quan<strong>do</strong> José Sarney – não por<br />

a<strong>caso</strong> o autor <strong>do</strong> projeto origi<strong>na</strong>l – assume a presidência da República.<br />

3.3.1 O advento das leis de incentivo à cultura: breve histórico<br />

Se o fi<strong>na</strong>nciamento oficial da atividade <strong>cultural</strong> no Brasil esteve pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntemente<br />

vincula<strong>do</strong>, por um longo perío<strong>do</strong>, aos recursos oriun<strong>do</strong>s diretamente <strong>do</strong>s cofres públicos, após<br />

o advento das leis de incentivo fiscal, em mea<strong>do</strong>s da década de 80, essa configuração<br />

específica sofre alterações.<br />

As leis de renúncia fiscal surgem como um mecanismo de fi<strong>na</strong>nciamento à cultura<br />

cria<strong>do</strong> pelo poder público com o objetivo de estimular o investimento da iniciativa privada no<br />

fomento às atividades artístico-culturais no país. São, portanto, uma espécie de sintoma que<br />

si<strong>na</strong>liza para o reorde<strong>na</strong>mento que vem se processan<strong>do</strong> em escala mais ampla no teci<strong>do</strong> social,<br />

mas que se reflete também nos remanejamentos <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s de gestão e organização da esfera<br />

<strong>cultural</strong>. Ao se revestir como agente que assume uma atuação marcadamente regula<strong>do</strong>ra e<br />

facilita<strong>do</strong>ra, o Esta<strong>do</strong> paulati<strong>na</strong>mente vai se distancian<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu tradicio<strong>na</strong>l papel de mece<strong>na</strong>s<br />

preponderante no apoio à cultura, abrin<strong>do</strong> cada vez mais espaço para uma inserção mais ativa<br />

e hegemônica <strong>do</strong> capital priva<strong>do</strong> no circuito da produção <strong>cultural</strong> brasileira.<br />

Cabe reconhecer que o Brasil é um país que não nutriu uma tradição no que se refere ao<br />

patro<strong>na</strong>to às artes por famílias ou homens de posse. Aqui, o mece<strong>na</strong>to priva<strong>do</strong>, diferentemente<br />

de alguns países europeus e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, por exemplo, teve uma inexpressiva<br />

participação <strong>na</strong> história <strong>do</strong> fomento às artes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Apesar <strong>do</strong>s primeiros passos da prática<br />

de patrocínio priva<strong>do</strong> terem si<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s ainda <strong>na</strong> década de 20, no rastro da eclosão <strong>do</strong><br />

movimento modernista 7 , as ações mais significativas relativas a esta atividade se<br />

desenvolveram no fim <strong>do</strong>s anos 40 e início <strong>do</strong>s anos 50, quan<strong>do</strong> empresários de origem<br />

italia<strong>na</strong>, os Matarazzo e os Zampari, criaram o Museu de Arte Moder<strong>na</strong> de São Paulo (MAM),<br />

o Teatro Brasileiro de Comédia, a Cinemateca Brasileira e a Cia. Cinematográfica Vera Cruz.<br />

7 Sobre a prática <strong>do</strong> mece<strong>na</strong>to priva<strong>do</strong> às artes plásticas no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento modernista em São Paulo ver<br />

o interessante estu<strong>do</strong> de Sérgio Miceli, recém-publica<strong>do</strong>, intitula<strong>do</strong> “Nacio<strong>na</strong>l Estrangeiro: história social e<br />

<strong>cultural</strong> <strong>do</strong> modernismo artístico em São Paulo”. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.<br />

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